UFSC na mídia: Globo Rural destaca polo de desenvolvimento de cannabis para uso veterinário

29/09/2025 11:46

Professor Erik Amazonas é as áreas envolvidas na pesquisa. Foto: Reprodução/TV Globo

Galinhas que conservam melhor as cascas dos ovos, evitando que rachem, no interior de São Paulo. Um cavalo que se recupera de um tumor na pata, em Florianópolis. Esses animais têm em comum o tratamento com compostos retirados da cannabis – assunto tratado em reportagem nacional.

O ciclo e os usos possíveis da planta foram tema do programa Globo Rural, da TV Globo, no domingo, 28 de setembro. O Polo de Desenvolvimento e Inovação em Cannabis (Podican) do Campus Curitibanos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) é destacado na reportagem como o pioneiro no Brasil na autorização para o plantio voltado à pesquisa científica.

Veja a reportagem completa.
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Pesquisa da UFSC ajuda a identificar riscos desconhecidos do vapor do “vape”

26/09/2025 09:45

A pesquisa de Bruna Espíndola vai ajudar a descobrir o que exatamente se esconde no vapor dos cigarros eletrônicos (Fotos: Gustavo Diehl)

Uma preocupação cada vez maior pelos efeitos na saúde humana, o cigarro eletrônico vem sendo estudado com abordagens inovadoras pela Universidade Federal de Santa Catarina. Uma pesquisa em andamento no Laboratório de Pesquisas Toxicológicas, sob coordenação da professora Camila Marchioni, vai desvendar uma das lacunas científicas sobre a composição do vapor, que é justamente o que tem contato direto com usuários pelas vias respiratórias.

A pesquisa de mestrado de Bruna Espíndola da Silva desenvolveu um método para capturar o vapor do cigarro, que em contato com a fibra de coco retém as substâncias de interesse. Com auxílio de solvente, as moléculas são retiradas da fibra de coco e levadas ao equipamento de cromatografia, que separa e identifica os componentes. Essa análise pode determinar o quanto separados e combinados estes compostos podem prejudicar a saúde humana. O estudo é realizado no  Programa de Pós-graduação em Farmacologia .

Hoje, as análises feitas pelo grupo tomam como base o que está presente no líquido que compõe o cigarro, que pode ser uma mistura de vários compostos, necessitando de ingredientes que possibilitem a vaporização. A nicotina e a cannabis são, também, comumente associadas a substâncias aromatizantes. O estudo pode contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas para alertar sobre os riscos dos dispositivos à saúde.

A professora explica que a base do líquido é uma mistura de propilenoglicol e glicerina. É a partir desta mistura que os compostos são combinados, podendo resultar em uma ampla gama de produtos. De acordo com Camila, há uma complexidade química significativa nestes dispositivos, e mais de 2.000 substâncias já foram identificadas.

“O cigarro eletrônico não é permitido no Brasil, ele é um dispositivo proibido, que não pode ser comercializado, não pode ter propaganda. Então, quem está vendendo, está vendendo um produto ilícito, sem controle de qualidade e que pode ter qualquer substância ali dentro”, comenta.

Recentemente, os estudos realizados no laboratório em parceria com a Polícia Científica de Santa Catarina identificaram até mesmo anfetamina nos cigarros eletrônicos, em pelo menos dez amostras diferentes analisadas.

Consumo entre os jovens preocupa

Professora também trabalha com palestras de conscientização dos jovens

O olhar do grupo para o problema surgiu a partir de um projeto de extensão em que a equipe realiza palestras educativas em escolas públicas de Florianópolis. Os estudantes começaram a manifestar interesse no assunto.

A partir da resposta de 400 jovens do sexto até o terceiro ano do Ensino Médio, chegou-se a um número alarmante: pelo menos 30% já haviam experimentado ou eram usuários do cigarro. “Isso começou a nos preocupar. Porque os adolescentes estão usando muito. E a gente ia falar nas escolas e precisava falar com respaldo científico”, comenta.

Para levar dados precisos aos jovens, a equipe elaborou uma revisão de escopo nos principais periódicos disponíveis para descobrir o impacto dos cigarros eletrônicos na saúde de adolescentes entre 12 e 19 anos e identificou 58 relatos no mundo, a maior parte nos Estados Unidos, onde a Evali – Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarros Eletrônicos ou Vaporização- começou a se intensificar a partir de 2019.

