Duda Machado, música na memória, poesia no punhal

15/03/2012 09:51

Como anotações repetidas num diário

Não há mais nada para ser adiado.

No ar coberto pelo pó, a memória

esbarra nos rastros do que pôde ser

vivido como revelação e início.

O espelho que aguarda,

o mar de antes,

a miséria tão certa como a esquina,

o que os corvos sabem (?).

 Dentro da falha que persiste,

a persistência em querer ver.

A surpresa ante o próprio

 entusiasmo repentino.

 E a escuridão – desejada feito música.

 (Adivinhação da Leveza, Editora Azouge, 2011)

Encontro de Duda Machado, Rodrigo de Haro e Sérgio Medeiros
Duda (primeiro à esquerda), Rodrigo e Sérgio:
conversa sobre música e poesia

Em visita à Editora da UFSC, Duda Machado, poeta, ensaísta, tradutor e professor universitário, conversa com editor Sérgio Medeiros e poeta Rodrigo de Haro sobre relações entre música e poesia

Ele foi, ao lado de Waly Salomão, o letrista predileto das fases mais vanguardistas de Gal Costa e JardsMacalé na década de 60. Mas nunca tocou um instrumento, a não ser “três anos infelizes de sanfona” para atender a um desejo do pai. Quem esquece Gal cantando “Doce amor”, com sua garra vocal e performática, “como um punhal que brilha”? E a voz de Elis Regina também assina uma comovente gravação de “Doente Morena”. Antes da experiência musical, ele já havia investido seu talento na arte cinematográfica. Cinéfilo colecionador e frequentadorcompulsivo de salas de projeções, com pouco mais de 20 anos estava decidido pela carreira de diretor. Chegou a realizar um curta-metragem e alguns esboços de roteiro que acabou deixando na gaveta, intimidado pelo trabalho prático exigido pelo aparato de produção. Embora as incursões na música e no cinema não o tivessem satisfeito inteiramente, encorajaram-no para umterceiro projeto: escrever poesia e dar vazão a uma intensa leitura do gênero. Dessas experiências artísticas produtivamente frustrantes o Brasil viu nascer um de seus mais expressivos poetas contemporâneos.

Foi, portanto, o trabalho poético que ganhou definitivamente o artista Carlos Eduardo Lima Machadoe colheu os frutos de sua passagem por essa variedade de linguagens artísticas sobre as quais a obra do poeta baiano se constrói. Em visita a Florianópolis antes do Carnaval, Duda Machado se reuniu com o multiartista Rodrigo de Haro em um encontro promovido pelo amigo e também poeta, Sérgio Medeiros, diretor da Editora UFSC. Com o objetivo de planejar, em parceria com o Curso de Cinema da UFSC, uma grande mostra de filmes que exploram a questão do inumano, a ser realizada em abril, a pequena confraria dedicou-se a uma longa tarde de revisitação à memória da história cultural brasileira. A empatia entre o poeta catarinense Rodrigo de Haro e o baiano Duda Machado, que ainda não se conheciam, mas compartilharam esses momentos históricos, foi imediata e faiscante como o encontro entre dois velhos amigos.

Além de poeta, ensaísta e tradutor, Duda Machado é professor de teoria literária na Universidade Federal de Ouro Preto, em Minas Gerais. Sua primeira obra poética veio em 1977, aos 33 anos, já morando no Rio de Janeiro, sob o sugestivo nome Zil, gíria que significa miscelânea. A segunda, intitulada Crescente, foi publicada somente uma década depois. Em 1997 escreveu Margem de uma onda (1997) e, em parceria com Guto Lacaz, Histórias com poesia, alguns bichos &cia., divertido livro de poemas para crianças. Transitando entre a docência e a produção poética, Duda fala nesta entrevista sobre a relação entre música e poesia e sobre seu último livro, Adivinhação da leveza, pela Azougue Cultural. Aborda ainda, com eloquência, a importância da efervescente Salvador dos anos de 60 e 70na sua formação e na de outros expressivos artistas nacionais. Conta como esse movimento conseguiu driblar o golpe de 64 e a sociedade conservadora para instaurar na capital baiana um polo de vanguarda na produção cultural para o País.

Raquel Wandelli: Teremos algum desdobramento poético desta conversa, além do projeto da I Mostra Internacional do Bestiário no Cinema?

Duda: Não chegamos ainda à mesa de anatomia [risos]. Por enquanto estamos nos divertindo em nossas conversas, evocando diversas situações onde, embora não tenhamos vivido juntos, fomos contemporâneos. O humor prevalece.

