Exposição traz raridades e territórios Guarani, Kaingang e Laklãnõ-Xokleng para a UFSC

27/05/2025 08:53

Entrada da exposição conta com vídeos produzidos nos três territórios (Fotos: Gustavo Diehl)

Uma casa de reza. Uma nascente de água. Uma barragem. Os símbolos de território para os povos Guarani, Kaingang e Laklãnõ-Xokleng em Santa Catarina contam a história do passado e do presente a partir de uma firme convicção de respeito à ancestralidade daqueles que ocupam o Estado há milênios. Esses três povos atuam como autores e também são parte da própria obra na exposição “TERRAS e ÁGUAS. História dos Territórios Guarani, Kaingang e Laklãnõ-Xokleng. Ontem, Hoje, Sempre”, recém aberta ao público no Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral – MArquE/UFSC.

A exposição é uma porta para a história, as tradições, as manifestações culturais e até mesmo as dores dos povos indígenas que têm territórios em Santa Catarina. Sua montagem começou há dois anos e envolveu o curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica e a ação Saberes Indígenas na Escola, com coordenação do professor do Departamento de História Lucas de Melo Reis Bueno, todos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

“São 11 curadores indígenas destes três povos contando sobre o território. Cada um tem suas especificidades, mas a ideia é reforçar a ancestralidade dos territórios indígenas”, explica Bueno. Por isso, sob essa lógica, o território não é só uma demarcação, mas um olhar para o mundo, que começa logo nas escadas do MArquE, com sons de cânticos e da natureza dando as boas-vindas aos visitantes.

Peças de artesanato foram selecionadas pelos povos indígenas, curadores da exposição instalada no museu

Na entrada, um mapa do tamanho da parede dá a ideia da dimensão da região Sul a partir da distribuição das Terras Indígenas e sítios arqueológicos associados aos três povos, marcados por características e tradições bastante diferentes.

A semelhança, segundo explica o professor, estaria no chamado tronco Jê, origem das línguas dos Kaingang e Laklãnõ-Xokleng. As diferenças e particularidades dos povos, no entanto, começam a aparecer já no primeiro ambiente, com a exibição de depoimentos e imagens dos territórios – tudo captado exclusivamente para a exposição.

Com tomadas de imagens aéreas captadas com o uso de drones é possível visualizar ambientes preservados, com mínimas intervenções e a presença das florestas. Homens e mulheres dos três povos também compartilham suas histórias e dão vida à experiência.
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Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena homenageia professora da UFSC

12/12/2023 12:11

O VII Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (FNEEI) homenageia Ana Lúcia Vulfe Nötzold, professora titular aposentada do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O evento é um encontro de professores, educadores e gestores da educação escolar indígena, que ocorre de 13 a 15 de dezembro, em Brasília (DF). O tema do Fórum deste ano é “Ensino Médio, Universidade Indígena e Políticas Afirmativas”.

Ana Lúcia é especialista em História Indígena, Etno-história e Povos Indígenas – em especial a etnia Kaingang. Segundo Sílvio Marcus de Souza Correa, também professor do curso de História, essa é “uma importante homenagem pela sua trajetória acadêmica e pelo seu trabalho pela educação escolar indígena”.

Mais informações no Instagram do FNEEI.

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Abril Indígena: a médica do povo Kaingang que, ainda estudante, salvou a vida do irmão

29/04/2023 10:00

Foto: acervo pessoal

Depois de ouvir de um paciente que não seria “cobaia de índio”, Aniéli Belino, indígena do povo Kaingang, buscou na família e na fé a força que faltava para concluir o Curso de Medicina na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Graduada no início de dezembro de 2022, a recém-formada relembra as dificuldades, as conquistas e o apoio que recebeu ao longo de sua vida acadêmica, que fez toda a diferença quando salvou a vida do próprio irmão, vítima de um acidente de carro. O exemplo de Aniéli, ou Di, como é conhecida, está neste perfil escrito pelo estudante Jucelino Filho, do Curso de Jornalismo da UFSC.

Coração gentil: Aniéli Belino, médica por paixão

Foi depois de uma cantiga que falava de paixões e limitações que se deu início à entrevista com Aniéli. De pés no chão, em meio a um gramado que mais parecia um bosque, localizado no coração da UFSC, em Florianópolis, ela começa a contar a sua história de vida. Aniéli Belino é indígena do povo Kaingang e viveu a maior parte da sua vida na Terra Indígena Xapecó, na cidade de Ipuaçu, em Santa Catarina. Aos 10 anos, já sonhava em ser independente e trabalhava muito para comprar seus doces.