Os achados clínicos demonstram um envolvimento respiratório significativo, muitas vezes precedido por sintomas gastrointestinais. Febre, falta de ar e tosse são os sintomas que mais apareceram entre os quadros estudados cientificamente no mundo todo. Náuseas, vômitos e oxigenação prejudicada também registram predominância. A professora considera preocupante o fato de esses danos englobarem sujeitos que consumiram os cigarros em média por um ano e sete meses.

“Em linhas gerais, o uso do cigarro eletrônico por jovens mostra um dano precocemente. Se a gente for comparar com cigarro convencional, se demora mais para a pessoa ter o pulmão comprometido”, explica. O comprometimento difuso do pulmão foi observado, nestes casos estudados na revisão, em mais de 65% dos exames de imagem.

Nos casos em que houve biópsia do pulmão, os médicos observaram um tipo de lesão chamado bronquiolite proliferativa com pneumonia em organização. Além da inflamação, foram notados sinais de endurecimento e cicatrização, além de um remodelamento estrutural do tecido pulmonar, o que pode indicar que o dano estava se tornando permanente.

Associação com cannabis

Laboratório tem parceria com análises da polícia científica

No artigo liderado pela professora, os casos estudados destacam o papel significativo da cannabis (THC) associada ao uso de cigarros eletrônicos, especialmente nos casos de lesão pulmonar grave. Em quase 70% dos casos, os jovens relatam uso concomitante.

Além disso, em 22 publicações que detalhavam a composição dos “vapes” consumidos, o óleo de THC foi a substância que mais apareceu – estava em mais de 80% dos dispositivos.

Puro, o óleo de cannabis não forma o aerossol necessário à vaporização, mas misturado com substâncias oleosas, como a vitamina E, ele adquire essa propriedade, analisada como um fator de risco. As hipóteses seriam de que essa mistura oleosa provocaria mais reações no pulmão.

A equipe liderada por Camila também realiza trabalhos em parceria com a Polícia Científica, em uma cooperação propiciada pela Rede Catarinense de Pesquisa em Ciências Forenses para aplicar as pesquisas toxicológicas da universidade na análise de materiais apreendidos, especialmente os cigarros eletrônicos. O foco central da colaboração é na análise dos dispositivos apreendidos pela polícia, com ênfase no que é inalado pelo usuário.

Amanda Miranda | amanda.souza.miranda@ufsc.br
Jornalista da Agecom | UFSC

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UFSC integra Grupo de Trabalho que propõe marco regulatório para pesquisas com cannabis no país

21/08/2025 18:24

Cultivo de cannabis em área externa no Campus da UFSC em Curitibanos. Fotos: Luís Carlos Ferrari/Agecom/UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) integrou o Grupo de Trabalho de Regulamentação Científica da Cannabis, que reuniu especialistas de 31 instituições acadêmicas e de pesquisa do Brasil e elaborou uma Nota Técnica com subsídios e propostas para a criação de um marco regulatório abrangente para as pesquisas relacionadas à cannabis.

Os representantes da UFSC foram o pró-reitor de Pesquisa e Inovação, professor Jacques Mick, e a diretora do Centro de Ciências Agrárias (CCA), professora Marlene Grade. O resultado do trabalho do GT foi encaminhado ao Ministério da Saúde e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No documento, os pesquisadores relatam que, a despeito do grande potencial, vários fatores limitam o desenvolvimento das pesquisas com Cannabis sativa L no Brasil. O grupo se dedicou a identificar, mapear e sistematizar esses obstáculos, propondo soluções para os principais gargalos e trazendo subsídios para a elaboração de um marco regulatório.

