UFSC lança edital para transferências e retornos de graduados; inscrições até 5 junho

27/05/2025 10:30

Campus de Florianópolis da UFSC. Foto: Caetano Machado/Agecom/UFSC

Ranqueada entre as cinco melhores universidades federais do Brasil e entre as 20 melhores da América Latina, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) selecionará mais de 5,8 mil novos estudantes sem que haja necessidade de fazer o vestibular ou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Para participar, é necessário que a pessoa candidata esteja cursando ou que já tenha concluído curso superior em qualquer universidade brasileira.

Estão abertas até 5 de junho as inscrições para admissão por transferências e retorno de graduados, com validade para o ingresso no segundo semestre letivo de 2025 da UFSC, universidade gratuita e pública. O processo ocorre online, com o envio do formulário de inscrição preenchido. Concorrentes nas políticas de ações afirmativas devem enviar também o formulário da autodeclaração. Todos os candidatos devem enviar a documentação exigida para o e-mail ou link da coordenadoria do curso desejado, conforme o edital, publicado na página do Departamento de Administração Escolar (DAE). O processo tem um total de 5.861 vagas de diferentes curso, campi e modalidades de ensino.

Os interessados só podem solicitar vaga para um curso e uma forma de ingresso em um mesmo semestre. No caso de existirem requerimentos para mais de um curso ou em um único curso para formas de ingressos diferentes o candidato será desclassificado do processo seletivo de transferências e retornos.

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Inscrições para 6.194 vagas para transferências e retornos se encerram na terça, 31

30/10/2023 08:00

Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC

Estão abertas até 31 de outubro as inscrições para candidatos a transferências e retornos dos cursos de graduação presenciais e da educação a distância da UFSC, universidade gratuita e pública. São 6.194 vagas, em diferentes cursos e em todos os campi da instituição – Araranguá, Blumenau, Curitibanos, Florianópolis e Joinville. As vagas são distribuídas em diferentes modalidades: transferência interna ou retorno de aluno abandono da UFSC; transferência externa ou retorno de graduado da UFSC ou de outras instituições. O edital está disponível aqui. O ingresso é para o primeiro semestre de 2024.

Destas vagas, 2587 são direcionadas para ações afirmativas, definidas de acordo com os termos da Resolução Normativa nº 181/2023/CUn de 08 de agosto de 2023 e da Portaria n° 038/PROGRAD/PROAFE/UFSC de 23 de outubro de 2023, conforme a distribuição realizada pelas coordenadorias de curso. Pessoas pretas, pardas e indígenas; pessoas com deficiência e pessoas trans têm direitos a percentuais definidos por regulamentação.

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Andifes manifesta solidariedade à UFPR por ataques sofridos na última sexta, 1º de setembro

04/09/2023 08:39

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) publicou nota de solidariedade no último domingo, 3 de setembro, à Universidade Federal do Paraná (UFPR), que teve membros de sua comunidade agredidos por integrantes do grupo MBL na última sexta-feira, 1º de setembro. Na ocasião, a UFPR divulgou, em suas redes sociais, imagens das agressões, condenando as ações de grupos organizados contra as universidades públicas e reforçou “que é absolutamente contra qualquer tipo de violência física, verbal ou simbólica”.

Confira a nota na íntegra:

Nota de Solidariedade

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) presta solidariedade à Universidade Federal do Paraná (UFPR) em relação ao lamentável incidente ocorrido no Prédio D. Pedro I, no dia 01 de setembro, quando uma trabalhadora foi agredida, uma estudante ficou ferida e outros foram atacados com spray de pimenta, por integrantes do grupo MBL. Novamente uma universidade pública é atacada de maneira violenta e desrespeitosa por um grupo organizado que busca projeção política e visibilidade em mídias sociais.

Já chegou a hora de dar um basta na sequência de ataques que vêm sendo executados contra os espaços públicos e as comunidades universitárias de todo o país. Por meio de uma estratégia violenta e perversa, grupos organizados estão realizando intervenções não autorizadas em diferentes prédios e ambientes acadêmicos, colocando em risco a segurança de integrantes da comunidade universitária e maculando deliberadamente a imagem das Universidades Públicas.

