Grupo da UFSC é referência em pesquisas sobre agentes causadores de ISTs

16/01/2024 09:44

Foto: Divulgação/Fapeu

O trabalho desenvolvido no Laboratório de Biologia Molecular, Microbiologia e Sorologia da UFSC tem reconhecimento nacional e internacional  na identificação de agentes causadores de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e no estudo da resistência desses microrganismos a drogas que os combatam. O projeto Vigilância da Resistência do gonococo aos antimicrobianos e da etiologia das uretrites e úlceras genitais no Brasil  é coordenado pela professora Maria Luiza Bazzo, do Departamento de Análises Clínicas, ocorre em parceria com o Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde e tem a gestão financeira da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu).

Entre outras coisas, o grupo identificou um aumento na resistência do gonococo, causador da gonorreia, à azitromicina, um dos antimicrobianos utilizado no tratamento de ISTs. Parte dos resultados deste estudo foi publicado em 2022 no Journal of Antimicrobial Resistance. Outro trabalho recente propiciou o início da detecção etiológica de microrganismos como o Mycoplasma genitalium, uma bactéria associada a uretrites em homens e ao aumento de risco para aborto espontâneo, parto prematuro, doença inflamatória pélvica e infertilidade em mulheres, o que trouxe uma preocupação mundial a respeito da resistência dessa bactéria aos antimicrobianos. “Este caminho nos mostrou a importância de estudar resistência aos antimicrobianos, especialmente em Neisseria gonorrhoeae e agora em Mycoplasma genitalium”, observa a professora Maria Luiza.

Desde a década de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a vigilância da resistência de Neisseria gonorrhoeae (gonococo) aos antimicrobianos. O primeiro estudo de vigilância nacional desta resistência,realizado em parceria com a Fapeu, foi finalizado em 2017. Naquela versão foram coletadas amostras em Belo Horizonte, São Paulo, Manaus, Brasília, Florianópolis, Porto Alegre e Salvador.Para um segundo estudo houve uma ampliação dos centros de saúde nacionais que realizam a coleta das amostras. Os locais passaram de sete para 12 com a inclusão das cidades de Curitiba, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Recife e Natal.

Além da resistência ao gonococo, a segunda rodada incluiu a detecção, por biologia molecular, de outros microrganismos causadores de ISTs em amostras de uretrites e úlceras genitais. A detecção dos microrganismos, como bactérias, vírus ou protozoários, foi realizada com a utilização de kits comerciais que detectam sete patógenos diferentes em cada tipo de amostra.

Mutação

Para a Mycoplasma genitalium, pesquisadores da UFSC estão realizando estudos de genes de resistência e utilizando sequenciamento do material genético do patógeno para identificar e analisar as mutações em genes que conferem resistência aos antimicrobianos. Este trabalho é realizado em parceria com o Laboratório de Bioinformática do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia do Centro de Ciências Biológicas (CCB).

Em relação à resistência em Neisseria gonorrhoeae, a equipe utiliza métodos de indução à resistência que mostram o comportamento da bactéria sob pressão seletiva do antimicrobiano in vitro. Um estudo desenvolvido na UFSC gerou uma publicação na revista Frontiers in Cellular and Infection Microbiology, que revelou um rápido desenvolvimento de mutações que causam resistência em Neisseria gonorrhoeae quando exposta a um antimicrobiano. Nesta mesma linha de pesquisa, outra tese está sendo desenvolvida no laboratório.

As atividades são desenvolvidas por uma equipe multidisciplinar. Farmacêuticos, bioquímicos, biólogos, médicos, enfermeiros, técnicos de laboratório e de enfermagem atuam nos projetos. São pelo menos 40 profissionais, além dos estudantes de graduação e pós-graduação. Na UFSC estão envolvidos os pesquisadores Marcos André Schörner, Jéssica Motta Martins, Hanalydia de Melo Machado, Fernando Hartmann Barazzetti, Felipe de Rocco, Ketlyn Buss, Mara Cristina Scheffer, Jhonatan Augusto Ribeiro, Julia Kinetz Wachter, Henrique Borges Grisard, Manoela Valmorbida, Clarice Iomara Silva e Maria Aparecida Rosa Cunha Cordeiro.

