
Cena de "Desterro", de Eduardo Paredes
A programação especial dessa sexta-feira traz várias produções que mostram a natureza, a história e a vida contemporânea da capital catarinense. A estreia é “Desterro”, de Eduardo Paredes. O filme, de 18 minutos, lembra o episódio de 1894, após o sufocamento da revolução federalista no Sul do País, contra o presidente Floriano Peixoto. Ele então inicia um processo violente de repressão contra os revoltosos e a população de Desterro, nome que batizava a cidade na época, é aterrorizada pelos fuzilamentos na Fortaleza de Anhatomirim, que incluem diversas personalidades conhecidas e destacadas.O filme ganhou o prêmio de melhor fotografia em curta-metragem no Festival de Gramado, em 1992. Vai ao ar as 23h, com reprises às 22h de sábado e à meia-noite de domingo para segunda-feira.
Anhatomirim é uma das fortificações mostradas no documentário “Fortalezas da Ilha de Santa Catarina”, de Tatiana Kviatkoski. O documentário conta a história das construções do Sistema de defesa da Ilha de Santa Catarina no século XVIII, com os conflitos entre Espanha e Portugal como motivação e pano de fundo. O destaque são as construções projetadas pelo Brigadeiro José da Silva Paes: Santa Cruz, na ilha de Anhatomirim, São José da Ponta Grossa, na Ilha de Santa Catarina, Santo Antonio, na ilha de Ratones Grande, e Nossa Senhora da Conceição, na Ilha de Araçatuba. Além do processo histórico, também é mostrada a recuperação, pela UFSC, deste patrimônio histórico e a reabertura para visitação pela comunidade. Ao meio-dia.
Próxima à Ilha de Anhatomirim e à de Santa Catarina, fica a Enseada dos Currais, região do litoral conhecida como Baía dos Golfinhos. É esse o nome do documentário de GUstavo Cabral Vaz apresentado como TCC do Curso de Jornalismo em 1998.Hoje o local é um dos mais procurados no roteiro de escunas que levam turistas na expectativa de observar os mamíferos marinhos. Exibição às 10h.
A descoberta, em 2003, de filmes do final da década de 1930 e início da de 1940, que estavam no porão da casa que pertenceu por anos a Carl Hoepcke, na esquina das ruas Bocaiúva e Trompowsky, mostra a Florianópolis daquela época. Revela também a primeira cineasta catarinense, Edla von Wangenheim.
“Volta à Ilha em 16mm”, de Luiz Tasso Neto, que vai ao ar às 22h, utiliza essas imagens e informações históricas para revisitar esse período da história catarinense.
Os registros de Edla são parte importante de três outras produções: “Bocaiúva 42” será exibido às 22h30min. No Centro de Florianópolis, no endereço que dá nome ao fime, morava no século passado a família dela, das mais bem-relacionadas entre a cidade. O imóvel, que ficou conhecido como Casa do Barão (referência ao marido dela, o Barão Dietrich von Wangenheim), hoje faz parte de um centro comercial e ainda é ponto de referência. O documentário de 2006, produzido por Rafael Alves e Vivian Beltrame Awad como trabalho de conclusão do Curso de Jornalismo, recupera imagens feitas entre as décadas de 1920 e 1940 pela família von Wangenheim e histórias do cotidiano da Capital, especialmente entre os descendentes de alemães, incluindo as dificuldades vividas no período da Segunda Guerra Mundial.
As imagens da pesca da baleia, também captadas por ela, fazem parte de “Armações”, Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo de Rafael Carvalho e Dilson Branco, que mostram as vilas e povos que se dedicaram à caça da baleia no litoral catarinense. Além de contar as histórias da atividade e sua importância para a economia local, eles tiveram oportunidade de produzir o óleo da baleia e constatar o benefício de sua utilização nas construções da época. O horário de exibição é 16h.
Às 23h30min, o documentário “Carl Hoepcke”, de Daiane Cristina Fagundes relembra o imigrante alemão que se tornou figura decisiva na industrialização da cidade que ainda se chamava Desterro quando ele chegou aqui, aos 22 anos, e onde morou até sua morte, em 1924. Parentes, pesquisadores e historiadores lembram como era a capital catarinense que ele encontrou no final do século XIX, após passar três anos na Colônia Blumenau e sua trajetória de empreendedor no comércio, indústria, navegação, até chegar a cônsul alemão e dono de um dos maiores conglomerados empresariais do Sul do Brasil.
O poeta Cruz e Sousa, catarinense reconhecido como maior simbolista do Brasil, foi assunto do UFSC Entrevista especial durante as comemorações dos 150 anos de seu nascimento, em novembro de 2011, com a escritora Eglê Malheiros e o cineasta Sylvio Back. Além de ensaios e críticas a respeito de Cruz e Sousa, Eglê escreveu também a peça “Vozes Veladas”, em torno da biografia trágica do poeta. Encenada em 1996 pelo grupo Pesquisa Teatro Novo e dirigida por Carmem Fossari, conquistou naquele ano o prêmio de Melhor Espetáculo, concedido pela União Brasileira de Escritores. Back é autor do longa-metragem “Cruz e Sousa – O Poeta do Desterro”, de 1998. A exibição da entrevista é às 18h.
“Peladas da Ilha” é uma grande reportagem em vídeo, de Virgínia Melo Cardoso e Robson Martins, sobre o mundo da partidas de futebol informais em Florianópolis, com destaque para o comportamento masculino e a paixão nacional pelo esporte. O trabalho mostra essa prática única que é a pelada, onde independentemente da classe social, todos dividem a mesma identidade. São abordados, sempre de forma divertida, os diversos tipos de peladas entre pessoas de idades, profissões e situações econômicas diferentes. Vai ao ar às 20h.
O documentário “Alma Negra” foi produzido por Joice Balboa, Iuri Barcellos e Mariana Della Justina, com orientação de Antonio Brasil, para a disciplina de Grande Reportagem em Vídeo do curso de Jornalismo da UFSC em 2011. Conta o encontro entre a dança e a vida de Maria Aparecida Gonzaga, a Xuxu. Desde pequena sempre gostou de dançar, mas foi com a dança de rua e o hip-hop que ela ingressou no mundo artístico. Em 1989, Xuxu montou o projeto Dança Educação Arte e Cidadania no Instituto Estadual de Educação e logo as aulas práticas e teóricas motivaram a criação da Companhia de Dança Alma Negra. Hoje, aos 50 anos, dá aulas para pequenos grupos em casa, e ainda trabalha em uma coreografia para a Cia de Dança Alma Negra.
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Por Fabio Bianchini – TV UFSC <fabio.tv.ufsc@gmail.com>