Conselho Universitário modifica resolução sobre uso do nome social na UFSC

13/08/2015 17:40

O Conselho Universitário (CUn) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) aprovou, por unanimidade, as modificações na resolução normativa que dispõe sobre o uso do nome social por travestis e transexuais para fins de inscrição no concurso vestibular e nos registros acadêmicos no âmbito da Universidade. A sessão, realizada na tarde desta quinta-feira, 13 de agosto, ampliou e detalhou direitos já previstos na resolução normativa 018, aprovada em 2012.

De acordo com o novo texto, os nomes sociais podem ser utilizados por estudantes, docentes, servidores técnico-administrativos em Educação e participantes de projetos de extensão em todos os níveis de ensino e âmbitos da Universidade. Para menores de 18 anos que não tenham a autorização dos pais, a utilização do nome social será aceita mediante análise por comitê a ser designado.

Outra modificação relaciona-se ao prazo para utilização do nome social em lista de chamada, após a entrada do processo, que passa a ser de 30 dias, ao invés de ser colocado no semestre seguinte. O uso do nome social continua sendo interno na Universidade; o nome civil continua presente nos registros internos dos órgãos da instituição, e é ele que consta no diploma, exceto nos casos em que o estudante consiga modificação do registro civil. Atualmente, 6 estudantes da graduação e 2 de pós-graduação utilizam nomes sociais na UFSC.

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UFSC sedia XV encontro estadual de história e II colóquio internacional gênero, feminismos e ditaduras no Cone Sul

11/08/2014 15:45

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sedia, de 11 a 14 de agosto, o XV Encontro Estadual de História da ANPUH-SC o II Colóquio Internacional Gênero, Feminismos e Ditaduras no Cone Sul.

O encontro da ANPUH-SC enfocará a ditadura civil militar instaurada há cinquenta anos no Brasil. O tema de reflexão proposto para esta edição é  – “1964-2014: Memórias, Testemunhos e Estado” que se relaciona com o do Colóquio Internacional Gênero, Feminismos e Ditaduras no Cone Sul, o que justifica a realização conjunta desses eventos, que têm ampliados os eixos de discussão, campos de investigação e recortes temporais e geográficos contemplados no conjunto dos trabalhos.
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Inscrições prorrogadas para encontro estadual de História e colóquio sobre Gênero

04/07/2014 10:10

logo_encontro_estadual_historia_anpuhProrrogado até 20 de julho de 2014 o prazo para envio de trabalho para dois eventos que ocorrem de forma integrada: o Encontro Estadual da Associação Nacional de História em Santa Catarina (ANPUH-SC) e o II Colóquio Internacional Gênero, Feminismos e Ditaduras no Cone Sul. Os eventos serão nos dias 11 a 14 de agosto de 2014 na Universidade Federal de Santa Catarina.

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Professora Marie-Hélène Bourcier participa de debates sobre gênero em Florianópolis

30/06/2014 17:26

Cartaz MH Bourcier na UFSC 2014Professora da Universidade de Lille II, Marie-Hélène Bourcier realiza uma série de atividades em Florianópolis, como parte de sua temporada de palestras no Brasil. Entre a programação na cidade, a professora participa de debate no Festival de Curta-metragem sobre Gênero e ministra a aula aberta “Gênero: paradigmas teóricos e cenários políticos”,  no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH) da Universidade Federal de Santa Catarina.

Bourcier destaca-se pelo ativismo lésbico e é uma das principais teóricas queer da França. É citada em numerosas publicações de livros e artigos sobre cultura, teoria queer e subculturas sexuais, feminismos e os pós-feminismos, minorias e políticas de identidade na França e no exterior.

Além de atividades na Universidade Federal de Santa Catarina, Bourcier é convidada de outras quatro instituições: Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e Universidade Estadual de Maringá (UEM). A visita tem o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Confira a programação em Florianópolis

:: 1º de julho, terça-feira
19 às 22h
Festival de curta-metragens Curta o Gênero – apresentação
Fábrica de Imagens e Navi/UFSC
Local: Espaço Cultural Badesc
Veja também: Florianópolis recebe mostra internacional sobre gênero e audiovisual

:: 2 de julho, quarta-feira
9h às 12h
Aula aberta no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas
Tema: “Genres: paradigmes théoriques et scénarios politiques”
Local: Sala 331, CFH UFSC

:: 8 de julho, terça-feira
18h30min às 21h
Mesa redonda sobre sexualidades, mídias e questões trans
Debatedores: Richard Miskosci (UFSCAR), José Leite Junior (UFSCAR), Flavia Teixeira (UFU) e Marie-Helene bourcier (Les trans et les politiques trans: T Bone des LGBT ou alliance QT?)
Local:  Sala 110, Silvio Coelho dos Santos, Departamento de Antropologia da UFSC

:: 9 de julho, quarta-feira
17h
Cine GEL (Grupo de Estudos sobre Lesbianidades) – Filme ‘Amor com a Cidade’
Debate com Michelle Riemer, Juliana Dorneles e Marie-Helene Bourcier
Local: Auditório do CFH UFSC

Sobre Marie-Hélène Bourcier – Professora da Université de Lille II, Marie-Hélène Bourcier é formada na Ecole Normale Supérieure de Fontenay-aux-Roses em Letras Modernas, defendeu tese de doutorado (1998) na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (EHESS) sobre as narrativas na televisão durante o Guerra do Golfo, orientada por Dominique Wolton e Alain Touraine. Professora visitante na Universidade de Nova York (2001) e tradutora de Monique Wittig e de Teresa de Lauretis, escreveu vários livros de referência para os estudos queer na França: “Queer zones” (em três volumes) e “Comprendre le féminisme?” (2011). Bourcier esteve na UFSC também em 2013, como convidada do PPGICH.