Raquel Wandelli: Você é professor, poeta, tradutor. Como se dá a articulação nessas diferentes, esferas de atuação na sua produção?

Duda: Seria ilusório dizer que essas atividades se articulam de forma harmoniosa. Em primeiro lugar, porque fazer poesia é algo muito exigente e ainda que possa se tornarcompatível com as outras atividades às vezes torna a relação entre elas muito tensas, sobretudo pela necessidade de concentração.

Raquel Wandelli. A teoria ajuda a atividade poética e vice-versa?

Duda: Aparentemente poderia ajudar, mas assim como as minúcias da realidade concreta costumam dissolver as ideias que fazíamos em relação à própria realidade, as minúcias do ato de compor poemas (e tudo no poema é minúcia, capaz de arrastar consigo aestrutura de composição) dissolvem a possibilidade de uma ligação entre a parte teórica e a prática de escrever.  Em termos intelectuais, não vejo essas atividades como opostas ou capazes de criar antagonismos. A atividade crítica de muitos poetas mostra mais do que compatibilidade, pois expõe certa interação entre crítica e poesia. Mas nem sempre a atividade de escrever crítica se transpõe para a crítica que é inerente ao ato de escrever poemas. Ambas trazem consigo fortes exigências. Muitas vezes, as exigências de escrever crítica com densidade pode se chocar com as exigências mais fortes (quando se é poeta) de compor poesia.

Raquel Wandelli. E essa contradição tem consequências produtivas para o poeta?

Duda. São consequências muito variáveis. Desde momentos de exclusão de uma das atividades, até um convívio precário que tem de ser pacientemente elaborado e mantido. Há momentos em que você queria ter disponibilidade de tempo completa para o poema, mas isso não quer dizer, no entanto, que essa disponibilidade pudesse ser mesmo usada. Essa aspiração pode ser produtiva porque faz você se virar para arrumar tempo.

Raquel Wandelli: Como você vê as possibilidades de explorar as aproximações entre crítica literária, tradução e poesia propriamente dita?

Duda: No caso da tradução, pode-se dizer que traduzir e fazer poemas podem ser apenas variantes. É verdade que não traduzo de modo contínuo há muito tempo, desde que me tornei professor. Traduzir profissionalmente foi algo que fiz para sobreviver, numa época em que fiquei sem emprego. Veja que as traduções de livros que fiz foram sempre de prosa (crítica ou ficção).  As poucas traduções de poemas foram publicadas em revistas ou jornais.Consegui sugerir algumas traduções de livros que foram aceitas e acho que fiz um bom trabalho. Por exemplo, As Cartas Exemplares de Flaubert, o fabuloso Marcel Schowb de Vidas Imaginárias ouO Bom Soldado, de Ford Madox Ford. Mas também fiz muitas sem nenhum prazer.

Raquel Wandelli: Você foi letrista de música, cineasta, poeta, tradutor… Como essa passagem por diferentes linguagens e atividades se expressa no seu trabalho poético?

Duda. Devo muito à música e também à pintura e ao cinema. É bom lembrar que a adesão a cada uma dessas atividades se deu em épocas distintas. Por volta dos 26 anos, eu queria mesmo era ser diretor de cinema, mas percebi que minha praia não era essa.Quando escrevi letras de música não escrevi poemas. Minha proximidade com Torquato Neto, Caetano, Gilberto Gil e a admiração pelo que faziam me levou a fazer letras para JardsMacalé. Mas eram letras para serem cantadas, não para existirem como leitura no papel.Só depois dessapassagem pelo cinema e pela composição de letras de música julguei que poderia começar a escrever poemas, embora soubesse que havia uma grande diferença entre as duas coisas, letra e poesia.

Raquel Wandelli. Você toca algum instrumento?

Duda: Meu pai me obrigou a tocar sanfona, o que me fez muito infeliz durante três anos [risos]. Não toco nenhum instrumento, mas na minha família ouvia-se música o tempo todo.

Raquel Wandelli. A música interfere na sua poesia? De que forma?

Duda.  Não sei responder com clareza a esse respeito. Se você fala do impacto damúsica popular sobre o que escrevo, não consigo ver a relação. É até provável que haja interferência, se penso,por exemplo, na música popular brasileira mais tradicional que ouvi muito quando era adolescente em Salvador.No meu caso, foi diferente, mas quero deixar claro que a convivência entre letrista e poeta pode ser possível e fecunda.  Para falar de um caso especial, Jorge Luís Borges foi contista, poeta e letrista. Quando Borges escreveu suas milongas, se não me engano, já era um poeta consolidado.