O projeto de vigilância da resistência do gonococo é uma parceria com o Ministério da Saúde, que considera o laboratório da UFSC como referência. Uma dessas parcerias tornou possível o recebimento de um equipamento, considerado pela OMS o padrão-ouro, para detecção de ISTs por biologia molecular, o que leva o Brasil a produzir resultados comparáveis internacionalmente. Este equipamento foi o primeiro instalado no Brasil e o único no mercado a oferecer automação em biologia molecular pela metodologia de amplificação mediada por transcrição, que faz a detecção do RNA do microrganismo e torna a técnica mais sensível.

Com informações de reportagem da edição 14 da Revista da Fapeu 

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Pesquisa da UFSC rastreia tipos sanguíneos raros do Hemosc

14/08/2023 10:22

Foto: Ricardo Wolffenbuttel | Secom

O Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) forneceu um tipo sanguíneo raro em caráter emergencial para um paciente no Recife com o auxílio de um trabalho de rastreamento desenvolvido por uma pesquisa da UFSC. A notícia foi divulgada na última sexta-feira, 11 de agosto, no site da Secretaria da Saúde de Santa Catarina.

O atendimento foi possível por conta do trabalho do laboratório de Imuno-hematologia do Hemosc, órgão público sob gestão da Fundação de Apoio ao HEMOSC/CEPON (Fahece), que desenvolveu um grande cadastro de doadores. O concentrado de hemácias Vel negativo foi enviado para um homem de 62 anos, com diagnóstico de anemia falciforme e doença renal crônica, que teve uma isquemia e precisou de uma cirurgia de urgência. Conforme dados da última atualização do Cadastro Nacional de Sangue Raro, há apenas quatro doadores com esse tipo de sangue – dois identificados em Santa Catarina e dois em São Paulo.

O rastreamento de doadores está sendo realizado durante um projeto de mestrado da bioquímica Danielle Siegel, vinculado ao laboratório de Biologia Molecular, Microbiologia e Sorologia da UFSC, que avalia um banco de 20 mil doadores. O objetivo do trabalho é identificar doadores de sangue com o fenótipo Vel negativo por meio de triagem molecular utilizando material genético obtido de pools de plasma de doadores de sangue.

De acordo com o bioquímico do Hemosc, Everaldo José Schörner, co-orientador da pesquisa, poucos hemocentros no país testam esse tipo de fenotipagem, porque não está na rotina de testes obrigatórios. A frequência de Vel negativo é estimada em uma para sete mil pessoas. Apesar de rara, a frequência do fenótipo possivelmente é maior entre os doadores catarinenses quando comparado a outros estados brasileiros.

Os tipos sanguíneos A, B, AB e O, RhD positivo e negativo são os mais conhecidos, mas já foram descritos 44 sistemas de grupos sanguíneos e são conhecidos mais de 380 antígenos classificados pela Sociedade Internacional de Transfusão de Sangue (International Society of Blood Transfusion – ISBT). Os anticorpos anti-Vel normalmente possuem importância clínica por estarem implicados em casos de reações transfusionais hemolíticas severas, inclusive com relato de óbitos devido a esse tipo de incompatibilidade.

Com informações da assessoria do Hemosc

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UFSC participa de força-tarefa para detecção da Covid-19

24/03/2020 10:12

Foto: CDC/Unsplash

Quatro laboratórios da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) passaram a integrar, a partir desta terça-feira, 24 de março, a força-tarefa destinada a trabalhar na detecção de casos de infeção pelo Novo Coronavírus (Covid-19).

