Um pesquisador impulsionado por um ‘descontentamento persistente’

15/09/2015 14:19

Marcelo Farina, pesquisador do Departamento de Bioquímica do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e novo membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências (ABC), é motivado por “um certo descontentamento persistente”. “O que seria isso?” – ­­ele explica­ – “É estar sempre querendo algo a mais, estar sempre buscando melhorar e realizar mais. Minha busca nunca foi no sentido de almejar este ou aquele posto. Eu prefiro estar focado em aprimorar o meu dia a dia, a minha pesquisa, a formação dos meus alunos.” A diplomação na ABC é uma conquista decorrente de sua atuação como pesquisador; por isso, a notícia foi recebida com alegria. “Quando chegou o e-mail do presidente da Academia Brasileira de Ciências dizendo ‘parabéns’, fiquei muito feliz, não tem como descrever de outra forma. Um reconhecimento é sempre uma motivação.”

© Pipo Quint / Agecom / UFSC

Marcelo Farina em seu laboratório. Foto: Jair Quint/Agecom/DGC/UFSC.

Diferentemente da categoria de membro titular, a de membro afiliado é destinada a pesquisadores jovens, de até 40 anos, que usufruem o direito de participar nas atividades da Academia por um período de cinco anos. Antes de Marcelo, apenas um professor da UFSC havia sido diplomado como membro afiliado: André Luiz Barbosa Báfica, do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia. O pesquisador Juliano Ferreira, do Departamento de Farmacologia, é membro afiliado desde 2012, quando ainda era professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Para o período 2015-2019, foram escolhidos cinco pesquisadores da Regional Sul, dos quais quatro são da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Marcelo, da UFSC.

A escolha de novos afiliados ocorre em duas etapas: na primeira, um membro titular indica o pesquisador; na segunda, todos os titulares votam para eleger dentre os indicados. A escolha é feita em função da trajetória acadêmica: anos dedicados à pesquisa, principais conquistas do ponto de vista científico. Marcelo foi indicado por João Batista Teixeira da Rocha, da UFSM, seu orientador de mestrado e doutorado. “Esse pesquisador já orientou dezenas de doutores. Ele se tornou membro titular em 2014. O fato de sua primeira indicação ser alguém que não é da sua universidade me causa bastante alegria.”

Marcelo tem 39 anos e considera importante a participação das novas gerações de pesquisadores na ABC. “Um membro titular geralmente se baseia no que vivenciou há algumas décadas. Os jovens trazem o diferencial de terem uma experiência mais recente de aspectos importantes relacionados à ciência no Brasil. Por isso podemos trocar experiências e ideias de como podemos avançar em termos de política, ciência e tecnologia. Eu pretendo contribuir justamente dessa forma, a partir da minha experiência pessoal como pesquisador jovem.” A atuação política da entidade é algo que lhe motiva como novo membro. “É uma grande oportunidade poder participar das reuniões da Academia. A ABC é muito atuante politicamente, é uma instituição que luta em prol da ciência brasileira.”

 

A ciência

Em sua pesquisa, Marcelo busca averiguar de que forma compostos tóxicos presentes na natureza afetam a saúde humana. “Hoje em dia estamos mais suscetíveis à exposição de agentes tóxicos: medicamentos; pesticidas; produtos derivados da atividade industrial, como metais pesados, solventes etc. Tudo isso é lançado na natureza a partir da atividade humana. Eu investigo de que forma alguns desses componentes, que antes eram inexistentes ou existentes em menor quantidade, atuam no organismo.” Em seus experimentos, o pesquisador tenta compreender até que níveis o ser humano pode estar exposto a essas substâncias sem correr risco de sofrer seus efeitos nocivos. “Muitas doenças – como Alzheimer, Parkinson, diabetes, câncer – têm causas que ainda não são totalmente compreendidas. Por isso é importante definir os limites aceitáveis de exposição a esses compostos e, a partir disso, desenvolver uma base científica para implementar políticas ambientais. Por que se diz que o nível aceitável de chumbo no sangue é ‘tanto’? Porque se sabe que, até esse nível, em princípio, ele não prejudica a saúde.”

Caso se comprove que determinado componente possa desenvolver uma doença, a tendência seria, primeiramente, banir ou minimizar ao máximo sua presença na natureza. Marcelo explica que sua pesquisa busca, em uma segunda etapa, desenvolver estratégias que funcionem como antídoto. “Ou seja: se você se expõe agudamente a um agente tóxico, existe alguma forma de bloquear essa toxicidade? Após o indivíduo ter sido exposto e já estar apresentando sintomas crônicos que não são revertidos a curto prazo, é possível atuar farmacologicamente para minimizar esse estado?”

Entre os muitos compostos tóxicos que poderiam ser analisados, Marcelo decidiu estudar a atuação de metais e pesticidas. “O Brasil é um grande e talvez o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Alguns agentes que já foram banidos em alguns países ainda são utilizados aqui.” A pertinência desse tipo de investigação se deve ao fato de não haver, hoje, uma legislação que regulamente o uso de muitas dessas substâncias. O pesquisador se sente motivado, fundamentalmente, pela possibilidade de “fazer a diferença” e de melhorar a vida do ser humano. “Seria uma realização enorme se algumas das moléculas que estou investigando como potencial agente terapêutico para essas condições viessem a se tornar um medicamento, trazendo benefícios para a população. Eu sei que para isso existem várias etapas, e eu estou numa fase muito inicial. Mas estou tentando dar um passo significativo em termos científicos na minha área, adquirindo resultados que possam ser realmente benéficos à sociedade – imaginar isso até me emociona.”