Desde muito pequena, suas conquistas foram com seu próprio dinheiro. Ela ajudava sua avó cuidando da horta e fazendo faxina. Tudo isso deixava as suas mãos ásperas e calejadas, mas ela nem se dava conta. Só foi perceber quando, mais tarde, passou por uma avaliação de um médico.

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Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica da UFSC lança coleção de livros

26/04/2021 10:42

A coleção de livros da Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica será lançada dia 29 de abril, às 16h, pelo YouTube“Ações e saberes Guarani, Kaingang e Laklãnõ-Xokleng em foco: Pesquisas da Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica” terá também sua versão em formato digital

O evento de lançamento contará com uma roda de conversa com alguns autores e autoras, além das organizadoras, e com vídeos de apresentação dos capítulos.

Links para os e-books:

Guarani – https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/222424

Kaingang – https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/222428

Laklãnõ-Xokleng – https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/222430

 

 

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UFSC sedia ‘II Seminário de Línguas Indígenas do Sul da Mata Atlântica: Guarani, Kaingang e Laklãnõ/Xokleng’

05/11/2019 13:20

A Licenciatura Intercultural Indígena (LII) da UFSC e o Programa de Pós-Graduação em Linguística promovem o II Seminário de Línguas Indígenas do Sul da Mata Atlântica: Guarani, Kaingang e Laklãnõ/Xokleng nos dias 7 e 8 de novembro.

O II Seminário de Línguas Indígenas do Sul da Mata Atlântica é fruto de um diálogo entre o curso de Licenciatura Intercultural Indígena e o Programa de Pós-Graduação em Linguística. O evento busca divulgar resultados de pesquisas e de experiências pedagógicas envolvendo alunos e professores indígenas do curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, com enfoque nas práticas envolvendo as línguas indígenas – guarani, kaigang e xokleng. Em atenção ao ano internacional das línguas indígenas (Unesco), o evento abordará a importância do estudo e da pesquisa em línguas indígenas para a manutenção da pluralidade cultural e discursiva dos grupos falantes dessas línguas.

As inscrições podem ser realizadas aqui.

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Seminário debaterá Línguas Indígenas do Sul da Mata Atlântica em novembro

07/10/2019 12:59

O Programa de Pós-Graduação em Linguística, o curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica e o Grupo de Políticas Linguísticas Críticas, todos vinculados à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), promovem nos dias 7 e 8 de novembro o II Seminário de Línguas Indígenas do Sul da Mata Atlântica: Guarani, Kaingang e Xokleng. As atividades do primeiro dia acontecerão no Auditório do CCJ e no segundo dia na Sala Drummond (CCE, Bloco B).

O evento visa contribuir não apenas com as discussões sobre a importância dessas línguas como patrimônio cultural, mas potencializar debates e ações de justiça social e direitos linguísticos, em reconhecimento à dignidade desses sujeitos.
Inscrições podem ser feitas no endereço http://inscricoes.ufsc.br/activities/4157.

O Seminário envolverá estudantes, professores e pesquisadores indígenas em torno da divulgação e defesa de suas línguas indígenas – Guarani, Kaingang e Xokleng – faladas na região sul do Brasil. Além disso, o evento celebra o Ano Internacional das Línguas Indígenas (IYIL2019), conforme definido pela UNESCO, em atenção à cultura e à riqueza linguística desses povos.

Mais informações sobre a atividade AQUI.

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Primeira estudante indígena da Pós em Antropologia Social da UFSC defende dissertação sobre povos Kaingang

06/04/2016 16:31

“Desde criança, a gente vê antropólogos entrarem e saírem das terras indígenas. É uma relação bem próxima. Eles vão para pesquisas, demarcação de terra. Vim de uma terra de © Pipo Quint / Agecom / UFSCretomada, foi uma disputa de território. Nesse período, via muitos antropólogos visitarem a nossa casa, conversarem com as lideranças. Sempre achei aquilo interessante. Um deles sempre soube muito da minha família, dos meus avós”, relembra Joziléia Daniza Jagso Inácio Schild, primeira estudante indígena do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A sua dissertação Mulheres kaingang, seus caminhos, políticas e redes na TI [Terra Indígena] Serrinha foi defendida no dia 24 de fevereiro de 2016.