Mais informações:
Professora Miriam Pillar Grossi
Telefone UFSC: 48 – 3721 97 14 ramal 34 ou 3721 4135 / miriamgrossi@gmail.com

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Florianópolis recebe mostra internacional sobre gênero e audiovisual

30/06/2014 08:33
Cena do curta-metragem 'Ontem à noite', de Henrique Oliveira

Cena do curta-metragem ‘Ontem à noite’, de Henrique Oliveira

Florianópolis recebe nos dias  1º e 2 de julho a segunda itinerância da III Mostra Internacional Audiovisual Curta o Gênero. Com uma programação condensada, a mostra é iniciativa da Fábrica de Imagens – ações educativas em cidadania e gênero, com o patrocínio da Petrobras. O evento será na na Fundação Cultural Badesc e terá a participação de professoras e pesquisadoras da Universidade Federal de Santa Catarina.

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Agenda Cultural: PET Biologia promove discussão sobre gênero e exibição de TOMBOY nesta terça

24/06/2014 10:02

O grupo PET da Biologia promove, nesta terça, 24 de junho,  no auditório do CFH, a partir das 18h, uma discussão sobre gênero. Após exibição do filme TOMBOY  terá início a conversa, com representantes dos grupos NIGS (Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades), MARGENS (Modos de vida, Família e relações de Gênero) e Marcha das Vadias.  Aberto à comunidade.

Contato: petbiologiaufsc@gmail.com

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TV UFSC: mostra de dança contemporânea começa nesta terça em Florianópolis

19/05/2014 21:40

Nesta segunda-feira, 19 de maio, o telejornal UFSC Cidade, da TV UFSC, aborda o Seminário de Mídia e Violência de Gênero, que reuniu em Florianópolis jornalistas, representantes de movimentos sociais e pesquisadores sociais. O objetivo foi analisar o papel da mídia ao tratar de casos de agressão contra mulheres.

Outro destaque é o Múltipla Dança, festival internacional que começa nesta terça-feira em Florianópolis. É um encontro que irá vivenciar e debater as novas possibilidades da dança contemporânea.

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Tags: dançagêneroTV UFSCUFSCUFSC Cidadeviolência contra mulheres

Fazendo Gênero 10 desenvolve uma inovadora política de acessibilidade

23/09/2013 10:22

O Fazendo Gênero 10, um dos maiores eventos feministas existentes, desenvolveu uma inovadora política para garantir o acesso das pessoas com deficiência, não apenas como público mas também como produtoras de conhecimento. O Seminário Internacional Fazendo Gênero 10 (FG10) foi o primeiro grande evento científico do Brasil que, sem ter como foco o debate da deficiência, priorizou a eliminação de barreiras arquitetônicas, comunicacionais e atitudinais a fim de garantir a efetiva inclusão das pessoas com deficiência, não apenas como ouvintes mas também como protagonistas na produção de conhecimento feminista.
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Tags: Deficiência e AcessibilidadegêneroGuiaSeminário Internacional Fazendo Gênero 10UFSC

Pesquisa de doutorado na UFSC dá visibilidade às mulheres pescadoras

04/06/2013 11:43

Pesca realizada por mulheres no litoral catarinense foi tema de pesquisa de doutorado na Antropologia da UFSC. Foto: Rose Mary Gerber

Uma pesquisa recente no doutorado em Antropologia da Universidade Federal de Santa Catarina teve como objetivo estudar uma profissão invisível: a das mulheres que trabalham na pesca artesanal no litoral catarinense. Desenvolvida pela antropóloga Rose Mary Gerber, a tese chama-se “Mulheres e o Mar: Uma etnografia sobre pescadoras embarcadas na pesca artesanal no Litoral de Santa Catarina, Brasil”. Foram 13 meses de pesquisa de campo em oito cidades.
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Pesquisa da UFSC analisa cinema feito por mulheres durante a ditadura

01/04/2013 14:57

Com linguagens, temáticas e estratégias diferentes, três brasileiras ousaram fazer cinema na década de 1970, enfrentando a ditadura e pela primeira vez colocando em pauta a situação da mulher. O cinema realizado por Tereza Trautman, Ana Carolina e Helena Solberg é o tema da tese de doutorado da historiadora Ana Maria Veiga, defendida junto ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina e que teve orientação da professora Joana Maria Pedro. Apesar das diferenças, o cinema de cada uma trazia questões ligadas à situação da mulher e deu visibilidade a temas como a busca pela emancipação social, política e a livre manifestação da sexualidade. “Ao longo do estudo faço um contraponto entre a ditadura e o movimento feminista”, explica Ana Maria.

Durante quatro anos de pesquisa, as buscas levaram Ana Maria a arquivos em São Paulo, Rio de Janeiro e Paris (França), onde passou um ano para o seu doutorado sanduíche na École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS). Ela teve acesso a revistas e jornais do período, aos filmes das autoras, além de conseguir entrevistar duas das diretoras. Também realizou um estudo aprofundado sobre o cinema que estava sendo feito na época por mulheres em países como Argentina, Cuba, Itália, França, Bélgica, Inglaterra e Brasil. A tese traz um panorama do cinema que influenciou as três cineastas, retratando desde o Neorrealismo italiano, a Nouvelle Vague francesa, o Cinema Novo brasileiro e o chamado Cinema de Mulheres, que mostra o feminismo em debate no cinema.

