Programa ‘Cátedra doutora Ruth Cardoso’ da Universidade de Columbia seleciona professora da UFSC
A antropóloga Miriam Pillar Grossi, professora e pesquisadora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi selecionada para o programa “Cátedra Fulbright doutora Ruth Cardoso”, na Universidade de Columbia, em Nova York (EUA), onde ela ministrará, de janeiro a maio de 2016, um curso sobre movimentos sociais e teoria feminista no Brasil. Além disso, aprofundará suas pesquisas sobre a história de mulheres antropólogas em diferentes países do mundo, dedicando-se a trabalhar nos arquivos da universidade sobre as pioneiras da disciplina nos Estados Unidos.
A tradicional e conceituada Universidade de Columbia, a quinta mais antiga dos Estados Unidos da América (EUA), foi classificada como a 10ª melhor universidade do mundo no Times Higher Education 2015. Mais de 40 vencedores do prêmio Nobel e três presidentes dos EUA – um deles é Barack Obama – destacam-se como ex-alunos notáveis da instituição.
“Para mim é uma grande vitória, não só minha, mas também do Instituto de Estudos de Gênero da UFSC, pois é o reconhecimento de nossa contribuição teórica para o campo dos estudos de gênero no mundo”, afirma a professora. Ela também comenta que ficou surpresa com a repercussão que a notícia de sua seleção teve nas redes sociais.
“Senti que o fato de ganhar um concurso concorrido como este, no campo das Ciências Humanas, foi vivido por muitas das jovens – que foram e são minhas alunas – como um exemplo do que elas poderão alcançar em suas carreiras. Por isso, estou ainda mais feliz com o resultado, pois sei o quanto as jovens mulheres cientistas, numericamente já maioria no Brasil, carecem de exemplos de mulheres em lugares de prestígio”, avalia.
A professora Miriam – na UFSC desde 1989 e que já lecionou na Universidade de Brasília (1995), Universidad de Chile (2003), EHESS (França, 2008) e ISCTE (Portugal, 2009) – afirma que esse tipo de intercâmbio com universidades do exterior é muito importante: “Essas experiências internacionais em sala de aula são um aprendizado muito rico para professores e estudantes. É muito bom conhecer e viver a vida acadêmica em outras universidades e aprender com as semelhanças e diferenças institucionais que vivenciamos. Trazemos sempre esses aprendizados para nosso trabalho na UFSC”, acrescenta.
Coordenadora do Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS/UFSC), do curso de especialização Gênero e Diversidade na Escola da UFSC, e co-coordenadora do Instituto de Estudos de Gênero (IEG) da Universidade, a professora Miriam também coordena projetos com várias equipes de pesquisa – financiados pelo CNPq, Capes, Fapesc e Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República – e de extensão, como o “Papo Sério” – projeto em escolas públicas da Grande Florianópolis, financiado pelo Programa de Extensão Universitária (Proext) do Ministério da Educação (MEC).
A pesquisadora ministra neste semestre a disciplina Relações de Gênero, no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, e Família e Parentesco em Sociedades Complexas, no curso de graduação em Antropologia.
Cátedra doutora Ruth Cardoso
O principal objetivo do programa “Cátedra doutora Ruth Cardoso” – uma parceria da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a Universidade de Columbia (UC) e a Comissão para o Intercâmbio Educacional entre os Estados Unidos da América e o Brasil (Fulbright) – é apoiar professores e pesquisadores brasileiros, com comprovada experiência nas Ciências Humanas e Sociais, com ênfase em História do Brasil contemporânea, Antropologia, Ciência Política e Sociologia, e em atividades de docência e pesquisa no Instituto de Estudos Latino-Americanos (ILAS) da Universidade de Columbia. A Cátedra é uma homenagem a Ruth Corrêa Leite Cardoso (1930-2008), antropóloga e docente da Universidade de São Paulo (USP), que foi bolsista da Comissão Fulbright na Universidade de Columbia, em 1988.
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Gabriela Dequech/estagiária NIGS/UFSC
Edição: Alita Diana/Jornalista da Agecom/DGC/UFSC
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Revisão: Claudio Borrelli/Revisor de Textos/Agecom/DGC/UFSC