‘Catarina Somos Todas Nós’: audiência exige ações imediatas contra o feminicídio em SC

28/11/2025 12:29

A Audiência Pública “Catarina Somos Todos Nós — Pelo Direito à Vida de Todas as Mulheres”, realizada nesta quinta-feira, 27 de novembro, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), foi um espaço de luto e de debate sobre a violência de gênero no estado, convocada após o feminicídio da estudante de pós-graduação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Catarina Karsten. Representantes do Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública e de órgãos de segurança uniram-se aos legisladores e aos grupos da sociedade civil para lamentar as estatísticas alarmantes e a falha do sistema em proteger as mulheres.

Embora as instituições tenham novas ações detalhadas – como protocolos de segurança integrados e grupos reflexivos para agressores -, o principal clamor foi pela necessidade de compromisso orçamentário e de mudança cultural. Houve amplo consenso de que a solução estrutural exige a inclusão obrigatória de educação em gênero e de combate à violência nos currículos escolares, desde a educação básica, para desconstruir o machismo endêmico. A sessão culminou na aprovação unânime da Carta Catarina, documento que transforma a dor em um apelo por políticas públicas concretas que garantem às mulheres o direito de viver e transitar com segurança e liberdade.

Luto e indignação

A abertura da audiência foi marcada pela apresentação cultural do bloco Filhas e Filhes de Eva no Jardim das Delícias, uma fanfarra carnavalesca feminista da qual Catarina, flautista, era aluna. Um representante do grupo expressou a dificuldade de estar presente em meio ao luto, mas ressaltou que a missão do bloco é “produzir vida, produzir poesia, produzir liberdade”. Ela questionou a narrativa de que Catarina estava em uma “trilha cheia de mata fechada”, afirmando que se trata de um caminho comum para moradores de Florianópolis e que o direito de ir e vir deve ser assegurado a toda pessoa.
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‘Catarina somos todas nós’: audiência pública nesta quinta discutirá segurança e proteção às mulheres

26/11/2025 16:09

A Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), representada pela deputada estadual Luciane Carminatti (PT), convoca a sociedade catarinense para uma audiência pública que discutirá segurança e proteção às mulheres. O encontro será nesta quinta-feira, 27 de novembro, às 14h, no Plenarinho, com transmissão ao vivo pelo YouTube da Alesc.

O debate será realizado a partir do recente assassinato da estudante Catarina Karten, na última sexta-feira, um crime que volta a escancarar a gravidade da violência de gênero no estado. A audiência terá como título “Catarina somos todas nós — Pelo direito à vida de todas as mulheres”, reforçando que o caso representa a realidade de milhares de catarinenses.

O requerimento apresentado à Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público recebeu o apoio de outros sete parlamentares, demonstrando convergência institucional para o enfrentamento ao feminicídio e às agressões contra mulheres.

“Quando uma mulher é atacada, todas nós estamos em risco. Precisamos de ação firme, investimento em políticas de proteção e resposta rápida das instituições. A audiência é um chamado para que o Estado cumpra seu papel e para que a sociedade não se cale”, afirma.

A presença e participação são essenciais: “Garantir a vida das mulheres precisa ser prioridade absoluta — e isso só acontece com compromisso, pressão social e políticas efetivas”, ressalta a deputada.

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‘Catarina presente’: emoção marca homenagem à estudante da UFSC vítima de feminicídio

24/11/2025 16:17

Comunidade empunhou cartazes com fotos e frases, lembrando a estudante de pós-graduação. Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

Um ato marcado pela emoção prestou homenagem à estudante Catarina Kasten, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), assassinada na última sexta-feira, 21 de novembro, na trilha da praia do Matadeiro, na região Sul de Florianópolis. O evento ocorreu na tarde desta segunda-feira, 24 de novembro, no varandão do Centro de Comunicação e Expressão (CCE), no Campus de Florianópolis, no bairro Trindade, onde estavam afixados cartazes com frases como “Justiça por Catarina Kasten”; “Basta de feminicídio”; “Catarina presente”; “Nem uma a menos” e  “Somos todos Catarina”.