Raquel Wandelli: Há uma onda da critica literária que reivindica o específico da poesia e com base nisso procura desfazer o estatuto poético do que se faz em letras de música. O que você pensa sobre essas objeções?

Duda:É preciso ser capaz de reconhecer que letras de músicas podem ser igualadas ao que se considera como o melhor da poesia. Não creio que seja o meu caso. Há evidentemente uma especificidade da poesia, o que não quer dizer que a letra da canção não possa alcançar essa mesma qualidade.

Sergio Medeiros: Há um grupo de poetas e críticos aos quais se alistam Régis Bonvicino, Nelson Acher, Paulo Franchetti para quem no Brasil os poetas foram subestimados em relação a Caetano, Gil, Chico Buarque, Arnaldo Antunes.

Duda. Se não me engano, João Cabral disse que havia toda uma dimensão da lírica que deveria ser deixada de lado, pois a canção popular e

ra suficiente para isso.É uma discussão que volta e meia vem à tona. A questão se complica porque no Brasil a música popular é bem sucedida, tem um grande público e a poesia não. Nem a atual, nem a de qualquer outra época. Parece que houve um momento de valorização das obras de Caetano, Gil, Chico Buarque que levou a uma equivocada comparação com vantagem sobre a poesia daquele momento. Mas nada de definitivo, claro e consistente pode se dizer sobre essas relações. Por isso nunca me detive nesse papo reativo, nessa competição numa pista inexistente. Há algo de ressentido no fato de poetas estarem dando notas a músicos-letristas brasileiros.

Raquel Wandelli: E há por outro lado também os que criticam alguns músicos por fazerem composições que privilegiam a palavra literária e não a música, usando como exemplo parte da obra de Chico Buarque…

Rodrigo de Haro: Mas a natureza do madrigal já se faz dessa literalização da música. Ou seja, ela também está na gênese da poesia. Os sonetos de Shakespeare, por exemplo, foram escritos para serem cantados.

Duda: Música e poesia podem se interpenetrar. O registro da letra é outro, afetado pela música da canção. O que não tem sentido é fazer uma sistema de hierarquizações. Afora isso, há as complicações da produção que dirige apenas para o consumo.

Sérgio Medeiros: Os poetas chineses faziam letras que o rei musicava, por exemplo…

Duda:Esse exemplo ajuda a demonstrar que se trata de processos de produção diferentes, que podem ser integrados em determinadas tradições e contextos culturais. Acho muito pobre essa mania brasileira de definir o que e o que não é melhor entre poesia e letra de canção.

Rodrigo de Haro: A poesia é irrefutável.

Sérgio Medeiros: Essa frase diz tudo. A poesia, não importa se aparece em música ou na escrita, é irrefutável.

Duda: É isso! Nossa época implodiu a concepção do poético, que pode estar em qualquer lugar.

Raquel Wandelli. Você gostaria que um poema seu fosse musicado?

Duda: Não gostaria de maneira nenhuma [risos].

Raquel Wandelli. O que você diria sobre o seu último lançamento, Adivinhação da leveza, pela Azougue Cultural em relação ao conjunto de sua obra?

Duda. Adivinhação da leveza é um verso que concluiu um poema em torno da persistência e das modificações do passado. Acho um livro com diferenças decisivas em relação ao anterior, Margem de uma onda. O primeiro marco diferencial é que a maior parte dos poemas está concentrada no tópico da memória, como se os fossem compondo uma espécie de poema único. Para chegar a eles, o tempo se impôs e, com ele, a memória.

Raquel Wandelli: De que modo o passado se torna matéria-prima da sua poesia?

Duda: Implicitamente. O poeta trabalha de todos os modos e sempre. Ao escrever, está sempre dentro de uma combinação de memória (pessoal, de poemas de outros) e de certa invenção que se exerce sobre estas memórias.

Raquel Wandelli. Você viveu uma polisdiversidade, por assim dizer: nasceu na Bahia, morou no Rio de Janeiro, agora leciona em Ouro Preto. Como a memória das cidades aparece em sua poesia e qual é o lugar de Salvador?

