RU retoma atendimento em horário normal

17/05/2011 10:36

A direção do Restaurante Universitário da UFSC informa que não houve jantar nesta segunda-feira, 16 de maio, porque no período da tarde foi instalada tubulação elétrica no corredor que separa a cozinha do refeitório, impossibilitando as atividades normais.  A execução da obra foi necessária para ampliar a distribuição de energia elétrica para o novo prédio do restaurante. A direção informa que o restaurante estará funcionando em horário normal durante a semana.  A previsão é de que o novo prédio do seja inaugurado no início do próximo semestre.

Mais informações: 3721-8226 ou ru@reitoria.ufsc.br

Por Darilson Barbosa / Bolsista de Jornalismo na Agecom

Tags: RU

Agência dos Correios volta a funcionar no campus

17/05/2011 10:30

Voltou a funcionar nesta segunda-feira, 16 de maio, a agência dos Correios no Centro de Convivência da UFSC. Com a reforma do telhado do prédio, em junho do ano passado, às vezes chovia dentro da agência. Com o risco de choques elétricos, o Correio passou a funcionar fora do campus universitário.

A mudança da agência trouxe problemas.  De acordo com Henrique Prochaska Júnior, Chefe do Serviço de Comunicação e Expedição do Departamento de Serviços Gerais (DSG), as principais dificuldades geradas foram a falta de contato e comunicação com os Correios. “O envio passou a ser centralizado no DSG. Todo dia às 9h30min saía um carro da universidade para enviar os malotes. Após esse horário todo o documento que chegasse seria enviado apenas no dia seguinte.”

Para Ilson Clemente, Gerente da agência, o benefício será mútuo. Já que com a reforma a agência passou a funcionar junto ao setor de distribuição dos Correios, na rua Lauro Linhares. Além de um espaço reduzido, não havia estacionamento e era próximo de outras agências. Após a mudança houve uma redução de 60% no envio de documentos.

“Estamos muito satisfeitos em voltar ao campus. Aqui temos mais espaço para trabalhar e estamos mais aptos a atender à demanda da UFSC, da comunidade universitária e dos moradores da região”, diz Clemente.

A agência funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, oferecendo todos os serviços dos Correios. O horário para envio de postagens no mesmo dia é até às 16h30min.

Telefone  da Agência dos Correios:  3234 7215.

Por Bianca Amorim/ bolsista de Jornalismo na Agecom

Tags: Correios

Na Mídia: divulgado romance vencedor do Concurso Salim Miguel

17/05/2011 08:59

Diário Catarinense

Concurso Salim Miguel

Divulgado o romance vencedor

O professor e escritor Alckmar Luiz dos Santos foi o vencendor do Concurso Salim Miguel de Romance. O resultado foi anunciado ontem, em cerimônia comemorativa aos 30 anos da Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC), em Florianópolis.

O romance Ao Que Minha Vida Veio concorreu com outros 25 trabalhos. A comissão julgadora foi composta pelo escritor e tradutor Marcelo Tápia (SP), o professor e escritor Donaldo Schüler (RS) e a professora da UFSC Ana Luiza Andrade, tendo como presidente Eduardo Capela, também da UFSC. Os nomes dos inscritos não foram revelados aos membros da comissão – que só tiveram acesso aos pseudônimos, e não puderam comunicar-se entre si. A obra será publicada pela editora ainda no segundo semestre de 2011.

Paulista, Alckmar é professor de literatura brasileira na UFSC, coordenador do Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Linguística (Nupill/UFSC) e pesquisador.

A divulgação do vencedor do concurso de literatura ocorreu durante o lançamento coletivo de 65 livros editados nos últimos 12 meses pela editora, dentro de uma política de renovação, com reformulação gráfica e editorial abrangentes. O diretor da EdUFSC, Sérgio Medeiros, adiantou que o próximo concurso literário promovido pela editora vai prestigiar roteiro e dramaturgia.

Tags: Concurso Salim Miguel

Mostra do Festival Mix Brasil na UFSC

17/05/2011 08:54

O Ciclo de Cinema Trânsitos Contemporâneos traz à UFSC uma mostra de filmes e vídeos de curta-metragem selecionados do Festival Mix Brasil, realizado em São Paulo desde 1993. São oito títulos que resumem um pouco da história e dos significados deste que é considerado o “maior fórum de cinema GLBT da América Latina”. A exibição será realizada nesta sexta-feira, 20 de maio, a partir de 15h, no Anfiteatro no Bloco B do Centro de Comunicação e Expressão (CCE).

Serão realizados debates com o doutorando Marcos Aurélio da Silva (Transes/PPGAS/UFSC) e com o mestrando Glauco Ferreira Batista (Transes/PPGAS/UFSC). O Ciclo de Cinema e Debates Trânsitos Contemporâneos é uma realização do Núcleo de Antropologia do Contemporâneo (TRANSES), da UFSC, e tem como objetivo abrir um espaço de diálogo crítico sobre questões do tempo presente a partir da exibição de filmes e posterior debate entre comentadores convidados e a plateia.

Mais informações:  glaucoart@gmail.com / mirebrito@gmail.com / mariafer@matrix.com.b

Programação:
– Eu não quero voltar sozinho, direção Daniel Ribeiro, BRA, 2010,17’
–  Babysitting Andy, direção Pat Mills, CAN, 2007, 11’
– O Móbile: Admiração, direção Lilian Werneck, BRA, 2010, 25’
– Rubbuds, direção Jan Chen, EUA, 2009, 3’
– Furico li Furico lá, direção Sandra Brogioni, BRA, 2009, 4’
– Panteras fora do armário, direção Sandra Brogioni, BRA, 2009, 5’
– A Drag a Gozar, direção Kiko César, BRA, 2007, 5′
– Travileirinho, de Rodrigo Averna, BRA, 2010, 4’

Tags: Festival Mix Brasil

Florianópolis sedia encontro nacional da Andifes

17/05/2011 08:46

A Universidade Federal de Santa Catarina é a anfitriã do encontro da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que começa nesta terça-feira, dia 17, e se estende até quinta-feira, 19, no Jurerê Beach Village Hotel, em Florianópolis.

Na pauta, a MP 520, que trata da criação de uma empresa para administrar os hospitais das universidades públicas brasileiras, o orçamento das IFES em 2012, o Plano Nacional de Educação 2011 e o Decreto 7.423/2010, que trata do funcionamento das Fundações de Apoio, entre outros temas.O encontro vai reunir representantes de 59 universidades.

Mais informações (48) 3721-6042

Programação:

17 de maio

19h Abertura

19h30min Relatório da MP 520/2010 – Deputado Danilo Forte (PMDB/CE), relator.

18 de maio

8h30min Informes.

9h30min FASUBRA.

10h30min Orçamento das IFES em 2012.

11h Discussão sobre a Nova Matriz de Orçamento.

12h Almoço.

14h 2ª etapa do Ciclo de Seminários PNE 2011 – 2021: Uma Educação do tamanho do Brasil.

16h Discussão sobre o Decreto 7.423/2010 (Fundações de Apoio).

16h30min Perspectivas para a Andifes nos próximos anos.

18h Encerramento das atividades do dia.

19 de maio

8h30min Apresentação de Relatório do Perfil dos Estudantes dos Cursos de Graduação Presenciais das Instituições Federais de Ensino Superior, (FONAPRACE).

9h30min Subsecretário Arquimedes Diógenes Ciloni – Subsecretaria de Coordenação das Unidades de Pesquisa (SCUP/MCT).

10h ANDES.

10h40min Dimensionamento de Técnicos-Administrativos (TAs).

12h Encerramento das atividades do dia.

Tags: Andifes

UFSC estuda produção de nanopartículas de prata e impregnação em diferentes materiais

17/05/2011 07:59

Conhecidas desde a antiguidade por gregos e romanos, as características antibacterianas da prata são potencializadas pela nanotecnologia – a tecnologia que manipula a matéria na escala deátomos e moléculas. Para o setor têxtil as nanopartículas de prata dão origem a tecidos capazes de controlar bactérias, fungos e ácaros (meias que não geram mau cheiro, por exemplo). Para a indústria de eletrodomésticos, a inovação tecnológica resulta em geladeiras com maior poder de conservação dos alimentos, máquinas de lavar com poder antibactericida.

