Bruno Garcia com Sitar. Foto: Joelson Cardoso
O instrumentista e compositor mineiro Bruno Garcia realizará uma apresentação musical e didática nesta quinta-feira, 16 de abril, às 19h, na Igrejinha da UFSC. No concerto, o artista traz composições próprias de músicas tocadas com sitar, um instrumento musical de origem indiana, além de apresentações ao lado do pianista Sylvain Fournier e da flautista Miriam Moritz. Um número solo da Orquestra de Câmara da UFSC, promotora do evento, encerra o concerto.
Entre uma música e outra, Bruno conta um pouco de sua experiência de vida, apresenta seu instrumento sitar e fala da cultura e música da Índia.
Bruno Garcia
Nascido em Belo Horizonte (MG), Bruno Garcia teve seus primeiros contatos com a música aos 14 anos, quando começou a tocar baixo elétrico; alguns anos depois, entrou para a Orquestra Jovem SESI Minas, em que tocou baixo acústico; depois, criou o duo Ecplipse, ao lado do violonista Rafael Guerra, e cursou Música e Produção Sonora na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Bruno Garcia conheceu o sitar ao assistir a uma apresentação de Ravi Shankar pela televisão, ficando encantado pelo instrumento musical indiano, com o qual um dia foi presenteado por uma amiga que esteve na Índia. A partir daí, iniciou seus estudos e aprendeu a tocá-lo de forma autodidata. Passou boa parte de 2011 viajando pela Europa, tocando sitar e se apresentando como artista de rua. No início de 2012, foi para a Índia estudar a música hindu com o mestre Debashish Sanial. Em Belo Horizonte, fez parte da orquestra Raga, um projeto de música indiana de Helder Araújo, artista que pesquisa e trabalha a música clássica indiana no Brasil. Fez sua primeira apresentação solo no evento “Noite Branca”, realizado no Parque Municipal da capital mineira em 2013.
Bruno Garcia vive há aproximadamente dois anos em Florianópolis, onde criou o Mosaiko Fluído, um projeto musical itinerante a bordo do veleiro Goihá, que pretende reunir diferentes músicos em diferentes locais na busca de uma nova linguagem.
O sitar
O sitar é um instrumento de corda usado principalmente na música clássica hindu. Ele é da família do alaúde e é um símbolo da música na Índia. Sua particularidade é que ele apresenta um grande número de cordas, em geral dezoito, sendo que elas são subdivididas em três categorias: as cordas de execução, as de bordão ou pontuação, e as simpáticas. Bruno Garcia toca um sitar estilo Ravi Shankar de 19 cordas.
O instrumento tem origem na Pérsia, lugar do qual migrou através das invasões culturais que se deram na Índia. Acredita-se que o sitar tenha sido desenvolvido por Amir Kushrou, sendo derivado do instrumento indiano veena com o persa setar, que significa “três cordas”. O indiano gostou tanto do instrumento que, além das suas três cordas de origem, acrescentou outras quinze.
Usado em todo o subcontinente indiano, especialmente no norte, o sitar tornou-se conhecido no mundo ocidental por meio do trabalho de Ravi Shankar no final dos anos 1950, especialmente após o músico George Harrison (Beatles) ter aulas com Shankar e Das Shambhu, utilizando esse instrumento em canções como ” Norwegian Wood (This bird has flown)”.
Orquestra de Câmara da UFSC
Criada em 2009, a Orquestra de Câmara da UFSC têm por objetivo fomentar e difundir a música vocal e instrumental, proporcionando aos músicos em potencial, que fazem parte dos cursos de graduação da UFSC, um espaço para desenvolverem seus potenciais artístico-musicais. O projeto também visa divulgar a música erudita e popular, por meio de apresentações, e, com isso, incentivar a formação e a cultura locais. Essa atividade permanente é coordenada pela regente Miriam Moritz e faz parte do Departamento Artístico-Cultural (DAC) da Secretaria de Cultura (SeCult) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Serviço:
O quê: Concerto Didático de Sitar, com o instrumentista e compositor Bruno Garcia, e apresentação da Orquestra de Câmara da UFSC.
Quando: quinta-feira, 16 de abril de 2015, às 19h.
Onde: Igrejinha da UFSC, praça Santos Dumont, bairro Trindade, Florianópolis (SC).
Quanto: gratuito e aberto à comunidade.
Visite www.dac.ufsc.br
Joelson Cardoso/Estagiário de Jornalismo/DAC/SeCULT/UFSC