Consulta a 132 pesquisadores

Para realizar este mapeamento, os integrantes do GT fizeram uma consulta entre as instituições participantes: universidades federais e estaduais, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). No total, 132 pesquisadores responderam à consulta, identificando 481 problemas ou entraves para a realização de pesquisa com cannabis. Esses problemas foram analisados, agrupados e categorizados em sete eixos temáticos.
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Projeto da UFSC capacita profissionais do país sobre o sistema endocanabinoide

08/05/2025 16:50

Um projeto desenvolvido na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está capacitando profissionais de saúde de todo o país sobre o sistema endocanabinoide e as diferentes formas de modulá-lo para melhorar a vida de pacientes. Com a participação de 40 professores de cinco universidades federais, somente no primeiro ano, o curso capacitou de forma remota pelo menos 1.500 pessoas de mais de 20 estados brasileiros.

A iniciativa conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu). “A Fapeu contribui na recepção das inscrições e na documentação de todos os trâmites financeiros para que o projeto seja realizado de forma eficaz”, destaca o coordenador administrativo do projeto, Rui Daniel Prediger.

Origem

O projeto foi idealizado pela professora e farmacêutica Dalla Colleta, coordenadora geral da iniciativa e fundadora do Dalla Instituto. Paciente de fibromialgia, que enfrentou um câncer no intestino, e autista, Dalla descobriu na planta Cannabis sativa um alívio para ter qualidade de vida. Foi após muitos estudos que ela fundou o Dalla Instituto, instituição na qual se dedica a levar o conhecimento sobre a Cannabis a outros profissionais da saúde com o objetivo de beneficiar mais pacientes.
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UFSC estuda substâncias da cannabis para tratamento de Parkinson e Alzheimer

05/03/2024 15:00

Pacientes com Parkinson são avaliados em Florianópolis e Rio do Sul. Foto: divulgação

Cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) conduzem os maiores ensaios clínicos do mundo para avaliar como o uso de substâncias extraídas da Cannabis sativa, a planta da maconha, podem colaborar para o tratamento das doenças de Parkinson e Alzheimer. No total, 140 pacientes participarão dos dois estudos – 70 com cada doença. Os testes devem durar cerca de três anos e envolvem pesquisadores de três instituições e avaliações em Florianópolis (SC), Rio do Sul (SC) e Foz do Iguaçu (PR).

O pioneirismo dos estudos está justamente no prazo de duração e no número de participantes. “Normalmente os estudos clínicos são feitos com um número pequeno de pacientes. Os realizados até agora com canabinoides e Parkinson e Alzheimer estão na faixa de 15 a 20 pacientes”, comenta o professor Rui Prediger, coordenador do estudo no âmbito da UFSC.

“A outra grande novidade do nosso desenho é essa avaliação de longo prazo. Por várias dificuldades, tanto de recursos, como de manter os pacientes aderindo a um estudo de longo prazo, a grande maioria dos ensaios é avaliado por no máximo seis meses. Um período curto. O nosso trabalho vai avaliar esses efeitos dos canabinoides por três anos. Então esse também é um diferencial, porque sabemos que às vezes um tratamento pode ser eficaz no início, mas o benefício não se manter a longo prazo. De fato, a gente não tem um estudo ainda avaliando isso, se a longo prazo esses canabinoides são eficazes para o Parkinson e o Alzheimer”, complementa o pesquisador.
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Justiça Federal garante continuidade do cultivo de cannabis para pesquisa veterinária na UFSC

13/12/2023 15:39

O salvo-conduto para plantio, preparo, produção, depósito, porte e prescrição da cannabis para fins de pesquisa científica veterinária no âmbito da Universidade Federal de Santa Catarina foi garantido por decisão tomada nesta terça-feira, 12 de dezembro. O habeas-corpus preventivo obtido na 1ª Vara de Justiça Federal foi mantido na íntegra pela 7ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF4), com parecer favorável do Ministério Público Federal (MPF).

Pesquisador e professor do Centro de Ciências Rurais (Campus de Curitibanos), Erik Amazonas comemorou a decisão: “Foi a maior conquista que a gente teve desde a autorização de cultivo. Dá um embasamento de mérito de que, sim, a UFSC tem o direito de cultivar a cannabis para uso veterinário e deve permanecer com esse direito”. Consolidado em um acórdão do TRF4, o tema cria jurisprudência e a autorização só poderia ser derrubada no Superior Tribunal de Justiça. “Abriu-se um precedente muito forte para que outras instituições de pesquisa possam pleitear a mesma coisa e expandir os cultivos para fins de pesquisa no Brasil em outras instituições”, diz Amazonas. “É um grande avanço para ciência brasileira e para a medicina veterinária. Vai consolidar ainda mais o nosso centro e a nossa universidade”, complementa.

