SBPC elege nova diretoria, que terá professora da UFSC como integrante

23/06/2021 11:20

Professora Miriam Grossi fala durante abertura da sétima edição do curso Gênero e feminismos, na UFSC. Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC.

Com 60% de participação – o maior índice dos últimos dez anos – a votação nas eleições para renovação da Diretoria, Conselho e Secretarias Regionais da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) terminou nesta terça-feira, 22 de junho. O filósofo e ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, venceu a disputa com o neurocientista Carlos Alexandre Netto e será o novo presidente da entidade em substituição a Ildeu de Castro Moreira. Janine Ribeiro obteve 1.205 dos 1.914 votos contra 617 de Netto. Foram eleitos para os cargos de vice-presidentes a socióloga Fernanda Sobral (atual vice de Moreira) e o físico Paulo Artaxo. Sobral teve 1.116 votos e Artaxo 683.

Sete mulheres vão compor a diretoria, um número inédito na história de 73 anos da SBPC. São elas: Claudia Linhares Sales, atual secretária, eleita secretária-geral com 1.747 votos; as três vagas de secretaria, preenchidas pela professora do Departamento de Antropologia da UFSC Miriam Pillar Grossi (1.227 votos), juntamente com Laila Salmen Espíndola (1.016) e Francilene Procópio Garcia (939); e as duas vagas de Tesoureiras: a primeira ficou com Marimélia Porcionatto (1.698) e a segunda com Ana Tereza de Vasconcelos (1.312).

Miriam Pillar Grossi credita esta representatividade como consequência da forte presença de mulheres no campo científico brasileiro – já são mais de dez anos com mais mulheres sendo tituladas com doutorado do que homens no país.  “A SBPC reflete este movimento, mas ele não é espontâneo, é fruto de um projeto político e de articulação. Na eleição dei muita ênfase em haver maior representação de mulheres”, comenta Miriam.

Historicamente a ciência se desenvolveu nas regiões mais ricas do país, sobretudo no Sudeste, e por isto as regiões Norte, Centro Oeste e Nordeste são pouco representadas nas associações do campo científico, lembra a professora da UFSC. Entretanto, ocorreu “um momento de transformação e maior diversidade regional com a criação de universidades federais nos governos Lula e Dilma, para muitos lugares, especialmente no interior. Esta expansão levou à ampliação de mercado de trabalho”, explica Miriam.

As renovações começaram a ser refletidas pelas políticas de ações afirmativas, com uma forte demanda e presença de negros e indígenas nas universidades, destaca a pesquisadora da UFSC. Dos grupos com pouca representatividade nas entidades científicas, o das mulheres foi o primeiro a furar a barreira, aponta Miriam. “A ciência não é só masculina, mas branca. Já conseguimos um lugar ao sol, mas estão sendo eleitas agora mulheres ainda brancas. de camada média. É um primeiro rompimento epistêmico, com outros corpos e formas de pensar no campo científico, mas não se transforma isto  do nada, precisamos de muitas lutas e demandas” salienta a professora da UFSC.

Outro elemento diferente no pleito da SBPC, observa Miriam, foi a eleição de um representante das Ciências Humanas na presidência, o professor Renato Janine Ribeiro, além de uma vice socióloga (Fernanda Sobral). “Represento a Antropologia da UFSC , e tradicionalmente, a SBPC teve biólogos, físicos, engenheiros na sua direção, com poucas pessoas da área de humanas. Vai ser importante ter pessoas com essa formação num momento de corte verbas governamentais, num momento de análise e interpretação, que é a grande contribuição da pesquisa de políticas sobre a vida social. Mais do que nunca, as ciências humanas são fundamentais”.

A professora da UFSC destacou a luta do atual presidente da SBPC, Ildeu Moreira, contra o corte de verbas na ciência brasileira: “É uma liderança impressionante, com forte articulação no Congresso pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Garantido em lei, esse fundo não pode ser contingenciado. Desde ano passado, o governo não disponibilizou os recursos, já foi alertado pelas questões legais de não aplicação, mas infelizmente está parado na execução pelo Ministério da Economia”.