 

Trajetória acadêmica

O caminho que o levou à Bioquímica começou quando partiu de sua cidade natal, Erechim (RS), para cursar, na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a graduação em Farmácia. Essa não foi, entretanto, uma escolha premeditada. “Há pessoas que dizem ‘desde pequeno eu queria ser farmacêutico’. Não é o meu caso. Quando chegou o momento de fazer vestibular, fiz um teste vocacional, que apontou para as ciências da vida. Decidi fazer Farmácia, pois gostava de Química. Na época foi o primeiro curso que me passou pela cabeça. Eu não tinha um sentimento genuíno de ‘ah, eu quero ser isso!’. Se o teste vocacional dissesse ‘você deve ser músico’, talvez eu me tornasse músico. Eu inclusive gosto de tocar bateria.”

Mas o teste vocacional provavelmente estava certo. Já durante a graduação, Marcelo se identificou com a Farmacologia e a Bioquímica – área em que fez Iniciação Científica. Posteriormente, no mestrado, o pesquisador diz ter sido influenciado por seu orientador. “O professor João Batista trabalha, principalmente, a toxicologia de compostos metálicos; então, eu comecei a me interessar por isso. No mestrado, eu me voltei para o efeito das substâncias no organismo como um todo; no doutorado, optei focar o sistema nervoso central e as doenças neurodegenerativas.” Marcelo considera que ainda existe muito a ser descoberto nessa área, mas as lacunas de conhecimento são, para ele, uma característica de todo campo do saber. “O ser humano sabe muito pouco de si próprio e do Universo, por isso acho muito importante a continuidade da ciência, a busca do conhecimento científico, daquilo que não se compreende.”

O ingresso no mestrado foi, para ele, o momento decisivo de sua trajetória profissional. Após concluir a graduação, voltou a Erechim para trabalhar em um hospital. “Depois de seis meses em um laboratório de Análises Químicas, percebi que aquilo não me motivava tanto, era muito monótono.” Nessa época, soube que a Capes havia recém-aprovado o mestrado em Bioquímica da UFSM, e que, em alguns meses, haveria a seleção para a primeira turma. “Fui da primeira turma do mestrado em Bioquímica da UFSM.” Aos 22 anos, Marcelo retornou àquela universidade e integrou a equipe de pesquisadores do laboratório de Bioquímica. “Quando saí daquele ambiente hospitalar e voltei ao acadêmico, tudo parecia mais lindo, mais espontâneo, mais alegre, mais criativo. Eu me senti feliz cursando mestrado e atuando em um laboratório de pesquisa. Isso me motivou muito; eu me vi fazendo aquilo pelo resto da vida.”

Marcelo cursou o doutorado na mesma área, mas na UFRGS, em Porto Alegre. Assim que o concluiu, em 2003, foi aprovado em concurso para professor efetivo do Departamento de Análises Clínicas e Toxológicas da UFSM. Dessa vez sua passagem por Santa Maria durou apenas seis meses: nesse período, ele também foi selecionado em concurso para professor da UFSC e optou mudar-se para Florianópolis pela característica que lhe é intrínseca: o “descontentamento persistente”. “Busquei um pouco de independência científica.”

Na UFSC, Marcelo teve o desafio de “começar do zero”: conquistar desde um espaço físico para seus experimentos, passando pela compra da primeira geladeira para seu laboratório, até a criação do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica da Universidade. “O fato de me sentir mais independente me motivava muito. Embora eu atue numa linha muito próxima da em que eu atuava na UFSM, aqui tive a oportunidade de construir algo. Eu entrei na UFSC em 2004, e, em 2008, conseguimos criar o Programa de Pós-Graduação em Bioquímica, com mestrado e doutorado. Posso dizer que houve uma contribuição significativa de minha parte: fui o presidente da comissão de implantação do curso. Mas é claro que isso foi possível por já haver aqui uma equipe competente.” O professor se sente feliz por fazer parte da Universidade. “Eu considero a UFSC uma universidade respeitável, muito ativa e importantíssima para Santa Catarina. Para mim é um orgulho ser professor da UFSC.”

Atualmente, Marcelo orienta dois alunos de Iniciação Científica, três mestrandos, quatro doutorandos e dois pós-doutorandos. O ensino é, para ele, parte muito importante de sua atuação como acadêmico. “Gostaria de contribuir para a formação de novos cientistas, que talvez venham a gerar conhecimentos importantes para a sociedade.” O pesquisador reafirma que se sente feliz como membro da ABC, mas que o mais importante é ser cada vez melhor no que faz. “Mais do que fazer mais, quero fazê-lo benfeito. O lançamento de um novo medicamento não ocorre se nós, como pesquisadores, não fizermos um excelente trabalho.”

Daniela Caniçali/Jornalista da Agecom/DGC/UFSC
daniela.canicali@ufsc.br

Revisão: Claudio Borrelli/Revisor de Textos da Agecom/DGC/UFSC

 

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Obra para construção de novos blocos do CCB deve ser concluída em 2016

27/08/2015 18:19

O Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), localizado no Campus Trindade, em Florianópolis, receberá os novos blocos E, F e G – dois com oito pavimentos e um com cinco – e uma subestação de 3.500 kVA. A previsão é de que os serviços sejam finalizados em dezembro do próximo ano.

Orçada em mais de R$ 40 milhões e com uma área de 13.080,70 m², a obra conta com uma equipe de fiscalização reforçada, composta de dois fiscais com formação em Engenharia Civil e um eletricista. Os trabalhos iniciaram-se em janeiro de 2014. “Atualmente, esta é a obra de maior complexidade em execução na UFSC”, afirma o diretor do Departamento de Fiscalização de Obras (DFO) da Universidade, Rodrigo Bossle Fagundes.
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Inscrições para doutorado em Neurociências vão até 30 de julho

08/07/2015 13:00

O Programa de Pós-Graduação em Neurociências do Centro de Ciências Biológicas (CCB) divulgou o edital do processo de seleção de doutorado para ingresso em agosto. As inscrições vão até 30 de julho e a seleção será no dia 6 de agosto.

Mais informações no site, pelo e-email ppgneuro@contato.ufsc.br ou telefone (48) 3721-9970.

