Amamentação em tempos de Covid-19

27/04/2020 08:03

A UFSC, por meio do Serviço de Apoio à Amamentação (Saam), ligado à Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad), segue atendendo as estudantes e servidoras com dúvidas sobre aleitamento materno. Diante da pandemia de Covid-19, a principal dúvida das mães é: “devo interromper a amamentação em caso de suspeita ou confirmação da doença?”

A resposta, segundo Bianca Jacqueline Ramos e Josiane Margarete de Amorim, da equipe de enfermagem do Saam é não. ” Não há necessidade de se indicar um desmame abrupto, e sim, continuar o aleitamento materno”- recomendam. Um estudo publicado na Revista Lancet, relatam as servidoras, afirma que até o momento não há documentação da transmissão vertical durante a gestação e nem no período neonatal, pela amamentação.

“As recomendações da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano da Fiocruz, baseadas em discussões de órgãos como a OMS e o Ministério da Saúde do Brasil, nos levam a reforçar a importância de se manter a amamentação em tempos de Covid-19”, afirma a enfermeira Bianca.

Se houver suspeita ou mesmo a confirmação da Covid-19, as mães que desejam manter o aleitamento materno devem ser esclarecidas sobre as medidas preventivas necessárias, tais como:

  • Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos antes de tocar o bebê ou antes de retirar o leite materno (extração manual ou na bomba extratora);
  • Usar máscara facial (cobrindo completamente nariz e boca) durante as mamadas e evitar falar ou tossir durante a amamentação;
  • A máscara deve ser imediatamente trocada em caso de tosse ou espirro ou a cada nova mamada;
  • Em caso de opção pela extração do leite, devem ser observadas as orientações disponíveis nesta cartilha, do Ministério da Saúde;
  • Seguir rigorosamente as recomendações para limpeza das bombas de extração de leite após cada uso;
  • Deve-se considerar a possibilidade de solicitar a ajuda de alguém que esteja saudável para oferecer o leite materno em copinho, xícara ou colher ao bebê;
  • É necessário que a pessoa que vá oferecer ao bebê aprenda a fazer isso com a ajuda de um profissional de saúde.

“No caso da mãe não se sentir à vontade para amamentar o bebê, ela poderá extrair o seu leite, por meio da ordenha manual ou por bombas de extração e um cuidador saudável poderá oferecer o leite ao bebê por copinho, xícara, seringa ou colher” afirma a técnica de enfermagem Josiane.

“O desejo das mães deve ser respeitado. Se a mulher com Covid-19 se sentir insegura em manter o aleitamento mesmo com todas as evidências, é nosso dever orientar para que o desmame seja conduzido da melhor maneira possível” alerta a enfermeira Bianca.

Sobre o Saam

O Serviço de Apoio à Amamentação (Saam) foi inaugurado em agosto de 2019 e atua na orientação e suporte a demandas relacionadas ao aleitamento materno como o início da amamentação, retorno ao trabalho e desmame para servidoras, estudantes e comunidade externa. Por conta da pandemia, os atendimentos presenciais e os encontros do Grupo de Apoio à Amamentação estão suspensos. 

O Serviço de Apoio à Amamentação está disponível para auxiliar mães com dúvidas através do e-mail saam.saad@contato.ufsc.br de segunda a sexta, das 8 às 12h e das 13 às 17h.

 

Confira, na íntegra, a nota da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano da Fiocruz:

“Baseada em discussões técnicas realizadas com profissionais do Ministério da Saúde do Brasil, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP); do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), do Instituto de Medicina Integrada Professor Fernando Figueira (IMIP); do Instituto de Saúde de São Paulo (IS-SP); da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (Abenfo) e da Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar/International Baby Food Action Network (IBFAN), 

a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano da Fiocruz, considerando que:

– A Organização Mundial da Saúde (OMS) orienta a manutenção da amamentação por falta de elementos que comprovem que o leite materno possa disseminar o novo coronavírus, até o momento desta publicação;
– O Centers for Disease Control and Prevention (CDC); o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG) de Londres; a SBP; o IMIP; o IS-SP; a Abenfo; e a IBFAN destacam que os benefícios da amamentação superam quaisquer riscos potenciais de transmissão do vírus através do leite materno;

recomenda que:

– A amamentação seja mantida em caso de infecção pelo Covid-19, desde que a mãe deseje amamentar e esteja em condições clínicas adequadas para fazê-lo;
– A mãe infectada seja orientada para observar as medidas apresentadas a seguir, com o propósito de reduzir o risco de transmissão do vírus através de gotículas respiratórias durante o contato com a criança, incluindo a amamentação:

  1. Lavar as mãos por pelo menos 20 segundos antes de tocar o bebê ou antes de retirar o leite materno (extração manual ou na bomba extratora);
    2. Usar máscara facial (cobrindo completamente nariz e boca) durante as mamadas e evitar falar ou tossir durante a amamentação;
    3. A máscara deve ser imediatamente trocada em caso de tosse ou espirro ou a cada nova mamada;
    4. Em caso de opção pela extração do leite, devem ser observadas as orientações disponíveis neste documento;
    5. Seguir rigorosamente as recomendações para limpeza das bombas de extração de leite após cada uso;
    6. Deve-se considerar a possibilidade de solicitar a ajuda de alguém que esteja saudável para oferecer o leite materno em copinho, xícara ou colher ao bebê;
    7. É necessário que a pessoa que vá oferecer ao bebê aprenda a fazer isso com a ajuda de um profissional de saúde.”

 

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