Equipe do Ministério em visita a UFSC Araranguá
Uma parceria entre o Laboratório de Experimentação Remota da UFSC (RExLab) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) vai oferecer cursos gratuitos, inéditos e com metodologia inovadora para professores de Educação Básica de todo o país. As atividades, que começam em fevereiro e terão vagas distribuídas por todas as regiões do país, ocorrem a partir de ferramentas da chamada cultura maker – a cultura do aprender fazendo e do faça você mesmo. As inscrições serão lançadas em novembro, mas os interessados já podem preencher um formulário.
Serão três turmas com foco em práticas inovadoras de materiais educacionais de robótica na Educação Básica, na criação de materiais educacionais para Educação Básica do futuro e na aplicação de robótica na Educação Básica. O projeto será lançado em Brasília, junto à programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em um evento marcado para o dia 28.
De acordo com o professor Juarez Bento da Silva, coordenador geral do RExLab, as atividades começam em fevereiro, mesma época em que os professores da educação básica realizam cursos de formação. A iniciativa para a realização partiu do próprio MCTI, que procurou o laboratório após um projeto bem sucedido de gestão e disponibilização de laboratórios remotos.
A proposta é trabalhar com um modelo criado e testado pelo RExLab, baseado no projeto de integração de tecnologia na educação – o Programa IntecEdu. Essa experiência, realizada a partir de pesquisas aplicadas, permite que o grupo atue com metodologias que já tiveram resultados positivos e que são implementadas há quase 15 anos. “Desde 2008 nós coletamos e organizamos dados sobre estratégias que podem ser aplicadas nas tecnologias de educação”, explica Silva.
Os cursos lançados são inéditos e foram planejados a partir da parceria. Segundo o professor, a ideia é que o curso de práticas inovadoras de materiais educacionais de robótica, com disponibilidade de 500 vagas, faça uma pré-seleção para as outras duas atividades, que terão uma capacidade de público menor.
As aulas ocorrem de forma online, mas com atividades síncronas. Com a perspectiva maker, os professores elaboram projetos, recebem, em casa, kits com materiais, desenvolvem seus produtos, trabalham com as ferramentas em sala de aula e enviam para o RExLab um relato sobre o processo e a prática pedagógica. A ideia é que os 20 melhores relatos sejam publicados como ebooks, para inspirarem outros professores.
O professor reforça que, mesmo sendo inéditos, os cursos já têm algumas de suas técnicas e ferramentas testadas em escolas da região Sul, no formato piloto. “Como a ideia é que os professores desenvolvam seus materiais, nós já estamos testando os kits para avaliar”, comenta. A ideia dos cursos também é trabalhar com foco no professor, entendendo que é ele quem vai difundir a cultura nas unidades de ensino onde atuar. Mais informações podem ser obtidas no site https://rexlab.ufsc.br/
Prêmio Internacional
O RExLab, localizado no campus da UFSC de Araranguá, existe desde 1997 e se destaca por oferecer produtos de tecnologia baseados em softwares livre e disponibilizados de forma totalmente aberta. Somente o Relle – plataforma aberta para gestão e disponibilização de laboratórios remotos – atendeu, em dois anos, cerca de 60 mil usuários em 159 países.
A proposta de framework para integração tecnologias digitais na Educação Básica, inspirada na cultura maker, tem como um dos objetivos capacitar os docentes para a integração de
tecnologia em seus planos de aulas e para fomentar iniciativas e exemplos que estimulem as vocações científico-tecnológicas de seus alunos. “A ideia é fazer com que possam trabalhar com um projeto de educação e tecnologia completos”, pontua Silva.
As iniciativas do laboratório foram recentemente reconhecidas em um dos prêmios mais importantes no campo da educação, em nível mundial. O Projeto Integração de Tecnologia na Educação foi premiado na 4ª edição dos EnlightED Awards. O laboratório ficou em primeiro lugar na categoria “Formação corporativa, educação para toda a vida, upskilling e formação permanente formal e não formal”.
Ilustração de destaque: Chen por Pixabay