Médico do Hospital Universitário alerta para riscos de patologias associadas ao consumo de álcool

11/01/2022 12:53

O clima de verão e a proximidade do Carnaval, entre outros fatores comuns nesta época do ano, reforçam um hábito socialmente aceito na maioria das sociedades associado a muitos riscos para a saúde: o consumo de bebida alcoólica. A Organização Mundial de Saúde (OMS) explica que não existe um padrão de consumo seguro e livre de riscos, de acordo com o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e ginecologista do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh), Luiz Fernando Sommacal, que relacionou dez patologias associadas a esta substância.

O professor Sommacal disse que o álcool está associado a um número muito mais elevado de doenças e lesões, mas é possível citar, a título de exemplo e para demonstrar a gravidade dos efeitos do álcool consequências como doenças do fígado, doenças gastrointestinais, pancreatite, neuropatia periférica, problemas cardiovasculares, prejuízos cerebrais, disfunções imunológicas, anemias, osteoporose e câncer.

Segundo ele, um dos grandes problemas do consumo de álcool é que esta substância é socialmente aceita e até estimulada, sendo que pelo menos 52% da população adulta brasileira ingere álcool e, destes, mais da metade são bebedores ocasionais e outros 25% bebem pelo menos uma vez por semana. Como não há um padrão de consumo seguro e livre de riscos, a OMS alerta para situações que podem indicar um quadro de alcoolismo: casos quando o álcool assume um papel de destaque na vida da pessoa e casos no qual a ingestão de álcool torna-se mais frequente e em maior quantidade.

Para se ter uma ideia, para ser considerado um consumo baixo ou social, o limite é de 4 doses para mulheres e 5 doses para homens, sem quadro de embriaguez, sem constrangimento social e sem dirigir após beber. Uma dose equivale a 12 gramas de etanol (uma lata de cerveja, por exemplo, ou 40 ml de destilado). O consumo de risco se caracteriza quando o álcool é ingerido pelo menos uma vez por semana em grande quantidade, o que equivale a 14 doses para homens e sete doses para mulheres.

O ginecologista do HU explicou que as mulheres são menos tolerantes ao álcool porque elas têm uma menor quantidade das enzimas que degradam o etanol. “É em função dessas enzimas, que estão em menor quantidade, que elas são mais vulneráveis ao álcool”, explicou.

Entre as patologias citadas por Sommacal, ele explicou que, no caso das doenças do fígado, o álcool provoca inflamações neste órgão, levando a quadro de hepatite alcoólica e, no caso de doenças gastrointestinais e pancreatites, o efeito é por lesão direta dos órgãos.

Com relação às neuropatias periféricas, o médico explicou que o álcool provoca a deterioração do funcionamento dos nervos de mãos e pés, levando a um quadro de dormência, formigamento e alteração da sensibilidade.  O álcool também é depressor do sistema nervoso central e seu uso contínuo pode levar a dificuldades de raciocínio, além de alterar o senso de perigo e comportamento.

Os usuários regulares de álcool podem desenvolver patologias como pneumonia e tuberculose, uma vez que a substância reduz o sistema de defesa do organismo. Outra ação nociva do álcool diz respeito à deficiência de vitamina B12, provocando anemia, quadro agravado com a perda da capacidade de transporte de hemoglobina.

O especialista explicou que o consumo do álcool leva a um processo de desmineralização óssea, elevando o risco de desenvolvimento de osteoporose, que é a redução do cálcio em gramas por centímetro quadrado de osso. E, finalmente, na lista do médico, estão as diversas formas de câncer, pois o álcool tem uma substância chamada Acetaldeído, que tem efeito cancerígeno, podendo afetar principalmente boca, esôfago, laringe, estômago, fígado, intestino, reto e mama.

