Do telescópio à cúpula, UFSC proporciona uma aventura astronômica aberta à comunidade

09/04/2025 08:02

Professor Antonio Kanaan explica aos visitantes do Planetário um pouco sobre o céu que irão observar pelos telescópios no Observatório. (Foto: Ariéll Cristóvão/Agecom/UFSC)

A última terça-feira, 8 de abril marcou o Dia Internacional da Astronomia, data perfeita para conhecer um pouco melhor o trabalho realizado pelo Observatório Astronômico e pelo Planetário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ambos são espaços dedicados à divulgação da astronomia e ciências afins, oferecendo à comunidade uma oportunidade única de explorar o Universo de forma gratuita e acessível. Trabalhando em parceria, essas duas estruturas proporcionam experiências que despertam a curiosidade de pessoas de todas as idades sobre o cosmos.

Todas as quartas-feiras, essas estruturas estão abertas para que a população possa olhar o céu. Essa atividade de extensão da universidade é algo que o professor Antonio Kanaan conhece bem. Desde a sua graduação, nos anos 80, ele já fazia divulgação científica da astronomia em observatórios abertos ao público. Foi assim em 1984 na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e foi assim no doutorado, em 1996, na Universidade do Texas. 

“E comecei a fazer isso aqui em Florianópolis assim que cheguei aqui, continuando um programa iniciado pelos professores Roberto Cid e Raymundo Baptista”, explica o docente do Departamento de Física, que também é coordenador do Observatório Astronômico da UFSC.

“É uma obrigação de toda instituição de astronomia satisfazer a curiosidade natural das pessoas e retribuir o investimento público com o contato direto, além de nossa pesquisa acadêmica”, afirma Kanaan.

A paixão pela Astronomia une adultos e crianças, e a UFSC, ao longo de sua história, por meio de sua comunidade, criou mecanismos de popularização desta ciência. As estruturas do Observatório e do Planetário existem para esse fim principal, porém, com algumas diferenças.

O Observatório Astronômico é uma estrutura mantida pelo Centro de Ciências Físicas e Matemáticas (CFM), onde os visitantes podem observar diretamente os objetos celestes através de telescópios. Nesse local, para que a observação seja possível, é necessário que o céu esteja limpo ou parcialmente limpo, ou seja, com poucas nuvens. 
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UFSC na mídia: descobertas astronômicas são tema de podcast da TV Alesc

09/12/2024 15:26

A descoberta de um planeta fora do sistema solar, um exoplaneta, e o mapa infravermelho de nossa Via Láctea, construído com apoio de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a partir de uma pesquisa que envolveu coautores de 15 países e com 13 anos de duração, foram os assuntos do podcast Santa Inovação, da TV Alesc, da última sexta-feira, 6 de dezembro.

O programa, que tratou de novidades na astrofísica e da importância desses trabalhos, entrevistou o professor e astrofísico Roberto Kalbusch Saito e o doutorando e bolsista do CNPq Vitor Freitas Fermiano, da UFSC, coautores do artigo publicado em destaque na revista europeia Astronomy & Astrophysics, em 26 de setembro. O artigo lista inúmeras descobertas após 13 anos de análise de dados e foi preparado por 146 coautores. As observações ocorreram durante um total de 420 noites e resultaram em cerca de 200 mil imagens, monitorando mais de 1,5 bilhão de objetos.

O trabalho também é assinado pelos seguintes alunos e ex-alunos do Departamento de Física da UFSC: Roberto Kammers (aluno de doutorado da UFSC); Pedro Henrique Coelho Albino (aluno de graduação da UFSC); Thiago Ferreira dos Santos (graduado pela UFSC, atualmente doutorando da Yale University); Everton Botan (doutor pela UFSC, hoje professor na UFMT); Luciano Fraga (graduação e doutorado pela UFSC, hoje pesquisador do LNA-MCTI).

Confira o episódio do podcast Santa Inovação, da TV Alesc, na íntegra:

Para saber mais sobre as descobertas dos pesquisadores da UFSC, acesse a reportagem do Notícias UFSC.

 

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UFSC contribui para a criação do maior e mais detalhado mapa infravermelho da Via Láctea

26/09/2024 21:03

Nova visualização em infravermelho da formação de estrelas frequentemente chamada “Lagoon Nebula”, capturada pelo telescópio VISTA, no ESO Paranal Observatory, no Chile. (Foto: Divulgação)

Um trabalho de pesquisa internacional, envolvendo cientistas de vários países culminou em um artigo, que tem como primeiro autor o professor e astrofísico Roberto Kalbusch Saito, do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O artigo, publicado em destaque no dia 26 de setembro, na revista europeia Astronomy & Astrophysics, lista inúmeras descobertas após 13 anos de análise de dados e foi preparado por 146 coautores de 15 países diferentes através de quatro continentes. As observações ocorreram durante um total de 420 noites, e resultaram em cerca de 200 mil imagens, monitorando mais de 1,5 bilhão de objetos.