Outros vários exemplos poderiam ser citados, diversos produtos já estão no mercado e nas universidades impulsionando a pesquisa. Na UFSC, o potencial das nanopartículas de prata estimula o trabalho junto ao Laboratório de Síntese Inorgânica e Nanocompósitos (Labsin), ligado ao Departamento de Química. O coordenador do laboratório, professor Cesar Vitório Franco, desenvolve pesquisas em nanociência e nanotecnologia desde 2005. Em 2007 orientou um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que permitiu estudos sobre produção, impregnação e eficiência das nanoparticulas de prata como agentes bactericidas em malhas. Em 2008, outro TCC possibilitou estudos sobre preparação e caracterização de nanopartículas de prata e sua adição em silicone.

A proposta de trabalho com as pequeníssimas partículas de prata foi também apresentada em 2008 pelo estudante Raphael Antonio de Camargo Serafim, então orientando do professor Cesar Vitório Franco, ao projeto Sinapse da Inovação. O concurso promovido pela Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e realizado pela Fundação Certi tem como objetivo prospectar e transformar boas ideias do meio acadêmico em negócios de sucesso. Contemplado, Raphael desenvolveu estudos sobre a sanificação de ambientes e dispositivos hospitalares usando produtos de nanotecnologia com elevado poder antiséptico (tudo à base de nanopartículas de prata). Também reconhecido na universidade com o Prêmio Destaque da Iniciação Científica (escolhido entre os melhores projetos apresentados no 18º Seminário de Iniciação Científica da UFSC), o trabalho culminou na fundação de uma empresa de nanotecnologia, a TechNano Solution (TNS), que foi incubada no Parque Alfa Tec, parque tecnológico de Florianópois.

“É a primeira spin out saída do laboratório sob minha coordenação”, orgulha-se o professor Cesar Vitório Franco. “Busco a formação de pessoas que possam criar seus próprios negócios. Queremos formar geradores de empregos”, faz questão de ressaltar. Atualmente a equipe que atua no LabSiN se aprimorou na tecnologia de produção de emulsões contendo nanopartículas de prata, já testou o uso desse aditivo químico em tecidos, numa parceria com o setor têxtil, e continua pesquisando a impregnação de polímeros (os populares plásticos). A equipe também integra uma rede nacional de nanotecnologia e trabalha em parceria com professores do Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFSC no desenvolvimento de um filtro constituído por nanopartículas visando o fornecimento de água potável para ser acessível à população de baixa renda.

Nano = Anão

As pesquisas com nanopartículas de prata em tecidos são desenvolvidas em parceria com o setor têxtil, e como tratam de alta tecnologia, dependem de sigilo industrial. Mas em palestras para empresários do ramo, o coordenador do laboratório difunde os benefícios da inovação: “Nanotecnologia pode gerar materiais com propriedades otimizadas, agregar valor e cativar os clientes mais exigentes”, destaca o pesquisador. Sempre citando exemplos, ele mostra como as pesquisas no campo da nanotecnologia se inspiram na natureza para, a partir da manipulação dos átomos, alcançar propriedades com alto valor tecnológico agregado.

“Nanotecnologia é manipular a matéria na escala atômica. É tecnologia que lida com estruturas menores que 100 nanômetros”, explica, lembrando que o prefixo nano vem do grego, que significa anão. “A nanopartícula é para a bola de futebol como a bola é para a terra”, complementa o professor Cesar Vitório Franco, referindo-se à diminuta escala nanométrica (um nanômetro equivale a 1 milímetro dividido 1 milhão de vezes).

Segundo ele, atualmente a UFSC conta com boa estrutura para desenvolvimento das pesquisas neste campo, como o Laboratório Central de Microscopia Eletrônica. O setor multiusuário é equipado com potentes microscópios eletrônicos, com poder de ampliação de até um milhão de vezes, equipamentos fundamentais para caracterização dos materiais impregnados com nanopartículas de prata. Materiais que têm recebido a atenção de pesquisadores de todo o mundo e chamam atenção tanto por sua inovação quanto por dúvidas e polêmicas relacionadas às suas características inéditas.

Empreendedorismo incentivado

A oportunidade de participar do Sinapse da Inovação em 2008 foi fundamental para queo então estudante de graduação em Química da UFSC, Raphael Antonio de Camargo Serafim, montasse seu próprio negócio. Orientando do professor Cesar Vitório Franco, um incentivador do empreendedorismo, Rafael propôs a criação de uma empresa produtora de nanopartículas de prata, a TechNano Solution (TNS).

A ideia inicial era aproveitar o potencial bactericida em equipamentos cirúrgicos, cateteres, aventais, tintas – materiais direcionados a reduzir a infecção hospitalar. Os R$ 30 mil conquistados foram fundamentais para constituição da empresa e também para a elaboração de um plano de negócios para o empreendimento que foi incubado no Parque Tecnológico Alfa.

Em 2009 Raphael participou de uma segunda fase do Sinapse da Inovação. Dessa vez o concurso teve como diferencial a abrangência estadual e o objetivo de apoiar o desenvolvimento de protótipos. Nesse momento foi contemplado com R$ 50 mil para desenvolver um aditivo químico antibacteriano para o setor têxtil. “Foram apoios fundamentais”, lembra, citando também a conquista de R$ 120 mil da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia), por meio do Programa Prime (Primeira Empresa Inovadora). A TNS conquistou também um novo sócio, Gilberto Heinzelmann, que com sua expertise aproximou a TNS de importantes empresas europeias que há anos trabalham com  nanotecnologia.

Graças e estas novas parcerias atualmente o portifólio da TNS inclui soluções à base de nanopartículas de diferentes funcionalidades: para a área têxtil, embalagens e utensílios de cozinha, filtros, ambientes e equipamentos, cosméticos, fármacos e tintas. “Nossa visão é nos tornarmos uma empresa de referência em nanotecnologia no Brasil, oferecendo soluções customizadas para empresas”, conta com satisfação Raphael. “Tivemos um alicerce sólido para estruturar e agora estamos na iminência de comercializar”, complementa satisfeito.

Mais informações:

– Com o coordenador do Laboratório de Síntese Inorgânica e Nanocompósitos (LabSiN), César Vitório Franco, e-mail:franco@qmc.ufsc.br, fone: (48) 3721-9765 / 3721 6852 – Ramal 214

– Com Raphael Serafim, TechNano Solution (TNS), raphael@tnsolution.com.br

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom

Tags: nanopartículas de prata

Universidade implanta Comitê de Inovação Tecnológica

17/05/2011 07:56

Com o objetivo de auxiliar suas decisões sobre a gestão da Propriedade Intelectual, a UFSC vai criar um Comitê de Inovação Tecnológica. Formado por 10 integrantes, o novo órgão vai assessorar o Departamento de Inovação Tecnológica, ligado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão da Universidade.

A formalização do órgão será no dia 25 de maio, às 11h, na Sala dos Conselhos, prédio da Reitoria. Auxiliar na discussão e criação das políticas institucionais de inovação e transferência de tecnologia, nos processos envolvendo questões relacionadas à cultivares e ao direito autoral, na avaliação da manutenção de um pedido de patente e de uma patente concedida e na divulgação dos resultados das pesquisas realizadas na Instituição estão entre as atribuições do novo comitê. As reuniões serão mensais.

Composição do Comitê de Inovação Tecnológica:

– Diretora do Departamento de Inovação Tecnológica (DIT): professora Rozangela Curi Pedrosa

– Um servidor do DIT: professor Irineu Afonso Frey

– Sete servidores docentes representando as áreas tecnológicas, sociais e jurídicas da Universidade: professor Mário Steindel (CCB); professor Victor Juliano de Negri (CTC); professor Arnaldo José Perin (CTC); professor José Eduardo De Lucca (CTC); professor Silvio Antonio Ferraz Cario (CSE); professor Antônio Augusto Ulson de Souza (CTC); professor Marcos Wachowski (CCJ)

– Um representante discente da pós-graduação.