O resultado deste trabalho está registrado na tese “Cineastas brasileiras em tempos de ditadura: cruzamentos, fugas, especificidades”, que faz de Ana Maria uma das poucas pesquisadoras brasileiras a trabalhar na intersecção entre história, cinema e gênero. Uma das propostas é desvendar experiências importantes que aconteceram no período, além do Cinema Novo. “A ideia é mostrar que outras formas de cinema existiram e que foram maneiras de instrumentalizar o cinema também por uma revolução que era social, que era política, e que era essa revolução das mulheres proposta pelo feminismo”, afirma. Nesta entrevista, Ana Maria relata como foi a sua trajetória de pesquisa:

Como você escolheu o tema de pesquisa?

Durante as pesquisas de mestrado, que era sobre Brasil e Argentina, descobri os primeiros curtametragens da argentina Maria Luiza Bemberg, a única mulher cineasta daquele período que atuava no país. Seu primeiro curta, de 1972, “El mundo de la mujer”, me chamou a atenção pela estética e política. Comecei a pesquisar gênero e ditadura, cinema e ditadura, mulheres que fizeram filmes naquele momento. No Rio de Janeiro, fiz uma pesquisa no Programa Avançado de Cultura Contemporânea, coordenado pela Heloísa Buarque de Hollanda, que lançou um catálogo sobre as cineastas brasileiras do período da ditadura. Foi quando descobri a Helena Solberg, a Tereza Trautman e a Ana Carolina.

– O que as cineastas têm de comum e o que é único para cada uma?

Em comum, as três são brasileiras, fizeram filme durante o período da ditadura militar, embora cada uma tenha escolhido uma estratégia diferente. Politicamente elas vinham na onda de emergência dos movimentos feministas, principalmente naqueles anos 70, e da resistência de esquerda ao governo autoritário.

– As temáticas são parecidas?

Não, cada uma enfrentou o período da ditadura militar de uma maneira diferente. Enquanto a Helena Solberg saiu do Brasil e fez documentários, a Tereza Trautman ficou, bateu de frente com a censura e saiu perdendo. A Ana Carolina é o exemplo mais conhecido e foi a cineasta que conseguiu driblar a censura. Naquele momento da história, mulheres fazendo filmes foi um acontecimento, nos chamados “novos cinemas”. Outro ponto interessante é como cada uma utilizou o cinema para questionar, por um lado, gênero, que era condição feminina, e por outro lado o regime militar e seus valores moralizantes.

Helena Solberg mudou-se para os EUA na década de 70, onde passou a dirigir documentários sobre a mulher na América Latina. Foto: reprodução.

– Qual foi a trajetória de cada uma?

A Helena Solberg mudou-se para os Estados Unidos em 1971, então conseguiu fugir da ditadura. Aí está uma das fugas de que o título da tese aborda. Ela teve uma formação profissional dentro do cinema novo, apoiada pelo Glauber Rocha. Ela teve a montagem do primeiro curta feita pelo Rogério Sganzerla, que não era cinema-novista, mas era do cinema marginal. Se ela tivesse continuado no Brasil, provavelmente iria fazer o cinema dentro dessa linha também. Nos EUA, ela teve contato com o movimento feminista, participou de encontros, cursos, envolvendo-se com a temática das mulheres naquele momento.

O primeiro documentário foi em 1973 e se chamou “The Emerging Woman”, que falava dos 200 anos da história da mulher estadunidense. Para surpresa dela, foi um grande sucesso, recebeu prêmios e foi adotado por todas as escolas do país para discutir a questão que, na época, era denominada “condição feminina”. Conseguiu um contrato com a TV pública estadunidense, a Public Broadcasting Service (PBS) e começou a produzir documentários sobre na América Latina. Formou um grupo de mulheres que trabalhavam com cinema e viajou com elas pelo continente latino-americano. Ela ficou conhecida nos EUA e no Brasil como a cineasta da América Latina.

Seus dois primeiros filmes, “La doble jornada” e “Simplemente Jenny”, foram voltados para as mulheres pobres trabalhadoras, um cinema de cunho social e político. Uma estética em que ela colocava a equipe em cena, uma proposta também de contra-cinema, das teóricas feministas dos anos 70, que era expor que aquilo que está sendo mostrado é uma construção também, mesmo sendo um documentário. No “Simplemente Jenny”, de 1979, ela tematizou a sociedade boliviana com jovens infratoras de um reformatório. Ali ela vai explorando a partir da fala delas o sonho de cada uma e vai contrapondo com imagens de desfiles de moda, daquilo que se queria mostrar como a mulher boliviana e que era bem distante da realidade delas.

Em “La doble jornada” ela vai atrás de mulheres trabalhadoras, vai às minas da Bolívia, indústrias argentinas, camponesas carregando os filhos nas costas, então é a dupla jornada dessas mulheres no trabalho e dentro de casa. Na Nicarágua, ela fez “From the ashes: Nicaragua today”, que relata a crise no final dos anos 1970. Em 82 ela volta ao Brasil e faz “Brazilian Connection”  (A conexão brasileira), falando sobre os 18 anos do regime militar no Brasil. Em 83, realizou “Chile by reason or by force”, falando dos dez anos do regime do general Pinochet no Chile.

Tereza Trautman dirigiu “Os homens que eu tive”, de 1973, que ficou sete anos interditado pela censura. Foto: reprodução.

– Como foi a experiência da Tereza Trautman?

A Tereza Trautman abordou a liberação da mulher em 1973, num momento tomado nas telas cinematográficas pelas pornochanchadas. Basicamente eu trabalho na tese com o filme “Os homens que eu tive”. Ela faz um filme de produção própria colocando a mulher como dona do seu corpo, do seu desejo sexual, podendo usar isso da maneira como ela bem entender. O filme não tem cenas explícitas de sexo. A protagonista é da zona sul carioca, que era para ter sido interpretada pela Leila Diniz, que morreu antes de iniciar as filmagens.

