Cancellier e Alacoque recebem os cargos da Reitoria

11/05/2016 04:10

Excelência acadêmica e uma universidade inclusiva, que garanta a permanência, foram os ideais defendidos pelo novo Reitor da UFSC, Luís Carlos Cancellier de Olivo, em seu discurso na solenidade de transmissão dos cargos de Reitor e Vice-Reitora, na noite da última terça-feira, 10 de maio, no Auditório Garapuvu do Centro de Cultura e Eventos. Ele falou também em colocar a Universidade acima de todas as diferenças, que, no entanto, devem ser respeitadas. “A Universidade é um lugar de pluralidade, de diversidade, seja na produção intelectual, seja nos costumes. A Universidade não tem só um pensamento”, destacou.

Destaque (1)

Cancellier e Alacoque receberam os cargos da reitoria da UFSC. Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC

Cancellier e a vice-reitora Alacoque Lorenzini Erdmann receberam o cargo de Roselane Neckel e Lúcia Helena Martins Pacheco para mandato de quatro anos, até 2020. Na mesa de autoridades, além dos quatro, estava o procurador geral do Estado, João dos Passos Martins Neto, como representante do governador Raimundo Colombo. No palco também estavam os integrantes do Conselho Universitário. Os ex-reitores Álvaro Prata, Lúcio Botelho, Rodolfo Pinto da Luz e Ernani Bayer também estavam presentes, assim como David Ferreira Lima, filho do primeiro reitor da UFSC, João David Ferreira Lima.

Logo no inicio da cerimônia, antes da execução do Hino Nacional, um grupo com cerca de 70 estudantes entrou no auditório, subiu no palco e pediu a palavra: eles queriam uma resposta de Cancellier a respeito da Moradia Estudantil, que é insuficiente para a quantidade de alunos da UFSC em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Após o pronunciamento dos estudantes, eles marcaram encontro com o novo reitor, que àquela altura ainda não assumira o cargo, para o dia seguinte no prédio da Moradia. A solenidade então prosseguiu com os hinos, executados pela Orquestra de Câmara e o Madrigal da UFSC, e pronunciamento do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em vídeo, mostrado no telão.

Prefeitos de Florianópolis e Curitibanos exaltaram parceria com UFSC

A vice-reitora que deixava o cargo, Lúcia Pacheco, falou da alegria de estar ali e poder falar em missão cumprida e destacou o apoio que tiveram da equipe de gestão, que priorizou “valores de luta pela universidade pública, para que todas as áreas fossem incentivadas”. Durante sua fala, convidou os prefeitos de Florianópolis, Cesar Souza Junior, e de Curitibanos, José Antônio Guidi, a se pronunciarem. Os dois agradeceram a colaboração entre os municípios e a Universidade e salientaram a disposição em prosseguir cooperando nos próximos anos.

Roselane Neckel observou que Alacoque e Cancellier enfrentarão muitos desafios em sua gestão e desejou paciência e saúde para enfrentá-los. Lembrou de sua formação, como historiadora e ressaltou a necessidade permanente de questionamento e reflexão. É fundamental garantir que “não ocorra na Universidade perseguição de nenhuma ordem sob nenhum pretexto”, afirmou. E observou: “a Universidade de Coimbra foi uma das sedes do pensamento iluminista, mas também dos argumentos da Inquisição”. Também agradeceu o papel da vice-reitora Lucia Pacheco e do chefe de gabinete Carlos Vieira, que, explicou, formaram com ela o tripé da Reitoria durante a gestão. Antes de transmitir o cargo, ainda deu a notícia da aquisição do campus da Unisul em Araranguá.

Depois, foi assinado o termo de transmissão do cargo de Roselane para Cancellier, conforme nomeação efetivada pelo Ministério da Educação no último dia 6 e publicada pelo Diário Oficial no dia 9. Seguiu-se a transferência das vestes reitorais: a samarra, a borla branca e o colar reitoral, que é símbolo da união e integração entre as unidades universitárias e demais órgãos na missão de ensino, pesquisa e extensão. Como primeiro ato, Cancellier deu posse à nova vice-reitora, Alacoque.