A UFSC foi a primeira instituição de ensino superior do País a obter uma medida judicial que lhe permita produzir todos os insumos para a pesquisa da aplicação da cannabis na área da medicina veterinária. O professor Amazonas coordena a linha de pesquisa “Endocanabinologia e Cannabis Medicinal”, do Grupo de Estudos em Produção Animal e Saúde, que busca “traçar o perfil terpenofenólico de diferentes linhagens de Cannabis spp a fim de categorizar as diferentes linhagens quanto ao seu real conteúdo de canabinoides e terpenos”. A pesquisa também objetiva reunir conhecimento sobre os óleos derivados de diferentes linhagens e comparar métodos de extração de compostos.

>>Confira aqui matéria sobre o cultivo de cannabis na UFSC
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Podcast Flash UFSC aborda o uso da cannabis na Veterinária

14/09/2023 14:00

A Agência de Comunicação da Universidade Federal de Santa Catarina (Agecom/UFSC) publicou nesta quinta-feira, 14 de setembro, o terceiro episódio do podcast Flash UFSC. Intitulado Cannabis também é pra cachorro, o podcast explica como o canabidiol, uma substância extraída da maconha, pode ajudar a aliviar a dor, a ansiedade e a agressividade, a reduzir convulsões e a controlar a proliferação de tumores em animais.

O convidado desta edição é o professor de Medicina Veterinária da UFSC Erik Amazonas, o único pesquisador autorizado pela justiça a realizar cultivo, preparo, produção, fabricação, depósito, porte e prescrição de derivados da cannabis no Brasil. O episódio foi produzido pelos estudantes de Jornalismo e estagiários da Agecom Leticia Schlemper e Matheus Alves.

A cada duas semanas, o Flash UFSC traz informações sobre ciência, cultura e arte em episódios de até sete minutos de duração. Ouça no site, pelo Spotify ou em outras plataformas.

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Cannabis para uso veterinário: cultivo impulsiona pesquisas e facilita desenvolvimento de cadeia produtiva da planta

16/08/2023 14:30

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Pesquisas científicas na área da saúde, um mercado bilionário envolvendo a geração de milhares de empregos, criação e desenvolvimento de empresas, além de receita para o estado proveniente de impostos aliada à economia dos custos de importação de medicamentos. Este é o potencial da cannabis para uso medicinal descrito pelo professor Erik Amazonas, do Centro de Ciências Rurais (CCR) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O pesquisador conseguiu autorização judicial para o cultivo no campus de Curitibanos e uso veterinário do produto no final do ano passado e agora aguarda a floração de plantas para iniciar a colheita, uma empreitada cujos frutos envolvem o desenvolvimento de uma rede de pesquisadores da UFSC e de outras universidades.
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UFSC obtém autorização judicial para cultivar e produzir insumos de Cannabis em pesquisa científica

01/12/2022 14:00

Yara foi a “paciente zero” do professor Erik Amazonas. Aos oito meses de idade, a cachorrinha começou a usar o óleo de Cannabis, ou canabidiol, para tratar suas crises convulsivas. Foto: arquivo pessoal

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) é a primeira instituição de ensino superior do País a obter uma medida judicial que lhe permite produzir todos os insumos para a pesquisa da aplicação da Cannabis na área da medicina veterinária. A 1ª Vara da Justiça Federal, em Florianópolis, concedeu um salvo-conduto que autoriza o pesquisador e professor Erik Amazonas, do Centro de Ciências Rurais (Campus de Curitibanos), a realizar o cultivo, preparo, produção, fabricação, depósito, porte e prescrição da Cannabis sativa.

Com isso, a Faculdade de Medicina Veterinária do Campus de Curitibanos, pioneira no ensino do uso veterinário da Cannabis no Brasil, conquistou o inédito direito de cultivar a planta para fins de pesquisa veterinária.