O filme estreou no Rio no Cine Roxy, com os 1800 lugares completamente lotados. Depois estreou em Belo Horizonte até que, de acordo com a justificativa de um funcionário da censura, houve um telefonema para o alto escalão do Ministério da Justiça dizendo que o filme era imoral, que atentava contra a mulher brasileira, que era um absurdo que aquilo estivesse em cartaz.

Quando vai estrear em São Paulo, coincidentemente na Semana da Pátria de 1973, o filme é interditado por questões morais. Eu pesquisei em 28 documentos existentes sobre a interdição do filme pela censura e a questão principal é que a protagonista era uma mulher casada, e que o marido permitia que ela tivesse amantes. A produtora Herbert Richers entrou com vários pedidos de liberação. A própria Tereza ia para o Ministério diariamente para tentar conseguir uma explicação, porque outros filmes que ela julgava semelhantes eram liberados e o dela não.

A liberação só aconteceu em 1980, sete anos depois, e depois de tanto tempo havia uma expectativa sobre o filme e sobre a Tereza Trautman, ovacionada como a primeira diretora do cinema brasileiro. Mas quando estreou, o filme já estava defasado. A crítica o considerava pequeno, com a temática superada, pois nos anos 80 a TV brasileira já apresentava Malu Mulher, a Marta Suplicy falava de sexo na TV. Em 1980 aquele filme ganhou interpretações anacrônicas. Não há uma compreensão histórica do que ele representou naquele momento. Depois ela foi fazer um filme só em 87, que é “Sonhos de Menina Moça”, em que ela ainda traz temas da ditadura.

Cineasta Ana Carolina realizou na década de 70 a trilogia “Mar de Rosas”, “Das Tripas Coração” e “Sonho de Valsa”. Foto: reprodução.

– E a Ana Carolina?

A Ana Carolina acaba sendo o exemplo mais conhecido pela trilogia sobre o que ela chamou na época de “condição feminina”: “Mar de Rosas”, “Das Tripas Coração” e “Sonho de Valsa”. A diretora usa provérbios e a linguagem popular para discutir o senso popular, o não questionamento das coisas e dos acontecimentos, a opressão militar e das mulheres. Em “Mar de Rosas”, de 1977, ela trabalha com a questão da mãe e da filha, do casamento, da sua condição de “santa esposa”. A protagonista, Felicidade, corta o pescoço do marido com uma gilete e foge com a filha. Ela começa a ser perseguida por um homem misterioso num fusca preto, o que remete aos grupos paramilitares, à repressão, aos torturadores. A filha é a revolucionária, aquela que senta de pernas abertas, fala palavrão, e que os adultos tentam reprimir, mas não conseguem. A personagem mostra a nova geração de mulheres que vêm se levantar contra os padrões estabelecidos. O filme foi o grande sucesso de Ana Carolina, inclusive fora do Brasil.

O segundo filme, “Das Tripas Coração”, foi interditado 10 meses, mas depois foi exibido na íntegra. Ela usa uma metáfora que hoje pode ser considerada ingênua, mas foi sua maneira de driblar a censura. Na história, um interventor vai a um colégio interno para fechá-lo. Enquanto as diretoras não chegam, nos cinco minutos que fica esperando, ele cochila. O filme todo é o sonho dele. As internas do colégio revolucionam. É toda a questão do desejo, da sexualidade, elas discutem, aparece o desejo lésbico, uma consonância com as discussões do movimento feminista. Mostra também a questão da igreja católica. Uma das alunas faz xixi no meio da missa. Uma coisa que eu falo na minha tese que eu não encontrei em outros autores que trabalham com esse filme é a questão de alvejar a ditadura por meio da incidentalidade musical. Ela trabalha muito com os hinos nacionais, seja com a ida do interventor ao banheiro assoviando o hino nacional, seja com uma brincadeira com o hino da independência.

Mesmo o terceiro filme, “Sonho de Valsa”, de 1977, Ana Carolina ainda discute o regime, a ditadura civil-militar. Mostra uma mulher que sai da tubulação de esgoto e vai para o meio de uma parada militar de 7 de setembro, toda suja, maltrapilha. É muito interessante a maneira como ela ainda traz presente a sensação que eu imagino que ficou para grande parte dos brasileiros depois que o regime acabou: a sensação de que houve uma continuidade, de que o poderio militar ainda continuou. O governo seguinte foi do José Sarney, que foi parte civil da ditadura.

– As três fizeram parte do movimento feminista?

A Helena Solberg e a Teresa Trautman se envolveram com o movimento feminista, participaram de grupos. A Ana Carolina não. A gente vê que ela tem toda uma postura feminista, que os filmes têm uma tendência de ser considerados feministas, mas no discurso dela, ela se identifica com o “cinema de autor”, lançado pela Nouvelle Vague francesa. Ela não queria ser rotulada apenas como feminista, porque isso era assumir todo um preconceito que viria junto com esse termo naquele momento e até posteriormente. Então a Ana Carolina não participou do movimento, seguiu a linha dela, mas os filmes dela são muito importantes para essa discussão naquele momento.

– Elas fizeram parte de algum grupo em comum, se encontravam, faziam parte de um movimento?

Não. Apesar de duas delas terem participado de um guarda-chuva, que foi o movimento feminista, de encontros e de reuniões de conscientização. Eu tentei explorar isso como um leque de possibilidades. Não houve uma homogeneidade ao lidar com isso como produção cinematográfica. O que houve foram caminhos próximos.

– Qual é a relação dos cinemas realizados pelas diretoras com o Cinema Novo?

