Professoras da UFSC lançam relatório sobre clima na COP 30 e palestram para lideranças

06/11/2025 12:48

Duas professoras da Universidade Federal de Santa Catarina estarão entre as principais lideranças políticas e acadêmicas do mundo na discussão do clima na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, que ocorre em Belém do Pará. Regina Rodrigues, da coordenadoria de Oceanografia, e Marina Hirota, do Departamento de Física, são parte da equipe editorial do 10 New Insights in Climate Science 2025/2026um dos documentos mais relevantes sobre o assunto. Elas estarão entre as palestrantes da conferência, representando, ao lado do cientista Johan Rockström, idealizador do conceito de “fronteiras planetárias”, todos os pesquisadores que construíram o documento.

O lançamento ocorrerá na segunda-feira, 10 de novembro, no Planetary Science Pavilion. Antes, as professoras participarão de uma coletiva de imprensa para comentar os principais achados do documento, que sintetiza desafios do clima para o ano. O relatório é produzido pela Future Earth, The Earth League e pelo Programa Mundial de Pesquisa Climática (World Climate Research Programme),

Entre os apontamentos dos cientistas, descritos com a participação de Marina e Regina, estão a aceleração do aquecimento global, as ameaças à saúde e à produção dos meios de subsistência. A equipe também traça estratégias científicas para reduzir a lacuna entre promessas e implementação de planos para a gestão das questões reportadas.


Mais de 70 pesquisadores de mais de 20 países contribuíram com o documento. Outros 150 especialistas também colaboraram. Há 23 cientistas no corpo editorial e, entre três mulheres brasileiras, duas são da UFSC. A outra cientista é Mercedes Bustamante, da Universidade de Brasília. Enquanto Regina focou na questão dos oceanos e aumento do aquecimento global em 2023 e 2024, Marina se dedicou a tópicos relacionados à biodiversidade e clima.

Resultados

Professora Marina Hirota

Segundo o relatório, 2024 foi o ano mais quente já registrado, com temperaturas globais 1,55°C acima dos níveis pré-industriais. “O conteúdo de calor dos oceanos e o aumento do nível do mar atingiram recordes históricos, enquanto o gelo marinho antártico registrou sua segunda menor extensão já observada. Apesar das evidências crescentes, as emissões globais de gases de efeito estufa continuaram a aumentar no último ano”, aponta o material de divulgação que sintetiza o documento.

O relatório aponta que a perda de biodiversidade pode intensificar as mudanças climáticas e reduzir a capacidade dos sistemas naturais de absorver carbono e estabilizar o clima. Os impactos humanos também são projetados: há ameaças à segurança hídrica, expansão de doenças como a dengue, perda de produtividade e redução de renda global, com impacto em trabalhadores vulneráveis.

Segundo Regina, a divulgação do relatório na COP 30 é estratégica por se tratar de um documento direto, que ganha visibilidade na agenda do evento. Já Marina participou pela primeira vez do corpo editorial. Antes, ela havia sido autora do documento e classifica o trabalho como uma experiência importante para ouvir outras áreas de conhecimento e conectar com os seus objetos.

O Brasil faz parte de resultados e discussões do relatório, não só pela realização e organização da COP 30, mas também por assuntos que impactam diretamente o pais. No caso da dengue, por exemplo, houve recorde de casos, com 17 cidades decretando situação de emergência. A região amazônica e a Mata Atlântica também são ecossistemas presentes nas observações dos cientistas.

 

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UFSC na mídia: Pesquisa revela que agro brasileiro depende da chuva gerada por terras indígenas

06/12/2024 18:27

Floresta Amazônica. Foto: Bela Baderna/Instituto Serrapilheira.

O estudo Manutenção das Terras Indígenas é fundamental para a segurança hídrica e alimentar em grande parte do Brasil, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e de outras universidades brasileiras e estrangeiras, foi divulgado em diversos veículos de abrangência nacional ao longo da semana. Trata-se de uma Nota Técnica, que tem como primeiro autor o pós-doutorando Caio Reis Costa Mattos, e também é assinado pela professora Marina Hirota, ambos do departamento de Física da UFSC. O documento está disponível aqui.