Reitor e Vice-Reitora pregam amor e respeito e pedem apoio da experiência e sabedoria

Em seu discurso, ela afirmou que cabe à administração “reconhecer que o amor e o respeito à dignidade e à integridade do ser são fundamentais na ética do produzir ciência, gerar tecnologias, inovar socialmente e propiciar o acesso a melhor condição de vida”. O ofício dos pensadores e pesquisadores, seu trabalho intelectual no domínio de conhecimentos saberes e práticas e o reconhecimento de suas expertises, frisou a nova Vice-Reitora, sustentam a missão e representam a UFSC nos diversos segmentos da sociedade. Destacou a importância do Hospital Universitário e o desafio de “ser ainda muito melhor; empreendedora, propositiva e promotora de avanços sociais, econômicos e culturais”.

A Universidade é um lugar de pluralidade e diversidade, afirmou o novo reitor

Novo reitor faz primeiro discurso no cargo. Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC

Cancellier citou o protesto dos estudantes no início da solenidade como exemplo da dinâmica social e política na UFSC e pediu “o apoio da experiência e da sabedoria” dos ex-reitores presentes, inclusive Roselane e Lúcia. Citou as antecessoras também quando homenageou todos os candidatos que participaram da consulta à comunidade universitária para escolha do reitor, em outubro e novembro do ano passado, de que participaram também Cláudio José Amante e Rogério Cid Bastos, Edson Roberto De Pieri e Carlos Alberto Marques e Irineu Manoel de Souza e Mônica Aparecida Aguiar dos Santos. “Todos ao final fomos vencedores”, declarou.

Em seguida foram empossados os pró-reitores e secretários da nova gestão:
Pró-Reitor de Graduação: Felício Wessling Margotti
Pró-Reitor de Pesquisa: Sebastião Roberto Soares
Pró-Reitor de Pós-Graduação: Sérgio Fernando Torres de Freitas
Pró-Reitor de Extensão: Rogério Cid Bastos
Pró-Reitor de Assuntos Estudantis: Pedro Luiz Manique Barreto
Pró-Reitor de Administração: Jair Napoleão Filho
Pró-Reitora de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas: Carla Cristina Dutra Búrigo
Chefe do Gabinete do Reitor: Áureo Mafra de Moraes
Diretor Geral do Gabinete do Reitor: Alvaro Guillermo Rojas Lezana
Assessor Institucional: Gelson Luiz de Albuquerque
Secretário de Aperfeiçoamento Institucional: Luiz Henrique Urquhart Cademartori
Secretário de Planejamento e Orçamento: Vladimir Arthur Fey
Secretário de Relações Internacionais: Lincoln Paulo Fernandes
Secretária de Cultura: Maria de Lourdes Alves Borges
Secretário de Segurança Física e Patrimonial: Leandro Luiz de Oliveira
Secretário de Obras, Manutenção e Meio Ambiente: Paulo Roberto Pinto da Luz
Secretário de Inovação: Cláudio José Amante
Secretário de Desportos: Edison Roberto de Souza
Secretária de Ações Afirmativas e Diversidade: Francis Solange Vieira Tourinho
Secretário de Educação a Distância: Marcos Baptista Lopez Dalmau

O encerramento da sessão solene foi novamente com a Orquestra de Câmara e Madrigal, sob regência da maestrina Miriam Moritz, que executaram “Blackbird”, dos Beatles, e o Rancho de Amor à Ilha, hino de Florianópolis.

