UFSC contribui para a criação do maior e mais detalhado mapa infravermelho da Via Láctea

26/09/2024 21:03

Nova visualização em infravermelho da formação de estrelas frequentemente chamada “Lagoon Nebula”, capturada pelo telescópio VISTA, no ESO Paranal Observatory, no Chile. (Foto: Divulgação)

Um trabalho de pesquisa internacional, envolvendo cientistas de vários países culminou em um artigo, que tem como primeiro autor o professor e astrofísico Roberto Kalbusch Saito, do Departamento de Física da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O artigo, publicado em destaque no dia 26 de setembro, na revista europeia Astronomy & Astrophysics, lista inúmeras descobertas após 13 anos de análise de dados e foi preparado por 146 coautores de 15 países diferentes através de quatro continentes. As observações ocorreram durante um total de 420 noites, e resultaram em cerca de 200 mil imagens, monitorando mais de 1,5 bilhão de objetos.

O artigo na Astronomy & Astrophysics também é assinado pelos seguintes alunos e ex-alunos do Departamento de Física da UFSC: Roberto Kammers (aluno de doutorado da UFSC); Vitor Freitas Fermiano (aluno de graduação da UFSC); Pedro Henrique Coelho Albino (aluno de graduação da UFSC); Thiago Ferreira dos Santos (graduado pela UFSC, atualmente doutorando da Yale University); Everton Botan (doutor pela UFSC, hoje professor na UFMT); Luciano Fraga (graduação e doutorado pela UFSC, hoje pesquisador do LNA-MCTI).

Quando Galileu Galilei observou nossa galáxia pela primeira vez, utilizando um telescópio, teria dito que “a Via Láctea nada mais é do que uma massa de inúmeras estrelas.” Quatrocentos anos depois, o maior mapa infravermelho da Via Láctea foi finalizado, após mais de 13 anos de observação das regiões centrais da galáxia pelos projetos VISTA Variables in the Via Láctea (VVV) e seu projeto complementar VVV eXtended (VVVX).
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Departamento de Física promove seminário sobre Planetas Extrassolares e Vida no Universo

03/03/2017 11:48

O Departamento de Física, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promove o Seminário: Planetas Extrassolares e Vida no Universo. O evento será no auditório do departamento de Química, no Centro de Ciências Físicas e Matemáticas (CFM) da UFSC, no dia 15 de março, às 18h30.
O seminário será ministrado pelo professor Roberto Saito, que abordará o assunto sobre a busca e o estudo de planetas extrassolares, o conhecimento atual sobre exoplanetas potencialmente habitáveis e as perspectivas que a busca por vida fora da Terra reservam nas próximas décadas.

 

 

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UFSC na Mídia: Pesquisa permite conhecer melhor a Via Láctea

29/10/2012 14:31

Astrônomo catarinense é autor do estudo que registrou 84 milhões de estrelas na Via Láctea

Astrônomo catarinense Roberto Saito é autor da pesquisa que resultou no maior registro da Via Láctea
Foto: Arquivo Pessoal

Centenas de imagens que juntas mostram um pequeno pedaço da nossa galáxia. Durante dois anos astrônomos no Chile, coordenados por um catarinense de Florianópolis, reuniram estas fotografias para formar o maior registro da Via Láctea já feito. O catálogo contém 84 milhões de estrelas reunidas no centro da constelação. E isso só representa 1% do nosso céu.

Com graduação, mestrado e doutorado concluídos na UFSC, Roberto Saito — que vive desde 2009 no Chile — virou notícia no mundo pelo registro. A pesquisa permite conhecer melhor a Via Láctea, entender a formação da galáxia e como ela evolui.

O catálogo concentra dez vezes mais estrelas do que as registradas em estudos anteriores, possibilitando a visualização mais detalhada da Via Láctea. A resolução do “retrato” da constelação tem 2 bilhões de pixeis. O trabalho foi publicado na revista científica internacional Astronomy & Astrophysics.