A implicação da falta de verbas para pesquisa na sociedade pôde ser vista com maior facilidade por conta da pandemia, diz Miriam. “Se tivesse maior investimento na pesquisa, poderíamos ter resposta mais rápidas e imediatas. O número de 500 mil mortes poderia ser evitado com  maior investimento da ciência. Autonomia de saber é algo que constrói soberania e desenvolvimento. Um dos grandes problemas da pandemia é o tal IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo), que só a China produz. Se a gente tivesse maior investimento, esse tipo de dependência poderia estar superado”.

Outra ameaça observada pela SBPC na atual gestão e que terá continuidade na nova será a defesa da liberdade de cátedra – a entidade lançou o Observatório Pesquisa, Ciência e Liberdade para lidar com o tema. “É algo que está sob forte ameaça. Vai ser outra ação que a nossa gestão vai dar continuidade. Os casos de cientistas sendo acuados na sua forma de pensamento são muitos. O professor Conrado (Hübner Mendes) da USP escreveu um artigo e está sendo processado. Não é o único”.

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Professora Miriam Pillar Grossi é nomeada para o Conselho Deliberativo do CNPq

26/08/2020 11:44

Miriam Pillar Grossi é professora do Departamento de Antropologia

A professora Miriam Pillar Grossi, do Departamento de Antropologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi nomeada para compor o Conselho Deliberativo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A designação ocorreu por meio da portaria nº 3.208, publicada na terça-feira, 25 de agosto. Com mandato de dois anos, contados a partir do dia 27, Miriam foi escolhida a partir da lista tríplice elaborada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) mediante consulta à comunidade científica da área de Ciências Humanas e Sociais.

O Conselho Deliberativo é a maior instância de poder decisório do CNPq. Suas principais competências incluem formular propostas para o desenvolvimento científico e tecnológico do país; apreciar a programação orçamentária e definir critérios orientadores das ações da entidade; e aprovar as normas de funcionamento dos colegiados, a composição dos comitês de assessoramento e o relatório anual de atividades.

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Dossiê sobre Lei Maria da Penha na revista ‘Estudos Feministas’

13/07/2015 08:04

Em novembro de 2004, chegava ao Congresso Nacional um projeto de lei que propunha o enfrentamento da violência conjugal, doméstica e familiar contra mulheres: a lei nº 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, sancionada definitivamente em 2006 graças ao intermédio da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), trazia punições mais rigorosas para agressões físicas e morais.

Buscando analisar a situação social da mulher desde a aprovação da lei, as professoras Miriam Pillar Grossi, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e Cecilia Maria Bacellar Sardenberg, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), desenvolveram o Balanço sobre a Lei Maria da Penha. O artigo introduz um dossiê, com uma série de pesquisas sobre a lei, publicado na segunda edição de 2015 da revista Estudos Feministas da UFSC – periódico quadrimestral de circulação nacional e internacional, que divulga pesquisas em forma de artigos, ensaios e resenhas.

Segundo Miriam, o dossiê, além de trazer reflexões teóricas, também tem o objetivo de tornar mais direcionada a prática de advogados, juízes, delegados, escrivães e demais agentes públicos no atendimento de mulheres vítimas de violência. A pesquisadora acredita que, após quase nove anos de existência, a lei é “uma das mais reconhecidas no senso comum, tendo permitido importantes mudanças na forma como as mulheres são tratadas na sociedade brasileira”.

Além do texto de introdução, o dossiê conta com outros sete trabalhos, que analisam diversos aspectos da aplicação da lei na sociedade. O artigo Da dor no corpo à dor na alma: o conceito de violências psicológicas da Lei Maria da Penha, por exemplo, produzido pela professora Miriam em parceria com Isadora Vier Machado, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), problematiza como o conceito de violência psicológica ainda não possui parâmetros bem-delimitados para o julgamento de casos de relacionamentos abusivos.