Na revista piauí, a reportagem 80% do agro brasileiro depende da chuva gerada pelas terras indígenas da Amazônia destaca que a área coberta por lavouras e pastagens no Brasil depende das florestas mantidas de pé. Pela primeira vez, diz o texto, “cientistas calcularam quanta água circula nos ‘rios voadores’ gerados nesses territórios e que caminho eles percorrem levando umidade para o resto do continente. A área alcançada pelas chuvas abarca dezoito estados e o Distrito Federal e inclui trechos do Cerrado, do Pantanal, do Pampa e da Mata Atlântica. Os nove estados mais beneficiados são responsáveis por 57% da renda do agronegócio brasileiro”.
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Dia da Amazônia: especialista da UFSC alerta sobre seca, desmatamento e queimadas em programa nacional

05/09/2024 15:47

Marina Hirota em entrevista para o programa Encontro com Patrícia Poeta nesta quinta-feira. (Foto: Reprodução)

A professora Marina Hirota Magalhães, do Departamento de Física e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFSC, foi entrevistada pelo programa Encontro com Patrícia Poeta, da TV Globo, nesta quinta-feira, 5 de setembro, data em que se celebra o “Dia da Amazônia”. A data foi lembrada com diversos alertas a respeito da seca, desmatamento e queimadas que afetam a vida na Amazônia.

Marina pontuou que esta é a pior seca da história na região, especialmente do ponto de vista das águas e do ar. “Temperaturas muito altas, muito menos chuva”, salientou. A seca de chuvas alimenta a seca dos rios, o que vem afetando consideravelmente as populações das comunidades ribeirinhas, explicou.

A situação, alerta a cientista da UFSC, pode piorar. “Em várias regiões da Amazônia estamos entrando agora na estação seca. Temos uma seca gradual e uma seca pontual intensa, um extremo. A tendência é que seque ainda mais”.

A professora Marina trabalha em pesquisas que identificam os tipping-points, ou os pontos de não retorno da região amazônica. Em fevereiro, foi co-autora de um estudo publicado na Revista Nature que trouxe uma revisão de dados completa e traçou cenários a partir do mapeamento de cinco elementos de stress que afetam a Floresta Amazônica: o aquecimento global, a chuva anual, a intensidade da sazonalidade das chuvas, a duração da estação seca e o desmatamento acumulado.

Assita à entrevista na íntegra pelo Globoplay.

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UFSC na mídia: pesquisa de professora sobre representações algorítmicas da Amazônia é tema de conto em série

27/11/2020 09:15

Uma pesquisa sobre representações algorítmicas da Amazônia desenvolvida pela professora Marina Hirota, do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), inspirou o conto Rio de Meandros para a série de literatura e ciência Botão Vermelho, fruto da parceria do Suplemento Pernambuco com o Instituto Serrapilheira.

A história da escritora Socorro Acioli, autora do romance A cabeça do santo (Companhia das Letras) e doutora em literatura pela Universidade Federal Fluminense (UFF), narra a conversa de duas pessoas em um restaurante sobre um livro que fala de como as florestas aprenderam a criar um sistema de comunicação próprio.

> Leia o conto aqui

A pesquisa de Marina Hirota investigou, com o apoio do Instituto Serrapilheira, como a floresta amazônica cria uma comunicação própria para tentar preservar sua forma e identidade, mesmo diante de adversidades climáticas. No projeto, a proposta foi explorar como diferenças espaciais em fatores naturais e antrópicos podem atuar em potenciais reconfigurações da floresta, interrompendo processos ecológicos e minando a capacidade dessas florestas de funcionar.

Hirota é doutora pelo CPTEC-INPE (2005-2010), fez pós-doutorado na Universidade de Wageningen (2010-2012) e faz parte hoje do Group for Interdisciplinary Environmental Studies (IpES).

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