Fábio Bianchini/Jornalista da Agecom/Diretoria Geral de Comunicação/UFSC
fabio.bianchini@ufsc.br

Fotos: Henrique Almeida/Agecom/Diretoria Geral de Comunicação/UFSC
henrique.almeida@ufsc.br

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Aluno e professora do CCE denunciam caso de discriminação à reitoria

22/04/2014 19:08

Aluno da UFSC denuncia pixação antissemita, homofóbica e com ameaça de morte. (Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC)

Durante reunião no gabinete da reitoria na tarde desta terça-feira, 22 de abril, chegou ao conhecimento da vice-reitora Lucia Helena Martins Pacheco um caso de homofobia e discriminação religiosa na UFSC. O estudante de Letras – Língua Portuguesa, Gabriel Eigenmann Carvalho, encontrou uma pichação de conteúdo antissemita e homofóbico na porta de um dos banheiros masculinos do Centro de Comunicação e Expressão (CCE). Gabriel identificou-se como a vítima da ofensa, pois, segundo ele, não há outros estudantes judeus homossexuais que estudem nos mesmos curso e turno (diurno) citados na mensagem.

O acadêmico percebeu a pichação há cerca de duas semanas; não há assinatura, e, até o momento, quem escreveu as mensagens não foi identificado – na porta do banheiro já existia um texto de conteúdo antissemita escrito há mais de um ano.

Depois de ler a pichação, Gabriel – que é membro do Coletivo LGBT Gozze! – comunicou o Departamento de Línguas e Letras Vernáculas (DLLV) e entrou em contato com a reitoria; primeiro por meio do coletivo e, depois, por intermédio da Associação Israelita Catarinense (AIC), da qual participa.
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Nota de repúdio

25/03/2014 23:35

No dia 25 de março de 2014, a comunidade da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi vítima de uma ação violenta e desnecessária – comandada por delegados da Polícia Federal (PF) –, que feriu profundamente a autonomia universitária, os direitos humanos e qualquer protocolo que regulamenta as relações entre as instituições neste país.

A partir do momento em que fomos informadas, por terceiros, sobre a ação da PF, suspendemos a reunião – que estava em andamento com o comando de greve local dos técnicos-administrativos em educação – e, imediatamente, telefonamos para o superintendente da Polícia Federal em exercício, Paulo Cassiano Junior, para solicitar esclarecimentos sobre a ação que estava sendo realizada. Lembramos ao delegado que, em todos os contatos com a Polícia Federal, sempre foi solicitado que quaisquer ações de repressão violenta ao tráfico de drogas fossem realizadas fora das áreas da Universidade, e que – em nenhum momento – fomos informadas sobre a realização do procedimento que ocasionou o tumulto.

Segundo relatos que nos foram feitos por telefone, a imagem era de terror: antes mesmo de quaisquer conflitos existirem, já estava presente um grande efetivo – a tropa de choque, com armas de bala de borracha e cachorros –, pronto para o conflito; foi isso que encontraram os que foram até o local, inclusive representantes da Reitoria. Tentamos, incansavelmente, negociar com o superintendente em exercício. A intransigência era clara e foi percebida por todos os presentes.

Foram agredidos muitos estudantes, técnicos-administrativos e professores. Estavam presentes vários membros da Administração da Universidade. A Direção do Centro de Filosofia e Ciências Humanas acompanhou todos os momentos. O Diretor do CFH, Paulo Pinheiro Machado, foi agredido. Estavam presentes também o Chefe de Gabinete da Reitoria, Carlos Vieira, o Procurador Chefe, Cesar Azambuja e outros Secretários e Diretores da Administração Central. Toda a comunidade e autoridades universitárias foram profundamente desrespeitadas.

Já havíamos destacado, em vários momentos, que agir dessa forma dentro do campus poderia colocar em risco a vida das pessoas. As crianças saiam do Núcleo de Desenvolvimento (NDI) e entraram em pânico no momento em que as bombas de gás começaram a ser lançadas. O cenário rememorava os períodos vividos nos mais violentos regimes de exceção.

Enquanto os relatos chegavam ao Gabinete, estávamos em constante contato com a Secretaria de Relações Institucionais, com o Ministério da Justiça e a Secretaria de Direitos Humanos em Brasília, solicitando uma mediação desses órgãos para que não ocorresse um previsível desfecho violento.

Reafirmamos nosso total repúdio ao lamentável episódio vivido hoje pela Comunidade Universitária, reiterando que, em nenhum momento, solicitamos ou fomos previamente informadas dessa ação.