A homenagem reuniu familiares, estudantes e colegas de Catarina, que era aluna do Programa de Pós-Graduação em Inglês: Estudos Linguísticos e Literários, além de professores e diretores de centros de ensino da UFSC. O reitor da Universidade, Irineu Manoel de Souza, participou discretamente, acompanhado por membros da gestão.

O companheiro de Catarina, Roger Filipe Sales Gusmão, falou dos planos do casal, entre eles o de construir uma casa no lote que haviam comprado. Ele contou que é natural de Ipatinga-MG, já morou em muitos lugares e considerava a capital catarinense o melhor lugar que havia conhecido. “Achava que Florianópolis era o lugar mais seguro do mundo, onde os portões das casas não ficam trancados”.

Ele não quis fazer comentários de teor político, afirmando ter recebido apoio de muitas pessoas com posições políticas diferentes da sua. Considerou que deve haver uma união de esforços para combater a violência e adoção de medidas como melhor iluminação e instalação de câmeras dedicadas à segurança pública. Roger também disse que não quer guardar nenhum sentimento de vingança.

Catarina vai batizar sala de estudos
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Nota de pesar: estudante é vítima de feminicídio em praia de Florianópolis

21/11/2025 21:22

Catarina tinha 31 anos. Foto: Divulgação/CCE/UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) comunica, com pesar e indignação, o falecimento de Catarina Kasten, aos 31 anos. Ela era aluna do Programa de Pós-Graduação em Inglês: Estudos Linguísticos e Literários na UFSC. Catarina foi vítima de feminicídio nesta sexta-feira, 21 de novembro, na trilha da Praia do Matadeiro, no sul de Florianópolis.

Um ato público deve ser promovido neste sábado, 22 de novembro, para lembrar a memória de Catarina, a partir das 7h, na Igreja da Armação, próximo à trilha onde a estudante foi encontrada morta. A manifestação também pedirá mais segurança para mulheres em Florianópolis.

Antes de estudar letras na UFSC, Catarina foi aluna da Engenharia de Produção, onde integrou o Centro Acadêmico Livre de Engenharia de Produção (CALIPRO).

A UFSC repudia veementemente qualquer forma de violência contra mulheres. A Universidade manifesta sua indignação com o caso de Catarina e pontua que tais ocorrências não podem ser naturalizadas. A UFSC confia nas instituições de estado para dar o devido encaminhamento, com todos os esclarecimentos necessários ao caso.

A Universidade junta esforços com todos os que buscam trabalhar para que tais acontecimentos não se repitam, fazendo coro à indignação da comunidade universitária e, ao mesmo tempo, se solidarizando com os amigos e os familiares de Catarina neste momento de dor.

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Cartilha sobre feminicídio produzida por equipe da UFSC será entregue a policiais civis de SC

02/10/2024 17:10

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizou uma extensa pesquisa, em parceria com a Polícia Civil de Santa Catarina (PC/SC), coletando dados de homicídios femininos e feminicídios no Estado. Os dados foram extraídos de inquéritos policiais nos anos de 2018, 2019 e 2020. Ao todo foram coletados 276 procedimentos investigativos de homicídios de mulheres, sendo 142 de feminicídios e 134 de homicídios simples. Também foram realizadas 20 entrevistas semi-estruturadas com delegados de polícia das diferentes regiões de Santa Catarina. O trabalho teve a colaboração de delegados, psicólogos, escrivães e agentes de polícia.