A Andifes corrobora com a posição da UFPR condenando veementemente qualquer tipo de violência física, verbal ou simbólica e atuará visando preservar a integridade dos espaços educacionais e a segurança nas IFES.

Brasília, 04 de setembro de 2023.

 

 

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Vida UFSC: de filha cientista à mãe vestibulanda, a família de cinco irmãos e sua história com a UFSC

02/12/2019 10:45

Há 10 anos, Priscilla Barros Delben ingressava no curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Àquela altura não sabia, mas a porta pela qual cruzou não só permaneceria aberta, como se alargaria, possibilitando que novos perfis de pessoas ocupassem a universidade pública. A história se repetiu e, pela mesma porta que Priscilla entrou em 2009, também passaram suas irmãs: Vic, para estudar Artes Cênicas; Paola, para o curso de Psicologia; e Natasha, para cursar Física. 

Família Barros Delben no Reveillon. Em cima estão Priscilla, Natasha, Paola, Vic e Guilherme. Sentados estão Maria e Guilherme. Foto: Arquivo pessoal

Neste ano, o irmão Guilherme fará vestibular para Ciências da Computação e a mãe Maria para Medicina. Além da história transformada pela presença da UFSC, todos eles têm outras coisas em comum: a casa, o sobrenome e as dificuldades financeiras que, com muito esforço pessoal e graças à educação pública de qualidade, vêm sendo superadas ao longo dos anos. 

O pai Jorge Guilherme Barros Delben relembra quando ele, a esposa Maria Barros Delben e os cinco filhos vieram do Rio de Janeiro para Florianópolis, fugindo da crescente sensação de insegurança e em busca de melhores condições de vida para toda a família. “No início não foi nada fácil, não tínhamos reservas financeiras e nem conhecíamos a cidade”, conta. O primeiro contato com a UFSC, antes de ser pelo ensino, foi pela extensão: Maria sofria de artrite reumatoide severa, doença autoimune inflamatória que afeta articulações e órgãos internos, e que a impossibilitava de seguir trabalhando como confeiteira. 
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Guilherme Boulos na UFSC: ‘Universidade é espaço de pensamento crítico e debate político’

20/03/2019 22:26

Foto: Jair Quint/Agecom/UFSC.

Por volta das 16h da tarde do dia 19 de março, terça-feira, uma fila composta sobretudo por jovens já se formava em frente à entrada do auditório da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Às 17h essa fila já se transformara em um grande aglomerado, que se multiplicava à medida que se aproximava a hora marcada para o evento pelo qual esperavam: a aula magna com Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e candidato à presidência da República pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em 2018. O evento, que foi organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), ocupou todo o auditório, todo o hall da reitoria e parte da Praça da Cidadania — área externa em frente ao prédio.
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Presidente da Andifes fala sobre o papel estratégico das universidades públicas

28/02/2019 14:56

O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), reitor Reinaldo Centoducatte (UFES), em entrevista publicada no site da entidade, falou sobre os 30 anos de fundação da Associação, além de temáticas atuais. Confira a entrevista, na íntegra, abaixo.

 

Às vésperas de completar 30 anos, a Andifes tem cumprido o papel que motivou sua fundação?
RC – Creio que efetivamente sim. A entidade, fundada em 1989, tem realizado um papel importante na criação de um ambiente de interação entre as universidades federais, o que se torna muito saudável e produtivo. A Andifes também consolidou uma postura de interlocução com a comunidade universitária e seus segmentos, com a sociedade, e com o poder público em suas diferentes instâncias, notadamente o governo federal. Devemos uma homenagem aos reitores que tiveram a visão estratégica de criação da Andifes.

