UFSC na Mídia: prêmio para ciência contempla pesquisas catarinenses
As pesquisadoras Manuella Pinto Kaster e Patricia de Souza Brocardo, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ficaram entre as sete vencedoras da etapa brasileira do concurso da 9ª edição do Prêmio For Women in Science (Para Mulheres na Ciência). O prêmio oferece bolas de US$ 20 mil a projetos desenvolvidos por mulheres e é promovido pela L’Oréal, Unesco e Academia Brasileira de Ciências (ABC).
O projeto de Kaster examina como a avaliação de parâmetros bioquímicos pode facilitar o diagnóstico de transtornos psiquiátricos, que hoje são realizados com base apenas na observação de sintomas. Inicialmente, a pesquisa é feita em cerca de 200 pacientes com depressão atendidos no Ambulatório de Psiquiatria do Hospital Universitário da UFSC. O prazo previsto de conclusão é de dois anos. Kaster faz parte do Departamento de Bioquímica.
Brocardo é do Departamento de Ciências Morfológicas. Ela estuda a capacidade de reação e adaptação do cérebro diante de desafios. A pesquisa baseia-se na descoberta da neurogênese, processo de nascimento de novos neurônios em adultos. A atividade física é uma das intervenções utilizadas para estimular a neurogênese no hipocampo, região do cérebro relacionada a memória, emoções, comportamentos sociais e navegação espacial.
Duas pesquisadoras catarinenses ganharam destaque nacional na 9a edição do Prêmio For Women in Science (Para Mulheres na Ciência). Manuella Pinto Kaster e Patricia de Souza Brocardo, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ficaram entre as sete vencedoras da etapa brasileira do concurso.
Promovido pela L’Oréal, Unesco e Academia Brasileira de Ciências (ABC), o prêmio dá bolsa de US$ 20 mil para projetos desenvolvidos por mulheres.
— O prêmio é importante tanto financeiramente, porque são projetos muito caros, e para dar visibilidade e reconhecimento para a pesquisa — diz Manuella, 31 anos, que nasceu em Florianópolis.
A pesquisadora é formada em Biologia pela UFSC e depois se dedicou a estudar neurociências. O curso de pós-doutorado na área foi concluído no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. Atualmente, ela é professora do departamento de Bioquímica da UFSC e pretende iniciar a pesquisa para aprimorar o diagnóstico de depressão.
— Hoje a doença não é identificada com base biológica, genética ou neuroquímica. E isso faz com que a depressão seja muito mal diagnosticada, não por culpa dos profissionais, mas dos instrumentos — afirma a pesquisadora.
A professora do departamento de Ciências Morfológicas da UFSC Patricia de Souza Brocardo, 38 anos, é formada em fisioterapia e chegou a ter uma clínica na área. Mas acabou levando a carreira em outra direção:
— A academia acabou me conquistando quando fiz o mestrado em neurociências — diz Patricia, que nasceu em Curitibanos.
As pesquisas não pararam até um pós-doutorado no Canadá. Neste período, pesquisou os impactos do álcool durante a gestação nos neurônios em desenvolvimento, tema que deve ser aprofundado nesta nova pesquisa, que deve analisar os benefícios da atividade física diante dos impactos.
Desde 2006, o Prêmio For Women in Science distribuiu mais de US$ 1 milhão em bolsas-auxílio e sete representantes catarinenses foram premiadas. Simone Nogueira, diretora de comunicação corporativa da L’Oréal Brasil, reforça que o concurso é fundamental para promover o desenvolvimento de jovens cientistas que, em alguns casos, acabam desistindo por falta de incentivo.
Conheça o trabalho das catarineneses
Manuella Pinto Kaster
Pesquisa: A avaliação de parâmetros bioquímicos pode facilitar o diagnóstico de uma série de doenças. Nos transtornos psiquiátricos, como a depressão, o diagnóstico é feito apenas com base na observação dos sintomas relatados pelos pacientes e muito pouco se sabe sobre as causas biológicas da doença. A pesquisa irá verificar, por exemplo, níveis de alguns hormônios ligados ao estresse e outros alterações bioquímicas periféricas em pacientes com depressão, o que poderá auxiliar no diagnósticos e tratamento da doença. Pesquisa deve levar dois anos para ser concluída e deve ser realizada inicialmente em cerca de 200 pacientes com depressão atendidos no Ambulatório de Psiquiatria do Hospital Universitário da UFSC.
Patricia de Souza Brocardo
Pesquisa: Tema central da pesquisa é a neuroplasticidade. Ou seja como o cérebro reage e se adapta perante desafios. O objetivo geral do projeto é estudar os efeitos benéficos da atividade física em neurônios expostos durante a gestação aos efeitos nocivos do etanol em roedores. O consumo de álcool durante a gestação causa danos no desenvolvimento da criança e pode ocasionar alterações anatômicas, anormalidades cognitivas e comportamentais. Desde a descoberta de que novos neurônios nascem (neurogênese) em cérebros de adultos cada vez mais cientistas buscam intervenções que possam estimular o nascimento destas novas células. A atividade física é uma das intervenções que tem sido usadas com sucesso para estimular a neurogênese hipocampal