Duda. Sempre misturo as cidades na memória poética, mas Salvador é primeiríssima. Fica na lembrança por causa da infância e da formação na juventude. Na minha juventude, Salvador possuía umaextrema vivacidade cultural. Aquelasimultaneidadede música, pintura, dança, a

rte experimental formou toda uma geração [entre eles Glauber Rocha, Caetano Veloso, Waly Salomão, João Ubaldo Ribeiro, Rogério Duarte, Roberto Pinho, José Carlos Capinan, Gilberto Gil, Carlos Nelson Coutinho e o próprio Duda Machado]. Naquele lugar pequeninodo mundo tudo que havia de mais arrojado na arte estava à disposição do público, como ouvir John Cage na sala de concertos da Reitoria ou assistir às produções teatrais de qualidade que Martins Gonçalves e Luís Carlos Maciel dirigiram na Escola de Teatro.

Raquel Wandelli. Como começou essa avant-garde baiana?

Duda: Trata-se de uma história bem conhecida que se deveu à iniciativa de um reitor (o primeiro reitor e fundador da UFBA) chamado Edgar Santos que criou na Bahia um poderoso polo de produção artística. Ele trouxe o compositor erudito de vanguarda, maestro, flautista e crítico de arte Hans-Joachim Koellreutter para dirigir a Escola de Música e os Seminários Livres de Música em Salvador que ele concebeu. Trouxe o ensaísta português Agostinho da Silva, que criou o Centro de Estudos Afro-Orientais (Ceao); a polonesa YankaRudzka, diretora da Escola de Dança e o cenógrafo. Trouxe do Rio de Janeiro o diretor de teatro Martins Gonçalves para dirigir a maravilhosa Escola de Teatro. E ainda o arquiteto [como fazia questão de ser chamada] Lina Bo Bardi, uma italiana com concepção inovadora sobre o museu e as artes populares, que estava à frente do Museu de Arte Moderna da Bahia. Lina, se não me falha a memória, ajudou a fundar uma espécie de cinemateca muito ativa onde eram exibidos os grandes filmes europeus e americanos. Glauber, Caetano, Gil, Tom Zé, por exemplo, como eles próprios já disseram, descendem desse ambiente único.

Raquel Wandelli. Pode-se dizer que durante os 15 anos à frente da reitoria da Federal da Bahia ele abriu as portas e caminhos para um renascimento multicultural que se expandiu para São Paulo e Rio e gerou o Cinema Novo e a Tropicália…

Duda.Sim, foi aí que esses artistas se formaram para depois fundarem ou se incorporem aos movimentos de que você fala.

Raquel Wandelli. E como Edgar Santos se segurou com a perseguição aos artistas e aos intelectuais nas universidades pela Ditadura Militar?

Duda. Edgar Santos não foi cassado ou coisa semelhante. Perdeu o cargo de reitor em 1961, quando Jânio Quadros escolheu outro nome da lista tríplice que era enviada ao presidente da República. Edgar foi para o Rio e faleceu no ano seguinte.

Lembro-me de uma coisa curiosa. Eu era estudante de Ciências Sociais na Bahia em 1965 e tive como professor Perseu Abramo, que havia sido expulso da Universidade de Brasília. Suponho que deve ter havido alguma negociação com os militares para que ele fosse admitido na UFBA.

Raquel Wandelli: E a sociedade da época apoiava o seu trabalho?

Duda.Muita gente era contraEdgarna época. Isso dentro e fora da universidade. Queriam a sua cabeça e da sua equipe, “aqueles malucos” que “traziam veados pra Bahia”, como se dizia nos lares e nas ruas de Salvador.

Raquel Wandelli. Voltando a sua obra, você parece experimentar várias propostas estéticas sem se confundir com nenhuma delas… Você acha que conseguiu criar um caminho próprio?

Duda: Acho que posso falar de meu primeiro livro,Zil, como exemplar dessa minha orientação. Em Zil, fiz alguns poemas concretos e construções visuais. Mas não se trata de uma simples adesão à poesia concreta, pois o verso predomina. Sempre achei que a tendência da horaPoeta Duda Machado visita a Editora da UFSC

tinha que ser a minha [risos]. Zil é uma gíria queexprime uma variedade de coisas, várias coisas ao mesmo tempo. Minha poesia tem, desde o início, algo de hibrido. Por exemplo, na relação entre lírica e distância da lírica.

Raquel Wandelli: Qual de seus livros mais o agradam?

Duda: Como não poderia deixar de ser, o último. A elaboração do poema pode ser sempre aprimorada, mas tenho apreço especial por

Margem de uma onda. Dizem que a última etapa do poeta ou do artista é encontrar dentro de suas próprias marcas estilísticas um modo de dissolver tudo o que ele fez até então.