Atribuições:

– Auxiliar na discussão e criação das políticas institucionais de inovação e transferência de tecnologia da UFSC

– Promover políticas institucionais de inovação e transferência de tecnologia da UFSC;

– Auxiliar na avaliação dos processos de licenciamento de tecnologias da Instituição;

– Auxiliar nos processos envolvendo questões relacionadas à cultivares e ao direito autoral;

– Auxiliar na indicação de consultores ad-hoc para avaliação e redação de patentes;

– Auxiliar na avaliação da patenteabilidade ou não do resultado de uma pesquisa;

– Auxiliar na avaliação da manutenção de um pedido de patente e de uma patente concedida;

– Auxiliar na avaliação das perspectivas de impacto econômico das tecnologias;

– Auxiliar na divulgação dos resultados das pesquisas realizados na Instituição.

Mais informações:  www.dit.ufsc.br / dit@reitoria.ufsc.br / (48) 3721-9628

Por Arley Reis / Agecom

Tags: Comitê de Inovação Tecnológicapropriedade intelectualPRPE

Inscrições abertas para curso de formação para membro de comissão de processo administrativo e de sindincância

16/05/2011 16:13

Divisão de Capacitação e Afastamento para Formação (DCAF) informa  que estão abertas as inscrições para o curso de capacitação profissional para Formação Teórica e Prática para membro de comissão de processo administrativo disciplinar e de sindincância na UFSC

O curso visa preparar servidores para atuarem, inclusive na condição de Presidente ou de Secretário, em Comissões Disciplinares instauradas pela UFSC, tanto nos processos envolvendo docentes e técnico-administrativos quanto nos processos envolvendo empresas inadimplentes.
Podem se inscrever servidores Técnico-administrativos com, no mínimo, Ensino Médio completo e docentes da UFSC, os quais, uma vez designados para atuar nessas Comissões, terão disponibilizada carga horária diária para tal finalidade.
Ministrante: Nilto Parma, Procurador-Chefe da UFSC
Carga horária: 50 horas
Início: 30/5
Horário: das 9h às 11h

Mais informações e inscrições pelo site: www.sgca.ufsc.br/web

Fonte: DCAF

Tags: comissão de sindincânciacomissão processo administrativocurso capacitaçãoUFSC

Projeto 12:30 recebe o Coletivo PIRA! nesta quarta na Concha Acústica

16/05/2011 16:02

Arte da camiseta do Coletivo

O Projeto 12:30 recebe o Coletivo PIRA!, nesta quarta-feira, 11 de maio, às 12h30min na Concha Acústica. O espetáculo é gratuito e aberto à comunidade. O Coletivo PIRA! (Coletivo de Produção Integrada de Resistência Antimanicomial) é um espaço de militância, formação, trocas e intervenções acerca da saúde mental na perspectiva da Luta Antimanicomial e da Reforma Psiquiátrica. Para comemorar o dia Nacional da Luta Antimanicomial (18 de maio) e com o objetivo de sensibilizar a comunidade acadêmica para as formas de ver o sujeito e as relações sociais estabelecidas na produção da loucura, o Coletivo, juntamente com a ABRASME – Associação Brasileira de Saúde Mental – convidam para à HORA DA LOUCURA!!!

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Tags: Coletivo Pira!Projeto 12:30UFSC

Homofobia é tema de exposição de cartazes no CFH

16/05/2011 11:30

A exposição do III Concurso de Cartazes sobre Transfobia, Lesbofobia e Homofobia nas Escolas, que está acontecendo no Hall do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC, recebeu, nesta edição, 103 peças, revelando o aumento de interesse pelas temáticas abordadas pelo Projeto Papo Sério, que é desenvolvido desde 2007 pelo NIGS-UFSC em escolas da Grande Florianópolis.
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Tags: cartazeshomofobialesbofobia

Mara Lago recebe título de Professora Emérita

16/05/2011 10:27

Na próxima segunda-feira, dia 23 de maio, acontecerá a outorga do título de Professora Emérita da UFSC à professora Mara Coelho de Souza Lago, do Departamento de Psicologia. A professora aposentou-se no ano passado, mas continua exercendo atividades profissionais junto ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia e ao Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas, na modalidade de professora voluntária. A cerimônia será realizada no Auditório da Reitoria, às 19 horas, e toda a comunidade acadêmica da UFSC está convidada a prestigiar a homenagem.

Mais informações com a professora Edite Krawulski – Chefe do Departamento de Psicologia – telefone 3721-8548.

Tags: Professora Emérita

Fundação de Ensino de Engenharia de Santa Catarina completa 45 anos auxiliando transferência tecnológica na UFSC

16/05/2011 10:13

Pesquisa, desenvolvimento e avaliação de implantes reabsorvíveis; uso racional de água e de energia elétrica em habitações de interesse social; plataforma colaborativa web para apoio remoto ao diagnóstico e procedimentos cardiovascular integrado e minimização de consumo de energia em refrigeradores domésticos são apenas alguns exemplos entre 300 projetos de pesquisa em execução pela UFSC e que contam com gerenciamento da Fundação de Ensino de Engenharia de Santa Catarina. Por meio da Feesc, professores de Engenharia Civil participam da elaboração do Programa Nacional de Logística Portuária, o chamado PDI dos Portos, uma prioridade para o governo federal. A Feesc também atua junto à Secretaria de Estado da Saúde no programa de Telemedicina e capacita técnico-administrativos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Nesta quarta-feira, a fundação criada seis anos após a instituição da UFSC, em 18 de maio de 1966, completa 45 anos. A data será celebrada no Auditório da Reitoria, a partir de 18h. Antes, às 17h, a entidade inaugura em sua sede, no campus da Trindade, galeria de presidentes.

A Feesc foi criada pelas Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), que precisava de engenheiros para dar conta de suas atividades na geração e distribuição de energia. Seu surgimento viabilizou a implantação do Curso de Engenharia Elétrica na UFSC, e a fundação também passou a apoiar projetos de pesquisa e extensão, em parceria com a universidade e outras instituições públicas e privadas.

“Quando fui convidado pelo reitor Avaro Prata para dirigir a fundação não conhecida o Centro Tecnológico. Fui então visitar este e outros centros e vi que temos laboratórios e professores que não ficam atrás dos que podem ser encontrados nas principais universidades do mundo”, destaca o diretor-presidente da Feesc, Maurício Fernandes Pereira, professor do Departamento de Ciências da Administração que desde junho de 2009 preside a entidade.

“Com a Petrobras são diversos projetos, como o que estuda a prospecção de petróleo em águas profundas”, lembra o professor, citando um dos grandes parceiros que investe no desenvolvimento de projetos na Universidade via Feesc. Ministérios como o da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Secretaria de Estado da Saúde, Eletrosul, Celesc, Agência Nacional de Transportes, Agência Nacional de Energia Elétrica, Embraco, Weg, Fiat e BNDES são outros colaboradores da entidade que em 2010 captou R$ 90,1 milhões para a execução de trabalhos pela Universidade Federal de Santa Catarina.

“Sem as fundações não teríamos o mesmo desempenho, nem as melhorias na interação com diferentes setores da sociedade”, confirma o reitor da UFSC, Alvaro Toubes Prata. A Feesc é uma das quatro fundações (há ainda Fapeu, Fepese e Fundação José Boiteux) que ajudam a universidade, presa a trâmites e procedimentos burocráticos comuns a todos os órgãos públicos, a desenvolver projetos de ensino, pesquisa e extensão.

“As fundações são um bem da sociedade, trabalham com dinheiro público, e a UFSC transforma, por meio delas, a sua competência em prol dessa sociedade”, reforça o professor Maurício.  “Seu surgimento na década de 70 constituiu uma resposta criativa da comunidade acadêmica ao engessamento imposto pela ausência de faculdades legais que assegurassem maior flexibilidade e agilidade à gestão das atividades de pesquisa e extensão das Instituições Federais de Ensino Superior”, complementa o reitor da UFSC.

