UFSC na mídia: Professora fala sobre benefícios de cogumelos e o cultivo em Santa Catarina

16/07/2024 16:53

A professora Maria Alice Neves, do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), participou de duas entrevistas sobre o consumo e a produção de cogumelos em Santa Catarina.  No Podcast Agro, divulgado na última sexta-feira, 12 de julho, a pesquisadora apontou que o consumo de cogumelos é uma boa alternativa pela pouca gordura e alto nível de proteína presente no alimento e comentou sobre a facilidade de produção desse fungo, que vem crescendo no estado e na cidade de Florianópolis.

Na conversa, Maria Alice falou sobre o papel da UFSC na divulgação de produtores locais. No site do Laboratório de Micologia (Micolab) da universidade, no qual é coordenadora, há uma página com informações sobre fornecedores de cogumelos comestíveis e de outros produtos com fungos em Santa Catarina. Quem produz pode ter sua empresa divulgada preenchendo os dados neste formulário, disponível também no site. Além disso, os interessados podem acessar dicas de receitas para fazer com diversos tipos de fungos na área “Fungo e Fogão”.

Maria Alice também foi entrevistada para uma reportagem da emissora NDTV sobre cogumelos, no programa Agro, Saúde e Cooperação. Na edição, com foco para a agricultura urbana em Santa Catarina, a professora conta um pouco de sua trajetória com os fungos e da importância da pesquisa nessa área “Se a gente não sabe qual é a espécie, a gente não sabe se ela é comestível ou tóxica, a única forma é ver pelo microscópio e saber qual é o nome.”

Ela alerta para que o público não consuma cogumelos silvestres sem esse conhecimento prévio, e incentiva o consumo que vem dos produtores, por serem produtos de qualidade, saudáveis e seguros para comer.

*Notícia atualizada em 18/07/24, às 14h50, para correção do nome da professora Maria Alice Alves para Maria Alice Neves.

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Pesquisadores da UFSC identificam nova espécie de fungo na Serra Catarinense

29/04/2024 08:54

Microglossum azeurum, encontrado na serra catarinense. Foto: Luis Funez/PELD BISC

Um fungo de um azul reluzente se destaca na paisagem da Serra de Urubici, em Santa Catarina: é o Microglossum azeurum, uma espécie recentemente descoberta e registrada pelo pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas, Luís Funez. A espécie foi encontrada em meio às matas nebulares e pertence a um gênero que ocorre muito pouco no Brasil. A partir desse trabalho, que ocorreu no contexto da Pesquisa Ecológica de Longa Duração que estuda a biodiversidade do estado de Santa Catarina e do Mind Funga,  outras três novas espécies desse fungo foram localizadas espalhadas pelo país.

Isso ocorreu porque, assim que viu que tinha uma amostra da espécie nova, o pesquisadora procurou fóruns e comunidades de discussão de fungos para identificar pessoas que tivessem achado espécies de Microglossum. Em uma comunidade de discussão no Facebook, ele encontrou dois colegas que haviam se deparado com esse tipo de fungo. “Entrei em contato, pedi que me enviassem as amostras pelo correio e me enviaram. Assim, consegui, além do meu material, mais duas espécies novas”, narra.

A descoberta da espécie ocorreu durante uma atividade de levantamento da diversidade de macrofungos nas áreas que compunham o experimento, na Serra catarinense. “Eram feitas visitas regulares a cada uma dessas áreas, e os fungos que cresciam lá, eram fotografados, coletados e desidratados para que os estudos da sua morfologia e material genético pudessem posteriormente acontecer”, comenta.

“Encontrar um Microglossum é quase um delírio, um unicórnio fúngico. Eles são pequenos, coloridos e aparecem em lugares imprevisíveis em longos intervalos de tempo. Alguns autores descrevem 12-15 anos, outros descrevem mais de 50 ou 60 anos! Ou seja, talvez tenha sido a primeira e última vez que eu me deparei com uma maravilha dessas. Fico extremamente feliz por ter tido esse momento e poder ter trazido isso à luz da ciência”, explica

O conhecimento empírico dos grupos de fungos que eram encontrados na região permitiu que ele percebesse que estava diante de algo diferente. “Quando encontramos algum fungo que seja muito diferente, como foi o caso do Microglossum azureum, já suspeitamos ser algo diferente ou novo, mas a certeza só vem após as análises”, diz.

Espécie amarelada também foi identificada (Divulgação)

A morfologia completa dos fungos, de acordo com o pesquisador, pode ser acessada com auxílio de um microscópio. Além disso, as análises genéticas são fundamentais para a identificação de fungos, que representam um dos mais diversos grupos de organismos do planeta. “As espécies são muito parecidas entre si e se conhece relativamente pouco sobre eles”, pontua.

Dados confirmados; novas espécies

Os dados sobre a nova e inédita espécie só foram confirmados após todos esses procedimentos. E a equipe novamente foi supreendida, já que antes de terem acesso às sequências genéticas, os cientistas estavam tratando os Microglossum como apenas duas espécies: o Microglossum azureum e Microglossum popovkinii, fungos de cor amarela encontrados na Bahia e Mato Grosso. “Mas quando estas chegaram, notamos que duas amostras do amarelo, provenientes do Mato Grosso, eram geneticamente muito distintas das outras, e foi preciso reanalisar o material. Então surgiu uma terceira espécie: Microglossum sourellae”.

Funez explica que, dentro de Microglossum, há duas principais linhagens: a estipe escamoso e as estipe nú. Todas as novas espécies descritas possuem estipes nús. No caso do fungo localizado na serra catarinense, a cor azul vibrante e quase uniforme é sua marca registrada. “Nenhum outro apresenta esta coloração azul tão viva”, explica.  Os amarelados, por sua vez, possuem  características parecidas entre si, diferindo-se dos demais pela cor, amarelo pálido com a base do estipe azulada. As diferenças também abrangem formatos e medidas de estruturas microscópicas, como esporos e ascos.

