Historiador Mário Maestri fala sobre a historiografia da escravidão no Brasil em conferência na UFSC

07/11/2023 07:20

O historiador Mário Maestri, autor de obras sobre a história brasileira, falará em uma conferência na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com o título Historiografia da escravidão no Brasil. A palestra será na quarta-feira, 8 de novembro, às 18h30, no mini auditório do Departamento de Ciências da Administração, sala D117, do Centro Socieconômico, no Campus de Florianópolis. O evento é organizado pelo Instituto de Estudos Latino-americanos (Iela).

O conteúdo do seu mais recente livro, Filhos de Cã, Filhos de Cão – o trabalhador escravizado na historiografia brasileira – Ensaio de interpretação marxista, será o tema do debate. Militante político durante a ditadura militar foi preso, julgado e absolvido, indo então para o Chile onde militou no MIR e participou da resistência ao golpe de 1973. Com a consolidação do golpe no Chile viajou para o México e depois para a Bélgica onde finalizou sua graduação no Centro de História da África da Universidade Católica de Lovaina.

O conferencista fez mestrado defendendo o tema da África negra pré-colonial e seu doutorado tratou da escravidão colonial no Rio Grande do Sul, trabalho pioneiro focando na resistência do trabalhador escravizado no sul do Brasil. Seu orientador nos dois trabalhos foi o africanista Jean-Luc Vellut. Mário Maestri atualmente vive na Itália, mas segue ativo na pesquisa e na escrita. Mais informações pelo e-mail iela@contato.ufsc.br.

Tags: Centro SocioeconômicoDepartamento de Ciências da AdministraçãoEscravidãoHistória do BrasilUFSC Universidade Federal de Santa Catarina

Dissertação de pesquisadora da UFSC sobre cinema e Política de Boa Vizinhança vira livro

15/03/2021 14:48

“Fantasia: do Cinema de Animação à Política de Boa Vizinhança” é um livro derivado da dissertação de mestrado da historiadora catarinense Nayara Régis Franz. Ela cursou a graduação e o mestrado em História na UFSC, orientada pelo professor Alexandre Busko Valim, e defendeu sua dissertação em abril de 2019. Em 2020, o texto passou por algumas revisões, foi adaptado para versão em livro e publicado pela Editora CRV.

Mestra em História Cultural, Nayara dedicou seus estudos à História do Cinema, aprofundando-se, especialmente, na História do Cinema de Animação e na vida e obra de Walt Disney. Segundo a pesquisadora, o cinema é um produto que é tanto cultural quanto industrial, e por isso pode ser tomado como fonte para debates que envolvem relações sociais, culturais, políticas e econômicas. “Inclusive, o cinema pode nos ajudar a entender certos períodos da História do Brasil”, explica a pesquisadora.

O tema do livro dialoga com a Segunda Guerra Mundial, momento em que Walt Disney estabeleceu parcerias com o governo estadunidense, e encaminhou as suas produções para uma finalidade diplomática específica: a Política de Boa Vizinhança. Esse assunto já é bastante conhecido pela historiografia, e se sabe que o personagem Zé Carioca foi criado pelo cineasta mediante os interesses políticos entre o Brasil e os Estados Unidos, no início dos anos 1940. No entanto, a participação do filme Fantasia nesses mesmos acordos é um tema inédito. A autora encontrou fontes de imprensa até então pouco exploradas, que revelaram que a participação política de Fantasia é anterior à criação de Zé Carioca. Ou seja: Fantasia é o começo dessa história. Ela representa uma lacuna que estava faltando.
(mais…)

Tags: FantasiahistóriaHistória do BrasilPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUFSCUniversidade Federal de Santa CatarinaWalt DisneyZé Carioca

Especial Jogos Educacionais: Outros olhares sobre a História Brasileira

20/09/2012 07:29

As ciências podem ser das mais variadas – humanas, exatas, da saúde – mas os professores em sala de aula têm a mesma preocupação: atrair a atenção e facilitar o entendimento dos conteúdos ministrados. Para isso, muitos deles se desdobram lançando mão da criatividade e, não raro, buscam no lúdico a alternativa para estimular a imaginação dos estudantes e auxiliar na fixação das matérias. A UFSC tem desenvolvido pesquisas sobre jogos educacionais e o Jornal Universitário n°429 trouxe algumas das tantas iniciativas desenvolvidas por seus professores e estudantes. As cinco matérias resumidas no JU estão sendo publicadas na íntegra no site da UFSC durante esta semana.

 

Outros olhares sobre a História Brasileira

.

Para Fernando, seria interessante que os professores pudessem indicar também os jogos como bibliografia complementar

“Meus professores reclamavam que não tínhamos tempo de estudar, mas que arranjávamos uma brecha durante o dia para jogar video-game”, relata Fernando Fernandes, de 18 anos. Vivendo desde pequeno num contexto em que a vida e os relacionamentos são naturalmente intermediados pela internet, Fernando utilizou, no ano passado, a bolsa de Iniciação Científica do Ensino Médio (Pibic-EM) do Colégio de Aplicação (CA) da UFSC para explorar o tema que lhe instiga tanto e provar que os jogos eletrônicos servem também para ensinar. “Eu mesmo aprendi o básico do inglês com os jogos”, atesta.

A ideia inicial era trazer, por meio da bolsa, um apanhado geral da história do vídeo-game, mas Fernando acabou mudando o foco da pesquisa: decidiu criar seu próprio jogo, que traz, em suas cinco fases, cinco eras da história brasileira: o descobrimento, o Brasil colônia, a Independência, a Proclamação da República e a Era Vargas.

Calouro de Arquitetura e Urbanismo na UFSC, Fernando almeja ser professor, e tem como uma de suas motivações inserir o vídeo-game nas pesquisas universitárias. “Hoje nos indicam livros e filmes para complementar os conteúdos ministrados em aula; seria legal indicarem jogos também”.

Durante o período de espera pelo início das aulas de Arquitetura, Fernando continuou a confecção do jogo, apesar da bolsa de 100 reais mensais do CA já ter acabado. A parte gráfica da primeira fase já está concluída – “tem que pensar em tudo: vestimentas, traços físicos, cenários”, e Fernando sabe que, utilizando uma ferramenta mais simples, como o RPG Maker 2003, não irá atingir resultados considerados profissionais. Mas a repercussão tem sido boa: durante a I Mostra de Projetos de Iniciação Científica do Aplicação, ocorrida em abril (onde 30 trabalhos como o de Fernando foram apresentados), o auditório onde o estudante compartilhou sua pesquisa ficou cheio. “As pessoas querem saber como fazer um video-game; acho que todo mundo tem na cabeça uma história que gostaria de transformar em filme ou jogo”, arrisca.

Em breve, Fernando terá a colaboração de um profissional importante: seu irmão, que está finalizando o curso de Música, fará a trilha sonora do game. O estudante pretende disponibilizar o jogo ao CA, a fim de que outros pontos de vista sejam explorados em sala de aula. “Quero trazer o modo de vida dos índios, e o que mudou com a colonização. A vinda dos portugueses não foi um descobrimento, e sim um confronto”.

Leia mais:

Bancando o detetive

Para conhecer o próprio lar

Humanos contra o lixo espacial

Outros olhares

Mais informações com Fernando: fernandoflesch@yahoo.com.br.

Por Cláudia Schaun Reis / Jornalista da Agecom
Foto: Wagner Behr / Agecom

Tags: Colégio de AplicaçãoHistória do Brasiljogos educacionais