 

 

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Pesquisadores da UFSC revelam segredos da vida marinha no atol das Rocas

30/06/2015 14:17

“Você já imaginou sentir a maré chegando e, junto com ela, o seu maior predador? Saber que em alguns momentos as correntes marinhas serão tão fortes, e o perigo de virar comida tão evidente, que a única coisa que você fará até que a maré volte a baixar é fugir e se esconder?” Assim é como os pesquisadores do Departamento de Ecologia e Zoologia (ECZ) do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) descrevem os segredos da vida marinha no atol das Rocas, onde grandes predadores, como tubarões, ainda convivem com peixes menores.

O trabalho idealizado por Guilherme Ortigara Longo, durante sua tese de doutorado em Ecologia, analisou o comportamento dos organismos marinhos do local – o único atol do oceano Atlântico sul – e como os fatores externos, como a maré, o influenciam.

Publicado no periódico on-line PLOS ONE, o estudo reuniu outros 17 pesquisadores, que se envolveram diretamente em sua segunda elaboração. O projeto é parte da Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha, liderada por Sergio Ricardo Floeter, do ECZ/CCB/UFSC. A expedição que gerou o artigo durou 25 dias, em 2012 – depois da primeira visita, os pesquisadores já retornaram ao local pelo menos três vezes.

Cardume em piscina no atol. Foto: Renato Morais Araujo/UFSC

Cardume em piscina no atol. Foto: Renato Morais Araujo/UFSC

 

Segundo Renato Morais Araujo, um dos autores do artigo, o local, distante 230 km da costa nordeste do Brasil, é interessante para estudar a vida marinha devido ao seu distanciamento da costa. “O atol está isolado de muitos impactos da sociedade, o que faz dele um excelente modelo para que sejam estudados vários processos biológicos com uma influência reduzida do ser humano”, explica. “O atol das Rocas é um laboratório natural importantíssimo, que nos permite refletir sobre o efeito que podemos ter sobre os ecossistemas marinhos. Estudos comparativos podem permitir o desenvolvimento de estratégias de conservação mais efetivas, para que outros locais possam trazer a imagem que Rocas nos traz à mente: a de um paraíso protegido.”

Piscina aberta. Foto: Sérgio Ricardo Floeter/UFSC.

Piscina aberta. Foto: Sérgio Ricardo Floeter/UFSC.

Os atóis se formam tipicamente em torno de ilhas vulcânicas, a partir do crescimento de corais – no atol das Rocas, as algas calcárias são as principais responsáveis por essa formação. Ao longo de milhões de anos, algumas dessas ilhas começam a afundar, enquanto os recifes continuam crescendo, formando uma barreira em formato de anel com diversas piscinas naturais. No atol das Rocas, parte dessas piscinas continua se comunicando com o resto do oceano, enquanto outras ficam completamente isoladas do mar aberto, constituindo ambientes calmos (piscinas fechadas).

Quando a maré baixa, os animais dessas piscinas ficam presos até que ela suba novamente. Essas diferenças determinam, por exemplo, quais peixes, algas e corais habitam cada ambiente, e a forma como esses organismos interagem. Os pesquisadores observaram que os peixes-cirurgiões (Acanthurus chirurgus), por exemplo, alimentam-se dez vezes mais ao ficarem presos em piscinas fechadas durante a maré baixa.

 

Tubarão no Atol das Rocas. Foto: Renato Morais Araujo/UFSC

Tubarão no atol. Foto: Renato Morais Araujo/UFSC

Outras formas de vida importantes à pesquisa foram os tubarões, que – revelou o estudo – dificilmente ficam presos em piscinas fechadas durante a maré baixa, mas são comumente encontrados em piscinas abertas. À medida que a maré começa a subir, eles nadam para dentro do atol, ficando, muitas vezes, com apenas parte do corpo envolta em água.

O estudo também indica que a alimentação dos peixes-cirurgiões em piscinas fechadas durante a maré baixa pode influenciar as algas que recobrem o fundo. Esses peixes preferem consumir um tipo específico de alga (Digenea simplex), rica em açúcares e pouco abundante em piscinas fechadas, porém comuns em piscinas abertas, onde os peixes se alimentam menos.

Piscina fechada no atol. Foto: Renato Morais Araujo/UFSC

Piscina fechada no atol. Foto: Renato Morais Araujo/UFSC

 

O estudo

Pesquisadores da Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha (Sisbiota-Mar) realizaram um esforço conjunto para desvendar alguns dos segredos da vida marinha no atol das Rocas, em um trabalho multidisciplinar, que investigou da composição química das algas à abundância de peixes.

 

Atol das Rocas

Além de toda sua beleza e particularidades, o atol das Rocas é uma das únicas reservas marinhas do Brasil – criada em 1978 – e uma das primeiras do mundo. Atividades extrativistas, como pesca e coleta, são proibidas em reservas biológicas. A partir de 1991, a fiscalização no atol foi fortalecida pelo estabelecimento de uma estação permanente de pesquisa e monitoramento. Desde então a Reserva Biológica Marinha do Atol das Rocas vem se consolidando como uma das mais efetivas áreas de proteção marinha do Brasil, abrigando uma abundante fauna e servindo de berçário para aves, tartarugas e até tubarões.

Mais informações no site Sisbiota-Mar ou pelo e-mail sergio.floeter@ufsc.br.

Revisão: Claudio Borrelli/Revisor de Textos da Agecom/DGC/UFSC

Fotografia: Renato Morais Araujo/ECZ/CCB/UFSC

 

 

Tags: CCBDepartamento de Ecologia e ZoologiaECZRede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade MarinhaSisbiota-MarUFSC

Palestra sobre câncer dia 1º de junho

29/05/2015 12:11

A Palestra “Exossomos: mensageiros em metástases tumorais”, ministrada por Bruno Costa da Silva (Cornell University – NY), será realizada no dia 1º de junho, às 10h, na sala 12 do Departamento de Farmacologia, Centro de Ciências Biológicas (CCB).