O artigo na Astronomy & Astrophysics também é assinado pelos seguintes alunos e ex-alunos do Departamento de Física da UFSC: Roberto Kammers (aluno de doutorado da UFSC); Vitor Freitas Fermiano (aluno de graduação da UFSC); Pedro Henrique Coelho Albino (aluno de graduação da UFSC); Thiago Ferreira dos Santos (graduado pela UFSC, atualmente doutorando da Yale University); Everton Botan (doutor pela UFSC, hoje professor na UFMT); Luciano Fraga (graduação e doutorado pela UFSC, hoje pesquisador do LNA-MCTI).

Quando Galileu Galilei observou nossa galáxia pela primeira vez, utilizando um telescópio, teria dito que “a Via Láctea nada mais é do que uma massa de inúmeras estrelas.” Quatrocentos anos depois, o maior mapa infravermelho da Via Láctea foi finalizado, após mais de 13 anos de observação das regiões centrais da galáxia pelos projetos VISTA Variables in the Via Láctea (VVV) e seu projeto complementar VVV eXtended (VVVX).
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Equipe com pesquisadores da UFSC descobre novas categorias de estrelas

29/01/2024 11:23

Estrelas “ocultas”, incluindo um novo tipo de gigante ancestral apelidadas de “velhas fumantes”, foram avistadas pela primeira vez por astrônomos. Os objetos misteriosos existem no coração da nossa galáxia, a Via Láctea, e podem permanecer em espera durante décadas – desaparecendo quase até à invisibilidade – antes de subitamente expelirem nuvens de fumaça, de acordo com um novo estudo publicado na revista mensal da Royal Astronomical Society.

Uma equipe internacional de cientistas fez a sua descoberta inovadora depois de monitorar quase mil milhões de estrelas em luz infravermelha durante uma pesquisa de dez anos do céu noturno. Também foram detectadas dezenas de estrelas recém-nascidas raramente vistas, conhecidas como protoestrelas, que sofrem explosões extremas durante um período de meses, anos ou décadas, como parte da formação de um novo sistema solar.

Descoberta: A imagem principal é a impressão artística de uma nuvem de gás e poeira sendo expelida por um novo tipo de estrela gigante vermelha apelidada de “velha fumante”. Foi avistada juntamente com dezenas das chamadas protoestrelas “recém-nascidas berronas” (detalhe) no coração da Via Láctea por uma equipe internacional de astrônomos. Crédito: Philip Lucas/Universidade de Hertfordshire. Tipo de licença: Atribuição (CC BY 4.0)

A maioria destas estrelas recém-descobertas estão escondidas da vista na luz visível por grandes quantidades de poeira e gás na Via Láctea – mas a luz infravermelha consegue passar, permitindo aos cientistas vê-las pela primeira vez. Liderados pelo professor Philip Lucas, da Universidade de Hertfordshire, astrônomos do Reino Unido, Chile, Coreia do Sul, Brasil, Alemanha e Itália, incluindo o professor do departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Roberto Saito, realizaram suas pesquisas com a ajuda do Visible and Infrared Survey Telescope (VISTA) –construído no alto dos Andes chilenos, no Observatório Cerro Paranal, que é parte do Observatório Europeu do Sul (ESO).
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Olhando para o céu: mapeamento da Via Láctea é tema de encontro internacional de Astrofísica

16/04/2018 13:48

Região central da Via Láctea. Reprodução. Crédito: ESO/VVV Survey/D. Minniti
Acknowledgement: Ignacio Toledo, Martin Kornmesser.

Observar e mapear galáxias é uma tarefa bastante difícil, devido às distâncias, magnitude dos objetos e tecnologia atual. No entanto, mapear nossa própria galáxia, o local que nosso planeta ocupa no espaço, não é menos árduo. A Via Láctea é particularmente difícil de ser mapeada em decorrência do fato de as observações partirem de dentro da própria galáxia e do alto índice de gás poeira nas regiões centrais.

A partir do telescópio VISTA (Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy), no entanto, o mapeamento se tornou possível, pois em infravermelho é possível a observação de objetos mesmo nas regiões mais obscurecidas. Em 2006 um edital público permitiu que pesquisadores apresentassem projetos para observação com o telescópio VISTA, cuja tecnologia permitiria a tarefa de mapeamento de nossa galáxia. A partir de então, o projeto selecionado, denominado VISTA Variables in the Vía Láctea (VVV), tem realizado a atividade e desde 2010 organiza encontros internacionais para debater às pesquisas na área.
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UFSC na Mídia: Pesquisa permite conhecer melhor a Via Láctea

29/10/2012 14:31

Astrônomo catarinense é autor do estudo que registrou 84 milhões de estrelas na Via Láctea

Astrônomo catarinense Roberto Saito é autor da pesquisa que resultou no maior registro da Via Láctea
Foto: Arquivo Pessoal

Centenas de imagens que juntas mostram um pequeno pedaço da nossa galáxia. Durante dois anos astrônomos no Chile, coordenados por um catarinense de Florianópolis, reuniram estas fotografias para formar o maior registro da Via Láctea já feito. O catálogo contém 84 milhões de estrelas reunidas no centro da constelação. E isso só representa 1% do nosso céu.