O cientista também afirma que os fungos são organismos que apresentam inúmeras funções no ecossistema. “Os fungos são basicamente o motor de transformação da matéria nos ecossistemas. Microglossum, acredita-se que sejam decompositores de material particulado no solo, ou seja, reciclam a matéria morta, transformando-a em nutrientes vitais para a fertilidade do mesmo, de forma a nutrir a vida vegetal”, finaliza.

 

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Professora da UFSC é homenageada por aluno que descreveu novo gênero de fungo

03/05/2022 09:17

Fungo do gênero Nevesoporus teve suas primeiras amostras coletadas em 2009

O pesquisador Altielys Casale Magnagoo, egresso da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), descreveu um novo gênero de fungo e o nomeou em homenagem à sua professora, orientadora de mestrado e coorientadora de doutorado, Maria Alice Neves, do Departamento de Botânica, do Centro de Ciências Biológicas (CCB). O artigo científico com a descoberta foi publicado na revista internacional Mycologia no último dia 22 de abril, e está disponível no site Taylor & Francis Online. 

O nome dado ao novo gênero de fungo, Nevesoporus, combina o sobrenome da professora, Neves, com porus, proveniente do latim, termo relacionado ao himenóforo poróide do cogumelo. As primeiras amostras foram coletadas em companhia da professora Maria Alice em 2009, quando Altielys ainda era graduando do curso de biologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e estagiário da professora Maria Alice na disciplina de Biologia de Fungos, Algas e Briófitas. Apesar da descoberta, Altielys só decidiu sugerir uma nova espécie para o fungo quando já era mestrando na UFSC. 
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Pesquisador da UFSC descobre nova espécie de fungo nos manguezais de Florianópolis

21/02/2021 13:03

Um pesquisador do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) identificou uma nova espécie de fungo orelha-de-pau nos manguezais de Florianópolis. A primeira coleta, que deu início ao processo de descoberta, foi realizada em março de 2018 nas dependências da Universidade. “Eu estava indo com um colega ao CCA [Centro de Ciências Agrárias] e, no caminho, nos chamou atenção aquele fungo grande e rosado crescendo em uma aroeira. Realizei a coleta (que consiste em, além de coletar o material, coletar informações sobre substrato) e fiz algumas fotografias”, revelou Thiago Kossmann, mestrando no Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas (PPGFAP).

Ao tentar identificar o material, o pesquisador percebeu que a espécie possuía características únicas, como esporos bastante grandes para o gênero, assim como dois tipos de cistídios. “Quando comparado com as descrições de espécies do mesmo gênero, observamos que as características não batiam com nenhuma delas, o que indicava que se tratava de uma espécie nova. Então realizamos um trabalho cuidadoso de comparação com as outras espécies existentes do mesmo gênero, assim como de espécies de fungos poliporoides descritas para manguezais, para nos certificarmos de que se trata de fato de uma espécie nova”, explicou Thiago.

Além das análises morfológicas, também foram realizadas análises moleculares, a partir das sequências de DNA, para reconstruir filogenias, que determinam a história evolutiva das espécies e suas relações filogenéticas. Essas análises filogenéticas servem tanto para corroborar que se trata de uma espécie distinta das outras até então descritas, quanto para entender essas relações e ajudar a classificá-las.

A espécie recebeu o nome Trichaptum fissile (‘fissile’, em latim, significa ‘algo que se fende ou que se parte’). “Esse nome foi escolhido pois, com o tempo, os basidiomas dos indivíduos da espécie começam a apresentar rachaduras na superfície himenial (na região onde ficam os poros, e onde são produzidos os esporos), o que é possível de observar na foto”, afirma o pesquisador.

O fungo é encontrado em manguezais e arredores, ocorrendo nas árvores do mangue – Avicennia schaueriana (mangue-preto) e Laguncularia racemosa (mangue-branco) – e em aroeiras (Schinus terebinthifolius). É notável pelo seu tamanho, podendo chegar a 30 centímetros e apresenta coloração em tons de rosa.

Espécie já se encontra ameaçada de extinção

Embora recém-descoberta, a espécie já se encontra ameaçada de extinção por ocorrer exclusivamente associada aos mangues. Estima-se que possa haver uma redução populacional de 30% a 40% nos próximos 30 anos, devido ao aumento do nível do mar causado pelas mudanças climáticas, o que empurraria os manguezais cada vez mais para a terra. “Em boa parte da costa brasileira, os manguezais não teriam espaço para se expandir terra adentro devido à ocupação humana, bem como a elevação do mar provavelmente seria rápida demais para permitir uma resposta nesse nível”, destacou Thiago.
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SIC 2014: Engenharia de Alimentos estuda fungo que cresce em suco de maçã

23/10/2014 13:20

Francielli Martinhago, estudante da sétima fase do curso de Engenharia de Alimentos, apresentou nesta quinta-feira, 23 de outubro, na sala Aroeira, seu trabalho no 24º Seminário de Iniciação Científica (SIC) da UFSC. A graduanda faz parte de um projeto de pesquisa que há cinco anos estuda micro-organismos que crescem no suco de maçã. O papel dela foi analisar o crescimento do fungo na substância de acordo com a temperatura, os fatores ambientais e a concentração do suco.

Santa Catarina é o maior produtor de maçã no Brasil. Para a produção do suco, o extrato da fruta passa por um processo de pasteurização, que consiste em aquecer a substância a 115º C. Em sua pesquisa, a estudante alerta que, mesmo com o processo, os esporos do fungo Neosartorya fischeri podem sobreviver e causar problemas no estômago dos consumidores.

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