Sala de Apoio à Amamentação da UFSC recebe certificação do Ministério da Saúde
A Sala do Serviço de Apoio à Amamentação (SAAM) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) recebeu a placa de certificação do projeto Mulher Trabalhadora que Amamenta pelo Ministério da Saúde (MS) na última quinta-feira, 5 de setembro. A solenidade ocorreu às 9h, na SAAM e, na sequência, a equipe da Secretaria de Estado da Saúde foi recebida no Gabinete da Reitoria, pelo reitor Irineu Manoel de Souza e vice-reitora Joana Célia dos Passos.
As Salas de Apoio à Amamentação são espaços onde a lactante, com privacidade e segurança, pode retirar e armazenar seu leite em frascos previamente esterilizados para, em outro momento, oferecê-lo ao seu bebê. Esse leite é mantido em um freezer a uma temperatura controlada até o fim do dia, com uma etiqueta identificando o vidro com o nome da nutriz, a data e a hora da coleta.
Além do uso da sala para amamentação e extração de leite, a equipe de enfermagem realiza atendimentos individuais presenciais e remotos, por e-mail ou telefone/WhatsApp. A SAAM também promove eventos como cursos de formação através do Núcleo de Estudos Avançados em Amamentação, palestras para gestantes e lactantes através do Grupo de Apoio à Amamentação (GAAM) e o CineMãe, uma sessão de cinema voltada para mães acompanhadas de bebês com até 12 meses.
A SAAM é promovida pela UFSC, através da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Equidade (Proafe). A chefe de serviço da SAAM, Bianca Ramos, explica que o objetivo é oferecer apoio e suporte “para que a lactante trabalhadora e/ou estudante possa manter o aleitamento mesmo no retorno das suas atividades, além de promover ações que visam mobilizar e sensibilizar a comunidade acadêmica quanto à importância da amamentação.”
Bianca explicou que a ideia da criação de um espaço assim na UFSC é antiga, mas a iniciativa foi da professora e enfermeira Francis Solange Vieira Tourinho. Em 2018, ela conseguiu servidoras para compor a equipe de enfermagem, que iniciaram a busca por local e compra do mobiliário e equipamentos necessários. No dia 24 de dezembro desse ano, a reitora em exercício, Alacoque Lorenzini Erdmann, assinou a portaria que criou o Serviço de Apoio à Amamentação.
A inauguração do espaço físico, localizada em prédio anexo a Reitoria I (antiga Central de Carreiras) no Campus Trindade da UFSC, ocorreu em agosto de 2019. Durante a pandemia, o atendimento migrou para o remoto e passou-se a atender lactantes brasileiras e falantes da língua portuguesa por todo o mundo. No retorno ao trabalho presencial, os atendimentos online continuaram. O setor vem se consolidando ao longo dos anos, sendo o pioneiro e o único no país que trabalha exclusivamente as demandas de amamentação e volta ao trabalho ou estudo.
Após a sala ter todos os pré-requisitos atendidos, o pedido de certificação foi encaminhado ao Ministério da Saúde via Secretaria de Estado da Saúde. A referência na Secretaria de Estado da Saúde (SES-SC) foi a enfermeira Luciane Mendes e, no MS, a nutricionista Priscila Odin. A visita à Sala do Serviço de Apoio à Amamentação ocorreu em maio de 2024, pela enfermeira Raquel Lehmkuhl Steinbach da Prefeitura de Florianópolis (PMF), tutora da Mulher trabalhadora que amamenta (MTA) do MS.
Para a coordenadora de Diversidade Sexual e Enfrentamento da Violência de Gênero (CDGEN) Carolina Seidel, a certificação reafirma o compromisso da SAAM com a promoção de um ambiente universitário mais inclusivo e acolhedor, onde os direitos das trabalhadoras e estudantes que amamentam são respeitados e garantidos. “A certificação evidencia o esforço contínuo do setor em garantir a equidade de gênero e o enfrentamento das violências, promovendo políticas que cuidam e protegem todas as mulheres”, diz Carolina.
A professora Marilise Luiza Martins dos Reis Sayão, diretora da Proafe, também comemora o fato: “É um legado para uma universidade, e uma conquista importante de uma equipe que se dedica há muito tempo à amamentação como um direito e representa o compromisso da Instituição com a valorização e o acolhimento das mulheres lactantes que fazem parte dessa comunidade universitária.”