 

Raquel Wandelli é jornalista na Secretaria de Cultura e Arte da UFSC, professora de Jornalismo na Unisul e doutoranda em teoria literária na UFSC com a tese “Devires do inumano na literatura e na arte”. Publicou pela Editora da UFSC e IOESP Leituras do hipertexto; viagem ao Dicionário Kazar. Assina diversos ensaios publicados em livros, revistas e jornais sobre literatura, cinemae cultura em geral.

 

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Inscrições para Programa Institucional de Bolsas de Estágio encerram nesta sexta

15/03/2012 08:23

Estão abertas até esta sexta-feira, 16 de março, as inscrições para o Programa Institucional de Bolsas de Estágio (PIBE). O edital publicado pela Pró-Reitoria de Ensino de Graduação disponibiliza 600 bolsas de estágio não obrigatório, que contemplem atividades de preparação ao mercado de trabalho, destinadas a alunos de graduação da UFSC. A divulgação das propostas contempladas está prevista para 10 de abril.

São 60 bolsas de inclusão (para alunos com deficiência) e 540 de campos de estágio. Diretores de centro ou de campi, chefes de departamento e os diretores do Núcleo de Desenvolvimento Infantil e do Colégio de Aplicação poderão requisitar as bolsas pelo sistema PIBE.

O valor mensal será definido pelo Conselho Universitário e é acrescido de auxílio transporte, sendo o pagamento proporcional aos dias de atividade. Durante os períodos de recesso o auxílio transporte não fará parte da remuneração do bolsista.

Cronograma:
Lançamento do Edital: 13 de fevereiro 2012
Início das inscrições: 16 de fevereiro 2012
Data limite para submissão das propostas: 16 de março
Divulgação das propostas contempladas: 10 de abril
Prazo para pedidos de reconsideração: 13 de abril
Resultados dos pedidos de reconsideração: 20 de abril

Mais informações: (48) 3721-9446.

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Fascículos dão visibilidade a comunidades quilombolas

14/03/2012 23:41
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“Meu marido e eu plantávamos fumo. Criamos dez filhos. Assim, era vida de pobre, vendíamos. Não tinha estrada. Tudo era carregado na carroça. Ocorre que muitas vezes o fumo mofava. Nós não tínhamos muita escolha. Tínhamos engenho de farinha que era para o gasto. Pagavam a farinha muito baixo. Comprávamos peixe na praia quando não íamos pescar. Fazíamos a rosca de massa, curujá do polvilho. Isso era feito no forno”.  

 

O depoimento de Dona Margarida Jorge Leodoro, de 80 anos, conta um pouco da vida no Morro do Boi, comunidade quilombola situada a seis quilômetros de Balneário Camboriú (SC). Suas memórias e as de seus vizinhos – muitos deles seus parentes, como é comum em comunidades quilombolas – foram registradas no projeto Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil, desenvolvido pelo Núcleo de Estudos de Identidade e Relações Interétnicas (NUER) da UFSC.

 

Dois fascículos impressos, integrantes do projeto – um referente àquela comunidade e outro sobre pescadores da Costa da Lagoa (bairro da Capital) – foram lançados nesta quarta, 14/03, no II Seminário Saberes Locais e Territorialidades, que aconteceu no auditório Henrique da Silva Fontes (CCE) e reuniu membros de diversas comunidades quilombolas catarinenses, como Caldas de Cubatão, Morro Fortunato e Comunidade da Aldeia, além de representantes do Incra, Ministério Público Federal, Movimento Negro Unificado e estudantes e professores.

 

Sueli Marlete Leodoro é a presidente da Associação Quilombola Morro do Boi. Ela conta que tanto o trabalho do NUER quanto os desenvolvidos pela Udesc – com a participação do professor Pedro Martins – e da Univali – com a discente na época e hoje docente Ana Elisa Schlickmann,  ambos presentes no evento -,  propiciaram que a comunidade se autorreconhecesse quilombola. “Por sermos todos primos, queríamos resgatar nossas origens. Quando nossos pais contavam histórias, eram só lembranças tristes. Quem queria ouvir aquilo? A gente dava as costas e ia embora. Tenho uma filha mais clara que não gostava de ser chamada de negra. Depois que o professor Pedro lhe contou histórias sobre a África, ela não quer ser chamada de outra coisa”.