Nos anos 60 e 70, o cinema novo brasileiro se consolidou mundialmente por seu cunho político. O Glauber Rocha, que foi seu ícone, tinha voz fora do Brasil, com artigos nos Cahiers du Cinéma e em outras revistas. Eles estavam preocupados com a revolução, a opressão geral da América Latina. E é claro que, em se falando de cinema brasileiro nos anos 60 e 70 o que se valoriza? Esse cinema novo. Uma das propostas da minha tese é justamente isso: contrapor o cinema realizado por mulheres ao cinema novo, que era o único que esteve iluminado. O resto era como se não existisse. Venho trazendo isso para mostrar que outras formas de cinema de contestação existiam, tendo chegado ao público ou não. Foram maneiras de instrumentalizar o cinema também por uma revolução que era social, que era política, e que era essa revolução das mulheres proposta pelo feminismo.

– Você estudou o cinema feito por mulheres de outros países?

Estudei a Agnès Varda que, apesar de belga, realizou toda a sua carreira na França. Seu primeiro filme, La Pointe Courte, de 1954, foi visto como precursor da Nouvelle Vague francesa: uma nova proposta, nem tanto na política, mas o começo de uma revolução estética. Outra que eu trabalho é a Chantal Akerman. Seu filme mais polêmico e emblemático é o “Jeanne Dielman, 23, Quai du Commerce, 1080 Bruxelles” (1975). É uma mulher na situação do pós-guerra, que ficou viúva, tem um filho, recebe uma pequena pensão do marido, morto na guerra, e que se prostitui para viver. O filme relata três dias na vida da Jeanne Dielman e está totalmente alinhado com a proposta feminista do contra-cinema. Outra diretora foi a cubana Sara Gómez, que em 1974 fez “De Cierta Manera”, uma crítica da chamada condição feminina e da estrutura cubana do pós-Revolução. Trabalhei também com a italiana Lina Wertmüller e com a britânica Laura Mulvey, que fez “Riddles of the Sphinx” (O Enigma da Esfinge), de 1976, e coloca na prática a proposta teórica de contra-cinema, da ruptura com o cinema hegemônico, hollywoodiano, e reverte a situação da representação da mulher, o que ela trabalha no seu principal texto que é “Prazer visual e cinema narrativo”. Então eu vi toda essa ligação e segui as influências apontadas pelas três brasileiras. A Helena e a Tereza mencionam a Varda e a Lina Wertmüller. A Ana Carolina, pela questão de cinema de autor, até fala da Varda, mas ela se identifica e até é comparada com Luis Buñuel. Trabalho com filmes do Neorrealismo italiano, da Nouvelle Vague francesa, venho discutindo um pouco esses cinemas com o que elas estavam fazendo, no que se diferenciavam. É um panorama daqueles anos, dos novos cinemas no pós-guerra e a ruptura radical delas também com os próprios inspiradores.

– O que é cinema de mulheres?

A expressão “cinema de mulheres” foi cunhada de maneira política. Ali nos anos 70, principalmente, houve uma teoria feminista do cinema na Inglaterra que propunha um contra-cinema, principalmente a partir dos trabalhos da Laura Mulvey e da Claire Johnston. Elas falavam da importância das mulheres em reverter a representação das mulheres no cinema, sempre realizada por diretores homens. Elas alegavam que havia uma manipulação, que estava na hora das mulheres tomarem as câmeras como um ato político e mostrar que o cinema era uma construção. Dentro dessa proposta cunhou-se o termo “Cinema de mulheres”. Na época começaram os festivais de filmes de mulheres em Nova York (Estados Unidos) e em Edimburgo (Escócia), em 1972. No final dos anos 70 surgiu na França o Festival International de Films de Femmes, que existe até hoje, em Créteil. Naquele momento era o cinema como instrumento do movimento feminista. Por isso que eu falo que o cinema de mulheres é datado, é um acontecimento principalmente dos anos 70. Na tese, eu trabalho com o termo “cinema realizado por mulheres”, que não é só o “cinema de mulheres”. A Ana Carolina se recusa a dizer que fez “cinema de mulheres”. Mesmo assim, ela levou seu filme para o festival de cinema de Créteil, que é de cinema de mulheres. Essa é uma das muitas contradições e ambiguidades que eu procuro discutir na tese. A própria questão do essencialismo, uma das principais contradições do movimento feminista. Porque é essencializar dizer que existe um cinema de mulheres, que é diferente ter uma mulher por trás da câmera. Esse debate aparece na imprensa, com diversos pontos de vista, mesmo dentro de uma mesma revista. Algumas diretoras acham que sim, que é um posicionamento político importante, outras acham que não, que elas são autoras, são artistas.

– Qual foi a repercussão do trabalho delas que você encontrou nas pesquisas?

Nas pesquisas na Cinemateca de São Paulo fui atrás de jornais da época, do que se falava sobre as três cineastas. Nos anos 70 e 80 estava em alta a discussão das mulheres no cinema, “as novas diretoras”, “mulheres por trás das câmeras”. De certa maneira elas foram conhecidas. Em uma matéria na Folha de São Paulo nos anos 70, a Helena Solberg é vista como cineasta da América Latina. Ela ficou bastante conhecida nos EUA, por ter tido acesso a TV. Na França, da Ana Carolina eu encontrei duas situações em jornais de lá, mas no Brasil ela estava em quase todas as matérias sobre mulheres no cinema. Claro, o Cinema Novo brasileiro aparecia muito mais. Da Tereza Trautman não aparece nada nos jornais franceses, pois ela tinha sido interditada. No Brasil ela foi bastante comentada em dois momentos: quando o filme saiu em 73, a imprensa noticiou bastante e depois em 80, no relançamento do filme. Uma coisa interessante da Tereza é que ela conseguia liberação para participar dos festivais fora do Brasil. Por exemplo, em 76 houve um festival em Toronto de filmes censurados. O filme dela foi exibido em sessão dupla com “Mimì metallurgico ferito nell’onore” (1972), da Lina Wertmüller. Ou seja, ela participou em festivais fora do Brasil, enquanto o filme estava interditado.  Um dos críticos que é elogioso ao filme fala que “Tereza Trautman está longe de ser identificada com a postura feminista, o filme dela vai muito além disso”. Ele tenta “salvar” a Tereza do estigma do feminismo, só que ela mesma confirma que estava totalmente envolvida. Então quem se assumia como feminista corria um risco.