Unidade de Comunicação Social – Hospital Universitário (HU-UFSC)

Mais informações: (48) 3721-8104

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Laboratórios da UFSC produzem álcool em gel 70%

28/04/2020 14:18

Os primeiros 250 litros de álcool gel 70% produzidos em laboratórios da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para o esforço de combate ao coronavírus ficaram prontos na manhã desta terça-feira, 28 de abril: foram 100 litros no Laboratório de Farmacotécnica, do Centro de Ciências da Saúde (CCS), e 150 litros no Laboratório de Ensino de Química Analítica, no Centro de Ciências Físicas e Matemáticas (CFM). Na semana anterior, o Laboratório de Sanitizantes da instituição preparou 1.000 litros de álcool glicerinado 70.

A professora Angela Machado de Campos, do Departamento de Ciências Farmacêuticas, finalizou os primeiros testes de escalonamento da produção de álcool gel na quarta-feira passada, auxiliada por Simone Gonçalves Cardoso e Thiago Caon, colegas de departamento. Este álcool gel, explica Angela, é uma mistura de água, polímero, álcool 99,8% e uma glicerina umectante. A cada lote são produzidos três litros de gel, utilizando batedeira planetária ou um agitador mecânico – o polímero é dispersado na água e depois são misturados paulatinamente as outras substâncias. “É uma fabricação ainda em nível de laboratório. Quando chegar o álcool adquirido pela UFSC vamos utilizar o Laboratório de Sanitizantes, para a produção de lotes de 500 litros”, continua a professora, lembrando que a UFSC comprou e aguarda a chegada de matéria-prima. Ela comenta que, antes de terceirizar o fornecimento de insumos de limpeza (como sabonetes e detergente), a UFSC manufaturava neste laboratório artigos para consumo próprio – a estrutura, entretanto, permaneceu.

Angela ressalta a disposição das pessoas em colaborar. “Foi muita gente querendo participar”. Todos os materiais usados nesta primeira produção foram doados. O polímero foi doado pela empresa MC Química.  A Apufsc Sindical (Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina) doou álcool na concentração que vai permitir a continuidade da fabricação. “Eles conseguem comprar e receber com mais rapidez que a UFSC”, diz.

 

Ajuda de estudantes de pós

Uma força-tarefa foi organizada no Laboratório de Ensino de Química Analítica, que inclui professores do Departamento de Química e alunos do Programa de Pós-Graduação em Química. O professor Eduard Westphal explica que o trabalho é realizado sempre em pequenos grupos, em torno de cinco pessoas. “Temos cinco agitadores mecânicos que permite que cinco pessoas trabalhem simultaneamente, mantendo um bom distanciamento dentro do laboratório. Cada integrante consegue fazer bateladas de cinco litros por vez, e algo em torno de duas por tarde. Num dos equipamentos podemos produzir até 15 litros por vez. Assim, a produção diária gira em torno de 80 litros do gel”. Além de evitar aglomerações, a ideia dos grupos pequenos, completa Eduard, permite que mais pessoas possam contribuir e ninguém seja sobrecarregado.

Em três dias de trabalho, enquanto durou a matéria-prima, foram 150 litros de álcool gel. “No início, o trabalho foi lento até que os alunos realmente aprendessem a técnica. Depois, engrenou e chegamos à produção de 80 litro. Mas aí acabou o álcool e não chegou a nova remessa ainda”, conta o professor.

A fabricação no Laboratório de Química utiliza água destilada, polímero, álcool (que pode ser 99,8 ou 92,8, dependendo da doação), glicerina e peróxido de Hidrogênio (que auxilia na eliminação de esporos e assepsia) “Temos espessante (polímero) para a produção de mais 900 litros do álcool gel 70%. Nosso gargalo é o álcool (99,8 ou 92,8). Nós já temos a garantia de algumas doações, mas elas ainda não chegaram até nós. Talvez essa semana consigamos ter acesso a mais uns 300 litros do álcool”, acrescenta Eduard.

