Projeto do curso de Nutrição convida estudantes a participarem de pesquisa sobre habilidades culinárias 

25/04/2025 11:51

A pesquisa “Nutrição é na Cozinha!” é um  projeto do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que avalia aspectos relacionados às habilidades culinárias, à qualidade da dieta, ao estresse percebido, à insegurança alimentar e à atividade física entre estudantes universitários. A pesquisa é coordenada pela professora Manuela Mika Jomori, do Departamento e Programa de Pós-graduação em Nutrição (PPGN/UFSC), e conta com a participação de alunos de graduação e pós-graduação. Os interessados em participar devem preencher o formulário.

A pesquisa “Nutrição É na Cozinha!” faz parte de um projeto que investiga estudantes de graduação de 11 universidades públicas brasileiras. Não existe atualmente políticas de promoção da saúde específicas para estudantes universitários no Brasil, embora essa população enfrente grande dificuldade para preparar suas refeições em casa. Entre os desafios estão a falta de tempo, de dinheiro, de estrutura e o fácil acesso a alimentos ultraprocessados, que são mais baratos em comparação aos alimentos frescos, e também mais práticos de serem consumidos, apesar de serem prejudiciais à saúde.

Desde 2020, a pesquisa avalia as habilidades culinárias dos estudantes. Inicialmente, quatro universidades participaram, no período da pandemia. Em 2025, o número de universidades participantes foi ampliado para 11. Nesta 2ª edição do projeto, já aprovada pelo Comitê de Ética da UFSC, a coleta de dados teve início no primeiro semestre de 2025. Os resultados da pesquisa poderão ajudar no desenvolvimento de estratégias para a melhoria da alimentação e do bem-estar da comunidade universitária.

Os estudantes voluntários que participarem da pesquisa concorrem a uma vaga em um curso de nutrição e culinária que será oferecido pelo projeto no segundo semestre letivo. Para participar, acesse o formulário.

Mais informações pelo e-mail nutricaoenacozinha@gmail.com ou pelo Instagram @nutricaoenacozinha.

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Cartilha do MEC cita estudo da UFSC que relaciona uso de telas com alimentação menos saudável

12/02/2025 07:12

O ano escolar inicia com uma novidade em todo o Brasil: a restrição do uso de celulares nas escolas públicas e privadas. O objetivo é proteger a saúde mental, física e emocional de crianças e adolescentes. Em uma cartilha elaborada para orientar sobre a implementação da nova Lei nº 15.100, o Ministério da Educação (MEC) também explica quais são os problemas causados pelo uso de dispositivos eletrônicos portáteis e apresenta outras consequências negativas do uso de telas, entre elas sua associação com a ingestão de alimentos menos saudáveis e o sobrepeso. A referência científica para esses dados foi um estudo produzido pelo departamento de Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 

Com o título “Conscientização para o uso de celulares na escola: por que precisamos falar sobre isso?”, o documento do MEC cita o artigo “Associação entre o uso de tela no período noturno e consumo alimentar no jantar e lanche da noite em escolares de 7 a 14 anos com e sem sobrepeso, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil”. O trabalho foi publicado na edição de maio de 2024 na Revista de Nutrição (Brazilian Journal of Nutrition), integrando o dossiê: “Insegurança alimentar, fome e obesidade no Brasil contemporâneo”. A pesquisa mostrou haver uma associação maior entre o uso de telas à noite e o consumo de alimentos não saudáveis no período noturno, além de uma menor ingestão de comidas saudáveis. 
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Crianças que dormem e acordam mais cedo se alimentam melhor, revela estudo da UFSC

05/12/2024 12:07

Denise Miguel Teixeira Roberto, durante sua pesquisa de doutorado. Foto: Arquivo Pessoal.

A nutricionista Denise Miguel Teixeira Roberto sempre se interessou em saber quais fatores afetam nossa alimentação e de que forma o que comemos pode melhorar nossa saúde e nosso bem-estar de forma geral. Nesse contexto, ela elegeu o consumo alimentar de crianças como tema de sua pesquisa de mestrado, cuja dissertação foi defendida em 2020, no Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGN/UFSC), com o título Avaliação da estabilidade de padrões de refeições em escolares do 2º ao 5º ano da rede pública de ensino de Florianópolis-SC: 2013-2015. Incentivada por sua orientadora, a professora Patrícia de Fragas Hinnig, Denise decidiu seguir explorando o tema no doutorado. Dessa vez, seu trabalho estaria focado na associação entre hábitos de sono, alimentação, sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes.

