Professoras da UFSC lançam relatório sobre clima na COP 30 e palestram para lideranças
Duas professoras da Universidade Federal de Santa Catarina estarão entre as principais lideranças políticas e acadêmicas do mundo na discussão do clima na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, que ocorre em Belém do Pará. Regina Rodrigues, da coordenadoria de Oceanografia, e Marina Hirota, do Departamento de Física, são parte da equipe editorial do 10 New Insights in Climate Science 2025/2026, um dos documentos mais relevantes sobre o assunto. Elas estarão entre as palestrantes da conferência, representando, ao lado do cientista Johan Rockström, idealizador do conceito de “fronteiras planetárias”, todos os pesquisadores que construíram o documento.
O lançamento ocorrerá na segunda-feira, 10 de novembro, no Planetary Science Pavilion. Antes, as professoras participarão de uma coletiva de imprensa para comentar os principais achados do documento, que sintetiza desafios do clima para o ano. O relatório é produzido pela Future Earth, The Earth League e pelo Programa Mundial de Pesquisa Climática (World Climate Research Programme),
Entre os apontamentos dos cientistas, descritos com a participação de Marina e Regina, estão a aceleração do aquecimento global, as ameaças à saúde e à produção dos meios de subsistência. A equipe também traça estratégias científicas para reduzir a lacuna entre promessas e implementação de planos para a gestão das questões reportadas.

Mais de 70 pesquisadores de mais de 20 países contribuíram com o documento. Outros 150 especialistas também colaboraram. Há 23 cientistas no corpo editorial e, entre três mulheres brasileiras, duas são da UFSC. A outra cientista é Mercedes Bustamante, da Universidade de Brasília. Enquanto Regina focou na questão dos oceanos e aumento do aquecimento global em 2023 e 2024, Marina se dedicou a tópicos relacionados à biodiversidade e clima.
Resultados
Segundo o relatório, 2024 foi o ano mais quente já registrado, com temperaturas globais 1,55°C acima dos níveis pré-industriais. “O conteúdo de calor dos oceanos e o aumento do nível do mar atingiram recordes históricos, enquanto o gelo marinho antártico registrou sua segunda menor extensão já observada. Apesar das evidências crescentes, as emissões globais de gases de efeito estufa continuaram a aumentar no último ano”, aponta o material de divulgação que sintetiza o documento.
O relatório aponta que a perda de biodiversidade pode intensificar as mudanças climáticas e reduzir a capacidade dos sistemas naturais de absorver carbono e estabilizar o clima. Os impactos humanos também são projetados: há ameaças à segurança hídrica, expansão de doenças como a dengue, perda de produtividade e redução de renda global, com impacto em trabalhadores vulneráveis.
Segundo Regina, a divulgação do relatório na COP 30 é estratégica por se tratar de um documento direto, que ganha visibilidade na agenda do evento. Já Marina participou pela primeira vez do corpo editorial. Antes, ela havia sido autora do documento e classifica o trabalho como uma experiência importante para ouvir outras áreas de conhecimento e conectar com os seus objetos.
O Brasil faz parte de resultados e discussões do relatório, não só pela realização e organização da COP 30, mas também por assuntos que impactam diretamente o pais. No caso da dengue, por exemplo, houve recorde de casos, com 17 cidades decretando situação de emergência. A região amazônica e a Mata Atlântica também são ecossistemas presentes nas observações dos cientistas.









