Além de Eduard, os professores envolvidos até o momento na produção são Francisco Fávaro de Assis, Josiel Barbosa Domingos, Luiz Augusto dos Santos Madureira, Bruno Silveira de Souza e Tatiane de Andrade Maranhão. Eles são acompanhados de seis estudantes de pós-graduação: Priscila Pazini Abatti, Larissa Sens, Marcos Maragno, Caio Vanoni, Gabrieli Bernardi e Vania Mareze. “Outros professores e alunos já se voluntariaram para ajudar nas próximas produções. Alguns alunos já estão correndo atrás de possíveis empresas para que possam colaborar com doação de material. Então, estamos confiantes que logo voltaremos ao trabalho”, ressalta o professor.

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HU distribui oito mil bisnagas de álcool 70% para colaboradores

16/04/2020 10:49

A superintendência do Hospital da Universidade Federal de Santa Catarina Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC) está distribuindo para seus colaboradores 8 mil bisnagas de álcool em gel 70% para uso pessoal. O material está sendo entregue na direção para as chefias e repassado para os trabalhadores, inclusive terceirizados, e residentes.

As embalagens foram cedidas pela empresa C-Pack Creative Packaging, de São José; o álcool em gel foi doado pela empresa Dahuer Laboratório Ltda, de Balneário Camboriú, que também realizou o envase. As duas empresas receberam ofício da superintendência, agradecendo pela doação do material e do serviço.

Em cada bisnaga, foi colocada a mensagem da superintendente do hospital, Maria de Lourdes Rovaris, para a equipe: “Duas empresas contribuíram para que este álcool em gel 70% chegasse às nossas mãos. Elas representam os 7 milhões de catarinenses que reconhecem a importância de nosso trabalho e contam conosco no enfrentamento da pandemia do coronavírus. Estamos juntos nesta caminhada”. 

O HU dispõe de mais de 700 dispensers de álcool em gel 70% espalhados por todas as suas áreas. De acordo com o Setor de Hotelaria Hospitalar, atualmente são disponibilizados cerca de 175 litros diários de álcool pela instituição, sendo que dois funcionários percorrem as unidades para verificar a necessidade de reposição.]

Mais informações na página do HU.

Sinval Paulino/Unidade de Comunicação Social HU-UFSC

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Parcerias possibilitam produção de álcool 70 pela UFSC

08/04/2020 07:00

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), através da colaboração de professores, laboratórios e doadores, irá produzir 6.000 mil litros de álcool 70, entre glicerinado e em gel, nas próximas semanas.

A iniciativa é um esforço de professores, técnicos e pesquisadores para evitar a propagação do novo coronavírus e contou com doações de um tipo de polímero  necessário para o álcool em gel (da MCQuímica através da intermediação do doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química Dioney Neves com Luiza Morikawa, diretora da empresa) e de garrafas de álcool (do departamento de Física). O trabalho contou ainda com a participação de docentes e servidores técnico-administrativos dos departamentos de Química e Física, além do pessoal terceirizado e da Secretaria de Segurança Institucional.

Os contatos começaram a partir da Pró-Reitoria de Pesquisa, que mapeou os locais onde poderiam ser produzidos estes produtos. Entretanto, a falta de produtos no mercado atrasou a produção – as equipes esperavam a doação do polímero, que chegou nesta terça-feira, 7 de abril, à UFSC. O vice-diretor do Centro de Ciências Físicas e Matemáticas, Nilton Branco, informa que, como a necessidade de produção de álcool gel irá continuar, interessados em realizar doações podem enviar e-mail para nilton.branco@ufsc.br, tatiane.maranhao@ufsc.br, hellen.stulzer@ufsc.br e bruno.souza@ufsc.br

A professora Angela Machado de Campos, do Departamento de Ciências Farmacêuticas, explica que etanol 70, concentração com melhor assepsia,  servirá de base para o álcool glicerinado (líquido) e álcool gel. “O gel se consegue pela adição de um polímero, principal diferença entre eles. O polímero mais utilizado para a preparação do gel, que consta da formulação oficinal do Formulário Nacional da Anvisa, está em falta no mercado, sem previsão, o que demandou alguns testes para avaliar outros polímeros”, explica a professora.

