
Professora Eliane Debus atualmente está à frente da Secretaria de Cultura, Arte e Esporte (SeCArte). Foto: Rafaella Whitaker
A professora Eliane Santana Dias Debus, do Departamento de Metodologia de Ensino da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), é um dos nomes agraciados com a Medalha Cruz e Sousa 2022. A lista de homenageados foi divulgada na última quinta-feira, 3 de novembro, pelo Conselho Estadual de Cultura (CEC). O processo de escolha passou por uma consulta popular pela internet e, depois, houve validação dos vencedores pelo Conselho (confira a lista abaixo). A entrega da honraria será realizada em uma solenidade marcada para o dia 24 de novembro, no Palácio Cruz e Sousa, data de aniversário do poeta simbolista.
Atualmente à frente da Secretaria de Cultura, Arte e Esporte (SeCArte), Eliane Debus possui graduação em Letras Licenciatura Português e Inglês, mestrado em Literatura pela UFSC, doutorado em Linguística e Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS). Na UFSC, é docente nos Programas de Pós-Graduação em Educação e em Estudos da Tradução. É líder do Literalise: Grupo de pesquisa em literatura Infantil e juvenil e práticas de mediação literária, membro integrante dos grupos de pesquisa A narrativa ficcional para crianças e jovens: teorias e práticas Culturais para crianças e Produções Culturais para crianças.
Como pesquisadora da área de literatura infantil e juvenil, tem vários artigos publicados em revistas nacionais e internacionais, além de livros, como: Monteiro Lobato e o leitor, esse conhecido (2004); Festaria de brincança: a leitura literária na Educação Infantil (2006); A literatura infantil e juvenil de língua portuguesa: leituras do Brasil e d’além mar (2008); Literatura infantil e juvenil: leituras, análises e reflexões (2010); Literatura infantil e juvenil – do literário a outras manifestações estéticas (2016); A temática da cultura africana e afro-brasileira na literatura para crianças e jovens (2017); Poesia (cabe) na escola: por uma educação poética (2018); e A produção literária de Rogério Andrade Barbosa: da temática africana e afrobrasileira a outros temas (2018).
> Agraciados com Medalha Cruz e Sousa 2022:
Carlos Antônio Falcão Cavalcanti Lins
Edsoul (Edson Amaral)
Eliane Debus (Eliane Santana Dias Debus)
Mapi Cravo (Maria Aparecida Cravo Silveira)
Robson Benta
Sérgio Adriano H (Sérgio Adriano Dias Luiz)
Fritz Müller (Johann Friedrich Theodor Müller) – in memoriam
Sociedade Beneficente Kênia Clube – pessoa jurídica
A homenagem
Criada pelo Decreto nº 4.892, de 17 de outubro de 1994, a Medalha de Mérito Cultural Cruz e Sousa é conferida aos autores de obras literárias, artísticas, educacionais ou científicas relativas a Santa Catarina e reconhecidas como de real valor, ou a quem tenha contribuído por outros meios e de modo eficaz para o enriquecimento ou a defesa do patrimônio artístico e cultural do estado. A condecoração é concedida anualmente, normalmente em data próxima ao aniversário do seu patrono (dia 24 de novembro).
Nascido no ano de 1861 em Florianópolis, à época chamada de Nossa Senhora do Desterro, João da Cruz e Sousa foi um poeta brasileiro. Filho de negros alforriados, João da Cruz desde pequeno recebeu a tutela e educação de seu ex-senhor, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa – de quem adotou o nome de família, Sousa. A esposa de Guilherme Xavier de Sousa, dona Clarinda Fagundes Xavier de Sousa, não tinha filhos e passou a proteger e cuidar da educação de João. Aprendeu francês, latim e grego, além de ter sido discípulo do alemão Fritz Müller, com quem aprendeu Matemática e Ciências Naturais.
Lançou o primeiro livro, Tropos e Fantasias, em 1885, em parceria com Virgílio Várzea. Cinco anos depois foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como arquivista na Estrada de Ferro Central do Brasil, colaborando também com o jornal Folha Popular. Em fevereiro de 1893, publica Missal e, em agosto do mesmo ano, a obra Broquéis – dando início ao Simbolismo no Brasil, que se estende até 1922.
Faleceu em 19 de março de 1898, em decorrência de tuberculose, no município mineiro de Antônio Carlos, num povoado chamado Estação do Sítio. Foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier, onde permaneceu até 2007, quando seus restos mortais foram então acolhidos no Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa, no centro de Florianópolis.
Cruz e Sousa é um dos patronos da Academia Catarinense de Letras, representando a cadeira número 15.
Com informações da Fundação Catarinense de Cultura e Casa Militar de SC.