Para que tanta truculência, intransigência e obstinação em levar adiante uma situação que já se anunciava como tragédia, uma vez que outros caminhos mais lúcidos e racionais foram apresentados, os quais seriam dignos de uma autoridade de Estado?

Comprometemo-nos a tomar as medidas cabíveis para preservar a UFSC e defender todos os que foram vítimas desse ato de violência.

Florianópolis, 25 de março de 2014.

Roselane Neckel e Lúcia Helena Martins Pacheco

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Suspensão da ANS afeta planos de saúde oferecidos a servidores da UFSC

20/02/2014 18:16

A suspensão da comercialização de 111 planos de saúde pela Agência Nacional de Saúde (ANS), divulgada na última terça-feira, dia 18, inclui dois dos oito planos oferecidos pela Unimed Florianópolis para os servidores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). As modalidades suspensas são: Tipo 3 (Enfermaria / Nacional) e Tipo 3 Plus (Enfermaria / Nacional / Assistência Odontológica). A determinação da ANS tem efeito a partir desta sexta-feira, dia 21, e durará até 20 de maio.

A Administração Central da UFSC reuniu-se com representantes da Unimed na manhã desta quinta-feira, dia 20, para tratar das opções que passariam a ser oferecidas aos servidores. “Ficamos preocupados e estamos buscando soluções, dadas as proporções e as necessidades da comunidade atendida e o início do recadastramento dos servidores atendidos pela Unimed”, explica a vice-reitora Lúcia Helena Martins Pacheco. Após a reunião, ficou acordado que a Unimed enviará novas opções de planos de saúde para substituir o plano suspenso até a próxima quarta-feira, dia 24.

A secretária de Gestão de Pessoas (Segesp), Elci Terezinha de Souza Junckes, ressalta que a adesão dos servidores ao novo contrato com a Unimed, iniciada hoje, acontece normalmente e lembra que as outras modalidades de planos de saúde suplementar continuam vigentes. “O servidor pode aderir neste momento a um plano e, após o período de suspensão, efetuar a migração para o plano Tipo 3 ou Tipo 3 Plus sem precisar cumprir carência ou trazer novamente os documentos”, esclarece Junckes.

 

Mayra Cajueiro Warren
Jornalista / Diretoria-Geral de Comunicação
(48) 3721-4081 / mayra.cajueiro@ufsc.br

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Reitoras participam da posse de novo ministro da Educação

03/02/2014 18:41

A reitora Roselane Neckel cumprimenta o novo ministro da Educação, Henrique Paim. (Foto: GR/UFSC)

As reitoras Roselane Neckel e Lúcia Helena Martins Pacheco estiveram em Brasília nesta segunda-feira, dia 3, para a posse do novo ministro da Educação, Henrique Paim. O novo ministro exercia a função de secretário-executivo do MEC desde 2006. Ele substitui Aloizio Mercadante, que agora assume a Casa Civil.

Roselane Neckel elogiou a nomeação de Paim como ministro da Educação, e destacou que foi uma decisão muito importante para universidades federais brasileiras. “A nomeação marca, acima de tudo, o reconhecimento de um profissional que conhece a realidade das universidades brasileiras, suas dificuldades e fragilidades. Como secretário, sempre recebeu as reitoras e os reitores com muito respeito, respondendo com muita objetividade e eficiência às solicitações feitas. Compromisso com a expansão do ensino superior, com a qualidade e trabalhador incansável: essas são características reconhecidas por todos que aplaudiram, no Palácio do Planalto, a cerimônia de sua posse”, comenta a reitora.

