Numa visão inter e multidisciplinar, a revista Subtrópicos analisa e destaca o diálogo cultural e científico entre Brasil e Angola. O artigo abre o oitavo número da publicação lançada pela atual gestão da Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC). O texto é assinado por Ilka Boaventura Leite, Marcos Fábio Freyre Montysuma e Cristine Gorski Severo, professores, pela ordem, dos departamentos de Antropologia, História e Língua e Literatura Vernáculas da UFSC. As reflexões resultam da primeira missão científica do “Projeto Kadila: Culturas e ambientes-diálogos Brasil-Angola”.
As páginas centrais são ocupadas por uma entrevista com o diplomata Bernardo Azevedo Brito, autor do recém-lançado Iraque: Dos primórdios à procura de um destino. Embaixador no Iraque nos tempos da invasão americana, Azevedo Brito revela ao editor de Subtrópicos, Dorva Rezende, que as sanções econômicas foram uma verdadeira arma de destruição em massa. As estimativas falam “em um milhão de mortos, sendo 500 mil crianças com menos de cinco anos, por fome, subnutrição e falta de medicamentos nos hospitais”. Tudo com o aval do Conselho de Segurança das Nações Unidas, lamenta.
O historiador e doutor em Educação Jeferson Dantas denuncia os prejuízos causados pela ditadura militar na escola pública em SC, sobretudo através do processo de despolitização do magistério executado pelos governos autoritários. O autor está lançando o livro Da Ditadura Militar do Estado Neoliberal: a organização escolar brasileira e a formação docente em Santa Catarina, publicado pela CBJE do Rio de Janeiro.
Em “Saudades de Cingapura”, o diretor da EdUFSC, Fábio Lopes, prega uma maior inserção da Universidade na vida da cidade e do Estado. “A rigor, não é só com a cidade que a Universidade não conversa. O rompimento do diálogo vigora entre os próprios professores, cada qual encerrado na bolha de seus interesses intelectuais particulares”, provoca. Fábio pensa que a revista Subtrópicos pode ajudar a quebrar esse divórcio. Ele aproveita para divulgar o catálogo da editora, as parcerias com a TV UFSC e a política editorial pautada na qualidade.
Além de breves ensaios, a Subtrópicos resenha lançamentos da EdUFSC. Nesta edição, três obras são recomendadas: Conversando sobre Educação Tecnológica; Filosofia: Modismos e Feminismos; e As Imagens do Outro sobre a Cultura Surda.
O professor e poeta Heron Moura, colaborador de Subtrópicos, participa com o artigo “O suicídio como uma das Belas Artes (versão latino- americana)”, sobre a trajetória polêmica do escritor argentino Leopoldo Lugones, autor de As Horas Douradas.
O cineasta lageano Marco Martins mergulha em O Bacanal do diabo e outras fitas proibidas de Ivan Cardoso, “colcha de retalhos muito bem costurada/remendada por Gurcius Gwedner”, produtor de Joinville, montador e assistente que foi ao Rio “tirar Ivan do sarcófago”.
Para fechar, além de um artigo sobre o bárbaro assassinato do menino Bernardo Uglione Boldrini e outro sobre uma série de TV que “apresenta 52 museus de todo mundo”, a revista emoldura na contracapa um autorretrato da fotógrafa e artista visual Lilian Barbon. A imagem integra a série Naturalmente Humana. A revista Subtrópicos circula mensalmente nas versões impressa e online.
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Moacir Loth / Jornalista da Agecom/UFSC
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