 

A partir do processo de valorização de suas origens, o Morro do Boi criou a associação de moradores, que tem como sede provisória a casa de Dona Margarida, mãe de Sueli. Sua sala é o espaço para as reuniões, as missas, e tantas outras atividades de convívio da família, que, como conta a filha, recebe a todos com café e sorrisos, seja a hora ou o dia que for.

 

Vanda Pinedo, representante do Movimento Negro Unificado, sintetiza a luta das comunidades. “Em todos os estados desta nação há conflitos de terra com os quilombolas. Se os meios de comunicação não retratam essa realidade, é preciso que os espaços acadêmicos exponham a situação para que a sociedade esteja compromissada com a questão”. Raquel Mombelli, professora e pesquisadora do NUER, ilustra a questão, destacando que a comunidade do Morro do Boi, com a duplicação da BR-101, deixou de plantar banana e café, e a construção de túnel tem ameaçado as residências, que começaram a apresentar rachaduras. “Queriam transformar nossas terras em Área de Preservação Permanente, alegando que não conheciam ninguém que morasse lá. Mas nós pagamos IPTU com o endereço de lá”, complementa Sueli.

 

O antropólogo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/SC), Marcelo Spaloense, relembra que apenas em 2006 o Incra constituiu corpo técnico específico para cuidar da regularização das terras. “Em todo o Brasil são cerca de 1.100 processos só para reconhecimento de comunidades quilombolas”. Ele elogiou o projeto Nova Cartografia, já que “dá voz e torna visível diversas comunidades que foram omitidas da historiografia oficial”.

 

Os fascículos foram feitos em produção coletiva, pelas próprias comunidades, que definiram seus conteúdos e delimitaram os mapas. O do Morro do Boi foi distribuído oficialmente por Sueli, que entregou parte das histórias, dos afetos e das lutas de sua família aos participantes do evento, muitos dos quais têm trajetórias semelhantes para compartilhar.

 

Mais informações com o Núcleo de Estudos de Identidade e Relações Interétnicas (NUER): 3721-9890 – Ramal 21ou  nuer@cfh.ufsc.br.
Por Cláudia Schaun Reis/ Jornalista na Agecom
Fotos: Wagner Behr/ Agecom

Leia mais:

– UFSC sedia Seminário sobre Comunidades Quilombolas e Unidades de Conservação

– Tesouros de terras e sementes

Tags: negrosNUERquilombolas

Vestibular UFSC 2012: quarta chamada de calouros remanejados

14/03/2012 18:15

O Departamento de Administração Escolar (DAE) da UFSC  divulgou o  Edital número 11  referente à quarta chamada de calouros matriculados e remanejados para o primeiro semestre letivo de 2012.

Os candidatos devem comparecer à Coordenadoria do respectivo curso, para a retirada do documento comprobatório de matrícula e iniciar as aulas no primeiro semestre letivo de 2012.

Mais informações pelos telefones do DAE: (48) 3721-9331 e 3721-6553 ou pelo site www.dae.ufsc.br.

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Núcleos de excelência apresentam resultados de cinco anos de pesquisas

14/03/2012 17:51

Nesta quinta-feira, 15 de março, acontece o Seminário de Avaliação Final do Pronex (Programa de Apoio a Núcleos de Excelência), que destinou um total superior a R$ 6 milhões para pesquisadores de renome nacional conduzirem 12 estudos.  Os resultados serão resumidos pelos coordenadores dos projetos, entre eles o reitor da UFSC, Alvaro Toubes Prata.

O seminário ocorrerá das 9h às 19h no sexto andar do prédio onde funciona a Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina),  localizado no Parqtec Alfa, Km 1 da SC-401. O evento será aberto pelo presidente da Fapesc, Sergio Gargioni, e prossegue com apresentações de meia hora cada, sobre as conclusões obtidas com recursos do Pronex.

Há trabalhos sobre os mais variados assuntos, como a preservação e o cultivo dos peixes nativos no Rio Uruguai; a aplicação da nanotecnologia para o desenvolvimento sustentável de materiais de construção civil; autores, obras e acervos literários catarinenses em meio digital. Das 12 propostas contempladas, 11 partiram da UFSC e uma veio da Univali (Universidade do Vale do Itajaí). Veja a programação do evento:

O Pronex provê verbas para pesquisadores de comprovada competência, organizados para desenvolver projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação na fronteira do conhecimento. O volume de aplicações triplicou desde a criação do programa, em 2003. Naquele ano, uma chamada pública ofereceu R$ 4,8 milhões; em 2006, R$ 6.141.000,00; e em 2010 chegou a quase R$13 milhões (incluindo recursos do CNPq e da FAPESC).