A finalização da pesquisa resultou na publicação de dois livros e uma cartilha destinada aos policiais civis que trabalham diretamente na investigação de feminicídio. O documento explica as diferenças entre feminicídio e homicídio comum, apresenta a lei do feminicídio e o que são os crimes em razão de gênero referidos na Lei. O lançamento oficial da cartilha será nos dias 15 e 16 de outubro, na Academia da Polícia Civil de Santa Catarina (Acadepol), em Canarvieiras, Florianópolis. Durante o evento as cartilhas serão entregues aos profissionais da PC/SC.
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Grupo de pesquisa da UFSC lança podcast sobre cobertura jornalística de feminicídios

28/04/2023 09:59

O grupo de pesquisa Transverso – Estudos em Jornalismo, Interesse Público e Crítica, do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC, lançou nesta sexta-feira, 28 de abril, o podcast História mal contada – Os feminicídios na cobertura jornalística. O material está disponível ao público neste link.

Com três episódios de cerca de 17 minutos cada, o podcast é um dos materiais produzidos pelo grupo Transverso para estimular o debate sobre a cobertura de feminicídios na imprensa. O primeiro episódio apresenta e discute os resultados de pesquisa realizada pelo grupo, dando um panorama da cobertura realizada entre os anos de 2015 e 2021, período estudado pela equipe. O segundo episódio discute principalmente as fontes de informação utilizadas, destacando a ausência daquelas que são importantes na discussão do tema, como pesquisadoras e ativistas de movimentos sociais, sobretudo de mulheres e feministas. Já o terceiro e último episódio traz sugestões de como qualificar a cobertura jornalística de feminicídios.

Tanto o podcast quanto o documentário de mesmo nome que foi lançado pelo grupo Transverso em março são alguns dos resultados do projeto de pesquisa Os feminicídios em Santa Catarina e a cobertura jornalística: mapeamento de um problema público, realizada pelo Transverso e que está em fase de conclusão. Todos os materiais da pesquisa estão disponíveis no site: https://transverso.ufsc.br/cobertura-de-feminicidios/

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Grupo de pesquisa lança documentário sobre cobertura jornalística de feminicídios

02/03/2023 09:05

Diante dos inúmeros casos de feminicídio ocorridos e noticiados cotidianamente em Santa Catarina, o Grupo de Pesquisa Transverso: Estudos em Jornalismo, Interesse Público e Crítica, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, lança o documentário História Mal Contada – os feminicídios na cobertura jornalística, produzido por sua equipe. A exibição será na sexta-feira, 10 de março, às 14h30, no auditório do Centro de Comunicação e Expressão, como parte de atividades da semana do Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março.

De acordo com os dados da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina, do período de janeiro a outubro de 2022, os crimes de feminicídio cresceram 18,4%. Foram 56 casos em 2022, e apenas em dois meses de 2023, o estado já registrou seis mortes, dados que podem ser consultados no Observatório da Violência contra a Mulher de Santa Catarina. As medidas protetivas requeridas ao longo do ano passado alcançaram 23.308, e em 2023, já chegam a 2.617, de acordo com dados do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).

O documentário faz parte de uma pesquisa mais ampla do Grupo Transverso, intitulada Os feminicídios em Santa Catarina e a cobertura jornalística: mapeamento de um problema público, coordenada pela professora Terezinha Silva, que é uma das líderes do Grupo. Terezinha destaca que o objetivo do documentário é discutir como a questão do feminicídio é tratada pelo jornalismo. “Precisamos estimular um debate sobre o papel do jornalismo na prevenção e no combate das violências que cotidianamente matam as mulheres”.

O projeto de pesquisa do qual o documentário é um dos resultados teve o apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina (Propesq), e contemplado com financiamento destinado ao apoio a novos pesquisadores da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Produzido pela Lilás Filmes, com cerca de 25 minutos, o documentário traz o depoimento de mulheres, representantes de movimentos sociais e pesquisadoras, que têm discutido e estudado o problema das violências de gênero que resultam em feminicídios.

Serviço

O que: Lançamento do Documentário História Mal Contada
Quanto: 10/03/2023 (sexta-feira), às 14h30
Local: Auditório do CCE/UFSC (Campus Universitário Trindade – Trindade, Florianópolis – SC)
Mais informações: www.transverso.ufsc.br

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