Aula inaugural da pós-graduação em Geografia contesta aquecimento global
A aula inaugural do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGG) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), “Aquecimento Global: Verdade ou Mito?”, ministrada pelo professor Luiz Carlos Baldicero Molion, da Universidade Federal do Alagoas (UFAL), ocorreu no dia 10 de junho, no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH).
Dono de voz potente e carisma, o meteorologista dispensou o microfone; queria as mãos livres para – com recursos como slides com gráficos e dados sobre o clima ao longo de milhares de anos – apresentar seus argumentos sobre a polêmica tese de que o ser humano é incapaz de produzir um aquecimento global.
Para as pessoas que acreditam no aquecimento global como uma teoria definitiva e verdadeira, contestá-la dessa forma lhes parece absurdo em virtude da maneira como ela é apresentada, como logo no inicio da aula explicou Luiz Molion, para quem seis passos simples podem ser seguidos a fim de se “fabricar uma crise ambiental global”:
1- escolha um fenômeno conhecido – mas de difícil compreensão – e responsabilize o homem por ele;
2 – convide cientistas a discutir o problema;
3 – produza propagandas catastrofistas;
4 – representantes de governo devem escrever protocolos, mesmo sem ser especialistas;
5 – o protocolo precisa impor metas e sansões aos que não o cumprirem;
6 – um prêmio Nobel necessita ser concedido para produzir a sensação de algo benéfico realizado.
Para explicar os motivos que levam à invenção e à divulgação de uma falsa crise ambiental, o pesquisador utilizou o conceito de Neocolonialismo – as medidas econômicas ou políticas usadas por uma potência para conseguir influenciar direta ou indiretamente outras áreas ou povos. Explicou que, embora diversos acordos sejam assinados e países em desenvolvimento tentem tornar sustentável sua produção de energia, grandes potências como os Estados Unidos da América e o Japão não reduzem as emissões de gás carbônico, temerosas de um desaceleramento de sua economia. Os protocolos seriam, na realidade, apenas uma forma de tentar parar o crescimento dos países emergentes.
Molion também listou os pontos que considera falhos na hipótese do aquecimento global, como seu desenvolvimento a partir de modelos climáticos que, segundo ele, não funcionam. Segundo ele, o clima não pode ser total e corretamente inserido em modelos, nem previsto a partir deles; no processo de caracterização climática, modelos seriam, na verdade, ferramentas que afastam os pesquisadores da observação da realidade.
Com mais de 40 anos de experiência na área da observação climática, o pesquisador utilizou dados históricos para sustentar seus argumentos: após a 2ª Guerra Mundial, as emissões de carbono aumentaram, entretanto a temperatura diminuiu. Nesse período, uma teoria sobre uma nova Era Glacial foi divulgada, e ganhou popularidade semelhante ao conceito de aquecimento global atualmente. Após a década de 1940, a temperatura voltou a subir, mas até hoje não alcançou os níveis dos anos 1930.
Quanto às catástrofes meteorológicas (secas, ondas de calor, furacões, tempestades, entre outras) que frequentemente ocorrem e são associadas ao aquecimento global, o professor contestou a ligação afirmando que elas sempre existiram. Antes da difusão da energia produzida à base de carbono, outros problemas já ocorriam como a seca de 1877-1879 no Nordeste brasileiro; as ondas de calor em Nova York em 1896; o maior furacão dos Estados Unidos em 1900 e a década com mais tempestades em São Paulo durante 1941 e 1950.
Outras hipóteses difundidas como incontestáveis foram questionadas pelo professor: a teoria do efeito estufa é um exemplo, pois permanece até hoje sem provas de sua existência, como descrito na literatura meteorológica. Além disso, embora nos últimos 17 anos a emissão de carbono tenha aumentado 10%, a temperatura continua estável. O degelo dos polos também foi questionado, pois alguns observadores afirmam que na Antártica o gelo está aumentando.
Embora seja difícil acreditar em tantos questionamentos sobre crises que há anos são difundidas como comprovadas, para Luiz Carlos Molion não deve haver preocupação com emissão de gases, e sim com planejamento para adaptação das populações às constantes mudanças climáticas. Além disso, como disse ao encerrar a palestra, “conservação ambiental é independente do clima”.
Agecom/ Diretoria-Geral de Comunicação/ UFSC
Matheus Alves / Estagiário de Jornalismo
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Claudio Borrelli / Revisor de Textos