
Milton Muniz (Foto: Dalmir Francisco/UFMG)
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) comunica, com pesar, o falecimento do professor aposentado do departamento de Biologia Celular, Embrionária e Genética (BEG), do Centro de Ciências Biológicas (CCB), Milton Muniz, aos 81 anos. O professor faleceu neste domingo, 28 de março, de Covid-19, doença que contraiu poucos dias antes de ter a oportunidade de receber a vacina.
Muniz estudou História Natural, na Graduação; Genética, no Mestrado; e Engenharia da Produção, em seu doutorado, concluído na UFSC em 2006. Lecionou na Universidade durante 32 anos e era casado com a também bióloga, geneticista e professora aposentada da UFSC, Elza Costa Netto Muniz. A filha do casal é a professora Yara Costa Netto Muniz, que atualmente leciona no mesmo departamento onde os pais atuaram.
Era atuante no Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical), onde foi presidente entre 1997 e 1998. A organização o homenageou em 2017 “por sua caminhada acadêmica e contribuições aos movimentos sindicais nas Instituições Federais de Ensino”.
Na ocasião, disse o professor Muniz: “a Universidade, essa instituição quase milenar chega à atualidade, em um contínuo passar do tempo, na luta pela sua autonomia, desde a sua origem, contra os poderes Eclesiástico e Estatal. É necessário lembrar, sempre, as agressões dos governantes e das corporações religiosas a Universidade, na atualidade e, no seu percurso histórico. Cabe aos professores, que nela trabalham, manter essa autonomia, e, promover o seu desenvolvimento através do conhecimento científico e tecnológico. É responsabilidade dos alunos, que nela estudam, defendê-la como instituição social. A função da Universidade é formar o cidadão que a sociedade precisa. Lembrando que só o trabalho e a solidariedade constroem uma sociedade justa”.
Fotografia
Além de lecionar, Muniz era entusiasta da fotografia. Em 2011, já aposentado, fez um curso de fotografia no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), e passou a fotografar a cidade.
Durante alguns anos percorreu o centro histórico de Florianópolis, fotografando edificações. Expôs seu trabalho em uma série de eventos realizados a partir de 2018, intituladas “Abandono”. Algumas das fotografias podem ser atualmente vistas no seu perfil no Facebook (Abandono, Abandono II, Abandono III, Abandono IV). Em 2018, Muniz contou mais sobre sua trajetória com a fotografia ao Departamento Artístico Cultural (DAC/SeCArte).
Sobre a série, o professor escreveu: “percorrendo as ruas de Florianópolis, observando a fachada do seu casario verifica-se uma sobreposição de estilos, de tempo, de poder econômico representando variáveis culturais. A preocupação é dar minha despretensiosa contribuição à discussão como preservar, conservar ou demolir o casario antigo, histórico ou não, dando significado a sua existência, se houver. A casa é transformada de residência em local comercial, de serviço ou industrial, quando não, abandonada. Quando a casa deixa de ser uma residência, para o qual foi projetada e construída, assumindo uma outra função, pode estar preservada sua existência, ou encaminhada a demolição, dando lugar a outra construção, Abandonada, sua existência torna incerta”.
O velório ocorrerá no espaço do crematório Vaticano, no bairro Itacurubi, em Florianópolis, a partir das 20h deste domingo. A cerimônia de despedida será às 21h30 e a cremação, na manhã do dia 29.
Homenagens
A Apufsc-Sindical publicou Nota de Pesar, com uma manifestação do atual presidente, Bebeto Marques: “Ele foi uma pessoa muito importante para a Apufsc, com uma história de compromisso com a entidade e com a categoria. É com muita tristeza e dor que recebemos essa notícia”, afirma.
Muitas condolências à família e amigos estão sendo publicadas na página pessoal do professor no Facebook.
A Universidade Federal de Santa Catarina e sua comunidade solidarizam-se com a família, os colegas e incontáveis amigos do professor Muniz neste momento de luto. Agradecemos a sua contribuição imaterial à Ciência e à Arte.