Mais informações sobre o aniversário da Feesc com o diretor-presidente, professor Maurício Fernandes Pereira, fone 3231-4402

Por Arley Reis e Paulo Clovis / Jornalistas da Agecom

Tags: Feesctranferência tecnológica

Editora lança hoje 65 livros e divulga resultado de concurso de romance

16/05/2011 08:26

Um grande evento literário marcará as comemorações dos 30 anos de fundação da Editora da UFSC e um ano de virada na política gráfica e editorial que a projetou entre as melhores editoras universitárias do país. Em alusão a essas conquistas, a Secretaria de Cultura e Arte da UFSC promove hoje, 16 de maio, às 17 horas, na sala Aroeira do Centro de Cultura e Eventos, o lançamento coletivo: “A Editora da UFSC no século XXI”, que trará a público 65 obras de grande relevância cultural. No mesmo evento, a Editora vai divulgar o nome do vencedor do Concurso Salim Miguel de Romance, o único no gênero hoje em Santa Catarina.
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Tags: Editora da UFSClançamento coletivoUFSC

Inscrições para o Apoio Pedagógico

16/05/2011 08:19

Estão abertas até 20 de maio pelo site: www.apoiopedagogico.ufsc.br, as inscrições para as disciplinas do Apoio Pedagógico da UFSC para a segunda etapa do primeiro semestre de 2011. Início das aulas: 23 de maio para os estudantes do Campus de Florianópolis. As disciplinas oferecidas são  Biologia (ênfase em bioquímica e biologia celular), Física, Inglês, Matemática, Produção Textual e Química.
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Tags: apoio pedagógicoinscrições

Animal que habita o homem é tema de livro a ser lançado pela Editora da UFSC

14/05/2011 12:35

Pensar e escrever o animal, que será lançado no dia 16, no aniversário da Editora da UFSC, reúne pela primeira vez no Brasil o pensamento que propõe repensar o conceito de humano a partir da sua relação com outras espécies


Seja na metamorfose de um jovem em inseto ou no profundo mergulho interior de uma dona de casa ao encarar uma barata no armário, as artes e a literatura sempre tentaram esgarçar as grades com as quais a ciência e o comportamento antropocêntricos separam os homens das outras espécies. Meninos-pássaros, homem-jangada, esposas vegetais, mulher-pantera, pergaminho humano, matrix, avatares, indivíduos biônicos, água viva: o homem sempre experimentou existências híbridas no plano do imaginário, frutos do contágio e da contaminação.

Mesmo a ficção científica quando zoofóbica ou tecnofóbica manteve-se como linha de fuga, linguagem-refúgio para a existência de um ser além de classificações, irredutível, neutro, inumano. E seria preciso aludir ainda às lendas indígenas, à cultura oriental e à religiosidade pagã, onde o humano se pluraliza em outras formas de vida, desfilando guerreiros transformados em lua, noivas em nenúfar. É nesses lugares privilegiados de acesso ao imaginário e de projeção de mundos possíveis que as jaulas podem se abrir para que o humano encontre a natureza e a fera livre das amarras da pretensa racionalidade que sustenta a supremacia e a arrogância da espécie desde a idade média.

Essas experimentações do imaginário finalmente ecoaram para a ciência. Só no século XX e sobretudo neste século, quando as fronteiras entre o animal, o humano e a máquina foram mais seriamente tensionadas, parte emergente dela decidiu colocar em xeque os parâmetros em torno do conceito de humano com base no que supunha saber sobre os animais e outras espécies. Fruto de uma parceria entre a Editora da Universidade Federal de Santa Catarina e a Fapemig, a obra Pensar/Escrever o Animal; ensaios de zoopoética e biopolítica vem a público com esse propósito. O lançamento em Florianópolis está marcado para segunda-feira (16), às 17 horas, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, como parte das comemorações dos 30 anos da editora promovidas pela Secretaria de Cultura e Arte. Organizada pela professora da Universidade Federal de Minas Gerais, Maria Esther Maciel, a obra é a primeira publicação no Brasil que expressa o pensamento contemporâneo multidisciplinar em torno de uma das questões mais emergentes da atualidade: a superação do antropocentrismo.

Lançado na última semana com grande impacto em Belo Horizonte, o compêndio de 421 páginas reexamina a relação do homem com outras formas de vida e o impacto dessa relação na própria concepção clássica de ser humano. Em torno dessa temática gravitam 20 ensaios inéditos de grandes especialistas internacionais traduzidos para o português, como  Dominique Lestel e Donna Haraway, que fecha a obra empreendendo uma criativa e instigante conversa com Sandra Azeredo, além de textos de ensaístas brasileiros, como  Benedito Nunes, um dos maiores estudiosos da literatura moderna brasileira,  Márcio Selligmann-Silva e Raúl Antelo (UFSC). Inscritos na confluência entre os chamados “estudos animais” e diversas outras áreas, como filosofia, ontologia, religião, literatura, artes, etologia, biologia, arqueologia, antropologia, zoologia, biopolítica e estudos de gênero, os ensaios abordam pesquisas científicas recentes e leituras diferenciadas na perspectiva utópica (ideal?) de uma ética do inumano ou do pós-humano, que seria um mundo sem gêneros.

No artigo de abertura, “O animal e o primitivo: os outros de nossa cultura”, Benedito Nunes cria para o tratamento dos animais a alegoria de “prisioneiros de guerra”, de cuja vida o soberano pode dispor. Afirma que o paradigma cartesiano, pelo qual o animal é “um corpo sem alma” ou simples mecanismo a serviço do homem, tem justificado o sofrimento de inúmeras espécies. O tratamento “humano” ignora que o nosso “outro mais estranho” também é portador de sistema nervoso e de estímulos dolorosos. Nunes sustenta que a libertação do animal significa a libertação do homem da crueldade e defende que o apego atual aos artefatos tecnológicos canaliza o vínculo afetivo recalcado com espécies hoje inferiorizadas, mas amadas e cultuadas por povos ancestrais e ditos primitivos. Os ensaios fazem alusão a comunidades híbridas, onde homens e animais convivem em condições de igualdade. Ainda mais impactante e surpreendente é o ensaio de Dominique Lestel, que despretensiosamente vai pondo abaixo tudo o que compreendemos como característico e específico do homem (a linguagem, o artefato, a cooperação), propondo estabelecer o estatuto do homem mais pelas semelhanças com outras formas de vida do que pelos seus contrastes.

O movimento de animalização do ser humano na literatura e nas artes não é atribuído por esses filósofos à inferiorização metafórica dos animais, nem a uma mera apologia da natureza, mas antes a uma necessidade visceral e recalcada de libertar o próprio homem das amarras de ser homem oprimindo as outras espécies. E o faz ruminar no inconsciente os ecos da maldade antropocêntica, como no poema de Eucanaã Ferraz, analisado pela autora Esther Maciel: “Que nos pergunta o boi/ desde o silêncio e sobre este/ seu estrume, flor extrema?/Que nos pergunta em sua/ Ronda infinita desde/ O dorso de um vaso/ Sua pergunta redonda desde/O afresco em ruínas desabando/ […] Interroga/ sobre nós talvez, como se dele fôramos/ o seu mistério, seu tempo, seu espaço,/ cerne hostil de sua compreensão/ do mundo e de si mesmo”.

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Maria Esther: "Amar os animais é um aprendizado de humanidade"

“No futuro não conheceremos mais os animais e haverá menos vida”

Entrevista: Maria Esther Maciel

Da visão antropocêntrica e especista do mundo advêm todas as formas de opressão, acreditam os pensadores dos chamados Estudos Animais: do homem contra as demais espécies, do homem contra a natureza, os demais gêneros, as raça e classes subalternas, enfim, do homem contra os seus “outros”. Professora de literatura na Universidade Federal de Minas Gerais, Maria Esther Maciel concedeu esta entrevista sobre a obra Pensar/escrever o animal, ensaios de zoopoéticas e biopolítica, publicada pela UFSC. Autora, entre outras obras, de O animal escrito: um olhar sobre a zooliteratura contemporânea, ela acredita que no futuro não haverá mais animais em sua forma plena de existência. Esse desaparecimento implica em todas as conseqüências de perda de vida e oportunidade de o homem estar diante do seu outro absoluto. “Haverá uma destruição em larga escala das espécies selvagens. As futuras gerações só conhecerão animais de estimação excessivamente humanizados e domesticados ou ainda animais para consumo, com vida curta e reproduzidos nas piores condições de sobrevivência”.

