Professor da UFSC é nomeado para órgão federal de combate à violência contra jornalistas
O Diário Oficial da União publicou a portaria da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus) que nomeia os membros do Observatório da Violência contra Jornalistas e Comunicadores, e um dos titulares é o professor Rogério Christofoletti, do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina.
O Observatório é um órgão criado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública para receber denúncias de ataques a jornalistas e profissionais da comunicação, acompanhar e acelerar processos judiciais e investigativos, reunir dados e propor políticas públicas para a área. O órgão foi criado no início de 2023 a partir da insistência de entidades da sociedade que monitoram as agressões a repórteres, e que estavam alarmadas com a explosão de casos de ameaças físicas, simbólicas, psicológicas e agressões online sofridos pela categoria nos últimos anos. Durante o governo Bolsonaro, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) contabilizou 1442 ataques entre 2019 e 2022, praticamente um por dia.
Embora a portaria de composição do Observatório só tenha sido publicada no dia 8 de dezembro, o órgão desenvolveu uma série de atividades ao longo do ano, como reuniões de trabalho, participação em eventos (inclusive na Unesco e Organização dos Estados Americanos) e o lançamento de um canal de denúncias específico. “O Observatório se estrutura em grupos de trabalho e isso vai nos permitir também atuar em várias frentes, como a mitigação de assédio judicial contra jornalistas e a proposição de políticas específicas de combate. Nos últimos anos, as jornalistas têm sido alvo preferencial de ataques de certos grupos misóginos, por exemplo”, explica Christofoletti que integra o GT Ataques Digitais e Políticas de Proteção. “Estamos em contato, inclusive, com as grandes plataformas digitais para cobrar delas compromissos mais efetivos de proteção aos jornalistas, tendo em vista que o jornalismo é uma atividade de sustentação e fortalecimento da própria democracia”, conclui.
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