A violência contra a mulher é assunto recorrente em grupos feministas desde a década de 1970. O dossiê agrupa estudos de um grande número de pesquisadoras brasileiras sobre o tema, refletindo tanto na aplicação da Lei Maria da Penha em diferentes instâncias jurídicas, policiais e assistenciais, quanto em seu impacto na vida cotidiana das mulheres brasileiras.

 

Wagner Reis/Estagiário de Jornalismo da Agecom/UFSC

 Claudio Borrelli/Revisor de Textos da Agecom/DGC/UFSC

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Professoras da UFSC participam de homenagem, na França, por entrada de Germaine Tillion no ‘Pantheon’

27/05/2015 08:30

Carmen Silvia Rial e Miriam Pillar Grossi, professoras e antropólogas do Departamento de Antropologia do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), receberam convite do presidente da França, François Hollande, para a homenagem solene daquela nação a Germaine Tillion e mais três pessoas, por sua entrada, nesta quarta-feira, 27 de maio, no Pantheon – monumento que contém os restos mortais de grandes nomes franceses.

Germaine Tillion  (1907-2008) – proeminente antropóloga francesa, membro da Resistência – recebeu o prêmio Pullitzer em 1947, por seus atos heroicos durante a Segunda Guerra Mundial, e, em 1999, a Grande Cruz da Legião de Honra (Grand-croix de la Légion d´honneur). Além de seu destaque no campo científico, notabilizou-se como ativista dos direitos humanos, engajada em lutas como a pela emancipação das mulheres e contra a excisão feminina.

Miriam ministrou na terça-feira, 26 de maio, em Paris, na  École de Haute Études en Sciences Sociales (Escola de Estudos Superiores em Ciências Sociais), um seminário em homenagem a Tillion, no qual apresentou o filme “Germaine Tillion: Lá où il y a danger on vous trouve toujours” (Germaine Tillion: onde há perigo sempre te encontramos), realizado por ela e Carmen Rial .

Assista aqui:

Miriam e Carmen realizaram também o filme Mauss segundo suas alunas, escolhido para o encerramento do “23eme Bilan du Film Ethnographique”, em março de 2004, em Paris, e apresentado na UFSC em atividade do projeto “Nossa Antropologia”, em abril  do mesmo ano. Marcel Mauss (1872-1950), sobrinho de Émile Durkheim e um dos fundadores da Antropologia na França, é sempre lembrado como o definidor dos métodos de trabalho de campo que tinham no Museu de Etnografia de Paris um foco de formação e irradiação. Mauss teve muitas discípulas, dentre as quais se destacaram algumas antropólogas que pesquisaram na África de língua francesa. Três delas (Germaine Tillion, Denise Paulme e Germaine Dieterlen) foram entrevistadas, entre 1997 e 1999,  por Miriam e Carmen para o filme, revivendo, assim, os ensinamentos do mestre e mostrando a sua atualidade.

Assista ao filme Mauss segundo suas alunas, de Miriam Grossi e Carmen Rial:

Alita Diana/Jornalista da Agecom/DGC/UFSC
alita.diana@ufsc.br

Revisão: Claudio Borrelli/Revisor de Textos da Agecom/DGC/UFSC

 

 

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Programa ‘Cátedra doutora Ruth Cardoso’ da Universidade de Columbia seleciona professora da UFSC

23/04/2015 16:27
antropóloga Miriam  Pillar Grossi

Antropóloga Miriam Pillar Grossi

A antropóloga Miriam Pillar Grossi, professora e pesquisadora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi selecionada para o programa “Cátedra Fulbright doutora Ruth Cardoso”, na Universidade de Columbia, em Nova York (EUA), onde ela ministrará, de janeiro a maio de 2016, um curso sobre movimentos sociais e teoria feminista no Brasil. Além disso, aprofundará suas pesquisas sobre a história de mulheres antropólogas em diferentes países do mundo, dedicando-se a trabalhar nos arquivos da universidade  sobre as pioneiras da disciplina nos Estados Unidos.