1 – Como você situa dentro do pensamento contemporâneo o movimento inserido nessa obra que se propõe a refletir sobre as questões da animalidade?

Ela parte de duas instâncias:  de um lado a reflexão sobre  animais e a animalidade, de outro  as relações entre humanos e outras formas de vidas. Esse tema tem estado em evidência em vários campos do conhecimento, sobretudo, na Europa, América do Norte e Austrália, onde é uma questão muito viva. Envolve estudos na área de zoologia, filosofia, literatura, artes, antropologia, ecologia, compondo um novo campo multidisciplinar chamado Estudos Animais. Esse livro é uma primeira tentativa de colaborar para a construção desse campo de estudos no Brasil. É o primeiro livro no país que busca essa abordagem transdisciplinar da questão animal dentro do pensamento contemporâneo.


2 – Quem são os precursores desse pensamento?

Derrida, com seus antológicos escritos sobre o animal. As abordagens biopolítica de Agamben, com O aberto, e bioética de Peter Singer, autor de A Libertação animal; Deleuze, com o conceito de devir-animal; Foucault ao investigar a relação entre animalidade e loucura; Bataille e a exploração do erotismo, Donna Haraway, com o conceito de “companion species” enfim, autores de diversas áreas que realizam estudos importantes sobre animalidade e as relações entre humano e animal ajudam a compor essa crítica na direção de um pensamento pós-humano.


3 – O que estaria no âmago do antropocentrismo?

Trata-se de um sentimento de soberania e superioridade humana, que leva à inferiorização das demais espécies, promovendo a associação dos “outros humanos” aos “outros animais”. O antropocentrismo hierarquiza e tiraniza por sua potência não só as espécies diferentes, mas os próprios humanos, subjugando os que são tidos como inferiores e por isso podem ser mortos. O poder soberano delibera sobre a vida e a morte desses grupos de pessoas relegadas ao lugar de prisioneiros de guerra, como fez o nazismo, como faz o imperialismo, ao anular esses seres humanos associando-os aos animais. Em síntese, a maneira como o homem soberano trata os animais, na qual tudo é permitido, é transposta para as relações humanas nesse exercício de poder em que se pode dispor da vida do outro e determiná-la.


4 – O que há de novo nessa retomada da crítica ao antropocentrismo e à racionalidade humana?

Pela primeira vez estamos nos deixando perturbar pela presença do animal.  Nessa “reviravolta animal”, estamos deixando que surja esse outro do próprio homem, que foi excluído, desprezado, em nome da máquina antropocêntrica. O animal volta como referência para se repensar o conceito de humano e as relações entre humanos e não-humanos.


5 – Aliás, a questão da animalidade ganhou impacto quando o filósofo francês Jacques Derrida  publicou O animal que eu sou, partindo da perturbação pessoal que lhe causava o olhar de seu gato e chamando atenção para o fato emblemático de que até então a filosofia ocidental nunca havia refletido sobre como pode o animal olhar o homem…

Derrida faz uma crítica radical a uma linhagem da filosofia em que se inscrevem Aristóteles, Descartes, Heidegger, Levinas, dentre outros, que analisam o homem partindo de um ponto de vista antropocêntrico e definindo os chamados “próprios do homem”, ou seja, as propriedades específicas dos humanos em relação aos outros animais. Derrida fala da importância dessa questão para a filosofia contemporânea e, a partir de um outro olhar, busca desestabilizar um conceito clássico de humanismo.


6 – Mas afinal, porque a humanidade precisa pensar sua animalidade?

Aproximar-se do animal é se tornar mais animal. Amar os animais é um aprendizado de  humanidade. O homem pode se pluralizar com essa relação. É a forma mais radical de alteridade. Recuperar a animalidade é o sentido de recuperação do humano, porque o animal não se dissocia da humanidade.  Há certa necessidade atávica de recuperar uma animalidade perdida.


7 – E como você vê  a emergência política dessa temática para a sociedade como um todo?

De um lado, há uma questão contextual concreta, relacionada às grandes catástrofes ecológicas a despertarem a consciência em relação à natureza e ao equilíbrio entre todas as formas de vida. Por outro, a própria crise do conceito de razão como elemento dissociado, diferenciador próprio do humano, capaz de dar a ele o poder sobre as demais espécies. Estamos vivendo uma crise da filosofia, da maneira de pensar nosso ser e estar no mundo em relação ao que nos cerca. Trata-se de reconfigurar o próprio estatuto do humano.


8 – Em síntese, quando e como a ciência estabeleceu a cisão entre homens e animais?

É difícil dizer, porque animalidade não é algo que se possa definir com precisão.  A cisão se deu muito com o triunfo da razão cartesiana, que legitimou a superioridade humana e propiciou as relações de domínio dos homens sobre demais viventes. Essa cisão deixou o humano desprovido de algo que é inerente à nossa condição animal e pode potencializar nossa relação com o outro, os outros. Na verdade, o ser humano não tem ainda a consciência de que faz parte de uma comunidade híbrida inter-espécies. Essa consciência passa pelas questões ecológicas, mas também pela crise da idéia de humano em função das novas tecnologias, da vida artificial, das próteses que funcionam como extensões do corpo e provocam uma crise no conceito de humano enquanto espécie separada das outras formas de vida e mesmo das coisas e dos artefatos tecnológicos.


9 – Em grande medida, tudo o que a ciência definiu sobre o homem o fez em contraste ao que pressupõe como suas vantagens sobre o animal. Mas nós sabemos quem é o animal?

Somos totalmente ignorantes em relação ao animal, que é um estranho por excelência, pois como imaginar o que o animal sente, pensa ou é? Não há linguagem comum que permita esse conhecimento. Os estudos da animalidade estão atentos às descobertas recentes da etologia sobre as qualidades dos seres não humanos em termos de inteligência, de sensibilidade, de atributos que eram tidos como humanos. Hoje esses estudos de comportamento do animal têm revelado propriedades impressionantes nos animais.


10 – Inclusive no campo da linguagem, que é um limite demarcado como o que distingue o humano por excelência?

Sim, há um campo exploratório pensando o animal também como um ser de linguagem. É o campo da zoosemiótica que está em expansão no leste europeu com imbricações na lingüística e na semiótica.


11 – A ciência e o pensamento cartesiano ocidental se sustentam na distinção do humano, mas a literatura, as artes, as culturas pagãs e primitivas nunca se restringiram a essa prisão do homem como um ser absoluto que domina o mundo. Todos são povoados por personagens e figuras míticas que experimentam formas híbridas entre humanos, animais, vegetais, máquinas…

Sim, inclusive através da literatura é possível traçar a história do animal e de sua relação com o homem. Desde as fábulas de Esopo, desde os gregos antigos, os animais aparecem na literatura de diferentes maneiras: antropormofizados, alegorizados, metaforizados ou como personagens merecedores de consideração enquanto outros que sentem, sofrem e compartilham nosso espaço no mundo. Em geral, a literatura ficou muito voltada para a metáfora pejorativa ou fantástica do animal. O animal, nesse caso, sempre usado como metáfora do humano, como ponto de partida para um projeto humano e o homem sempre no foco. Desde os gregos, passando pela idade média, o animal literário foi colocado a serviço do humano. A mudança de parâmetro se deu na idade moderna, em função da teoria darwiniana que questiona o criacionismo e marca as origens animais do homem. Depois, os avanços da ciência do animal fizeram com que ele aparecesse em sua autonomia e relevância enquanto ser vivo (e não apenas como primitivo do homem). Surge também na literatura uma tentativa de exercitar, por vias poéticas e ficcionais, a animalidade.