Em seu trabalho, a geógrafa deu ênfase a três narrativas de luta de mulheres kaingang a partir das décadas de 60 e 70. “O movimento indígena pela terra e pelos direitos não se inicia pela Constituição de 88. Houve uma luta grande do movimento indígena, que conseguiu se articular sem internet, telefone, dinheiro. Alguns artigos específicos (231 e 232 – direito aos costumes, território e crenças) nos asseguram o direito de sermos quem somos. O tema vinha sendo discutido em fóruns institucionais; a promulgação da Constituição de 88 veio depois”, destaca.
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Abertas inscrições para formadores na Ação Saberes Indígenas na Escola

05/03/2014 16:49

Estão abertas, até 7 de março de 2014, as inscrições para a seleção de formadores que atuarão na Ação Saberes Indígenas na Escola (Secadi/MEC), junto aos povos Guarani, Kaingang e Xokleng/Laklãnõ.

A Portaria 98, de 6 de dezembro de 2013, que regulamenta a ação Saberes Indígenas na Escola e define suas diretrizes complementares, oferece informação completa sobre a ação e as atribuições dos formadores (artigos 19 e 20).

Os candidatos devem, no mínimo e cumulativamente, ter os seguintes pré-requisitos de formação e experiência:
I – experiência comprovada na área de formação de professores para atuar em escolas indígenas;
II – formação em áreas correlatas aos eixos do Programa (letramento e numeramento em línguas indígenas e portuguesa, e conhecimentos em artes verbais indígenas);
III – capacidade de elaborar materiais didáticos para uso nas escolas indígenas e materiais pedagógicos para uso dos professores participantes da formação;
IV – titulação de graduação, especialista, mestre ou doutor; e
V – experiência de trabalho junto a povos indígenas – no caso de formador que se dedique especialmente à pesquisa metodológica.

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Pesquisa da UFSC constata hipertensão arterial entre os Kaingang

13/09/2013 10:53

Nutricionista Deise Bresan

Visando conhecer mais sobre a saúde dos Kaingang, a quinta etnia indígena mais numerosa do Brasil, Deise Bresan, do Programa de Pós-Graduação em Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina, sob orientação do professor Maurício Soares Leite, realizou uma pesquisa sobre hipertensão arterial entre as pessoas desta etnia, da Aldeia Pinhalzinho, Terra Indígena Xapecó, localizada nos municípios de Entre Rios e Ipuaçu, no oeste de Santa Catarina.

A pesquisa, que resultou na dissertação de Deise, realizada com 355 indivíduos Kaingang, com idade mínima de 20 anos, encontrou quase metade da população com  hipertensão arterial. Da população masculina avaliada 50% apresentou pressão arterial elevada, já entre as mulheres, os níveis de hipertensão foram de 40%.  Esta pesquisa, até o momento, foi a que encontrou mais casos de hipertensão arterial entre povos indígenas e a quantidade é mais elevada do que a encontrada em nível nacional.

O estudo também verificou que dois terços dos homens e metade das mulheres que apresentaram níveis de pressão indicativos de hipertensão não faziam uso de medicamento para a doença. Esta constatação de que muitos portadores seguem sem acompanhamento tem sérias implicações em termos de morbidade e mortalidade.

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Três eventos discutem saberes da terra e direito ao território

30/05/2012 18:30

Sábios Indígenas Guarani, Kaingáng e Xokleng. Foto Wagner Behr/Agecom

Lideranças Indígenas e quilombolas começam nesta quinta, 31, debates sobre a sabedoria indígena e a luta pelo reconhecimento do território.    A discussão sobre o direito ao território para indígenas e quilombolas está no foco dos debates de três grandes momentos promovidos pelo Curso Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica da Universidade Federal de Santa Catarina. Lideranças indígenas e dois dos maiores especialistas na questão, o antropólogo João Pacheco Oliveira, do Rio de Janeiro, e Bartomeu Meliá, do Paraguai, estarão presentes em Florianópolis para um seminário, uma aula aberta e uma vivência que ocorrem nos próximos dia 31 de maio, 1º e 4 de junho. Os eventos são dirigidos aos alunos que freqüentam o curso, mas gratuitos e abertos a todas as etnias, pesquisadores e interessados no direito das minorias.
Saberes sobre a Terra – I Seminário Temático de Sábios Indígenas Guarani, Kaingáng e Xokleng abre essa série de eventos no dia 31 de maio , das 8h30 às 12h, no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC. O evento tem como objetivo dar voz a especialistas indígenas em torno de seus saberes sobre a terra, o que abarca os conhecimentos em relação à caça, pesca, coleta, plantio, manejo florestal e também do processo político e histórico de demarcação de terras indígenas.
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