Direitos indígenas e atual conjuntura política: ‘Hoje, como sempre, é um dia de luta’
O debate entre estudantes e lideranças indígenas, representantes do Ministério Público Federal (MPF) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no início da tarde desta quarta-feira, 14 de novembro, no Auditório do Centro Socioeconômico (CSE), evidencia uma preocupação social na iminência de um novo cenário político no Brasil, somada à luta constante dos povos originários pela vida, pela conservação das florestas, dos rios e do ar, por suas aldeias, costumes, línguas e tradições.
Trajando cocar e colar indígenas, o aluno de Direito Jafe Sataré-Mawé abriu o evento. De início, proferiu palavras na língua nativa e ressaltou que a Associação dos Estudantes Indígenas da UFSC, promotora do evento, irá fazer de 2019 um ano de luta, bem próximo do que diz seu lema “Se fere minha existência, eu serei resistência”. Falou que “a atual conjuntura política não é das melhores, nem favorável ao povo indígena”, frequentemente direitos são violados, a violência é sentida e sofrida, e a negligência do Estado se faz presente na demarcação de terras tradicionais, ou seja, em territórios sagrados.
“Hoje, como sempre, é um dia de luta”. A frase dita por Jafe demonstra que há tempos os índios são massacrados, disseminados, alvos de ataques sistemáticos, e resistem pelos que já se foram e para as futuras gerações. “Querem instituir um marco temporal que contrariam as regras e as normas dos direitos humanos internacionais e interamericanos. “Não aceitamos tamanho desrespeito para com nossas comunidades, nossas mulheres e crianças, no sentido que nós, povos indígenas, temos nossa própria maneira de pensar”, enfatizou. E, juntamente com outros representantes Guarani, Xokleng e Kaingang foi apresentado um ritual tribal.
(mais…)