O professor Amazonas coordena a linha de pesquisa “Endocanabinologia e Cannabis Medicinal”, do Grupo de Estudos em Produção Animal e Saúde, que busca “traçar o perfil terpenofenólico de diferentes linhagens de Cannabis spp a fim de categorizar as diferentes linhagens quanto ao seu real conteúdo de canabinoides e terpenos” – existem centenas de variedades de Cannabis spp. A pesquisa também objetiva reunir conhecimento sobre os óleos derivados de diferentes linhagens e comparar métodos de extração de compostos.

Está no escopo do estudo avaliar o uso de medicação à base de terpenofenóis em animais não humanos. Formulações de uso tópico contendo Cannabis serão analisadas quanto ao seu potencial cicatrizante e anti-inflamatório, efeito inseticida, repelente, mosquicida e anti-helmíntico e efeito desinfetante. Até mesmo o uso alimentar em animais não humanos será pesquisado. O grupo reúne, além de Amazonas, outros seis professores, um servidor técnico-administrativo, alunos de graduação e pós-graduação do campus de Curitibanos e um consultor externo.
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Pós em Saúde Coletiva promove palestra sobre legalização da maconha no Canadá

28/11/2022 09:26

Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promove a palestra Non-medical Cannabis legalization in Canadá, com o professor Benedikt Fischer, nesta quarta-feira, 30 de novembro, às 14h, no auditório de graduação do Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFSC). A atividade será ministrada em inglês, e não haverá tradução. As inscrições devem ser feitas neste link.

A palestra dará certificado de uma hora e meia e tratará sobre a legalização da maconha no Canadá, com uma visão geral dos principais objetivos, desenvolvimentos e resultados para a saúde pública. Benedikt Fischer tem vínculo acadêmico com as universidades de Auckland, na Nova Zelândia, de Toronto, no Canadá, e com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele é pesquisador nas áreas de substâncias psicoativas, saúde pública e epidemiologia.

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UFSC testará cannabis em profissionais de saúde da linha frente do combate à Covid-19

14/07/2020 12:24

Uma pesquisa inédita no Brasil irá recrutar voluntários entre profissionais de saúde em situação de estresse e ansiedade provocada pelo enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEPSH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no último dia 29 de junho. Intitulado Impacto do óleo integral de ​cannabis na saúde mental de profissionais da linha de frente no combate à Covid-19, o projeto vai selecionar cerca de 300 participantes de todo o país entre médicos e enfermeiros envolvidos no atendimento de casos suspeitos e confirmados da doença.

Para Erik Amazonas de Almeida, professor responsável pela pesquisa, a iniciativa é importante para a construção de uma política pública que possa incorporar a planta como alternativa terapêutica às condições psíquicas e emotivas da população em geral. “Sendo já comprovadamente menos danosa do que o uso de quaisquer ansiolíticos ou antidepressivos atualmente empregados, uma confirmação da nossa hipótese de trabalho pode trazer o óleo de cannabis para o posto de medicamento preferencial para o alívio dos sintomas de ansiedade e transtornos do humor”, afirma.

O protocolo a ser utilizado no estudo será o teste duplo-cego, com os voluntários divididos em dois grupos. Metade irá tomar o óleo integral da erva e a outra metade, placebo. A medicação à base de cannabis será produzida pela Associação Brasileira de Apoio a Cannabis Esperança (Abrace), com sede em João Pessoa, na Paraíba. As inscrições ocorrem neste mês de julho (podem ser feitas neste link), e os testes clínicos devem iniciar em agosto.
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UFSC participa de 1º Simpósio Internacional de Medicina Veterinária Canabinoide

26/09/2019 11:24

Foto: Ryan Stone / Unsplash

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está entre os participantes do 1º Simpósio Internacional de Medicina Veterinária Canabinoide, a ser realizado nos dias 5 e 6 de outubro. Realizada há 3 anos na cidade de Denver, no estado norte-americano do Colorado, esta será a primeira edição com transmissão global (watch party) e simultânea a partir de vários locais do mundo. O evento contará com apresentações de profissionais dos Estados Unidos, Canadá e Brasil.

O formato foi pensado para favorecer contatos, a troca de experiências e conhecimento, além da formação de uma rede de trabalho e conexão com renomados nomes no uso terapêutico da cannabis sativa em animais. Além da UFSC, também é parceira na promoção do simpósio a Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal (Ama+me Brasil).