12 – Mas paralelamente há  um movimento de exclusão e demonização da animalidade nos séculos XVIII e XIX…

De fato, isso tem a ver com uma mentalidade religiosa muito puritana de sacralização da espécie humana. O catolicismo oficial contribuiu muito para a renegação do animal e para a fixação desse estigma que o relega à inferioridade, violência, irracionalidade, loucura, sexualidade, perversão. Os animais são os que não têm alma. Esse especismo religioso teve repercussão simbólica na literatura com o surgimento de híbridos entre formas humanas e animais. Também o moralismo puritanista do século XIX propiciou a emergência dessas bestas na literatura, revelando uma animalidade recalcada, que vem do imaginário como monstruosa e ameaçadora. O que, na verdade, é um retorno a um momento da idade média, em que a repressão  à animalidade e aos mitos pagãos provocou essa composição ameaçadora e recalcada do animal. Hoje os vampiros e os lobisomens retornaram à cena na ficção literária e cinematográfica, mas esvaziadas de sua animalidade.


13 – Sim, são formas híbridas domesticadas, controladas, que fazem sucesso pelo seu aspecto bizarro, mas não abalam o antropocentrismo… Muito diferente da experiência perturbadora que vivenciamos, por exemplo, com a leitura de Paixão segundo G.H, de Clarice Lispector…

Ocorre que a partir de Darwin, de uma série de mudanças de paradigmas e questionamentos da própria ciência e da razão, houve uma tentativa de recuperar a animalidade de forma menos agressiva.  Aí temos Kafka e Virginia Woolf, que são o pilar da alteridade animal na literatura universal. E temos Clarice Lispector, Graciliano Ramos e Guimarães Rosa, que nos mergulham no mundo animal sob todas as perspectivas, desde a ênfase às possibilidades de vínculos afetivos, passando pela crítica ao antropocentrismo até o exercício propriamente dito da animalidade, com personagens que fazem o trânsito para a condição animal.


14 – Você acredita que um dia olharemos para trás e pensaremos na relação predatória das outras espécies com a vergonha e a perplexidade que hoje temos ao examinar crimes naturalizados no passado, como a escravidão dos negros pelo ocidente?

Acho uma expectativa um pouco utópica. Infelizmente minha expectativa é que em breve não haverá  mais animal enquanto o outro que proporciona uma experiência radical de alteridade. Os que vão persistir são os do zoológico e os produzidos para consumo de alimentos, numa reprodução em série e cruel, dentro do pior do sistema capitalista. Acredito que, de um lado, haverá uma destruição avassaladora da vida animal selvagem e livre, em paralelo à humanização excessiva dos animais de estimação e, por outro, essa produção massiva de viventes em condições bárbaras, seres de vida curta e programada, nascidos para serem mortos deliberadamente.


15 – E qual a conseqüência para a humanidade do desaparecimento dessa condição mais plena do animal com o desafio e o mistério que oferece?

Se os animais desaparecem, o mundo perde vida e o homem perde a oportunidade de aprender o que é  esse outro e assim de conhecer a si mesmo e as suas potencialidades.

Por Raquel Wandelli/ Jornalista na SeCArte

Matéria publicada no Diário Catarinense

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Medicina perde grande pesquisador, pai do reitor Alvaro Prata

14/05/2011 10:53

Faleceu na sexta-feira, às 15h30, em Uberaba (Minas Gerais), aos 91 anos, o pai do reitor Alvaro Prata. Aloísio Rosa Prata, médico laureado, professor universitário, membro da Associação Brasileira de Medicina, é reconhecido como um dos maiores especialistas do Brasil em doenças tropicais. A medicina e a saúde pública perderam um grande pesquisador, mas Aloísio deixou inestimável legado intelectual em centenas de artigos publicados no Brasil e no exterior e nas mais de 50 teses que orientou.

O corpo está sendo velado no anfiteatro da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, a qual lhe conferiu o título de Doutor Honoris Causa. O reitor já está em Uberaba, para onde viajou logo ao receber a notícia. Em nome da comunidade universitária, o gabinete da UFSC enviou coroas de flores à família em homenagem a Aloísio Prata, que será enterrado às 18 horas deste sábado, 14. O respeito e a admiração do reitor pelo pai ficaram gravados na lembrança de todos os que assistiram o emocionado momento de sua posse, há três anos, quando encerrou o discurso chorando ao dedicar a ele o desafio que assumia à frente da Universidade Federal de Santa Catarina.

Por Raquel Wandelli / Jornalista da UFSC na SeCArte

Morre especialista e pesquisador de doenças tropicais
O especialista e professor em doenças tropicais, professor Aluízio Rosa Prata, morreu ontem, aos 91 anos. Ele se formou em medicina em 1945, pela antiga Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil – FNM/UB. Ele ingressou na Armada como clínico geral e exerceu a atividades de médico comunitário e sempre dedicou a clínica médica, com especial interesse pela subespecialidade de doenças infecciosas e parasitárias.
Aluízio também foi professor catedrático e livre docente pela Universidade Federal da Bahia, professor titular e professor emérito da Universidade de Brasília, professor titular e doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), membro da Academia Nacional de Medicina, membro da Academia Mineira de Medicina, bem como foi laureado pela Royal Society Tropical Medicine, do Reino Unido, da Grã Bretanha, entre inúmeros outros títulos e medalhas nas associações médicas. “Meu irmão recebeu inúmeros outros títulos de entidades médicas no Brasil, Europa, Ásia, Africa, América do Norte, Central e Sul”, emociona-se o seu irmão João Prata.

João Prata ainda informou que ele foi membro de muitas organizações mundiais de saúde e Organização Pan-americana de Saúde e do Ministério de Saúde e Educação. “O meu irmão tem 530 trabalhos publicados, em revistas do Brasil e no exterior. Ele orientou mais de 50 teses de mestrados e doutorado de cientistas brasileiros e internacionais. Aluízio também criou 7 áreas de pesquisas em medicina tropical no estado da Bahia, 2 no estado de Rondônia, 7 em Minas Gerais e 1 na Bolívia. Meu irmão coordenou estudos por vários anos e tinha como meta de vida levar progresso científico e social”, conta.
O professor Aluizio foi casado com Martha Toubes Prata com quem teve três filhos: engenheiro Aluísio Prata Júnior, professor da universidade de Califórnia; engenheiro Alvaro Toubes Prata, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina; e Martha Maria Toubes Prata, professora da UFTM, além de 7 netos. Os irmãos são: Deize Rosa Prata; Arnaldo Rosa Prata, ex-prefeito de Uberaba, ex-deputado federal e secretário de Estado de Minas Gerais; Dila Prata Andrade; Maria Délia Prata Andrade; João Antônio Prata, médico oftalmologista em Uberaba e vice-presidente da ABCZ. O velório está sendo realizado no Anfiteatro “A” da UFTM e o funeral sairá às 18h. (LR)

Fonte: Jornal de Uberaba

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RU é destaque no UFSC Entrevista

13/05/2011 22:22

O UFSC Entrevista, que vai ao ar na segunda-feira, 16, às 21h30, tem a diretora do Restaurante Universitário da UFSC, Deise de Oliveira Rita como convidada. Ela  fala sobre a obra de ampliação que está em andamento e outros procedimentos de melhoria do restaurante para o futuro.

Na próxima quinta-feira, dia 19, o programa Primeiro Plano da TV UFSC vai apresentar a reportagem “Além do Limite”. Produzido como Trabalho de Conclusão de Curso de Jornalismo de Karina Della Giustina , o vídeo mostra a história de pessoas que complementaram o tratamento de suas doenças através do equilíbrio psicológico e espiritual. A reportagem tem depoimentos de pacientes do Centro de Apoio ao Paciente com Câncer, médicos e voluntários. O Primeiro Plano vai ao ar na quinta-feira, às 20h30.

