Ato em solidariedade à jornalista Schirlei Alves ocorre nesta quinta-feira na UFSC
O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC) promove um ato público em solidariedade à jornalista Schirlei Alves nesta quinta-feira, 30 de novembro, às 10h, no auditório do Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina (CCE/UFSC). O sindicato divulgou um manifesto em defesa da jornalista e contra o assédio judicial aos profissionais de imprensa, subscrito por cerca de 60 entidades até o momento.
O manifesto tem o apoio de diversos órgãos da UFSC, tais como o Colegiado do Departamento de Jornalismo (JOR/UFSC), o Programa de Pós-Graduação em Jornalismo (PPJOR/UFSC), o Grupo de Pesquisa Transverso – Estudos em Jornalismo, Interesse Público e Crítica, o Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc).
Schirlei foi condenada a um ano de prisão em regime semi-aberto e indenização de R$ 400 mil pela publicação de uma reportagem no The Intercept Brasil que aponta os constrangimentos sofridos por Mariana Ferrer durante o julgamento do homem acusado de estuprá-la.
A recente condenação criminal da jornalista Schirlei Alves pela juíza Andrea Cristina Rodrigues Studer é um episódio que lança uma sombra sobre a liberdade de imprensa no Brasil. A reportagem de Schirlei, publicada em 2020 pelo The Intercept Brasil, trouxe à tona o constrangimento e a violência sofridos por Mariana Ferrer durante o julgamento do homem acusado de estuprá-la. A jornalista, cumprindo seu papel essencial de informar a sociedade sobre questões de interesse público, foi condenada a um ano de prisão em regime aberto e ao pagamento de uma indenização de R$ 400 mil. Esta decisão contrasta com a punição tardia do juiz Rudson Marcos pelo Conselho Nacional de Justiça, evidenciando uma distorção na aplicação da lei.
É incompreensível que a jornalista seja penalizada por seu trabalho, em um processo movido pelo juiz e o promotor do caso, enquanto os agentes públicos envolvidos na situação de humilhação de Mariana Ferrer não são responsabilizados. É papel do jornalismo dar publicidade a condutas equivocadas de agentes públicos, por isso, a criminalização de Schirlei Alves é uma afronta ao direito à informação e à liberdade de imprensa. A violência de gênero presente nessa história, desde a humilhação de Mariana até a perseguição judicial à jornalista, é inaceitável e demanda uma revisão urgente na atitude da juíza Andrea.
O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina e as entidades que subscrevem este manifesto expressam a necessidade de que instâncias superiores da Justiça brasileira reformem a sentença proferida na primeira instância contra Schirlei Alves.”