“Minha orientadora começou a trabalhar com sono porque observou que estavam surgindo muitos estudos apontando a importância do sono para a saúde. Ela orientou uma dissertação sobre sono e alimentação e percebeu que esse era um tema muito em alta”, explica Denise. Segundo ela, um número cada vez maior de estudos mostrava a relevância do sono para a saúde e indicava que o modo de vida moderno vinha reduzindo nosso tempo de sono. “Especialmente em decorrência do aumento da exposição às telas, temos observado que as horas de sono estão diminuindo e que as pessoas têm ido dormir cada vez mais tarde, o que pode ocasionar prejuízos na saúde. Por isso decidimos investigar os impactos do sono nos padrões alimentares para saber exatamente quais refeições são as mais afetadas pelo sono.”
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Pesquisadora da UFSC analisa uso do termo ‘caseiro’ em embalagens de alimentos industrializados

11/10/2024 14:00

44,23% dos produtos analisados pertenciam à categoria de panificação, cereais, leguminosas, raízes, tubérculos e derivados, como pães, bolos, biscoitos e massas. Foto: Lifeforstock/Freepik

A nutricionista Rafaela Bertolazi Maritan realizou uma pesquisa que analisa alimentos industrializados intitulados como caseiros e compara os ingredientes listados em seus rótulos com os que são realmente usados em receitas culinárias tradicionais. Conduzido no Programa de Pós-Graduação em Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o estudo demonstrou que a maior parte dos alimentos com o termo caseiro presente na embalagem é considerada ultraprocessada e com alto teor de açúcar, sal e/ou gorduras.

O trabalho intitulado Comparação entre os ingredientes listados nos rótulos de alimentos industrializados com o termo caseiro e seus análogos com aqueles de receitas culinárias tradicionais foi desenvolvido ao longo de dois anos.
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Aditivos alimentares têm risco potencial à saúde das crianças

14/06/2022 10:00

Em recente estudo publicado na Revista de Saúde Pública acerca do consumo de aditivos alimentares na infância (Aditivos alimentares na infância: uma revisão sobre consumo e consequências à saúde), é apontado que os aditivos comumente usados não costumam ser avaliados em conjunto, ou seja, cada pesquisa examina um tipo de aditivo separadamente. Logo, com as evidências científicas disponíveis, ainda não existe conhecimento sobre os efeitos à saúde, decorrentes do consumo diário de alimentos que tenham dois ou mais aditivos diferentes que interagem entre si e com os outros componentes do alimento industrializado.

Apesar disso, é com base nos poucos estudos existentes que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), agência reguladora ligada ao Ministério da Saúde, que atua com base nas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), decide quais aditivos podem ser usados nos alimentos e qual quantidade é segura para consumo humano.

Estes aditivos alimentares são substâncias químicas adicionadas nos alimentos para fins tecnológicos, isto é, conservar, colorir ou intensificar a cor, melhorar textura, intensificar o sabor, controlar acidez, entre outras funções. Logo, os aditivos não conferem aos alimentos qualquer atribuição nutricional. No Brasil, há 23 classes de aditivos permitidas e, portanto, 23 funções diferentes que estas substâncias podem desempenhar nos alimentos. Todos eles são devidamente aprovados pela Anvisa.

Por trabalhar com dados científicos para produzir suas recomendações, a falta de evidência neste assunto dificulta a tarefa da Anvisa de estabelecer regras e instruções sobre o uso de aditivos em alimentos industrializados. No momento, os valores considerados seguros para o consumo humano são determinados pela quantidade de aditivo em relação ao peso corporal. Considerando que as crianças apresentam peso corporal proporcionalmente menor do que os adultos, a toxicidade dos aditivos pode ser maior nessa faixa etária.

“As crianças estão consumindo aditivo, desde o primeiro dia de vida delas”, relata a nutricionista Mariana Kraemer, autora do estudo, atuante no Núcleo de Pesquisa de Nutrição em Produção de Refeições e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com bolsa da Capes.

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