– Risco de que?

Risco de que na carreira ela fosse estigmatizada como uma cineasta feminista, apenas. Porque os debates sobre feminismo eram muito acalorados. Falavam que as mulheres eram lésbicas, mal-amadas. Isso aparece em vários textos analisados e nas entrevistas. No Laboratório de Estudos de Gênero e História (LEGH) da UFSC, do qual faço parte, temos mais de 150 entrevistas de mulheres no período da ditadura militar e muitas delas falam exatamente nisso: além da luta pela emancipação e igualdade, elas tinham que enfrentar esse rótulo reacionário.

– Como foram as entrevistas?

Tive a sorte de a Heloísa Buarque de Hollanda ter me colocado em contato com a Helena Solberg e com a Tereza Trautman, então além dos filmes eu trabalhei também com entrevistas. Elas me ajudaram muito com a versão delas daquela história toda, o que elas, mulheres, pessoas, estavam vivendo naquele momento, sentindo. Quando a Tereza Trautman fala da interdição, os olhos dela cospem fogo, até hoje. Então são vidas atravessadas por toda essa situação.

– Como foi a experiência na França?

Foi bem proveitosa. Passei um ano vinculada à École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), com financiamento da Capes. A possibilidade de acessar outros arquivos e acervos abre a cabeça, dá uma visão mais geral. Tanto que apesar de falar nas três cineastas, trago muita coisa de outros cinemas também, porque para mim é impossível fazer um recorte e não olhar para todo o entorno e o que está acontecendo. Principalmente se elas sinalizaram alguns caminhos, algumas trocas e influências, por onde elas passaram, e a própria crítica foi apontando o caminho delas, as associações, as identificações de cenas com as de outros autores. Olhando hoje, fazer esta tese foi um trabalho grande, mas no final as coisas foram se encaixando de uma maneira que eu achei interessante.

 

Saiba mais:

Veja alguns artigos escritos pela historiadora Ana Maria Veiga sobre temas que aborda na tese :

:: ‘Cineastas amordaçadas’: A ditadura militar e alguns filmes que o Brasil não viu. Revista História Agora, v. 1, p. 142-166, 2012.

:: Gênero e cinema: uma abordagem sobre a obra de duas diretoras sul-americanas. Cadernos de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências Humanas (UFSC), v. 11, p. 111-128, 2010.

Mais informações:
Ana Maria Veiga – amveiga@yahoo.com.br

Laura Tuyama / Jornalista da Agecom / UFSC
laura.tuyama@ufsc.br

Fotos: reprodução.

Tags: CFHcinemagênerohistóriaUFSC

Antropólogo português participa de videoconferência aberta sobre gênero

28/02/2013 08:49

O antropólogo português Miguel Vale de Almeida ministrará uma videoconferência no dia 1º de março, das 19h às 21h, como parte das atividades do curso Gênero e Diversidade na Escola, promovido pela UFSC. O tema da palestra é  “Masculinidade e Homoparentalidades”.  A comunidade universitária poderá acompanhar a palestra pelo link (http://server.stream.ufsc.br/aovivo) ou no Pólo Universidade Aberta do Brasil (UAB) Florianópolis, localizado na Rua Ferreira Lima, 82, Centro.

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Tags: diversidadegêneroIEGrede pública de ensinoUABUFSC

Pesquisadora Ilana Lowy ministra palestras sobre biomedicina e gênero

06/12/2012 15:44

A historiadora de ciência e medicina e pesquisadora do Centre de Recherche, Médecine, Sciences, Santé et Societé (CERMES) de Paris, Ilana Lowy, uma das grandes especialistas francesas no campo de gênero e ciência, estará na UFSC na sexta-feira 7 de dezembro de 2012 e oferecerá duas palestras sobre ensaios médicos com seres humanos (às 9h30min, na sala 312 do Centro de Filosofia e Ciências Humanas – CFH) e sobre gênero e biomedicina (às 18h, na sala 317 CFH) com foco na questão dos hormônios e o biopoder farmacológico contemporâneo.

Autora de vários livros e artigos científicos sobre a relação entre ciência biomédica e gênero, o seu trabalho mais recente é “A woman´s disease. The history of cervical cancer” (2011, Oxford University Press), que trata sobre a história médica e social do câncer cervical, com foco nas atitudes para com as mulheres desde a Antiguidade até o presente. Sobre esse tema também publicou um artigo titulado “Câncer, mulheres e saúde pública: a história do exame para câncer cervical” (2010), disponível em http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v17s1/04.pdf.

No Brasil publicou o livro “ Vírus, mosquitos e modernidade” (2006, Editora Fiocruz, disponível para download), que apresenta a história da febre amarela no Brasil, mostrando os sucessivos cenários sobre a transferência de conhecimentos e práticas científicas entre “centros” e “periferias”.