A  tradicional e conceituada Universidade de Columbia, a quinta mais antiga dos Estados Unidos da América (EUA), foi classificada como a 10ª melhor universidade do mundo no Times Higher Education 2015. Mais de 40 vencedores do prêmio Nobel e três presidentes dos EUA um deles é Barack Obama  destacam-se como ex-alunos notáveis da instituição.
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Agenda Cultural: Projeto Cinema Mundo apresenta ‘Laurence anyways’ dia 23

22/10/2014 17:30

10655373_338052526373740_4304969170965509750_oO  Projeto Cinema Mundo apresenta na quinta-feira, 23 de outubro, às 18h30min, no auditório Elke Hering, na Biblioteca Central da UFSC, o filme Laurence anyways (2012), dirigido por Xavier Dolan. Entrada franca e aberta ao público. A sessão integrará a programação oficial do V Transday 2014 – Seminário de Transfobia, Cidadania e Identidades TRANS, evento organizado pelo Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS) da UFSC. A comentarista convidada é Miriam Pillar Grossi, doutora em Antropologia Cultural e Social e professora do Departamento de Antropologia da Universidade.

Sinopse:

Laurence (Melvil Poupaud) é um homem que deseja se tornar uma mulher. Em seu aniversário de 30 anos, ele revela para sua namorada Fred (Suzanne Clément) que irá fazer uma cirurgia de mudança de sexo. Mesmo abalada com a revelação, a namorada resolve permanecer ao lado da pessoa que ama, tendo que lidar com preconceitos de familiares, amigos e colegas de trabalho. Contra tudo, eles tentarão provar que seu amor pode superar qualquer situação.

 

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Professora da UFSC tem artigo publicado no jornal francês Libération

29/05/2014 15:21

Miriam Pillar Grossi, professora do Departamento de Antropologia, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Federal de Santa Catarina, coordenadora do Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS) e cocoordenadora do Instituto de Estudos de Gênero,  publicou, no jornal francês Libération, um artigo em que discute como os evangélicos, no Brasil,  fazem da questão do aborto e do casamento de pessoas do mesmo sexo seu principal campo de batalha político.

Mais informações: (48) 3721-97 14 (Departamento de Antropologia) ou 3721 4135 (NIGS)

Libération 26 maio 2014

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Cerimônia de encerramento do Curso Gênero e Diversidade na Escola nesta sexta-feira

11/07/2013 09:29

 Nesta sexta-feira, 12 de julho, no Auditório da Reitoria, às 20h, será realizada a cerimônia de encerramento do Curso Gênero e Diversidade na Escola (GDE), polo Florianópolis.

O curso, coordenado pela professora Miriam Grossi, é uma iniciativa do Governo Federal e foi realizado entre outubro de 2012 e junho de 2013 em seis polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB), localizados em cinco cidades de Santa Catarina.
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Dissertação aborda a criminalização do aborto

17/10/2012 12:41

A criminalização do aborto e seu processo judicial é tema da dissertação ´Um Grande Júri: análise do processamento penal do aborto’, apresentada em agosto de 2012 ao Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da UFSC (PPGAS) pela antropóloga Emília Ferreira, sob orientação da professora Miriam Pillar Grossi, integrado às pesquisas do Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS).  O objetivo da dissertação é discutir como o sistema de justiça criminal brasileiro trata o assunto, o que acontece quando um caso de aborto chega ao judiciário e como ele é processado. Como exemplo, Emília usa o caso da clínica da ex-médica Neide Mota Machado, acusada de fazer abortos clandestinos no Mato Grosso do Sul.

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Núcleo de estudos da UFSC colabora no Plano Municipal de Políticas de LGBT

27/08/2012 16:05

O primeiro Plano Municipal de Políticas e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) foi aprovado em Florianópolis. Com organização da Coordenadoria Municipal de Políticas para as Mulheres (CMPP-Mulher), a equipe contou com a participação do Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS) da UFSC e de uma dezena de pesquisadores especialistas em temáticas LGBT. O documento define prioridades e propostas de políticas públicas para os próximos anos e foi elaborado a partir da I Conferência Municipal “Por um país livre da pobreza e da discriminação: promovendo a cidadania LGBT” e “Por uma Florianópolis sem homofobia”.

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