Ao longo de três décadas, a Andifes foi protagonista ou auxiliou muitas políticas públicas visando a ampliação e a qualidade do Ensino Superior público e gratuito no Brasil. O que o senhor pode destacar de conquistas desse período?
RC – A trajetória de 30 anos da Andifes demonstra o acerto de sua fundação, bem como as suas atribuições, que objetivam, fundamentalmente, o desenvolvimento do ensino superior público de qualidade. Foram muitos os momentos em que a entidade contribuiu para o fortalecimento da educação superior pública no Brasil. Eu destacaria, por exemplo, as ações que desencadearam, no começo dos anos 2000, a expansão e a modernização do ensino superior público no país, inclusive com a criação de novas universidades federais e a interiorização da educação superior pública brasileira. Produzimos estudos técnicos, elaboramos diagnósticos sobre as diferentes realidades regionais, trabalhamos na definição de investimentos e apontamos para a necessidade de novas políticas públicas que oferecessem sustentação ao projeto que veio transformar o cenário da educação superior no País. Posso mencionar, em outro exemplo, as ações objetivando a inclusão social nas universidades públicas. Para isto, estabelecemos amplos debates, envolvendo a comunidade universitária no âmbito do sistema federal de ensino superior, e construímos diálogos com a sociedade brasileira a fim de concretizarmos a democratização do acesso à universidade pública, o que também foi um movimento muito transformador.

Como a Andifes se relaciona com o Congresso Nacional?
RC – A Andifes mantém diálogo frequente com os parlamentares que compõem a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, se somando à atuação de cada universidade com as bancadas estaduais. Participamos de reuniões das comissões, não raro somos convidados a compor mesas de debates e audiências públicas sobre temáticas da educação, do ensino público, da ciência e tecnologia, entre outros. Ao longo desses 30 anos, a Andifes participou da elaboração de importantes políticas públicas, a exemplo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), do Fundo Nacional da Educação Básica (Fundeb), dos Planos Nacionais de Educação (PNE), em 2001 e 2014, e das Leis Orçamentárias Anuais, que participamos da elaboração desde 1995.

A Andifes nasceu no mesmo período em que foi instituída nossa Constituição Federal. Assim como a Carta Magna, é uma defensora da democracia. O senhor acha que os princípios democráticos expressos no texto têm sido cumpridos?
RC – É uma feliz coincidência esse simbolismo que aproxima a fundação da Andifes em 1989 à Constituição Federal de 1988, porque são momentos que nos remete ao resgate da democracia no Brasil. Logo, a Andifes nasce naquela atmosfera democrática. Entendo que a jovem democracia brasileira precisa ser aperfeiçoada a partir das transformações que ocorrem na sociedade e das novas demandas políticas e sociais que se apresentam. Creio que os princípios democráticos devem sempre ser respeitados para que possamos alcançar a condição de sociedade desenvolvida sob todos os aspectos.

Como a Andifes está lidando com o novo contexto político?
RC – Buscamos atuar com o protagonismo que a sociedade espera do conjunto das universidades federais brasileiras. Ainda durante o processo eleitoral recente, a entidade intensificou os debates no âmbito das instituições federais de ensino superior, e na própria Andifes, apontando para as questões relacionadas à educação, especialmente, e também para os principais aspectos políticos do país. Passadas as eleições, continuaremos a atuar de forma propositiva e dialógica.

Existe risco contra a democracia?
RC – As complexidades presentes nas sociedades modernas, mesmo as mais desenvolvidas e maduras, revelam que os processos democráticos possuem diferentes momentos históricos. Cabe à sociedade e suas instituições defender a democracia, permanentemente. As universidades federais são comprometidas com a Constituição Federal e com os direitos humanos.

Existe alguma interferência ou limitação na liberdade de cátedra?
RC – A liberdade de cátedra é uma conquista civilizatória. O conhecimento, o saber, e que se desenvolve e se produz por meio da educação, especialmente na universidade, se dá pela pluralidade de ideias, de concepções, que se materializam no processo de ensino e aprendizagem. É uma conquista da sociedade. O próprio Supremo Tribunal Federal já se manifestou sobre o tema, quando deliberou a Ação Direta de Inconstitucionalidade 5.580, em novembro do ano passado. A Andifes, inclusive, participou da discussão na condição de amicus curiae.

A mídia tem noticiado possíveis mudanças ideológicas para as universidades federais. O que ocorre de fato?
RC – A universidade federal não tem uma ideologia e não há, portanto, o que ser mudado. O que há na universidade é uma enorme pluralidade de ideias, que é a sua maior riqueza. A autonomia universitária é um pressuposto constitucional, e a sua defesa incondicional é questão de princípio para a Andifes.