Na noite desse domingo, dia 15, o filme escolhido para passar na Sessão Cinema é o “Livre e Fácil”. A Comédia de 1930 é dirigida por Edward Sedgwick. Na história, a srta. Elvira Plunkett vai tentar a sorte em Hollywood após ter sido eleita a miss Gopher City. À caminho da cidade, acompanhada de sua mãe e de seu atrapalhado e apaixonado empresário, Elvira conhece o astro de cinema Larry Mitchell, que promete ajudá-la a encontrar os diretores de um grande estúdio de Cinema. O Sessão Cinema é exibido às 19h30.

A TV UFSC pode ser sintonizada no canal 15 da NET. Informações: www.tv.ufsc.br.

As calças jeans e as camisetas convivem bem com a tinta preta no rosto. Os flashes insistentes incomodam alguns, e os sorrisos não saem tão fácil dos adultos, mas há crianças que se postam em frente às câmeras, e jovens de penteado moicano com máquinas e filmadoras nas mãos, como que a revidar fazendo suas próprias imagens. A segunda aula magna do curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica da UFSC, que aconteceu na quarta, 11/05, reuniu reitor, pró-reitores, professores, estudantes, autoridades e os alunos de tribos Kaigáng, Xokleng e Guarani, que retornam agora à Universidade após dois meses nas comunidades colocando em prática o que aprenderam no curso em seus primeiros trinta dias.
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Aula magna de Licenciatura Indígena põe em pauta a diversidade

13/05/2011 21:26

As calças jeans e as camisetas convivem bem com a tinta preta no rosto. Os flashes insistentes incomodam alguns, e os sorrisos não saem tão fácil dos adultos, mas há crianças que se postam em frente às câmeras, e jovens de penteado moicano com máquinas e filmadoras nas mãos, como que a revidar fazendo suas próprias imagens. A segunda aula magna do curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica da UFSC, que aconteceu na quarta, 11/05, reuniu reitor, pró-reitores, professores, estudantes, autoridades e os alunos de tribos Kaigáng, Xokleng e Guarani, que retornam agora à Universidade após dois meses nas comunidades colocando em prática o que aprenderam no curso em seus primeiros trinta dias.

A data teve programação durante toda a quarta: de manhã, os alunos se reuniram com o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Augusto Freitas Meira, quando reivindicaram bolsas de estudos para que possam permanecer na Universidade e concluir o curso, e, às 18h, no hall da Reitoria, foi aberta a exposição “Guarani, Kaigáng e Xokleng – Atualidades e Memórias do Sul da Mata Atlântica”.

A mesa de abertura contou com a presença do reitor Alvaro Prata; do presidente da Funai; da diretora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) Roselane Neckel e da coordenadora do curso Ana Lúcia Vulfe Nötzold. A mesa de debates foi composta pela pesquisadora do Laboratório de Etnologia Indígena Maria Dorothea Darella; o coordenador-geral da Educação Escolar Indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do MEC, Gersem José dos Santos Luciano (Baniwa), e a procuradora da República em Santa Catarina Analúcia de Andrade Hartmann.

Multiplicando as transformações

A solenidade foi ao encontro do que Gersem defende: que o curso transforma seus alunos, mas também a sociedade e a Universidade. O hino nacional foi cantado por alunos Kaigáng – metade entoado em sua língua nativa e a outra metade em português; houve espaço à homenagem a Natalino Crespo – feita de acordo com as tradições de sua tribo – companheiro que os incentivou a ingressar no curso e que faleceu no dia 02/03, e o mestre de cerimônias não deixou de lado os caciques, quando registrou a presença das autoridades. Os detalhes demonstram as modificações sutis que a Universidade começa a ensaiar.

“A UFSC não estava e nem está preparada para recebê-los. Mas a forma de nos adequar é vivenciar e aprender, aperfeiçoar a cada dia”, atesta o reitor. “Faço dois pedidos: que tenham compaixão com a nossa instituição, perdoando nossas falhas, apesar de nossa boa vontade, e que exultem-se a si próprios, sendo bons alunos”.

O curso, que vinha sendo gerado desde 2007 pela Comissão Interinstitucional para Educação Superior Indígena (Ciesi, formada por integrantes da UFSC, organizações representantes dos povos indígenas e entidades parceiras), é um dos 26 do Brasil oferecido exclusivamente aos povos indígenas, e ajuda a somar cerca de oito mil índios no ensino superior. O presidente da Funai explica que esse número só tende a crescer. “De acordo com o IBGE, temos hoje no país cerca de 817 mil índios”. Isso significa que nos últimos dez anos a população indígena cresceu mais de 10%, número superior aos das pessoas que se declaram brancas, negras ou pardas. “Já escutei muito, também em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, a frase ‘aqui não tem índio’. Por isso o curso vai além da educação: é também político. E essas novas gerações que fizerem o ensino superior poderão contribuir de forma mais efetiva com a construção do país”, defende.

Igualdade nas diferenças

A professora Roselane ratifica a fala de Márcio: “este momento significa a inclusão desses cidadãos na sociedade, a partir de seu ingresso na Universidade”. A diretora do CFH vai além. “Em um país de diferenças tão profundas, não podemos tratar da mesma forma a todos, como se todos tivessem condições iguais”, afirmou, mencionando em seguida as políticas públicas de permanência que a Universidade destina a alunos oriundos de escolas públicas, negros e indígenas, e reafirmando a disposição da UFSC em buscar meios de viabilizar, junto com a Funai, bolsas de estudos a esses alunos.

A equidade também foi mencionada por Analúcia, que ainda relembrou o saudoso professor Sílvio Coelho dos Santos como orientador nos estudos das questões indígenas – homenageado anteriormente pela professora Dorothéa, que o apontou como baluarte da antropologia em questões da área. “Quando trabalhei junto a tribos, contava-se nos dedos quantos falavam fluentemente o Kaigáng. ‘Só se pegarmos à força esses indiozinhos’, me diziam os mais velhos. Não existia a valorização dos índios e de sua cultura”. Hoje, de acordo com a procuradora, a Secretaria de Educação de SC já reconhece as diferenças e as estimula, orientando escolas e professores. “Agora os alunos são liberados para os cultos junto com seus pajés, e há horários e merendas diferenciados”, relata.

Dos índios para os índios

Doutor em Antropologia Social, Gersem Baniwa faz parte da primeira leva de professores de dedicação exclusiva da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) que leciona nos cursos de Licenciatura Indígena em Políticas Educacionais e Desenvolvimento Comunitário e Formação de Professores Indígenas. O docente analisa a valorização de sua cultura. “Sempre me perguntei quantos eram os portugueses que desembarcaram no Brasil, e qual o número de indígenas que havia aqui para recebê-los, e a resposta me parece óbvia. Em nenhum momento os índios foram capazes de se articular para enfrentar o inimigo comum. E nisso se passaram cinco séculos. Apenas na década de 1970 se iniciaram as primeiras reações mais conscientes dentro dessa relação histórica de dominação”. “Nenhuma política”, continua, “tem sido implantada porque o Brasil mudou sua percepção de mundo, e sim porque os povos indígenas tomaram outra atitude, e o ensino superior faz parte dessa reação”.

Gersem confessa que o magistério voltado ao índio está em processo de construção. “Ainda não tenho clareza do que fazer em sala de aula. A escola foi inventada pelo mundo branco para atender às necessidades de industrialização e mercantilização, e talvez seja um erro adaptá-la às demandas indígenas”.

Há menos de uma década atuando como categoria, os professores indígenas talvez busquem o meio termo. “A responsabilidade é grande. Como se define uma escola intercultural? Tem povos que nos cobram o ensino da língua nativa, mas não conheço índio que não queira aprender sobre as novas tecnologias. E será que ensinar português vai ser bom para esses povos? Tem quem ache que o índio que fala bem o português já não é mais índio”, problematiza.

O duelo entre o novo e o antigo, no entanto, parece se desfazer a partir da visão do professor. “Há pessoas acreditando que a tradição e a modernidade são incompatíveis. Isso é um problema para os pensadores, porque os índios já resolveram a questão. Para eles, o caminho é a complementaridade: não conheço povo indígena que, já tendo contato com a cultura do homem branco, abdique do direito de frequentar uma escola”.