Hoje, pesquisador da Pontificia Universidad Católica de Chile, Universidad de Valparaíso e The Milky Way Millennium Nucleus (Chile), Saito é o principal autor do estudo. Através das imagens ele e a equipe puderam observar que a Via Láctea tem grande concentração de estrelas velhas que rodeiam o centro, chamado de bojo pelos pesquisadores. Esta análise é essencial para a compreensão da galáxia inteira.

Estudo reuniu informações sobre as estrelas foram reunidas em um gráfico

O bojo é uma área escurecida pela poeira. Por isso, para observá-lo, são necessários detectores infravermelhos bastante sensíveis ao telescópio. Os pesquisadores calcularam o brilho de cada estrela pela cor.

Desta forma, foi possível criar um diagrama de cor-magnitude de cada um destes astros, informações pela primeira vez reunidas em um gráfico. Estas características são usadas pelos astrônomos no estudo das propriedades físicas da estrela, como temperatura, massa e idade.O coautor do estudo, Dante Minniti, pesquisador da Pontificia Universidad Catolica de Chile, Chile, explica que o brilho e o calor mostram qual o lugar ocupado pela estrela na galáxia. Pela fotografia, é possível fazer um censo destes astros nesta área da Via Láctea.

Leia a entrevista com Roberto Saito, principal autor da pesquisa que resultou no maior registro da Via Láctea

Diário Catarinense – Quanto tempo durou a pesquisa até que a Via Láctea fosse registrada?
Roberto Saito – Tanto a imagem quanto o catálogo com os 84 milhões de estrelas são os frutos de um trabalho de pelo menos dois anos. As observações foram tomadas durante os anos de 2010 e 2011. Tivemos o trabalho de extrair a informação de cada estrela, criar o catálogo, e fazer a a análise dos dados. Importante frisar que apesar de não ser coautor no artigo cientifico, o responsável em fazer a imagem com giga pixels foi Ignacio Toledo, do Observatório Alma, também no Chile.

DC – Qual o significado do resultado desta pesquisa?
Saito – A sensação é boa, de ter o trabalho reconhecido. Não é fácil estar longe da pátria (da Ilha principalmente!). É um alento saber que todo o esforço está valendo a pena. Mas é importante lembrar que trabalhamos num time muito grande, com especialistas trabalhando duro para que tudo de certo.

DC – O senhor vive no Chile há 3 anos e meio, durante todo este tempo fez pesquisas? O país tem melhores condições para estudos de astronomia?
Saito – No Chile temos acesso aos melhores telescópios do mundo. O Chile é especial para a astronomia, com os melhores céus para observação.
Inclusive o Brasil tem seu maior telescópio aqui, chamado de SOAR. Vim ao Chile a convite de Dante Minniti, argentino, professor da PUC-Chile, que é o investigador principal do projeto The VISTA Variable in the Via Láctea (VVV), e coautor no artigo das 84 milhões de estrela. O VVV é hoje o maior projeto da astronomia chilena, e visa observar a Via Láctea consecutivamente por 5 anos, entre 2010 a 2014.

DC – Como o senhor vê o estudo de astronomia no Brasil, principalmente em Santa Catarina?
Saito – O Brasil possui pesquisadores de primeiro nível, e produz trabalhos ótimos, participa de consórcios internacionais, e pode ter a produção ‘turbinada’ com a entrada do pais no ESO (observatório Europeu Austral), o que garantiria acesso aos melhores telescópios hoje, incluindo o Vista. O processo de entrada no Brasil no ESO está agora em tramitação no Congresso.
O ESO já permitiu que os pesquisadores de instituições brasileiras tivessem, acesso aos seus telescópios, mesmo antes da assinatura final. Em SC, a pesquisa em astronomia está concentrada no Grupo de Astrofísica da UFSC, onde estudei. Apesar de ser um grupo pequeno, com apenas quatro professores, é um grupo bem estabelecido, reconhecido, e com uma produção de ótima qualidade.

Outras informações com Roberto Saito pelo e-mail rsaito@astro.puc.cl.

Fonte: DIÁRIO CATARINENSE – Caroline Passos | caroline.passos@diario.com.br – 26 de outubro

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