Resumo:
Em uma série de artigos publicados recentemente, revolucionou-se o conceito de metástase tumoral. Demonstrou-se que os exossomos, liberados pelas células tumorais, são uma peça chave no processo de metástase. Uma vez na circulação, esses exossomos tumorais estimulam células sadias a participar do processo de metástase. Nesse seminário serão apresentados dados do artigo publicado este mês na Nature Cell Biology (http://www.nature.com/ncb/journal/vaop/ncurrent/full/ncb3169.html)
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Voluntários de projeto da UFSC retiram mudas de espécies invasoras da Lagoa da Conceição

13/05/2015 08:07

Integrantes e voluntários do Programa de Educação Tutorial (PET) de Biologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) combatem a invasão biológica de pinheiros nas dunas da Lagoa da Conceição, por meio do projeto de extensão “Manejo de Pinus sp no Parque Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição”. Os encontros são realizados uma vez por mês, no Parque Municipal das Dunas, na Lagoa, e participam deles os alunos do PET de Biologia e estudantes da graduação e pós-graduação de outros cursos da UFSC. O objetivo principal é propor um momento de discussão e esclarecimentos sobre os processos de invasão e seus riscos para a natureza, além do papel do cidadão na contenção do problema.

A saída de campo começa com uma conversa a respeito das espécies invasoras e de como cortar as árvores. Em seguida, o grupo parte para as atividades práticas de retirada das mudas invasoras que encontrarem na área selecionada previamente no parque.
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Tags: CCBespécies invasorasInstituto HórusPET BiologiaPinus spUFSC

Especialista em aplicações profere palestra gratuita nesta sexta

16/10/2014 14:51

image004O Programa de Mestrado Profissional em Perícias Ambientais, do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UFSC, promove seminário “Aplicabilidade da Técnica de Cromatografia Gasosa/MS-TOF”, com a palestrante Roberta Lariccia, DANI equipamentos, Itália, no dia 17 de outubro (sexta-feira), na sala 505, prédio EFI, às 9 horas. Evento gratuito.

Informações com o professor Carlos Soares pelo e-mail carlos.soares@ufsc.br

Tags: CCBCromatografia Gasosaprograma de Mestrado Profissional em Perícias AmbientaisUFSC

Especialista em aplicações profere palestra gratuita nesta sexta

13/10/2014 17:10

image004O Programa de Mestrado Profissional em Perícias Ambientais, do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UFSC, promove seminário “Aplicabilidade da Técnica de Cromatografia Gasosa/MS-TOF”, com a palestrante Roberta Lariccia, DANI equipamentos, Itália, no dia 17 de outubro (sexta-feira), na sala 505, prédio EFI, às 9 horas. Evento gratuito.

Informações com Carlos Soares pelo e-mail carlos.soares@ufsc.br

Tags: Aplicabilidade da Técnica de Cromatografia GasosaCCBprograma de Mestrado Profissional em Perícias AmbientaisUFSC

Simpósio de Integração das Pós-Graduações do Centro de Ciências Biológicas abre inscrições

08/10/2014 13:23

Banner-724x1024Estão abertas até 31 de outubro as inscrições para o III Simpósio de Integração das Pós-Graduações do Centro de Ciências Biológicas da UFSC (III SIP-CCB) que ocorrerá nos dias 17 a 20 de novembro 2014, no Centro de Cultura e Eventos.

Envio de resumos até o dia 24 de outubro.

Mais informações pelo site http://sip.ccb.ufsc.br ou pelo e-mail: 3sipccb@gmail.com

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Pós em Ciências Fisiológicas abre seleção para mestrado

06/10/2014 14:11

O Programa de Pós-Graduação Multicêntrico em Ciências Fisiológicas (PPGMCF) do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UFSC comunica que estão abertas as inscrições, de 6 de outubro a 21 de novembro de 2014, para a seleção ao Mestrado.

Mais informações no Edital-02-2014-PPGMCF-processo-seletivo-mestrado.

 

Tags: CCBmestradoPrograma de Pós-Graduação Multicêntrico em Ciências FisiológicasUFSC

Alunos da UFSC podem participar de concurso de vídeo sobre Meio Ambiente e concorrer a prêmio de R$ 5 mil

30/09/2014 19:00

logoO Festival Internacional de Cinema Socioambiental – Planeta.Doc está com as inscrições abertas para o concurso de vídeo “Meu Mundo mais Vivo” direcionado a estudantes do Ensino Fundamental, Médio e Superior de Santa Catarina.
Os filmes devem ter no máximo um minuto de duração, abordar a preservação ambiental e podem ser gravados com qualquer dispositivo eletrônico. As inscrições encerram no dia 31 de outubro. A premiação é de R$ 5 mil para o vencedor de cada categoria.

Estudantes interessados em participar devem acessar o site www.planetadoc.com em “Meu Mundo mais Vivo”. A votação aos melhores filmes será feita no próprio portal e aberta à participação do público de 1 a 10 de novembro. Os vídeos vencedores serão exibidos no festival que ocorre em novembro e terá sessões gratuitas seguidas de debates na UFSC.
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Professor de Harvard realiza palestra sobre neurobiologia no CCB nesta quinta-feira

30/09/2014 17:59

O Programa de Pós-Graduação em Neurociências e o Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UFSC apresentam a palestra “Beyond Evoked Measures of Pain in Rodents” (“além das medidas de dor invocadas em roedores”), com o professor Nick Andrews, coordenador no Centro de Neurobiologia F.M. Kirby, no Hospital Infantil de Boston e na Escola Médica de Harvard, nos Estados Unidos. O encontro é no dia 2 de outubro, a partir das 9h, na sala 11 do bloco D do Departamento de Farmacologia, no CCB. O público-alvo são alunos da pós-graduação e professores.