Por Heloisa Dallanhol / Assessora de Imprensa Fapesc / <a href=”mailto:“>Esta imagem contém um endereço de e-mail. É uma imagem de modo que spam não pode colher. / (48) 3215-1208

Informações adicionais com Gerson Bortoluzzi e-mail gerson@fapesc.sc.gov.br, fone (48) 3215 120.

Tags: FapescPronexUFSC

Seminário Poder e Estado: Uma Visão Anarquista

14/03/2012 17:41

Acontece nesta sexta-feira, 16 de março, às 18h no mini-auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da UFSC o seminário Poder & Estado: Uma Visão Anarquista, com a participação do Prof. Dr. Leonardo Santos (Sociologia UFFS e integrante da Federação Anarquista Gaúcha) e Felipe Corrêa (Pós-graduando do programa Participação Política e Mudança Social da USP e integrante Organização Anarquista Socialismo Libertário-SP). O evento é organizado pelo Laboratório de Sociologia do Trabalho (LASTRO) e Coletivo Anarquista Bandeira Negra (CABN).

Aberto ao público em geral e à comunidade acadêmica, o seminário visa promover um amplo debate para discutir conceitos e a relação entre poder, classe dominante e os contornos políticos da presença do Estado.

Acompanhe o evento (https://www.facebook.com/events/406974739317079/) com transmissão ao vivo, em http://cabn.libertar.org.

Serviço

Local: Mini-Auditório do CFH-UFSC, Florianópolis
Data: 16 de março (sexta-feira)
Horário: 18h
Organização: Laboratório de Sociologia do Trabalho (LASTRO) e Coletivo Anarquista Bandeira Negra (CABN).
Apoio: Estágio Interdisciplinar de Vivência-SC (EIV-SC) e Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE-UFSC).

Tags: anarquismoCFHLASTROUFSC

Entrevista da TV UFSC tira dúvidas sobre concurso para técnico-administrativo

14/03/2012 17:20

Termina no dia 20, próxima terça-feira, às 20h, o prazo para as inscrições no Concurso Público da UFSC, com 154 vagas para servidores técnico-administrativos nos campi de Florianópolis, Araranguá e Joinville, em cargos dos níveis superior, médio e de apoio. O local das inscrições é o site www.prdhs.ufsc.br, no link “Concursos Públicos” e as taxas são R$ 100 para cargos de nível superior, R$ 70 para os de nível médio e R$ 50 para os de nível de apoio. No total, são 36 cargos.

Para orientar os candidatos quanto a detalhes mais específicos e resolver as dúvidas mais comuns a respeito do Concurso Público da Universidade, o UFSC Entrevista especial desta semana recebe as diretoras do Departamento de Desenvolvimento e Potencialização de Pessoas, Carla Burigo, e da Divisão de Concursos e Admissões, Elza Maria Meinert. Veja a entrevista:

 

Para acompanhar a TV UFSC, sintonize o canal 15 da NET Florianópolis e veja a programação completa no site www.tv.ufsc.br/grade.

Por Fábio Bianchini, jornalista na TV UFSC.

Tags: concurso STAETV UFSCUFSC

Florianópolis sedia o VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/as

14/03/2012 17:07

Com o tema o tema “Os Desafios da Luta Antirracista no século XXI”, acontecerá em Florianópolis o VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/as – COPENE 2012, no período de 16 a 20 de julho de 2012.  O objetivo geral é reunir pesquisadores/as negros/as e discutir, apresentar, avaliar e ampliar as ações e estratégias de combate ao racismo, as políticas públicas direcionadas à população negra brasileira e as produções científico-acadêmicas elaboradas nas últimas décadas. As atividades serão realizadas na sede principal na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e nos campi Trindade e Itacorubi (Centro de Ciências Agrárias – CCA) da UFSC.

Uma realização da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), criada em 2000, o evento responde a demandas atuais em relação à dinâmica sócio-histórica brasileira e mundial. Os homenageados serão os professores Abdias do Nascimento (in memoriam), Lélia Gonzalez (in memoriam) e Kabengele Munanga e o ativista catarinense do movimento social negro, Vicente Francisco do Espírito Santo (in memoriam)

Um evento bienal, o Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/as chega à sua sétima edição, sendo a primeira na Região Sul do Brasil, articulado pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros/Udesc, a partir de sua longa trajetória de atuação nacional e internacional nos estudos, difusão e intervenção sócio-política na perspectiva antirracista. Ao longo das edições, tanto a Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as quanto o seu Congresso têm se tornado um espaço institucional virtuoso e profícuo de produção de novos conhecimentos e, igualmente, canal expressivo de seu debate e socialização. Como conseqüência, apresenta notória consolidação institucional e tem instigado expressiva capilarização acadêmica, como o aumento de número de pesquisadores e estudiosos participantes.

