
Greicy Vedana
Estudante de Nutrição, 5ª Fase
Mãe do Antonio (7 anos) e José Vicente (nascido em 17 de julho)
O Antonio, meu primeiro filho, amamentou até a idade de 1 ano e 3 meses. Me preparei desde o início, porque eu descobri que tinha o bico do seio invertido. E minha mãe me amamentou muito pouco, ela sempre deu a entender que era muito difícil. Eu mamei por 15 dias só, então eu sempre coloquei para mim uma questão de honra, que eu ia conseguir, apesar de toda a dificuldade. Então comecei a usar concha de silicone no seio desde o terceiro mês de gravidez; usava direto, sempre focando nisso, que eu ia amamentar mais que os seis meses que o Ministério da Saúde coloca como essenciais.
Depois que ele nasceu, meu leite demorou a descer, porque foi uma cesárea. O bom é que lá no hospital eles não tentaram introduzir o leite artificial, e eu nem deixaria.
Eu tive duas mastites, e a recomendação era continuar amamentando, mesmo com o seio dolorido. Hoje se fala muito em amamentação em livre demanda, mas há sete anos não era tanto assim. Então foi no instinto. Ele mamava muito de madrugada, não tinha horário. Uma vez fiquei com ele na cadeira de balanço por uma hora mamando direto, ele tinha uns cinco ou seis meses. Claro que aí já não é mais pelo leite, era o aconchego que ele queria!
Eu curti muito, parei tudo o que estava fazendo para estar com ele, então pude me dedicar ao projeto de amamentar e superar os mitos de leite fraco, pega difícil, as dificuldades da primeira semana. Com seis meses, comecei a introduzir alimentos sólidos, mas também continuou amamentando. E aí, depois de um tempo ele começou a perder interesse, e foi muito bom, porque foi uma coisa mútua, nós dois ao mesmo tempo. O desmame não foi sofrido. Ele perdeu interesse, começou a me morder. Fomos diminuindo, deixava só a mamada da noite, na hora de dormir. Ele não sofreu, e eu não sofri. Foi o tempo que tinha que ser.
Eu queria que essa lembrança de amamentar ficasse pra sempre, sabe? Queria que os filhos pudessem se lembrar. O jeito com que o bebê olha a gente, fica mexendo a mãozinha. É um sentimento tão bom, é o ápice do amor, algo que só a gente pode fazer.
José Vicente veio no domingo, dia 17 de julho, na Maternidade do HU. Depois que passou aquele tremor da anestesia, ele veio ficar comigo e já começou a mamar. Pegou super bem o peito, até mais rápido que o Antonio. Já se passou uma semana, e está sendo muito bom! Claro, algumas fissurinhas no mamilo, mas nada de mais sério.
A amamentação está sempre em livre demanda, e ele costuma ficar pelo menos uns 30, 40 minutos mamando. Os intervalos entre as mamadas variam, mas é mais ou menos uma hora entre cada mamada. Ele é mais tranquilo que o Antonio era. Está sendo muito bom passar por isso, reviver esses momentos iniciais de vida do bebê. Já dá para ver que ele engordou as bochechinhas!
Depois de curtir a gravidez, a barriga, o outro momento muito curtido é a amamentação, essa conexão forte entre a mãe e o bebê.
Eu tenho bastante, bastante leite! Eu acho que vou conseguir amamentar o José Vicente por bastante tempo, como foi com o Antonio. Ele também dorme mais que o irmão mais velho dormia, mesmo mamando durante a madrugada. Ele é uma paixão, muito fofinho!
O puerpério é difícil. Hoje, por exemplo, nem consegui tirar o pijama; tem dias que a coisa é mais intensa! Eu acho importante dizer também que, como eu já li em vários livros e também pela experiência anterior, eu tento manter a mente mais tranquila para o momento de amamentar. A gente sabe que a amamentação é uma conexão: o que a mãe sente, o bebê sente. Eu fiquei bem preocupada com os pontos da cesárea, com medo de ter inflamado. Fiquei tensa, nervosa nos primeiros dias por conta disso. A minha recuperação foi melhor, consegui ficar em pé mais cedo, o inchaço se reduziu. Eu fui aos poucos tentando me acalmar.
Estou tendo muito apoio do meu marido, Jordani; meu filho Antonio; minha sogra e da minha mãe, que ficou aqui os primeiros dias. Isso reforça muito como é importante nesse momento ter uma rede que te apoie e te sustente. É muito difícil para uma pessoa como eu, ativa, que faço tudo o tempo inteiro, ter que ficar parada, ter que cuidar dos movimentos, precisar de ajuda para sentar, levantar. Só ficar ali parada amamentando e as coisas acontecendo em volta, e a gente não pode fazer muita coisa. Mas eu estou conseguindo parar, pensar e curtir o momento.
Fotos: Airton Jordani / Agecom / UFSC