> Confira a programa completa do Simpósio

O professor Erik Amazonas, do Campus Curitibanos, especialista em genética veterinária, melhoramento animal, imunologia e endocanabinologia veterinária, será o único palestrante brasileiro. Também participarão do evento profissionais de Los Angeles (Califórnia), Charlotte County (Flórida), Burnsville (Minnesota) e Springfield (Massachusetts), nos Estados Unidos, além de Vancouver, no Canadá (CAN).
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UFSC debate descriminalização da maconha diante do Conselho Estadual de Entorpecentes

06/07/2018 13:16

Professor Alberto Groisman, representante da UFSC no Conen-SC. Foto: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC

O professor do Departamento de Antropologia da Universidade Federal de Santa Catarina (ANT/UFSC), Alberto Groisman, representante da entidade universitária no Conselho Estadual de Entorpecentes (Conen-SC), se reuniu com a comunidade acadêmica para discutir o tema “Legalização/descriminalização/uso recreativo, medicinal de drogas (maconha/cannabis)”.

A reunião ocorreu na sala Laranjeira, do Centro de Cultura e Eventos, na noite da última quarta-feira, dia 4 de julho. Com o objetivo de definir o posicionamento da Universidade sobre o tema, Groisman abriu espaço para os presentes discutirem e apresentarem propostas. No fim da conversa, ficou decidido que a UFSC não se posicionará nem contra nem a favor da descriminalização no momento, visto que ainda faltam estudos científicos que comprovem todos os benefícios e malefícios da substância. Além de Groisman e de universitários, o debate contou com a presença do professor Cid Gomes, também membro do conselho, e a vice-reitora Alacoque Erdmann.

Além de definir uma posição parcial, também foram encaminhados três questionamentos ao Conen. O primeiro foi sobre a definição de certos termos, como “droga”, “maconha” e “cannabis”, a fim de exigir a criação de um glossário. O segundo apontamento diz respeito às forças econômicas, que busca entender o que está envolvido na decisão sob o viés financeiro. Por fim foi sugerido um levantamento de quantos pacientes, em Santa Catarina, poderiam usar a cannabis e seus derivados em tratamentos de doenças (como a epilepsia). Esta foi a primeira reunião da representação no Conen sobre o tema no âmbito da Universidade. O parecer da UFSC será levado para o Conen-SC para avaliação.

O Conen é um órgão colegiado, de caráter permanente, criado em 2005. É constituído por 22 membros titulares e igual número de suplentes, representantes paritários de órgãos governamentais e entidades não-governamentais. Vinculado à Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), sua função é deliberar, normatizar e executar a política estadual de prevenção, fiscalização, recuperação e repressão de entorpecentes no Estado, de acordo com objetivos da Política Nacional Sobre Drogas, além de promover e incentivar a realização de eventos, estudos e pesquisas.

 

Alan Christian / estagiário de jornalismo da Agecom / UFSC

 

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Pesquisas reforçam potencial da Cannabis no alívio da ansiedade provocada por trauma

28/06/2011 07:52

Um componente químico da maconha mostra cada vez mais potencial de se transformar em aliado no tratamento das sequelas emocionais deixadas pelo trauma. Experimentos indicam que o canabidiol, um dos mais de 80 constituintes da Cannabis sativa, pode ajudar no tratamento de indivíduos que sofrem de ansiedade provocada por experiência traumática. Resultados positivos têm sido obtidos em pesquisas desenvolvidas junto ao Laboratório de Psicofarmacologia, ligado ao Departamento de Farmacologia da UFSC. Os estudos com animais em laboratório resultaram em artigos científicos publicados em importantes periódicos internacionais, como o European Neuropsychopharmacologye.

Assalto ou atropelamento

Nestas pesquisas os animais recebem um choque moderado nas patas, simulando uma situação traumática. Quando são novamente expostos ao ambiente de condicionamento, relembram a situação e expressam uma reação de medo, caracterizada por imobilidade e conhecida como congelamento. Registrando o tempo de congelamento, os pesquisadores avaliam a intensidade do medo provocado pela lembrança do trauma.