Como está sendo o relacionamento da Andifes com o novo Governo, nesse início de mandato?
RC – Assim como em governos anteriores, a Andifes tem dialogado com o atual. Já nos reunimos com o ministro da Educação, com o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e com as direções de organismos como Capes e Finep, e pretendemos continuar nesta direção, sempre na defesa da educação pública. As universidades têm compromisso com o ensino público, gratuito e com a qualidade, têm programas estruturantes em andamento, e a Andifes tem propostas para a educação. Essa tem sido nossa agenda nessa interlocução.

A mídia tem especulado em torno das nomeações dos reitores. Como são feitos os processos de escolha do reitor?
RC – A escolha dos dirigentes das universidades federais por parte da comunidade universitária segue à legislação, é democrática, legítima, porque expressa a vontade de professores, servidores, técnicos e estudantes. O rito processual posterior à escolha ocorre por meio de lista tríplice, e a expectativa da comunidade acadêmica e da sociedade é que a decisão seja respeitada. A Andifes tem se posicionado firmemente pelo respeito à escolha democrática nas instituições de ensino.

Qual a expectativa sobre a nomeação dos nomes das listas tríplices?
RC – Houve respeito em relação à nomeação do reitor José Daniel Diniz Melo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), escolhido pela comunidade universitária da sua instituição de ensino. Nossa expectativa é que este seja o posicionamento do governo em todos os processos. Ainda estão pendentes as nomeações dos reitores das universidades federais do Triângulo Mineiro (UFTM), da Integração Latino-Americana (Unila), do Cariri (UFCa) e de Viçosa (UFV).

Há alguns dias, o MEC anunciou uma parceria com o Ministério da Justiça para investigar possíveis irregularidades em programas ligados ao Ensino Superior. Como a Andifes recebeu essa notícia?
RC – Recebemos sem preocupação. Mais do que qualquer outro órgão público, as universidades são cotidianamente avaliadas e auditadas por suas atividades-meio pelos diversos órgãos de controle do Estado (MPU, CGU, AGU, PGF e TCU) e por suas atividades-fim por entidades como Capes, INEP e CNPq, atestando sempre a excelência dos nossos trabalhos. Nós acreditamos que esses órgãos sempre foram criteriosos no cumprimento da sua missão constitucional. O sistema ainda está continuamente sob olhar de entidades que representam os docentes, técnicos administrativos e estudantes, além de tomar suas decisões sempre em colegiados, a exemplo dos Conselhos Universitários, e manter absoluta disponibilidade de informações para a mídia.

E quanto à questão orçamentária? A Andifes tem divulgado há algum tempo que o orçamento de custeio e investimento das universidades caiu muito desde 2014. Como está a previsão para 2019?
RC – A questão orçamentária, as despesas de custeio e os investimentos, é complexa porque existem as especificidades de cada instituição, e porque se trata de recursos para diferentes finalidades. E, de fato, os recursos para o ensino superior público precisam ser elevados, porque se trata de uma área crucial para o país e é uma obrigação do Estado, de acordo com a Constituição, e as universidades públicas são um patrimônio da sociedade brasileira. Na realidade, entre 2012 e 13 os indicadores já sinalizavam que o país enfrentaria uma crise econômica que comprometeria as políticas públicas e os investimentos sociais. E, realmente, a crise veio com todos os seus efeitos nocivos. A LOA define o orçamento geral das universidades federais para 2019, incluindo despesas com pessoal, de aproximadamente R$ 35 bilhões. Em 2018, foi da ordem de R$ 33 bilhões, o que mantém os padrões orçamentários das universidades nos mesmos patamares. Ou seja, ainda não temos perspectivas otimistas para este ano. Mesmo neste cenário, a excelência da gestão das universidades tem respondido positivamente, permitindo que a produção acadêmica seja elevada e que a qualidade do ensino não seja rebaixada.

A Emenda Constitucional 95 é um complicador?
RC – Sim. A Emenda Constitucional 95, com o chamado teto de gastos, criada no governo Temer, complicou ainda mais o cenário, porque impacta fortemente a qualidade dos serviços públicos, congelando por 20 anos as despesas primárias do orçamento público, e que impede ou reduz o crescimento real das despesas de custeio e investimentos. Ao limitar os gastos sociais, o ensino superior público é diretamente atingido e perde as condições de crescer e mesmo de manter suas atividades básicas e sua infraestrutura.

