A escritora Alê Motta será a convidada da aula inaugural conjunta do Programa de Pós-Graduação em Literatura e do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no dia 24 de agosto, às 10h30, no auditório do Espaço Físico Integrado (EFI). Ela é autora de Velhos (editora Reformatório, 2020), leitura obrigatória do programa das disciplinas do Vestibular UFSC 2024. Após a fala da escritora, haverá uma conversa sobre a obra, mediada pelos professores George França (CA/CED) e Jorge Wolff (LLV/CCE). 
Os interessados em participar devem fazer sua inscrição entre os dias 10 e 23 de agosto, pelo link. O evento é voltado prioritariamente para os estudantes dos terceiros anos do Ensino Médio do Colégio de Aplicação e da Pós-Graduação em Literatura e aberto a servidores docentes e técnico-administrativos da UFSC e comunidade externa. As vagas são limitadas à capacidade do Auditório em que a atividade ocorrerá (180 lugares). As inscrições são gratuitas e a participação dá direito a certificado de duas horas.
Na seção “Por que ler as obras?” do programa das disciplinas do Vestibular UFSC 2024, assim é justificada a indicação do livro Velhos:
“Tendo estreado na ficção com Interrompidos (Reformatório, 2017), Alê Motta, na coletânea de contos Velhos, investe em dois elementos inovadores na literatura brasileira: a extensão dos contos e a temática abordada. Quanto ao primeiro aspecto, as narrativas que compõem o livro facilmente seriam classificadas como microcontos – uma categoria crítica ainda recente e bastante elástica, porque inclui histórias com extensão variando entre uma linha e duas páginas. Embora o termo seja relativamente novo, pode-se apontar uma certa ‘tradição microcontista’ constituída por experiências e projetos ficcionais como os de Oswald de Andrade, Elias José, Marina Colasanti, Dalton Trevisan, Rosa Amanda Strauz, João Gilberto Noll, Marcelino Freire, João Anzanello Carrascoza, dentre outros. O segundo aspecto que merece atenção é o trabalho com a temática da velhice, com corpos que costumam ser invisibilizados tanto na sociedade quanto na literatura – especialmente no papel de protagonistas. A concisão das narrativas de Alê Motta não impede um tratamento multifacetado acerca do envelhecer, com momentos perturbadores, divertidos e melancólicos. Estão ali presentes problematizações sobre o modo como as pessoas são postas à margem do mundo social com o passar do tempo, consideradas não mais funcionais ao capitalismo, segundo a expressão do preconceito etário. Os temas da deterioração da memória, de doenças incapacitantes, do medo da morte, da vida como jornada e das experiências acumuladas são pontos de destaque. Vale salientar que Velhos também ironiza estereótipos culturais do imaginário, por exemplo, o de que basta envelhecer para se tornar um velho sábio e bonzinho, pois há também a contraparte perversa e estúpida.”
Mais informações pelos e-mails franca.george@ufsc.br, jorge.wolff@ufsc.br e ppglit@contato.ufsc.br