Professora da UFSC vence prêmio Jabuti com tradução de James Joyce
A professora Dirce Waltrick do Amarante, do curso de Artes Cênicas e da Pós-Graduação em Estudos da Tradução, e um grupo de autores do Coletivo Finnegans venceu o prêmio Jabuti na categoria Tradução com a obra Finnegans Rivolta, do romancista e poeta James Joyce. O resultado foi divulgado na noite desta terça-feira, 5 de dezembro. A docente foi a organizadora da obra e tem livros publicados na área de tradução, teoria literária, teatro e literatura infantil e juvenil. “Prêmios dão visibilidade ao trabalho, à proposta de trabalho. Não é a primeira vez que sou premiada por trabalhos que envolvem tradução e James Joyce – tenho alguns livros publicados a respeito do autor e de sua obra. Mas é a primeira vez que sou premiada coletivamente, e isso me deixa bastante feliz”, comenta.
A professora explica que o projeto de uma tradução coletiva era antigo. Ela começou a estudar Joyce e mais especificamente esse romance/poema, no início dos anos 2000, e percebeu que era um projeto que tinha tudo a ver com o coletivo. “Primeiro, porque o grande protagonista do romance é alguém conhecido como HCE, Here Comes Everybody, todos estão incluídos (numa interpretação mais abrangente). Segundo, porque o romance narra a ‘história da humanidade’, segundo o autor, e, para ele, a história era como a brincadeira do telefone sem fio, ou seja, um conta algo no ouvido do outro, e no final surge uma história nova. A proposta era cada tradutor contar sua versão da história, pois traduzir é antes de tudo ler e interpretar, e nunca há, pelo menos nas ciências humanas, uma única interpretação para os fatos”, explica a organizadora da obra.
Dirce comenta que esse projeto de tradução coletiva foi gestado por muito tempo, mas que queria achar o grupo certo. “Por fim, achei. É um grupo heterogêneo: formações diferentes, gerações diferentes, mas todos entusiastas das vanguardas. Trabalhar em grupo é algo que o Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução sempre incentivou. Sou também professora do curso de Artes Cênicas, no qual o trabalho em equipe é uma constante. É importante o coletivo, todos os coletivos! No que tange à tradução, não acredito que seja um trabalho isolado”, reitera.
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