
Jornal Universitário está sendo distribuído aos calouros, veteranos, professores e técnico-administrativos
O segundo semestre letivo teve início na manhã desta segunda-feira, dia 8, na Universidade Federal de Santa Catarina. As aulas começaram normalmente, exceto no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), mas tanto os veteranos quanto os calouros enfrentaram dificuldades por causa da paralisação dos trabalhadores técnico-administrativos, que estão em greve desde o dia 6 de junho. Os setores mais afetados pela greve são o Restaurante Universitário (RU), a biblioteca, a imprensa universitária (gráfica) e o almoxarifado central. Apenas nos 83 cursos e habilitações da graduação são cerca de 23 mil alunos, incluindo os campi de Florianópolis, Joinville, Curitibanos e Araranguá.
O CFH deve retardar o reinício das aulas por uma semana, pois o Conselho de Unidade entendeu que a greve vem inviabilizando as atividades acadêmicas. De acordo com o professor Carlos José de Carvalho Pinto, diretor de Gestão e Desenvolvimento Acadêmico da Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PREG), não foi possível digitar todas as notas do semestre anterior, o que atrasou o calendário daquele centro de ensino. “Vamos fazer um mutirão para resolver esse problema”, informou.
Também por causa da greve, a recepção aos calouros, realizada a cada início de semestre, foi descartada. A falta de funcionários em diversos setores impediu que fosse elaborada uma programação específica, que inclui shows e entrega de kits aos novos alunos da Universidade. “Estamos estimulando cada centro a fazer a sua própria recepção”, diz o professor Carvalho Pinto.
Na retomada das aulas está sendo distribuída a edição de agosto do Jornal Universitário, que traz, entre outras, matérias sobre o uso de alimentos orgânicos no RU e no Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI), a inclusão promovida pela educação indígena e os 30 anos da Editora da UFSC.
Na manhã de hoje os servidores em greve fecharam o acesso à Universidade pela rótula do bairro Trindade, uma das principais entradas do campus-sede. Eles prometem repetir o ato em outros pontos da UFSC, durante a semana, chamando a atenção para as reivindicações feitas junto aos ministérios da Educação e do Planejamento, Orçamento e Gestão, incluindo melhores condições de trabalho, reajuste salarial e racionalização da carreira.
Posição da Reitoria – Por meio de nota oficial, a Administração Central da instituição deu boas-vindas aos alunos, desejando que todos, e especialmente os calouros, “encontrem no campus um ambiente próprio e estimulante para a convivência e formação profissional”. A Reitoria diz reconhecer a justeza das reivindicações dos servidores e respeitar a autonomia do movimento, ao mesmo tempo em que participa, em Brasília, das negociações com o governo federal na busca de uma solução para o impasse.
“Durante as férias de julho, a Administração da UFSC procurou adequar a infraestrutura da instituição às necessidades do ensino de graduação e de pós-graduação, visando, assim, a assegurar a qualidade das atividades acadêmicas”, diz a nota. Através da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a Reitoria está acompanhando o movimento em nível nacional e “espera que se possa chegar a um acordo entre as partes, possibilitando a normalização do funcionamento pleno da Universidade”.