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Reitoras debatem flexibilização de carga horária durante assembleia geral do Sintufsc

13/12/2013 14:22

Celso Ramos Martins, da Coordenação Geral do SINTUFSC, lê assuntos em pauta no início da Assembleia Geral do sindicato na quinta-feira, dia 12. (Foto: Jair Quint/Agecom/UFSC)

As reitoras Roselane Neckel e Lúcia Helena Martins Pacheco participaram da Assembleia Geral do Sindicato dos Servidores da Universidade Federal de Santa Catarina (Sintufsc) nesta quinta-feira, dia 12. Em pauta, a flexibilização da carga horária dos técnicos-administrativos em educação (TAEs) e outros assuntos, como a política de creches para servidores, estudantes e terceirizados, a participação de aposentados e pensionistas na próxima consulta para sucessão na reitoria e a adesão da UFSC à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

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Roselane e Lucia concedem primeira entrevista coletiva

11/05/2012 18:39

Roselane: momento é de agrupar, unir, fortalecer, a partir do diálogo olho no olho

As professoras Roselane Neckel e Lúcia Helena Martins Pacheco, novas reitora e vice-reitora da UFSC, concederam nesta sexta-feira, dia 11 de maio, na Sala dos Conselhos da UFSC, a primeira entrevista coletiva do mandato que vai até maio de 2016. O professor Carlos Vieira, chefe de gabinete, também estava presente.

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Lançado fórum para a nova gestão da Reitoria

12/12/2011 15:56

Roselane e Lúcia Helena lançam fórum

As professoras Roselane Neckel e Lúcia  Martins-Pacheco, eleitas para assumir a Reitoria da UFSC a partir de maio de 2012, lançaram na última sexta-feira (9/12) um fórum para estimular a participação da comunidade universitária no planejamento da gestão. O evento aconteceu no auditório da Biblioteca Universitária, que ficou totalmente lotado com a presença de estudantes, professores e técnico-administrativos, para o primeiro fórum de construção do projeto de gestão da Universidade.  A platéia foi incentivada a preencher um cadastro, manifestando interesse em qual área que pretende participar na formulação de propostas para a futura administração: ensino, pesquisa e gestão.
A metodologia do fórum será definida a partir de fevereiro. As informações serão postadas no blog (http://roselane-lucia.blogspot.com/) e também podem enviadas propostas através do e-mail roselane.lucia.2012@gmail.com .

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Reitora e vice-reitora falam sobre as prioridades para a gestão

07/12/2011 17:33

Lucia Helena Martins-Pacheco e Roselane Neckel - 1º/12/2011

A sala da direção do Centro Tecnológico ficou lotada, na quinta-feira, dia 1º de dezembro, para a entrevista coletiva concedida pelas professoras Roselane Neckel (currículo lattes) e Lúcia Helena Martins-Pacheco (currículo lattes), reitora e vice-reitora eleitas no segundo turno da consulta à comunidade universitária realizado 30 de novembro. A entrevista concedida e a chapa eleita tiveram ampla repercussão na mídia local, tendo destaque como reportagem especial, espaço nas TVs, além dos veículos do curso de Jornalismo como o Jornal Zero e o site cotidiano. Elas falaram sobre os planos da gestão que assume, em maio de 2012, uma universidade com uma comunidade acadêmica de quase 40 mil pessoas e com um orçamento anual que ultrapassa um bilhão de reais, e, também, sobre a primeira chapa só de mulheres a se candidatar e vencer uma eleição para a reitoria da UFSC.  Nas universidades federais brasileiras as reitoras ainda não representam 20% do total.

A visibilidade das mulheres

À pergunta da Agecom sobre como se sentiam trazendo a novidade da primeira reitora eleita da UFSC, da primeira chapa só de mulheres e tendo a futura reitora uma trajetória de estudos sobre questões de sexualidade e de gênero, Roselane respondeu que a chapa não era uma candidatura de gênero, mas de duas professoras que sempre trabalharam e, como outras, alcançaram visibilidade nos espaços públicos, fruto de suas carreiras.

Citou a professora Maria Odila Leite da Silva Dias, orientadora de seu doutorado realizado na PUC/SP, que estudava os excluídos da história. As mulheres têm sido parte dos excluídos: as mães, as donas dos fogões, mulheres sem companheiros que sustentam seus filhos. Estudos de gênero mostram a oportunidade de quebrar preconceitos em relação ao ser homem e ser mulher. Quando as mulheres estão no poder recebem sempre uma alcunha como Margaret Thatcher – a “dama de ferro”. Os sujeitos se constituem a partir das experiências. É importante para a geração de meninas e mulheres saberem que são iguais aos homens e que não é porque somos mães que não podemos ocupar espaços. As mulheres modernas têm sido definidas à exaustão, mas o que são os homens modernos? É necessário destacar que há espaço para os homens e para as mulheres.