Gersem ainda enfatizou o caráter social que a educação tem para sua gente. “Os índios são pragmáticos: quem vai à escola deve voltar sabendo fazer sabão, anzol, construir roupas, senão significa que não aprendeu direito. O estudo tem como objetivo melhorar a comunidade”.

Pinturas, danças e direitos

Van (que em Xokleng significa taquara), tem sete anos e foi a atração da cerimônia para os fotógrafos. Com adereço de cisal no cabelo, pintura preta no rosto e usando saia de palha, balançava de tempos em tempos um chocalho de cabaça e passava com a mãe Walderes a música que cantaria junto ao grupo logo depois do evento.

Aos 26 anos, Walderes cria a sobrinha Van como filha, e a deixa com a mãe em José Boiteux, onde se localiza a tribo Laklãno, quando fica em Florianópolis para assistir às aulas. “Agora estou mais tranquila porque ela veio comigo para a apresentação, mas no primeiro mês foi mais difícil”, relata.

Formada em Letras Português/Espanhol em uma universidade de Indaial, a Xokleng afirma que estudar, agora, está bem mais fácil. “Quando fiz a primeira faculdade, com minha mãe, havia vezes em que dormíamos no ponto de ônibus, e no outro dia tomávamos banho na própria universidade, porque não havia dinheiro para voltar para casa. Aqui tem sido bem diferente”, comemora.

Questionada sobre a diferença entre os Xokleng, Kaigáng e Guarani, ela se vira e aponta: “Olha só a pintura. Cada um faz desenhos diferentes, e cada etnia possui suas próprias músicas e danças”, explica, contando que sua tribo, que habita um terreno de cerca de 14 mil hectares, abriga as três etnias.  “Conheci professores de geografia e história que se referiam ‘aos índios’ apenas. Mas há grandes diferenças em relação aos costumes e tradições”. Walderes pretende seguir Licenciatura em Humanidades, com ênfase em Direitos Indígenas. “Hoje estamos reivindicando a redemarcação de nossas terras. Quero lutar pelas causas indígenas”.

Por Cláudia Schaun Reis/ Jornalista na Agecom
Fotos: Pâmela Carbonari / Bolsista de Jornalismo na Agecom

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Seminário discute recuperação da ponte Hercílio Luz

13/05/2011 17:33

Fotos: Paulo Noronha / Agecom

Um dia antes do aniversário de 85 anos da ponte Hercílio Luz, comemorado nesta sexta-feira, 13 de maio, foi realizado no Auditório da Reitoria da UFSC o III Seminário sobre a Recuperação da Ponte Hercílio Luz. Com o lema “Nosso símbolo, nosso orgulho”, o evento reuniu o vice-reitor Carlos Alberto Justo da Silva, consultores do projeto de recuperação da ponte, engenheiros e representantes governamentais, como o secretário de Estado da Infraestrutura, Valdir Cobalchini, o presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura (DEINFRA), Paulo Meller, e o representante do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Mário Alves, que discutiram a importância da restauração, questões técnicas da construção e participaram de um debate sobre a viabilidade da obra.

O evento começou às 9h com o anúncio do Secretário de Estado de Infraestrutura de que nesta sexta será entregue ao governador Raimundo Colombo um projeto para captar recursos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet. A iniciativa é essencial para dar continuidade à obra de restauração, já que o governo não possui os $ 170 milhões orçados. O secretário falou também que está criada uma comissão de acompanhamento da obra, com representantes do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da UFSC, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e da Assembleia Legislativa (ALESC). “Estamos dando à ponte a importância que ela tem”, disse, e ressaltou que esta não é uma obra só de infraestrutura, mas de recuperação de patrimônio, já que a ponte pode ser considerada um monumento e símbolo de Santa Catarina.

O pronunciamento de Cobalchini foi complementado pelo técnico do IPHAN Mário Alves, que resgatou a importância histórica da ponte na consolidação de Florianópolis como capital do estado e criticou a associação da imagem da ponte com a falta de mobilidade na cidade.

Após a exibição do documentário Ponte Hercílio Luz Patrimônio da Humanidade, de Zeca Pires, o consultor internacional do Projeto de Recuperação da Ponte Hercílio Luz, Khaled Mahmoud, o consultor nacional Jür Jewe Maertens e o coordenador das obras Cássio Magalhães se reuniram na palestra ´A Situação Atual da Ponte Hercílio Luz e os caminhos para se colocar a Ponte em segurança´. Mahmoud falou dos problemas de conservação, como o excesso de fissuras e corrosão nas chapas de apoio, e explicou como será feito o novo sistema de suspensão. Para mostrar a importância da restauração da ponte Hercílio Luz, ele mostrou imagens de outras pontes que são símbolos de cidades, como a ponte do Brooklyn, em Nova Iorque, e questionou: “Quantas cidades no mundo podem contar com uma estrutura, um monumento, como a ponte Hercílio Luz?”.

O debate teve a participação dos professores da UFSC de Engenharia Civil Ivo Padaratz e Moacir Carqueja, de Arquitetura Mário César Coelho e de Engenharia Mecânica Honorato Tomelin, além do presidente do DEINFRA, Paulo Meller. Os únicos que se posicionaram contra a restauração da ponte e levantaram questões sobre necessidade da obra quando faltam recursos para outras melhorias em infraestrutura e manutenção das outras duas pontes foram os professores Padaratz e Carqueja. “A obra de recuperação me parece um saco sem fundo, agora são R$ 170 milhões, mas quem garante que vai ficar só nisso mesmo?”, questionou Padaratz. O presidente do DEINFRA reconheceu que “ninguém pode atestar que não haverá surpresas pela frente”, mas disse que tem certeza que existe capacidade técnica para restaurá-la e que isso deverá ser feito.

Marília Marasciulo / Bolsista de Jornalismo na Agecom

Foto de capa: Coleção Rogério Santana

Tags: Ponte Hercílio Luz

Curso: Como deixar de fumar em cinco dias

13/05/2011 16:42

Acontece entre os dias 30/05 e 03/06 o curso Como deixar de fumar em cinco dias.  As inscrições devem ser feitas através do e-mail jsouza@mtm.ufsc.br e as aulas acontecem no Auditório do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), das 20h às 21h30.

O curso, gratuito e aberto à comunidade, existe desde 2002 e é coordenado pelo professor da UFSC Joel Souza.

Mais informações: 9142-1303.

9ª Semana de Museus traz filmes e debates a partir de segunda

13/05/2011 16:21

Tem início na segunda, 16/05, e segue até a sexta, 20/05,  o Ciclo de Cinema: Museu, Memória e Patrimônio, que acontece dentro da 9a. Semana de Museus – Museu e Memória. O evento será realizado no Auditório do Museu Universitário, sempre das 16h às 18h30, e tem entrada gratuita, sendo aberto à comunidade. Aos alunos serão fornecidos certificados.

Mais informações:  (48) 3721-8604,  3721-9325 ou ufsc.mu.museologia@gmail.com.

PROGRAMAÇÃO

Segunda-feira (16/05)

Filme: Tapete Vermelho – Brasil, 100min, 2006

Direção : Luiz Alberto Pereira.

Debate com Profª Dr.ª Leila Ribeiro (UNIRIO)

Terça-feira (17/05)

Filme: Cerveja Falada (15 minutos).

Direção: Demétrio Panaroto, Luiz Henrique Cudo e Guto Lima.

Debatedores: Guto Lima e Fernando Boppré

Quarta-feira: (18/05)

Filme: Franklin Cascaes

Debatedores: Edina de Marco e José Rafael Mamigonian

Quinta-feira: (19/05)

Filme: Museus do Rio  (60 minutos)

Direção: Regina Abreu

Debatedoras: Profª Evelyn Zea e Profª. Letícia Nedel – UFSC

Sexta-feira: (20/05)

Filme: Tecido Memória (70 minutos)

Direção: José Sérgio Leite Lopes, Rosilene Alvim e Celso Brandão.

Debatedor: Prof. Alex Valim e Prof. Rafael Devos – UFSC

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