Como as universidades estão vivenciando esse momento?
RC – Como disse anteriormente, a resposta para essas dificuldades é a qualidade da gestão de cada instituição de ensino, é o planejamento das ações e projeções de cenários, é o equilíbrio financeiro a partir de ajustes de custos, sobretudo dos processos operacionais. Entretanto, as universidades não podem ficar estagnadas pela carência de recursos e passar a sobreviver sempre na emergência. As universidades precisam e, em cumprimento ao Plano Nacional de Educação (PNE), querem crescer, atualizar seus equipamentos, produzir novas dinâmicas acadêmicas, modernizar seus processos tecnológicos, cuidar das pessoas e de suas instalações físicas, para que a atividade-fim – ensino, pesquisa e extensão – atenda plenamente ao que deseja a sociedade.

As doações, a exemplo dos fundos patrimoniais, poderiam ser uma alternativa plausível? Como isso se daria na prática?
RC – As contribuições particulares, para além das obrigações do Estado, direcionadas ao desenvolvimento da educação, da ciência, da tecnologia e da inovação é um bom mecanismo em uma sociedade que quer ter qualidade de vida para todos, e é importante para o País que busca crescer socialmente, economicamente, culturalmente, ambientalmente. Existe uma legislação recente que abre a possibilidade e regulamenta as doações para as universidades públicas, ou para projetos específicos das instituições de ensino. O que não pode ocorrer é que as doações venham a substituir a obrigatoriedade do Estado de assegurar o direito de todos à educação. A doação monetária, de equipamentos ou materiais deve ser um instrumento adicional, como ocorre no mundo inteiro, a exemplo dos fundos patrimoniais ligados a Harvard, Yale, Princeton e Stanford. Ainda não existe a cultura entre as elites econômicas no Brasil da doação ou patrocínios às universidades.

Desde o final de 2018, a Andifes está promovendo campanhas nacionais em defesa da universidade federal pública, gratuita e de qualidade. O que tem motivado essas ações?
RC – Sempre fizemos campanhas de apresentação da universidade pública, gratuita e de qualidade. O que diferencia essa campanha das anteriores é que as universidades estão atuando conjuntamente, com temáticas comuns a todo o sistema, desenvolvendo as peças em nossas próprias mídias, mostrando a elevada produção acadêmica das universidades federais, o nosso compromisso com a educação de qualidade, e nossa significativa produção de ciência e tecnologia, reafirmando que as universidades federais constituem um patrimônio do povo brasileiro.

Existe uma imensa diversidade e complexidade entre as universidades federais de todo o Brasil. Quais são os ideais que as unem e quais são as principais características do sistema?
RC – As especificidades regionais são naturais em um País com as dimensões do Brasil, e elas devem ser preservadas, inclusive aquelas dentro de cada região, já que cada universidade tem uma história e uma vocação independentemente de estar no mesmo estado, por exemplo. Temos universidades centenárias e outras com poucos anos de trajetória. E cada qual possui a sua história, sua organização, os seus quadros de docentes e técnicos, e estão inseridas no contexto de suas respectivas regiões. O que une são as questões gerais como a missão das instituições de oferecer formação acadêmica e promover a cidadania, e o tripé que sustenta as universidades públicas: o ensino, a pesquisa e a extensão. A partir dessa compreensão, e com a interação necessária, construímos a unidade de ação para que possamos crescer e oferecer serviços de qualidade à população.

Como o senhor avalia que seria o Brasil sem as universidades federais?
RC – Impensável. Não há, no Brasil, um sistema de formação de recursos humanos, produção de conhecimento, desenvolvimento tecnológico, prestação de serviços à sociedade e promoção da cidadania comparável ao Sistema Público de Universidades Federais. E esse é também um diferencial bastante positivo do Brasil em relação a outros países.