Com graduação, mestrado e doutorado concluídos na UFSC, Roberto Saito — que vive desde 2009 no Chile — virou notícia no mundo pelo registro. A pesquisa permite conhecer melhor a Via Láctea, entender a formação da galáxia e como ela evolui.

O catálogo concentra dez vezes mais estrelas do que as registradas em estudos anteriores, possibilitando a visualização mais detalhada da Via Láctea. A resolução do “retrato” da constelação tem 2 bilhões de pixeis. O trabalho foi publicado na revista científica internacional Astronomy & Astrophysics.

Hoje, pesquisador da Pontificia Universidad Católica de Chile, Universidad de Valparaíso e The Milky Way Millennium Nucleus (Chile), Saito é o principal autor do estudo. Através das imagens ele e a equipe puderam observar que a Via Láctea tem grande concentração de estrelas velhas que rodeiam o centro, chamado de bojo pelos pesquisadores. Esta análise é essencial para a compreensão da galáxia inteira.

Estudo reuniu informações sobre as estrelas foram reunidas em um gráfico

O bojo é uma área escurecida pela poeira. Por isso, para observá-lo, são necessários detectores infravermelhos bastante sensíveis ao telescópio. Os pesquisadores calcularam o brilho de cada estrela pela cor.

Desta forma, foi possível criar um diagrama de cor-magnitude de cada um destes astros, informações pela primeira vez reunidas em um gráfico. Estas características são usadas pelos astrônomos no estudo das propriedades físicas da estrela, como temperatura, massa e idade.O coautor do estudo, Dante Minniti, pesquisador da Pontificia Universidad Catolica de Chile, Chile, explica que o brilho e o calor mostram qual o lugar ocupado pela estrela na galáxia. Pela fotografia, é possível fazer um censo destes astros nesta área da Via Láctea.

Leia a entrevista com Roberto Saito, principal autor da pesquisa que resultou no maior registro da Via Láctea

Diário Catarinense – Quanto tempo durou a pesquisa até que a Via Láctea fosse registrada?
Roberto Saito – Tanto a imagem quanto o catálogo com os 84 milhões de estrelas são os frutos de um trabalho de pelo menos dois anos. As observações foram tomadas durante os anos de 2010 e 2011. Tivemos o trabalho de extrair a informação de cada estrela, criar o catálogo, e fazer a a análise dos dados. Importante frisar que apesar de não ser coautor no artigo cientifico, o responsável em fazer a imagem com giga pixels foi Ignacio Toledo, do Observatório Alma, também no Chile.

DC – Qual o significado do resultado desta pesquisa?
Saito – A sensação é boa, de ter o trabalho reconhecido. Não é fácil estar longe da pátria (da Ilha principalmente!). É um alento saber que todo o esforço está valendo a pena. Mas é importante lembrar que trabalhamos num time muito grande, com especialistas trabalhando duro para que tudo de certo.

DC – O senhor vive no Chile há 3 anos e meio, durante todo este tempo fez pesquisas? O país tem melhores condições para estudos de astronomia?
Saito – No Chile temos acesso aos melhores telescópios do mundo. O Chile é especial para a astronomia, com os melhores céus para observação.
Inclusive o Brasil tem seu maior telescópio aqui, chamado de SOAR. Vim ao Chile a convite de Dante Minniti, argentino, professor da PUC-Chile, que é o investigador principal do projeto The VISTA Variable in the Via Láctea (VVV), e coautor no artigo das 84 milhões de estrela. O VVV é hoje o maior projeto da astronomia chilena, e visa observar a Via Láctea consecutivamente por 5 anos, entre 2010 a 2014.

DC – Como o senhor vê o estudo de astronomia no Brasil, principalmente em Santa Catarina?
Saito – O Brasil possui pesquisadores de primeiro nível, e produz trabalhos ótimos, participa de consórcios internacionais, e pode ter a produção ‘turbinada’ com a entrada do pais no ESO (observatório Europeu Austral), o que garantiria acesso aos melhores telescópios hoje, incluindo o Vista. O processo de entrada no Brasil no ESO está agora em tramitação no Congresso.
O ESO já permitiu que os pesquisadores de instituições brasileiras tivessem, acesso aos seus telescópios, mesmo antes da assinatura final. Em SC, a pesquisa em astronomia está concentrada no Grupo de Astrofísica da UFSC, onde estudei. Apesar de ser um grupo pequeno, com apenas quatro professores, é um grupo bem estabelecido, reconhecido, e com uma produção de ótima qualidade.

Outras informações com Roberto Saito pelo e-mail rsaito@astro.puc.cl.

Fonte: DIÁRIO CATARINENSE – Caroline Passos | caroline.passos@diario.com.br – 26 de outubro

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