Tags: CCBPPG NeuroUFSC

Herbário FLOR da UFSC reabre para atividades externas

16/06/2014 16:05

Novos armários deslizantes otimizam o espaço, melhoram a qualidade do armazenamento e facilitam o manuseio das coleções. Foto: Herbário FLOR

Herbário FLOR do Departamento de Botânica, do Centro de Ciências Biológicas (CCB), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), reabriu para atividades externas em maio de 2014. O local ficou fechado para instalação de armários deslizantes e melhor acondicionamento da coleção e reorganização do material. O armários, adquiridos pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), melhoraram a logística de trabalho e possibilitou mais espaço tanto para as coleções como para o material em estudo.
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Inscrições para curso introdutório de Falcoaria até 25 de maio

09/05/2014 17:41

O Centro de Ciências Biológicas (CCB), no campus de Florianópolis da Universidade Federal de Santa Catarina, irá sediar, nos dia 31 de maio e 1º de junho, o Curso de Introdutório de Falcoaria. O curso será ministrado por Luiz Gustavo Trainini da Silva, biólogo e falcoeiro diretor da Hayabusa Consultoria Ambiental LTDA. Este curso recebe apoio do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UFSC. Durante o curso, os participantes irão interagir e realizar práticas com falcões e gaviões treinados. As inscrições encerram no dia 25 de maio de 2014. Enviar ficha de inscrição para cursofalcoaria@gmail.com. A ficha está disponível no endereço https://docs.google.com/forms/d/1hkENhBu4Xla8Z2uRya1hYfTbRIDCon8VrRN0iA91kV0/viewform?usp=send_form.

O objetivo do curso é repassar conhecimentos aos profissionais das ciências da vida e demais interessados no tema da falcoaria sobre técnicas adequadas de manejo e monitoramento das aves de rapina em cativeiro, procedimentos necessários para assegurar o sucesso na reabilitação de rapinas e a função deste grupo na prevenção de acidentes aéreos e controle de pragas no Brasil.

Investimento: R$ 300 (inclui apostila, certificado e coffee break)
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Divulgação da Ciência: mostra organizada por alunos da UFSC recebe cerca de 700 visitantes

27/03/2014 18:33

Exposição foi organizada por cinco alunos em apenas uma semana. Foto: Guilherme M.Gomes

Levar pesquisas e experiências sobre o cérebro humano para um shopping center. Esta foi a proposta de um grupo de estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina, que encarou o desafio de organizar, em apenas sete dias, uma exposição para marcar a Semana do Cérebro.

A ideia partiu da doutoranda em Farmacologia, Ana Paula Ramos Costa, que passava pelo shopping Floripa e percebeu que havia uma loja desativada. Na mesma hora, ela teve a ideia de organizar ali uma exposição sobre o cérebro humano, como parte do evento comemorado mundialmente em março. A direção do shopping rapidamente abraçou a proposta, que contou também com a colaboração de lojistas, que empresaram TV, livros e móveis.

No local da exposição, onde antes havia roupas, foram afixados pôsteres, vídeos com palestras, computadores com jogos da memória. Os visitantes puderam conhecer o que acontece com o cérebro quando estamos apaixonados, com fome, envelhecemos, engravidamos, dormimos e assistimos filmes 3D. As estantes foram ocupadas por réplicas de cérebro em vários tamanhos, além de livros sobre o tema. Um cantinho da loja foi reservado para as crianças desenharem e pintarem. Nos provadores de roupas da antiga loja, foram montadas quatro diferentes experiências interativas que exploravam os sentidos de tato, visão, audição e olfato.

Banners, vídeos, jogos e experiências sensoriais foram algumas das atrações. Foto: Guilherme M. Gomes

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Pós em Neurociências recebe inscrições para mestrado e doutorado até 15 de abril

19/03/2014 12:50

O Programa de Pós-Graduação em Neurociências do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UFSC divulgou os editais de seleção de mestrado e  doutorado para ingresso em maio de 2014, com inscrições até 15 de abril. Confira os editais:

Edital de Seleção de Mestrado

Edital de Seleção de Doutorado

Mais informações no site http://ppgneuro.posgrad.ufsc.br, pelo e-mail ppgneuro@contato.ufsc.br e pelo telefone ( 48)-3721-9970.

Tags: CCBmestradoneurociênciasUFSC

DFO emite 13 ordens de serviço para obras na UFSC nos últimos quatro meses

12/02/2014 16:26

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) começou o ano com obras e reformas em diversos espaços. Entre os meses de outubro e janeiro, o Departamento de Fiscalização de Obras (DFO), vinculado à Pró-Reitoria de Planejamento e Orçamento (Proplan), expediu 13 ordens de serviço para 2014, que somam R$ 66.310.763,57. Algumas atendem a demandas antigas da Universidade. Construção de laboratórios, reforma de prédios e de banheiros, ampliação de rede de drenagem e construção de novos blocos de salas de aula são algumas das ações que serão executadas.
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Herbário FLOR da UFSC estará fechado para atividades externas em março e abril

12/02/2014 13:33

O Herbário FLOR do Departamento de Botânica, do Centro de Ciências Biológicas, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), estará fechado para atividades externas nos meses de março e abril de 2014. O motivo do fechamento será a preparação e instalação de armários deslizantes para um melhor acondicionamento da coleção e posterior reorganização do material.
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Docentes da UFSC têm projetos aprovados para intercâmbio entre Brasil e Argentina

05/02/2014 15:03

Neurônios (em vermelho) obtidos em cultivos de células-tronco da Crista Neural em pesquisas de biologia celular e do desenvolvimento. Foto: Alice Prompt / LACERT / UFSC

Os professores Rodrigo Bainy Leal e Giordano Wosgrau Calloni, ambos vinculados ao Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tiveram seus projetos aprovados pelo programa de cooperação internacional CAPES/MINCyT 2013. Os docentes receberão recursos para missões de trabalho e estudo no convênio entre universidades brasileiras e argentinas. Segundo a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PROPG), seis projetos de pesquisadores da UFSC foram inscritos nesse edital.