A força-tarefa da UFSC atuará sob a coordenação do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), da Secretaria Estadual de Saúde de Santa Catarina, com o objetivo de contribuir na ampliação do número de amostras testadas para detectar os casos de Covid-19, aportando equipamentos e pessoal técnico.

Inicialmente farão parte da força-tarefa o Laboratório de Biologia Molecular, Microbiologia e Sorologia (LBMMS/CCS), o Laboratório de Virologia Aplicada (MIP/CCB) e o Laboratório de Protozoologia (MIP/CCB), podendo ser ampliado o número de laboratórios envolvidos de acordo com a necessidade de ampliação do número de testes a serem realizados.

Nesta fase inicial, os equipamentos de PCR em tempo real (qPCR) a serem utilizados no âmbito do CCB foram cedidos pelo Laboratório Multiusuário de Estudos em Biologia (Lameb), pelo Laboratório de Imunobiologia (Lidi/MIP), pelo Laboratório de Virologia Aplicada (MIP)  e pelo Laboratório de Imunologia Aplicada à Aquicultura (LIAA/BEG) do CCB.

Em nota publicada no site do Laboratório de Protozoologia, a equipe agradeceu a “imediata e voluntária disponibilização de equipamentos, de insumos e de oferta de mão de obra de inúmeros pesquisadores, professores, laboratórios e grupos de pesquisa de diferentes unidades da UFSC”.

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UFSC integra projeto que avalia qualidade de exames rápidos de HIV, sífilis e hepatites virais

14/02/2020 15:22

Equipe do laboratório. Foto: divulgação

Não é à toa que o Sistema Único de Saúde (SUS) é reconhecido como um dos maiores e mais complexos programas de atendimento à saúde pública do mundo. Afinal, por exemplo, além de oferecer de forma universal e gratuita exames rápidos de HIV, sífilis e hepatites em postos de saúde, faz mais: há um “cinturão” de segurança na retaguarda criado para garantir a qualidade, a segurança e a confiabilidade destes testes. Um grupo integrante deste “cinturão” de segurança atua no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis.

São 15 pesquisadores do Laboratório de Biologia Molecular, Microbiologia e Sorologia (LBMMS) que, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu), integram o projeto “Avaliação Externa da Qualidade da rede de monitoramento e diagnóstico da infecção pelo HIV, sífilis e hepatites virais”.

“A Fapeu faz a gestão financeira, dá suporte em recursos humanos, eventuais questões jurídicas e em parceria com o LBMMS realiza as compras e os processos licitatórios. É muito bom para a coordenação do projeto saber que a Fapeu é parceira e que sempre está atenta às questões legais que possam interferir na boa execução do projeto”, conta a professora Maria Luiza Bazzo, coordenadora do projeto.
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17ª Sepex: estande distribui kits e orienta sobre o autoteste de HIV

17/10/2018 18:56

A 17ª edição da Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFSC (Sepex) inicia nesta quinta, 18 de outubro. Com mais de cem estantes, um deles apresenta um serviço ainda em fase de inicial de uso, mas de destacada relevância à saúde pública: o autoteste de HIV. Já vendido em farmácias, o autoteste está em vias de implementação na rede pública, cuja parceria do Ministério da Saúde com o Laboratório de Biologia Molecular, Microbiologia e Sorologia (LBMMS) tem auxiliado na avaliação dos testes rápidos em nível nacional.

O teste é gratuito e pode ser retirado no estande 63, do LBMMS, localizado na área de saúde. No local, os visitantes serão orientados a como realizar o teste e serão convidados a responder a questionário online anônimo para avaliar a experiência. Àqueles que tiverem identificação de carga viral positiva, haverá orientação sobre como proceder para confirmar o teste e iniciar o tratamento o mais breve possível, visando à supressão da carga viral e consequente preservação de seu sistema imunológico. Serão um total de mil autotestes distribuídos no estante do LBMMS.

Como funciona o teste
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