As atividades organizadas pelo Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas, Instituto de Estudos de Gênero, Núcleo de Estudos em Filosofia e Saúde (NEFIS) e Núcleo de Pesquisa em Bioética e Saúde Coletiva (NUPEBISC), Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS) constituem uma oportunidade rara para conhecer o pensamento desta autora.

Para conhecer um espectro mais amplo das ideias desenvolvidas por Lowy, está disponível um artigo publicado pela revista Pagu cujo título é “Universalidade da ciência e conhecimentos ‘situados’” (2000) e que discute a contribuição dos estudos de gênero para uma análise crítica do conceito de ciência universal. Outras informações sobre sua obra estão disponíveis em http://cnrs.academia.edu/IlanaLowy.

Mais informações:
Professora Miriam Grossi – miriamgrossi@gmail.com

Tags: biomedicinaCFHgêneroIlana LowyUFSC

Palestra sobre saúde reprodutiva das mulheres e questões de gênero na biomedicina

30/11/2012 10:26

O Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas da UFSC e o Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS) promovem no dia 7 de dezembro, às 18h, a palestra  “Saúde reprodutiva das mulheres e questões de gênero na biomedicina”, com Ilana Lowy. Ilana é professora pesquisadora do Centre de Recherche, Médicine, Sciences, Santé, Santé Mentale, Société (CERMES – Paris).

A palestra será na  Sala 317 do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH/UFSC).

Mais informações:
caterina.rea@bol.com.br

 

Tags: CFHgênerosaúde reprodutivaUFSC

Estudos de gênero na UFSC debatem ciência e feminismo

15/10/2012 12:39

Estudantes de graduação e pós-graduação das áreas de ciências humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) podem participar do grupo de estudo Gênero, Feminismo e Ciência, que se reúne às sextas-feiras, das 18h às 20h, na sala 317 do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH). Os encontros discutem as relações de gênero, família, sexualidade e o corpo assim como questões históricas do feminismo e teorias, desafios e conquistas do movimento na América Latina. A organização é realizada pelo Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS). (http://nigs.paginas.ufsc.br/grupos-de-estudos/programacao-com-textos-do-grupo-de-estudo/).

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Tags: gêneroNIGSUFSC

Professoras organizam Nova História das Mulheres no Brasil

15/08/2012 09:48
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“O que querem, afinal, as mulheres?” é uma das perguntas respondidas no livro

Está marcado para a próxima segunda, 20/08, o lançamento do livro Nova História das Mulheres no Brasil (Editora Contexto). Organizada pelas professoras Joana Maria Pedro, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da UFSC e atual pró-reitora de Pós-Graduação, e Carla Bassanezi Pinsky, historiadora da Unicamp, a obra de 560 páginas pretende responder o que, afinal, querem as mulheres. “O que já conquistaram ao longo do século XX e início do século XXI? Que caminhos deverão seguir daqui para frente?” são outras das perguntas respondidas na obra. O lançamento acontece às 18h30, no Bloco Branco do Ceart da Udesc.

 

O livro é destinado aos mais variados públicos. “Estudantes, professores e pesquisadores se beneficiam de uma obra abrangente e atualizada sobre o assunto. Responsáveis por políticas públicas encontram aqui material para ajudar a executá-las. Ativistas, militantes de movimentos sociais, feministas e ongs podem, com este livro, alicerçar melhor suas demandas. Jornalistas e profissionais das áreas de Direito, Saúde e Educação ganham subsídios para desenvolver com mais qualidade o seu trabalho. Nova História das Mulheres destina-se, além de tudo, a homens e mulheres que acreditam que compreender as relações sociais por meio da História contribui para melhorar o entendimento entre as pessoas”, defendem as organizadoras.

 

A obra pode ser adquirida no site da editora. Mais informações com a professora Maria Joana Pedro: joanamaria.pedro@gmail.com ou 3721-6313.

Tags: CFHgêneroUFSC

Evento discute políticas para população trans

10/05/2012 17:45

Acontece no dia 18 de maio o “Seminário: Cidadania e Direitos Trans em Santa Catarina”, que busca avaliar as ações estaduais e municipais voltadas para a população trans (travestis, transexuais e transgêneros).  Entre as políticas em debate estão as ações para prevenção DST/AIDS/hepatites virais e a situação atual dessa população no sul do país. O evento acontece nos auditórios do CFH e do CED da UFSC e . É uma realização da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Núcleo Margens (UFSC), Associação em Defesa dos Direitos Humanos com Enfoque na Sexualidade (ADEDH) e tem o apoio do Movimento Catarinense LGBT e Grupo ROMA.

O Seminário faz parte da Semana de Enfrentamento ao Sexismo, Lesbofobia, Homofobia e Transfobia, que visa valorizar e promover a diversidade de gênero no Estado de Santa Catarina. A Semana vai abordar temas relacionados a esses tipos de preconceito e discriminação, em uma programação que inclui palestras, debates e oficinas.

Programação

Data: 18 de maio

Local: Auditório do CFH/UFSC

8h00min – 8h30min Credenciamento (recepção com coffee break)
9h00min Solenidade de abertura
9h30min – 11h30min Mesa 1 – Políticas públicas voltadas para a população trans Palestrantes: Monich Melo Cardoso/Gerência de Vigilância Epidemiológica do Município de Florianópolis
Representante da Secretaria de Educação
Paulinha/Secretaria de Segurança Pública/ROMA
Representante da Secretaria de Assistência Social de Florianópolis
Liliane Anderson Caldeira/NUH-UFMG
Kelly Vieira/Coordenadora da Associação ADEDH Nostro MundoCoordenação: Dalva Maria Kaiser/CMPPM
11h30min – 12h00min Debate
12h00min – 14h30min Almoço


Local:
Auditório do CED/UFSC.