Os projetos contemplados estão lotados na categoria Grupos de Pesquisa Conjuntos, que reúne propostas desenvolvidas por uma equipe brasileira e uma argentina, ambas vinculadas a Instituições de Ensino Superior (IES) em seus países. Pelo convênio, os docentes contemplados tornam-se coordenadores do projeto, e cada um deles recebe um recurso de R$ 10 mil por ano para, em seu respectivo país, custear materiais de consumo relativos à pesquisa. A duração do convênio é de dois anos, com uma avaliação de resultados após o primeiro ano. O programa inclui, além do recurso, passagens aéreas, diárias e bolsas para uma missão de trabalho do docente brasileiro ou argentino de até 30 dias, bem como a missão de estudo de um doutorando de cada instituição na universidade conveniada, com estadia de até quatro meses.
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Mestrado e Doutorado em Neurociências da UFSC estão com inscrições abertas

21/01/2014 14:22

O Programa de Pós-Graduação em Neurociências do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UFSC informa que estão abertas as inscrições – até 14 de fevereiro de 2014 – para Mestrado e Doutorado, com início dos cursos em março de 2014.

Mestrado:

Edital de seleção de Mestrado

Formulário de inscrição

Doutorado:

Edital de seleção de Doutorado

Formulário de inscrição
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Palestra na UFSC com o professor Zuner Bortolotto nesta quinta

17/12/2013 15:39

“Depressão de longo prazo: uma forma de plasticidade sináptica patológica”. Este é o tema da palestra com o professor Zuner Bortolotto, da Universidade de Bristol (Inglaterra), que será realizada na quinta-feira, 19 de dezembro, às 16h30min, na sala 12, Farmacologia, Centro de Ciências Biológicas (CCB) da UFSC. Seu trabalho sobre transmissão sináptica e plasticidade é de fundamental importância para a base molecular de várias doenças que afetam o aprendizado e a memória como o Alzheimer e a epilepsia.

Bortolotto é formado em Biologia na UFSC, mestre e doutor em Ciências/Neurociência pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Foi professor/pesquisador da Universidade de Birmingham.

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Estudante da UFSC descobre três novas espécies de fungos

05/12/2013 15:25

Phylloporia clariceae é uma das novas espécies de fungos descoberta pela estudante Valéria Ferreira Lopes. O nome é homenagem à professora da UFSC e criadora do Laboratório de Micologia, Clarice Loguércio Leite. Foto: Valéria Ferreira Lopes

Uma pesquisa recente da Universidade Federal de Santa Catarina é responsável pela descoberta de três novas espécies de fungos que podem ser encontrados na região da Mata Atlântica do sul do Brasil. A pesquisa é objeto da dissertação de mestrado de Valéria Ferreira Lopes, que defendeu seu trabalho junto ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas. Além da descoberta, a dissertação representa um alerta: o de que o método utilizado para classificar os fungos pode estar escondendo uma diversidade muito maior de espécies.

De fato, os fungos formam um reino ainda bastante desconhecido pela Ciência. Não se sabe ainda o número de espécies que podem existir. As estimativas vão de 1,5 milhão até mais de 5 milhões. Desse total, são conhecidas apenas 100 mil. Fungos não são plantas nem animais, pois possuem características únicas, cuja principal função na natureza é fazer a decomposição de dejetos orgânicos. Podem viver em ambientes tão diversos quanto no interior de uma formiga quanto decompondo uma árvore morta.


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Pesquisa no Parque Nacional de São Joaquim avaliará efeito das mudanças climáticas

18/10/2013 17:51

O cenário é uma descida íngreme, em uma trilha recém-aberta na mata de xaxins que fica no Parque Nacional de São Joaquim. Um grupo de 12 pessoas caminha com certa dificuldade, identificando os primeiros marcadores de uma iniciativa que irá avaliar como as mudanças climáticas irão afetar a fauna e a flora do parque. Trata-se do projeto “Biodiversidade do Parque Nacional de São Joaquim”, que tem por objetivo formar um banco de dados on-line, inédito e aberto à toda a comunidade, com fotos, sons e vídeo que mostram a biodiversidade da região. A iniciativa também poderá representar avanços para a ciência, como a descoberta de novas espécies.

A primeira área demarcada no Parque Nacional de São Joaquim abrange uma mata de xaxins. Foto: Laura Tuyama / Agecom / UFSC

Esta expedição reuniu  pesquisadores e estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina e da Universidade Regional de Blumenau (FURB), técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além das equipes de jornalismo da TV UFSC e da Agecom. O objetivo era conhecer e documentar a etapa inicial de instalação da infraestrutura do projeto, liderado pela UFSC em parceria com a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), FURB, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e ICMBIO, e é financiado pelo CNPq e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).A trilha visitada faz parte de uma das três áreas que os cientistas irão utilizar para fazer as pesquisas; são os chamados módulos de parcelas permanentes, que se localizarão nos três tipos de vegetação predominantes: mata de araucárias, matas nebulares e campos de altitude. Cada módulo corresponde a uma área de cinco quilômetros quadrados, com trilhas nos sentidos leste-oeste e norte-sul. A cada quilômetro será instalada uma parcela permanente de 250 metros de comprimento e largura variável de acordo com o grupo biológico de interesse. Delimitadas com fios e marcadores, as parcelas são uma espécie de corredor, que os pesquisadores podem percorrer livremente durante as coletas de exemplares representativos da biodiversidade do Parque.

Imagem de satélite mostra as marcações do primeiro módulo. Imagem: Projeto Biodiversidade do Parque Nacional de São Joaquim

GPS e facões – Ao descer e subir a trilha, é possível ter uma pequena amostra do desafio deste trabalho. Com uso de GPS e equipamentos de topografia, os bolsistas, junto com os brigadistas do parque e os topógrafos, identificam o local a ser demarcado e seguem mata adentro, abrindo caminho com facões e equipados com botas para se proteger de possíveis picadas de animais. A cada 50 metros param para fincar no local a marcação, um tubo de PVC com a identificação da localização geográfica.