E como seriam as universidades federais e o ensino superior se a Andifes não existisse?
RC – A Andifes tem a tarefa fundamental de agregar as instituições, respeitando as peculiaridades e as questões exclusivas, para desenvolver estratégias comuns que contemplem o conjunto das instituições. A Andifes organiza o sistema de universidades federais, portanto, dá dimensão nacional e, ao mesmo tempo, capilariza no território brasileiro as políticas públicas de ensino, pesquisa e extensão. Reconhece e confere protagonismo a todas as universidades federais, das mais recentes às mais tradicionais. Esse mesmo sistema interage com a educação básica e auxilia, de maneira fundamental, a saúde pública, além de ser responsável pela maior parte da ciência, tecnologia e inovação realizada no Brasil. Logo, a Andifes cumpre um papel estratégico no desenvolvimento do País. Sem a Andifes não teríamos um sistema simultaneamente coordenado, respeitando e fortalecendo a autonomia de cada universidade.

O que a Andifes projeta para o futuro?
RC – São muitos os desafios do ponto de vista econômico e político. Mas estamos sempre motivados para enfrentar as dificuldades. Nós, reitores, temos mandatos, somos passageiros. Temos a clareza de que as universidades federais são instituições permanentes e, portanto, prosseguimos fomentando o diálogo e apresentando proposições que atendam a educação superior pública, sempre em sintonia com os anseios da sociedade brasileira.

 

 

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UFSC manifesta-se em defesa da universidade pública, gratuita, autônoma e plural

31/10/2018 18:06

Em defesa da Universidade Pública, Gratuita, Autônoma e Plural

A Administração da Universidade Federal de Santa Catarina, passado o processo das eleições em todos os níveis, reitera seu compromisso histórico e institucional em defesa das Instituições Públicas de Ensino – laicas, republicanas e autônomas – além do posicionamento intransigente no sentido do pleno respeito à Democracia. Superadas as questões político partidárias, a Universidade posiciona-se em favor da manutenção de um ambiente saudável, seguro, em que prevaleçam o respeito às diferenças e o convívio harmonioso e tolerante entre as pessoas. Ainda reiteramos o caráter intocável da Liberdade de Cátedra e da ampla autonomia no exercício da docência, em todas as esferas de Educação, a fim de que a formação cidadã se dê nas bases Legais, morais e éticas, sem admitir qualquer tipo de cerceamento ou ameaça à atuação de professoras e professores. Por fim, acreditamos firmemente no papel de cada cidadão e cidadã, das instituições, dos governos, e na força do ensino, da pesquisa e da extensão, como ferramentas essenciais na construção de uma nação livre, democrática e diversa.

Florianópolis, 31 de outubro de 2018

A Administração da UFSC

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Comissão Memória e Verdade promove audiência sobre mobilização dos professores durante a ditadura

05/09/2016 14:30

1A Comissão Memória e Verdade (CMV-UFSC) promove na próxima semana sua última sessão pública de depoimentos, desta vez com o tema “Movimento Docente na UFSC: de 1975 a 1984”.

O evento será na quarta-feira, 5 de outubro, às 19h, no Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH).

O objetivo é resgatar a história da organização e mobilização dos professores universitários durante o período da ditadura civil-militar: mostrar suas lutas para a defesa dos direitos salariais e de carreira dos professores, a defesa da Universidade Pública e a redemocratização do país.

Para falar sobre o assunto, os convidados são os professores Hamilton Schaefer, Célio Espíndola, Tanira Piacentini e Marli Auras.

Esta será a terceira audiência pública promovida pela CMV-UFSC. As duas primeiras foram sobre o movimento estudantil nas décadas de 1960/1970 e 1970/1980.

Sobre a CMV-UFSC

A Comissão Memória e Verdade (CMV-UFSC) foi criada em dezembro de 2014 pelo Conselho Universitário com o objetivo de apurar e identificar atos arbitrários, violentos e de cerceamento das liberdades individuais e dos direitos humanos que atingiram a comunidade da UFSC no período de 1º de abril de 1964 a 5 de outubro de 1988. As atividades da CMV-UFSC encerram-se este ano, com a apresentação de um relatório final ao CUn.

:: Serviço

O quê: sessão pública de depoimentos “Movimento docente na UFSC: de 1975 a 1984”

Quando: 5 de outubro, quarta-feira, às 19h

Onde: Auditório do CFH (Centro de Filosofia e Ciências Humanas/UFSC)

Mais informações:

Site da Comissão Memória e Verdade

Evento no Facebook

 

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