14h30min – 17h00min Mesa 2 –O processo transexualizador Palestrantes:Psicólogo Ângelo Costa/HC-UFRGS
Representante do Ministério da Saúde
Dr. Pedro Bicalho/CFP-UFRJ
Carla Amaral/TRANSgrupo Marcela Prado-PRCoordenação: Maria Juracy F. Toneli/Núcleo Margens/UFSC
17h00min – 17h20min Coffee break
17h20min – 18h30min Debate

Mais informações: Núcleo Margens <eventosmargens@gmail.com>

Link para inscrições para o seminário 

 

Tags: gênerotransexuaistransgênerotravestisUFSC

NIGS promove curso gratuito sobre gênero, sexualidades, homo-lesbo-transfobia na escola

16/04/2012 15:46

O Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS) promove o curso de formação continuada para professores e professoras e gestores e gestoras escolares sobre gênero, sexualidades, homo-lesbo-transfobia no cotidiano escolar. O objetivo é contribuir com a problematização e discussão de temas relacionados à convivência com as diferenças, sejam elas racial, religiosa, de classe, gênero ou orientação sexual. Outra preocupação é proporcionar instrumentos para que os professores e professoras incorporem práticas pedagógicas sobre a temática. O primeiro módulo será no dia 23 de abril, no miniauditório do CFH.

A inscrição é gratuita por meio de: nigsnuc@cfh.ufsc.br.

Tags: curso gratutitogênerohomo-lesbo-transfobia no cotidiano escolarNIGSsexualidades

Semana de Enfrentamento ao Sexismo, Lesbofobia, Homofobia e Transfobia

29/04/2011 16:00

Seminário, audiência pública e oficinas para a Guarda Municipal estão incluídos na programação da Semana de Enfrentamento ao Sexismo, Lesbofobia, Homofobia e Transfobia, que acontece de 16 a 19/05, em Florianópolis.

O evento tem como objetivo valorizar a diversidade, a equidade de gênero e contribuir com o fim de estigmatizações contra sujeitos sociais, garantindo assim a efetivação de seus direitos e o pleno exercício da cidadania.

A promoção é da Coordenadoria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, e tem o apoio do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres (Comdim), Núcleos de Pesquisas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc), movimentos sociais e as organizações não governamentais ligados à temática.

As inscrições para o seminário poderão ser realizadas até 12 de maio no site da Prefeitura de Florianópolis.

Programação:

Seminário de Enfrentamento ao Sexismo, Lesbofobia, Homofobia e Transfobia
Data:
16 de maio
Horário:
das 7h30 às 18h30 (com intervalos)
Local:
Auditório da OAB (Rua Paschoal Apóstolo Pitsika, 4860)

Audiência Pública
Data: 17 de maio
Horário: 18h30
Local: Auditório da Fecomércio (Rua Felipe Schmidt, 785)

Oficinas para a Guarda Municipal

Data: 18 e 19 de maio
Horário: das 8h às 12h

Informações: (48) 3251-6270 e 3251-6243.

Tags: gêneroNIGS

Professora Joana Pedro debate filme Artemisia na Fundação Cultural Badesc

11/03/2011 17:06

Acontece nesta sexta, 11/03, às 19h, na Fundação Cultural Badesc,  exibição do filme Artemisia – indicado ao Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro -, seguido de debate.  O evento integra as Jornadas de Gênero, Teatro e Cinema, realizadas mensalmente  com a finalidade de discutir questões de gênero por meio da análise de obras teatrais e cinematográficas.

Artemisia baseia-se na história da pintora italiana do período Barroco, Artemisia Gentileschi (1593-1653), uma das primeiras mulheres a serem reconhecidas no mundo das artes e a primeira mulher aceita na Accademia delle Arti del Disegno (Academia de Artes do Desenho). Lançado com os títulos Artemisia – Schule der Sinnlichkeit / Artemisia – passione estrema (1997) o filme é uma  coprodução europeia (França, Alemanha, Itália), dirigido  por Agnès Merlet .

A jovem Artemisia, interpretada por Valentina Cervi, é a talentosa filha do renomado pintor italiano Orazio Gentileschi. Apoiada pelo pai a seguir a carreira, a jovem pintora de afrescos enfrenta os tabus impostos as mulheres no século XVI, quando as mulheres eram proibidas de pintar o nu artístico ou entrar na Academia de Arte. O longa-metragem provocou grande controvérsia, na época,  pela maneira como retratou o estupro de Artemísia por seu mentor Agostino Tassi (Mike Manojlovic).

A história de Artemísia e a película da diretora francesa Merlet,  nos instiga a refletir sobre as escolhas e leituras de representação no cinema e no teatro de mulheres históricas.

Duração: 97 min. (legendas em Português)

Convidada:. Joana Maria Pedro, professora Titular do Departamento de História da UFSC. Pesquisadora do CNPq, Coordenadora do PPGICH – Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas. É editora de artigos da Revista Estudos Feministas  e uma das coordenadoras do IEG – Instituto de Estudos de Gênero, sediado na UFSC.

Promoção: Grupo de Estudos Teatro e Gênero – Projeto Pesquisa Poéticas Feministas. Coordenação : Maria Brígida de Miranda (Cênicas/Ceart/Udesc).

Organização: Maria Brígida de Miranda (Ceart/Udesc) , Fátima Costa de Lima (Ceart/Udesc/CIN-Unisul) e Janaina Träsel Martins (CCE-UFSC)

Apoio: Fundação Cultural Badesc, R. Visconde de Ouro Preto/216 – Florianópolis, 3224-8846

Imagens das pinturas de Artemisia:

http://en.wikipedia.org/wiki/File:GENTILESCHI_Judith.jpg

Tags: cinemagênero
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