Audiência pública reúne reitoria e comunidade universitária contra ato violento no campus

Audiência pública reuniu a comunidade acadêmica para discutir as ações da polícia no campus da UFSC. (Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC)
Centenas de estudantes, técnicos-administrativos em Educação (TAEs) e professores reuniram-se em audiência pública na tarde desta quarta-feira, dia 26, para discutir as ações policiais no campus na última terça-feira. A reitora Roselane Neckel; o diretor do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Paulo Pinheiro Machado; e o representante dos TAEs e do comando de greve, Dilton Mota Rufino compuseram a mesa e relataram os fatos.
Dezenas de estudantes e lideranças de movimentos sociais manifestaram-se por mais de duas horas. Após as falas dos estudantes, a reitora encaminhou ao movimento estudantil que ocupa o prédio da Reitoria um Termo de Compromisso delineando as ações planejadas para atender às reivindicações. Entre os pedidos, destacam-se um novo projeto de iluminação e segurança do campus, o afastamento e punição dos responsáveis pela operação policial e a proibição da presença da polícia no campus.
Após a audiência, os estudantes que ocupam o prédio da Reitoria, organizaram uma assembleia para discutir a proposta encaminhada pela Administração Central. Na noite de ontem, as reitoras publicaram uma nota de repúdio às ações da polícia no campus.
Confira, a seguir, a íntegra do documento encaminhado aos estudantes:
TERMO DE COMPROMISSO
A Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina, reafirmando nosso total repúdio à ação violenta e descabida vivida pela UFSC, compromete-se a encaminhar o acordo firmado na Audiência Pública realizada em 26 de março de 2014 no Centro de Cultura e Eventos que consiste em:
1. Encaminhar, em caráter de urgência, ao Ministério Público de Santa Catarina comunicação sobre as ocorrências na UFSC que feriram os direitos constitucionais da Universidade e de seus estudantes, e que diante dessa situação, solicitar que seja retirado o item referente às ações policiais, reafirmando que nenhuma ação policial poderá ser feita nos campi da UFSC sem autorização prévia e formal da autoridade máxima da instituição, condição que já constava no termo atual e foi desrespeitada;
2. Tomar as medidas administrativas e legais cabíveis para apurar as responsabilidades de todos os envolvidos na ação da Polícia Federal no Bosque do CFH;
3. Encaminhar ao Ministério da Educação, Ministério da Justiça e a Secretaria dos Direitos Humanos relatório circunstanciado para que sejam apurados os excessos ocorridos na UFSC;
4. Estabelecer um calendário para discussão com a Comunidade e a definição de uma política de segurança na UFSC;
5. Executar o anteprojeto de iluminação entregue hoje no final da Audiência;
6. Defender os direitos constitucionais da UFSC e dos seus alunos;
7. Resguardar e reafirmar a autonomia universitária.
PROF. ª ROSELANE NECKEL
Reitora