O álcool glicerinado será produzido no Laboratório de Sanitizantes, do Departamento de Ciências Farmacêuticas, do Centro de Ciências da Saúde (CCS) sob responsabilidade do farmacêutico Nilson Amaro.
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Saiba mais sobre álcool 70 e sua importância no combate ao coronavírus

07/04/2020 16:56

Dúvidas sobre álcool e o novo coronavírus? Professora do Departamento de Química da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Tatiane de Andrade Maranhão respondeu à Agência de Comunicação da UFSC algumas das perguntas mais comuns sobre álcool em tempos da pandemia de Covid-19: O que é álcool 70? Por que ele é importante para o combate ao coronavírus? Misturar álcool líquido com gel de cabelo ou gelatina funciona? Álcool gel pega fogo? Que cuidados devemos ter?

Confira o vídeo:

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UFSC na mídia: Estresse e álcool favorecem tabagismo entre trabalhadores industriais

14/02/2020 08:50

Uma pesquisa nacional conduzida por cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) identificou associações entre o tabagismo e fatores sociodemográficos, consumo de álcool e níveis de estresse ao investigar os hábitos de 47.328 trabalhadores em indústrias de 24 capitais brasileiras. Os dados foram publicados em janeiro no “Jornal Brasileiro de Pneumologia”.

A prevalência de tabagismo foi de 13%, sendo maior entre os homens: 81% dos 6.163 fumantes declarados. Idade mais avançada, consumo de álcool e alto nível de estresse foram associados ao tabagismo, enquanto um menor risco de fumar foi identificado entre pessoas casadas, de nível educacional mais elevado e que habitam capitais da região Nordeste do país.

O trabalho é parte de uma pesquisa mais ampla, denominada “Estilo de vida e hábitos de lazer de trabalhadores da indústria” e financiada pelo Serviço Social da Indústria (Sesi). A coleta de dados ocorreu entre os anos de 2006 e 2008 e considerou fatores como gênero, idade, estado civil, escolaridade, renda familiar bruta, região demográfica, nível de estresse e frequência semanal do consumo de álcool.

“Trata-se do primeiro levantamento sobre tabagismo com uma amostra nacional de trabalhadores brasileiros da indústria. Os resultados servem como ponto de partida para estratégias de intervenção que possam minimizar os danos do hábito entre eles”, diz Pablo Magno, doutorando do Núcleo de Pesquisa em Atividade Física e Saúde (NuPAF) da UFSC.
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Presença feminina em pesquisas da UFSC cresce e traz prêmios à Universidade

31/03/2015 15:49

Em 2014, mais de 20 pesquisadoras receberam prêmios pelos resultados de estudos desenvolvidos na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Segundo levantamento feito na base de dados do CNPq em novembro de 2014, elas estão presentes em cerca de 57% dos 627 grupos de pesquisa da Universidade, certificados pelo CNPq: são 273 mulheres em cargo de liderança e 210 de vice-liderança, sendo 127 grupos parceria entre duas pesquisadoras. Além disso, o número de estudantes de graduação mulheres que são bolsistas subiu no ano passado de 51% para 56%, em um total de 740 bolsas de Iniciação Científica ofertadas pela UFSC.

Entre as premiadas estão a professora do Departamento de Bioquímica, Manuella Kaster, e a professora do Departamento de Ciências Morfológicas, Patricia de Souza Brocardo, vencedoras do “Para Mulheres na Ciência”. Além do reconhecimento recebido, as pesquisadoras também foram contempladas com 20 mil dólares, que poderão ajudar o desenvolvimento de suas pesquisas, com início em 2015.
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UFSC sedia neste sábado simpósio sobre álcool e outras drogas

10/05/2013 20:23

O Simpósio “Álcool e outras Drogas – Formação Profissional e Práticas de Atenção” – será realizado no dia 11 de maio, sábado, a partir das 8h30min, no Auditório da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O público-alvo é composto de estudantes e profissionais das áreas da saúde, assistência social, educação e segurança pública. As vagas são limitadas, a entrada é gratuita, e as inscrições serão feitas no local. 

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