Até o momento as equipes já marcaram três quilômetros de uma área montanhosa, talvez o trecho mais complexo. São subidas e descidas, em vegetação fechada, terreno íngreme, encontro com riachos e até desvio de cachoeira. Faltam ainda nove quilômetros para fechar este primeiro módulo, mas o ritmo tende a ser mais rápido, pois a equipe está cada vez mais experiente neste ofício. A expectativa é de que até o final de 2013 o primeiro módulo esteja todo demarcado e os pesquisadores comecem a coleta de dados.

Campos de Santa Bárbara – A parada seguinte da expedição é na região dos Campos de Santa Bárbara, região central do Parque com 1650 metros de altitude de onde se avista a diversidade da vegetação. De lá é possível ver ao longe o Morro da Igreja, localizado a 1822 metros nos campos de altitude. Protegida do vento, a mata nebular recobre as encostas, e sua densidade contrasta com a escassez da vegetação dos campos. Nas montanhas mais ao longe se avista o encontro dos campos com a Mata Atlântica.

Com quase 500 km², o Parque possui uma ampla área a ser estudada – área maior até do que da Ilha de Santa Catarina, que possui cerca de 420 km². Ao mesmo tempo, basta percorrer poucos quilômetros e se está diante de um cenário completamente diferente, com características biológicas próprias. Isso se deve à variação de altitude, que vai de 300 a 1826 metros. É uma das poucas unidades de conservação localizadas em uma região montanhosa. A região é importante também por seus recursos hídricos: localiza-se em uma área de recarga do Aquífero Guarani, é a nascente do rio Tubarão e dos dois rios que irão formar o rio Uruguai, o Canoas e o Pelotas.

Professor Selvino Neckel de Oliveira explica que qualquer alteração climática terá mais efeitos em ambientes como o do Parque Nacional de São Joaquim. Foto: Laura Tuyama / Agecom / UFSC

Observatório privilegiado – Para os pesquisadores, essas características tornam o Parque um local privilegiado para se observar as mudanças climáticas, pois a biodiversidade em ambientes entre 800 a 1300 metros deverá ser mais afetada do que aquela que está ao nível do mar. “São ambientes em que a biodiversidade é mais restrita e muito dependente das condições de umidade, portanto qualquer alteração climática exercerá um efeito maior nessa região”, explica o professor do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Selvino Neckel de Oliveira, que coordena o projeto.

Outra razão para escolher o Parque Nacional de São Joaquim é a pequena quantidade de pesquisa científica conduzida no local. “O Parque foi criado em julho de 1961 e ao longo desse tempo tem sido objeto apenas de pesquisas pontuais, ou seja, conhecemos pouco sobre a biodiversidade do parque, que também não conta com um plano de manejo”, explica Selvino. A pesquisa em uma unidade de conservação também assegura que o local não será objeto de atividades extrativistas ou exploração econômica, ou seja, o ambiente estará protegido da interferência humana direta.

Professor Elisandro Ricardo Drechsler-Santos tem localizado espécies de fungos que podem representar novidades para a Ciência.Foto: Laura Tuyama / Agecom / UFSC

Novas espécies – Outro objetivo é descobrir novas espécies, desafio que tem se mostrado bastante promissor. Um exemplo são as pesquisas sobre fungos, conduzidas pelo professor Elisandro Ricardo Drechsler-Santos, do departamento de Botânica da UFSC. Em quatro expedições, em 2011 e 2013, sua equipe coletou 17 espécies de macrofungos, os populares cogumelos e orelhas de pau. Desse total, três espécies foram identificadas pela primeira vez em Santa Catarina e sete podem representar novidades para a Ciência, seja pela ampliação da distribuição geográfica ou mesmo novas espécies.

Dois exemplares já estão sendo analisados: a Amauroderma sp e a Antrodia sp. A primeira é encontrada nas raízes do xaxim (Dicksonia sellowiana). Já a Antrodia sp. é encontrada em galhos mortos de uma planta de altitude, a Baccharis uncinella. “Essas duas espécies estão em fase de estudo para sabermos se são ou não espécies novas, mas há boas evidências morfológicas, ecológicas e moleculares de que possam ser novidades científicas”, explica o professor Elisandro.

Monitoramento – De volta ao alojamento do ICMBio, que abriga os funcionários do Parque e agora os pesquisadores, o grupo faz uma breve saída de campo, no período noturno. São coletados sapos, serpentes d´água, morcegos. Também é avistado um cachorro do mato, o graxaim, que ronda o alojamento em busca de comida. Todos esses animais serão tema de pesquisa do projeto, que reúne inicialmente as seguintes temáticas de interesse: anfíbios, botânica, etnobotânica, formigas, fungos, insetos aquáticos e herbívoros, besouros, mamíferos não-voadores e morcegos.

A rede de pesquisadores irá utilizar a metodologia RAPELD (sigla que significa inventários rápidos em pesquisas ecológicas de longa duração), desenvolvida pelo Programa de Pesquisas em Biodiversidade (PPBio), do Instituto Nacional de Pesquisa na Amazônia (http://ppbio.inpa.gov.br/). É uma forma de padronizar a coleta de dados, permitindo comparações temporais (ao longo do tempo) e espaciais entre as diferentes regiões brasileiras onde o PPBIO está sendo implantado. Os dados biológicos coletados no Parque serão relacionados com variáveis climáticas e características do solo geradas por uma equipe de pesquisadores da Epagri.

Veja outras imagens do projeto:

Integração – Outra característica da iniciativa é promover diversas formas de integração, seja entre laboratórios da própria UFSC, quanto envolvendo diferentes instituições de ensino e pesquisa de Santa Catarina. Participam ao todo 28 pessoas, entre pesquisadores, técnicos ambientais e estudantes da responsáveis pelo Parque. Além disso, o projeto faz parte de um programa maior em parceria com universidades do Paraná, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, que neste momento também estão instalando módulos e parcelas em unidades de conservação nesses estados.