Há ainda muitos espaços predominantemente ocupados por homens. Roselane contou que integrou uma mesa de autoridade no campus de Joinville em que ela era a única mulher. Ainda é difícil as mulheres ocuparem cargos de gestão e, portanto, terem visibilidade. Lúcia contou que, vinda de um Centro predominantemente masculino (Centro Tecnológico) tinha a experiência que às vezes a presença feminina servia como uma boa mediadora, ainda mais que além de engenheira ela tem graduação em Psicologia. Mas quando foi convidada para integrar a chapa perguntou “Não vai ficar estranho uma candidatura só de duas mulheres?” Ao que o professor Edison da Rosa, um dos coordenadores da campanha, respondeu : ” Mas se fossem dois homens ninguém iria estranhar, não é?” Em 50 anos de universidade não houve nenhuma candidatura de duas mulheres. A chapa vencedora é de duas profissionais que estão na instituição e ocupam seus espaços.

Prioridades da gestão

A prioridade zero, para as professoras, é a reorganização administrativa e a melhoria de infraestrutura visando a dar conta das demandas do aumento de vagas criado pelos novos cursos e pela interiorização. A avaliação do MEC, feita em 2009, apontou as atividades meio como uma das fragilidades da instituição. Muitos diagnósticos referentes à infraestrutura física foram feitos, mas há necessidade de definir estratégias para a gestão e execução de obras, visando a que possam ser efetivadas com mais rapidez e agilidade.

Roselane destacou o esforço das equipes atuais que têm se desdobrado, mas, que são insuficientes em número de pessoas para garantir a execução dos projetos e as grandes obras e manutenção. Os campi, especialmente, têm muitas necessidades: no de Joinville os professores estão com uma sobrecarga muito grande, o de Araranguá tem demandas de estrutura física com a criação de novos cursos e em Curitibanos é preciso criar a fazenda experimental em decorrência do perfil dos cursos. A permanência estudantil depende de um Restaurante Universitário funcionando adequadamente, dos equipamentos de pesquisa e ensino.

Outro ponto é uma postura firme junto ao governo em relação às vagas de professores e técnico-administrativos. A UFSC recebeu as vagas prometidas pelo REUNI, mas os servidores aposentados não foram repostos. Em relação à  gestão de pessoas: professores e técnico-administrativos deve-se  ter metas a curto, médio e longo prazo. Para isto será feito um planejamento de gestão com critérios para aplicação e gestão dos recursos em construção com os colegiados e com os campi para as tomadas de decisão.

O que as professoras eleitas propõem é a desconstrução da perspectiva personalista de gestão, sendo a sintonia entre reitora e vice fundamental, já que a vice-reitora com certeza, afirma Roselane, vai partilhar e construir as tarefas e trabalhos conjuntos como toda a equipe a ser constituída consultando órgãos colegiados e pessoas em relação a competências e habilidades de quem vai assumir as funções. A proposta é de uma profissionalização da gestão garantindo a valorização das pessoas o que representa a construção de lideranças institucionais e a divisão de tarefas para que a equipe caminhe junto.

Um terceiro ponto é a necessidade de redimensionamento do setor de compras e patrimônio, já que o grupo de pessoas trabalha muito, mas é pequeno em relação às demandas. Quanto à relação campus x comunidade é importante o apoio institucional para as atividades individuais de professores que já desenvolvem estágios interdisciplinares, às empresas júniores e ao que é realizado não só com a comunidade do entorno dos campi, mas em toda Santa Catarina, já que a universidade não pode só gerar conhecimento, mas sim, conhecimento com aplicabilidade. Para isto haverá uma Secretaria de Relações Institucionais que se quer com uma relação mais estreita e mais proativa com a prefeitura municipal de Florianópolis para uma colaboração mais estreita em questões como a da segurança pública, Plano Diretor, sustentabilidade, que possa debater questões de grande porte como a da ampliação da rua Antonio Edu Vieira, outras questões amplas em relação ao transporte na cidade como a ciclovia, a questão dos parques, entre outras.