O coordenador dos estudos, professor Reinaldo Takahashi, explica que é semelhante ao que acontece com uma pessoa que foi assaltada numa determinada rua da cidade e fica com medo sempre que tem que passar por ali. Ou ao medo sentido por uma pessoa que foi atropelada. toda vez que ouve uma freada de carro.

Segundo ele, em uma perspectiva terapêutica, a maneira mais eficaz de se reduzir o medo em animais de laboratório consiste em realizar sucessivas exposições ao ambiente de condicionamento. Assim os animais se adaptam à situação e reaprendam que aquele local deixou de ser ameaçador.

Em humanos, este tratamento é chamado de terapia de exposição e funciona mais ou menos da mesma forma. “Os principais resultados de nossos estudos demonstraram que o canabidiol facilita esse processo de reaprendizado emocional, tornando a exposição terapêutica muito mais eficiente e com efeitos prolongados”, explica o professor Takahashi.

Função ansiolítica

A pesquisa indica que o canabidiol poderia ser associado a tratamentos psicológicos como a terapia comportamental, ajudando a atenuar traumas. Além disso, o canabidiol reduziu a ansiedade dos animais que passaram pelo processo de condicionamento. A avaliação faz a equipe supor que esse constituinte da maconha funciona como um ansiolítico, o medicamento que combate a ansiedade. A vantagem é que o canabidiol possui características mais interessantes do que as substâncias benzodiazepínicas comumente usadas nesta terapia e que podem ter entre seus efeitos colaterais dependência, sonolência excessiva, piora da memória, tonturas e zumbidos.

Outra vantagem sinalizada pelos estudos realizados na UFSC é que o canabidiol também não provoca efeitos típicos da maconha, como falhas na memória recente, taquicardia, boca seca, incoordenação motora, agitação e tosse. Esses sintomas são causados principalmente por outro canabinóide, o conhecido tetrahidrocanbinol (THC). “Então, além de ser terapêutico, estima-se que se o canabidiol for utilizado como medicamento, terá poucos efeitos colaterais”, complementa o professor.

Reaprendizado emocional

Os estudos desenvolvidos na UFSC auxiliam também na compreensão da fisiologia do cérebro, dos processos cerebrais relacionados à retomada da memória traumática e ao consequente reaprendizado emocional. Dando continuidade aos experimentos, o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da UFSC Rafael Bitencourt, orientando do professor Reinaldo Takahashi, aprofundou as pesquisas e obteve resultados importantes.

Seus estudos sugerem que há uma interação entre o sistema responsável por parte das respostas ao estresse, o sistema corticosteróide, e o sistema endocanabinóide, que ocorre no decorrer do processo de reaprendizado.

O primeiro está relacionado a hormônios que possuem um papel importante na regulação do metabolismo e o segundo, o sistema endocanabinóide, é formado por mensageiros cerebrais produzidos pelo próprio organismo e que parecem ter evoluído como parte da comunicação entre os neurônios (uma espécie de “fábrica natural” de maconha que os vertebrados possuem).

“Um determinado nível de estresse diante de uma situação traumática é necessário para que ocorra liberação de substâncias no nosso cérebro, levando à indução da produção dos endocanabinóides. Estes endocanabinóides facilitariam o processo de reaprendizado emocional, impedindo ou amenizando as chances de uma pessoa desenvolver um trauma”, explica Rafael.

Para os pesquisadores, o melhor entendimento do processo de reaprendizado emocional em situações potencialmente traumáticas pode facilitar a procura por condutas terapêuticas para aqueles indivíduos que desenvolvem algum transtorno relacionado à persistência de uma memória traumática. O conhecimento sobre os endocanabinóides também pode ajudar na concepção de terapias que aproveitem as propriedades terapêuticas da maconha.

“O futuro dirá se os canabinóides um dia passarão de substâncias proibidas a aliados no tratamento das sequelas emocionais deixadas pelo trauma”, complementa o professor Takahashi, pesquisador que será homenageado em outubro com o Prêmio Destaque Pesquisador UFSC 2011.

Mais informações: takahashi@farmaco.ufsc.br / Telefone: (48) 3721-9764 Ramal: 227

Por Reinaldo N. Takahashi e Rafael M. Bitencourt, com edição de Arley Reis

Em busca de pesquisadores, consulte o Guia de Fontes da UFSC

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