Por meio de oficinas e educação ambiental, pretende-se estimular a participação da comunidade do entorno do Parque para conhecer a biodiversidade local. Paralelamente, o PPBio-SC espera que essa iniciativa se multiplique para outras unidades de conservação estaduais e privadas, tais como as reservas particulares do patrimônio natural (RPPN) ou mesmo áreas de reflorestamentos das agroindústrias catarinenses. “O projeto é aberto à participação de interessados em fazer este monitoramento em sua localidade. É uma forma de coletar dados da biodiversidade local, para poder comparar com a dos demais locais”, explica o professor Selvino. Duas unidades de conservação já estão em processo de instalação da infraestrutura, uma em Brusque e outra em São Francisco do Sul.

O projeto foi contemplado pelo CNPq no edital específico para estudos sobre a biodiversidade da Mata Atlântica. Serão destinados ao longo de três anos R$ 1,8 milhão para os quatro núcleos de pesquisa do Programa de Pesquisas em Biodiversidade da Mata Atlântica (PPBio Mata Atlântica). As instituições participantes são: Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) de Ilhéus (BA) e Universidade Federal Rural do Pernambuco (UFRPE).

 

:: Em resumo:

O que é o projeto: “Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade do Parque Nacional de São Joaquim, Santa Catarina, Brasil”
Objetivos:

– Monitorar os efeitos das mudanças climáticas na biodiversidade local.
– Formar um banco de dados online com fotos, sons e vídeos.

Diferenciais:

– é um projeto a longo prazo que prevê a disponibilização de dados online.
– localiza-se em uma unidade de conservação, que assegura que o local não sofrerá interferência humana por razões econômicas.
– integra pesquisadores de diferentes instituições de ensino e pesquisa de Santa Catarina.
– é um dos quatro grupos brasileiros que está pesquisando as mudanças climáticas em diferentes regiões de distribuição da Mata Atlântica.
– é o único a ser realizado em uma região montanhosa.
– busca a integração com a comunidade local e está aberto à participação de interessados em realizar pesquisas em suas localidades. 

Grupos de estudo que participam:

  • Anfíbios;
  • Formigas;
  • Besouros;
  • Fungos;
  • Genética de peixes;
  • Geoprocessamento, topografia e caracterização edafo-climática e de uso e cobertura de solo;
  • Insetos herbívoros;
  • Mamíferos terrestres não-voadores;
  • Morcegos;
  • Mosquitos picadores de anfíbios e insetos aquáticos; e
  • Botânica etnobotânica.

Sobre o Parque Nacional de São Joaquim – Criado em 1961, o Parque tem áreas nos municípios de São Joaquim, Urubici, Bom Jardim da Serra, Orleans e Grão Pará. Seu principal acesso fica em Urubici, município localizado a 171 km da capital. Em 2012 recebeu mais de 110 mil visitantes, o que o colocou como quarto parque mais visitado do país. Mais informações. 

Pesquisadores participantes:

Nome Grupo de atuação Função Instituição
André Amaral Mosquitos picadores de anfíbios Aluno – graduação UFSC
André Ambrozio de Assis Anfíbios Aluno – mestrado UFSC
Benedito Cortês Lopes Formigas Pesquisador UFSC
Caroline Angri Anfíbios Aluno – mestrado UFSC
Caroline Batistim Oswald Anfíbios Aluno – graduação UFSC
Douglas Lemos Farias Anfíbios Aluno – mestrado UFSC
Elisandro Ricardo Drechsler-Santos Fungos Pesquisador UFSC
Erica Naomi Saito Anfíbios Bolsista DTI UFSC
Felipe Moreli Fantacini Mamíferos terrestres não-voadores Aluno – mestrado UFSC
Félix Baumgarten Rosumek Formigas Pesquisador UFSC
Graziele Oliveira Batista Vegetação arbórea e etnobotânica dos moradores do entorno ao Parque Aluno – mestrado UFSC
Issakar Lima Souza Genética de peixes Pesquisador UFSC
Larissa Zanette da Silva Anfíbios Aluno – mestrado
Luiz Carlos de Pinho Mosquitos picadores de anfíbios e insetos aquáticos Pesquisador UFSC
Malva Isabel Medina Hernandez Besouros Pesquisadora UFSC
Luiz Fernando Vianna Geoprocessamento e Caracterização edafo-climática e de uso e cobertura de solo Pesquisador EPAGRI
Mariana de Andrade Wagner Loeuille Botânica Aluno – mestrado UFSC
Maurício Eduardo Graipel Mamíferos terrestres não-voadores Pesquisador UFSC
Michel Omena ICMBio Chefe PARNA Sjoaquim ICMBio – SC
Nivaldo Peroni Vegetação arbórea e etnobotânica dos moradores do entorno ao Parque Pesquisador UFSC
Paulo Barral de Hollanda G. Vieira Geoprocessamento e topografia Topógrafo
Pedro Fiaschi Botânica – Sistemática de arbóreas Pesquisador UFSC
Pedro Volkmer de Castilhos Mamíferos terrestres não-voadores Pesquisador UDESC
Sarita Borges de Fáveri Insetos herbívoros Pesquisadora UFSC
Selvino Neckel de Oliveira Anfíbios Pesquisador UFSC
Sergio Althof Morcegos Pesquisador FURB
Takumã Machado Scarponi Vegetação arbórea e etnobotânica dos moradores do entorno ao Parque Aluno – mestrado UFSC
Thiago C. Gomes Vegetação arbórea e etnobotânica dos moradores do entorno ao Parque Aluno – doutorado UFSC
Vítor de Carvalho Rocha Anfíbios Aluno – graduação UFSC

 

Mais informações:

Site: http://www.gbbollmann.com.br/biodiversidade

Coordenador: professor Selvino Neckel de Oliveira – neckel@ccb.ufsc.br e (48) 3721-5161 

 

Texto e fotos: Laura Tuyama / Jornalista da Agecom / UFSC
laura.tuyama@ufsc.br 

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