Na entrevista também foi abordada a necessidade de se pensar uma economia limpa para a universidade. É necessário reestruturar o setor de gestão ambiental. Há boas iniciativas de compostagem, mas falta o tratamento dos efluentes e uma política institucional de reciclagem de lixo. A professora Lucia falou sobre a necessidade de o Hospital Universitário ser potencializado e vitalizado em muitas áreas como os laboratórios de ensino e os de pesquisa que legitimam o HU comunitário e público. Essas questões já apareceram em diagnóstico feito pela gestão atual, mas ainda não foram efetivados a bom termo.

Outra questão colocada em pauta foi a das empresas que iniciam obras e se retiram antes do término. Roselane contou que, como diretora do CFH nos últimos anos, aprendeu a fazer os processos de licitação e que é necessário estabelecer critérios de qualidade, como se fez na ampliação do bloco D do Centro para atender, com rapidez, às necessidades do Serviço de Atenção Psicológica da UFSC (SAPSI) que atende a cerca de 900 pacientes ao ano. Com um contrato bem construído, se a empresa não tem condições nem equipe, não pode se candidatar à licitação. É necessário também ser mais rígido em termos de punição, quanto às cláusulas para os casos de atraso e rompimento de contrato.

Jornada de trabalho e ponto eletrônico

Uma das perguntas à Roselane foi sobre as políticas em relação à carga horária, questão que gerou polêmica na atual gestão. A reitora eleita contou que há um trabalho de Psicologia Organizacional, feito em 2005 pelo Departamento de Psicologia da UFSC, sobre a motivação e desmotivação de trabalhar na universidade. Entre as conclusões é de que há um preconceito que o servidor público não trabalha, que há setores fazendo atividades semelhantes, que é necessário uma política de gestão de pessoas que dê condições de uma avaliação adequada, também que não há garantia de continuidade se houver algum tensionamento entre o servidor permanente e o professor substituto. Os resultados servem como uma das bases para um trabalho de dimensionamento sobre onde estão lotadas as pessoas, o que fazem em cada setor, qual a demanda de pessoal de cada setor, laboratório, entre outros. Com um diagnóstico preciso se pode então ir ao governo federal mostrando o que necessitamos.

Outra proposta é a oferta de cursos de capacitação que desenvolvam responsabilidade cidadã, porque, afirmou Roselane, ponto eletrônico não é igual a responsabilidade institucional, mais oprime que ajuda. Porque se você não se sente comprometido, quando não há valorização das pessoas, elas podem ficar no setor sem trabalhar. Mas este problema não ocorre só no setor público.

Continuando sobre o tema do turno de trabalho para os técnico-administrativos de seis ou oito horas diárias, a reitora eleita falou que o tema é histórico e tem sido presente em processos eleitorais, como já aparece no Livro UFSC 50 anos: Trajetórias e Desafios, do qual é uma das organizadoras. Para ela é importante que uma comissão faça um estudo cuidadoso e um mapeamento dos setores, já que na UFSC se trabalha manhã, tarde e noite. Há especificidades e diversidades na universidade e os indicadores de realidade é que mostrarão se com seis horas daremos conta da missão ou se realmente são necessárias oito horas. Se for apontado que com seis horas damos conta, disse Roselane, iremos a Brasília, com a assessoria jurídica, para propor as seis horas, que é uma defesa e faz parte do plano de luta dos sindicatos em nível nacional.

Transição

As professoras relataram que nas próximas semanas haverá reuniões com vários setores para iniciar os trabalhos de transição que não podem iniciar só em maio de 2012.  Há muitas questões para serem encaminhadas consultando setores, visitando departamentos e a partir de várias contribuições um grupo técnico constituído construirá um planejamento sabendo que há questões a serem resolvidas com urgência.

Por Alita Diana/jornalista da Agecom

Fotos: Paulo Noronha/Agecom

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