O Congresso está estruturado sob 24 temáticos, a partir dos quais serão realizados conferências, sessões de comunicações temáticas, mesas redondas, mini-cursos, oficinas, seção de pôsteres e apresentações artístico-culturais. Os eixos contemplam diferentes áreas de atuação de pesquisadoras e pesquisadores negros, grupos de pesquisas e estudos, e campos temáticos emergentes no âmbito das pesquisas acadêmicas no Brasil.

 

Serviço:

O quê:
VII Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/as

Tema:
Os desafios da Luta Antirracista no século XXI

Quando:
De 16 a 20 de Julho de 2012

Onde:
Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC – Campus I
Universidade Federal de Santa Catarina – Campus Universitário Reitor João David Ferreira Lima (Trindade) e Campus do Centro de Ciências Agrárias (CCA)

Cidade: Florianópolis (SC)

Informações: http://www.abpn.org.br/copene

Fones:

NEAB/UDESC – (48) 3321-8525/8532

Núcleo ERER/ PET PEDAGOGIA/UFSC Profª. Vânia Beatriz M. da Silva / (48) 37219243 r 2202 – vmonteirodasilva@gmail.com

Núcleo de Pesquisas sobre Populações Indígenas/NEPI/CFH – Pós-doutorando José Nilton de Almeida / (48) 9627-2288 – joseniltondealmeida@gmail.com

 

 

 

 

 

 

Tags: Congresso Brasileiro de Pesquisadores/as Negros/asUFSC

Documentos históricos da UFSC têm consulta remota liberada

14/03/2012 16:22
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Edições do Jornal Universitário e os fundos da Faculdade de Farmácia e Odontologia e da Faculdade de Medicina já estão disponíveis

O Arquivo Central da Universidade Federal de Santa Catarina passou a disponibilizar em seu site documentos históricos referentes à implantação do ensino superior em Santa Catarina. São documentos das “antigas faculdades isoladas”, que deram início à consolidação da Universidade Federal de Santa Catarina.

Desde 2001 foram realizadas diversas atividades técnicas para culminar na disponibilização do acervo de forma digitalizada: os documentos foram higienizados e ordenados previamente à atividade de digitalização e foram também revisados os índices, para facilitar a busca da informação e orientar o pesquisador. Atualmente o Fundo da Faculdade de Farmácia e Odontologia, da Faculdade de Medicina e edições do Jornal Universitário estão disponíveis para consulta remota.

Os documentos digitalizados estão vinculados a um software, sendo utilizado pelo Arquivo Central como repositório para disponibilizar informações de forma remota, como pastas funcionais dos servidores, uma prática que já sem sendo adotada por esta Divisão e a Pró-reitoria de Desenvolvimento Humano e Social (PRDHS) desde 2008.

Até o fim deste semestre, toda a documentação histórica que não tiver restrição de acesso será disponibilizada. Os demais documentos estão em processamento técnico no Serviço de Digitalização e Microfilmagem, subordinado ao Arquivo Central. O objetivo de disponibilizar os documentos históricos remotamente é de disseminar e dar acessibilidade ao acervo histórico.

Mais informações: arquivocentral.ufsc.br ou 3721-9676.

2º AnimaCatarina começa nesta quinta-feira no Auditório da Reitoria

14/03/2012 15:54

Acontece nos dias 15 e 16 de março no auditório da Reitoria da UFSC o 2º AnimaCatarina, evento que irá apresentar e debater a produção em animações feitas em diferentes linguagens e técnicas, como 2D, 3D e stop motion. Para abrir a programação, o convidado é o escritor Sérgio Nesteriuk, autor do livro Dramaturgia de Série de Animação. A palestra de encerramento será feita por Maurício Ricardo, responsável pelo site www.charges.com.br e pelas charges animadas veiculadas na Rede Globo. O evento é aberto e gratuito.

Além das palestras, a programação inclui mostras de animações, mesas redondas e apresentações de profissionais que estão atuando no mercado de animação e de professores que realizam pesquisas na área. Confira a programação:

 

Também faz parte desta segunda edição do evento uma mostra competitiva, que irá distribuir premiação em dinheiro para os três melhores na classificação geral, escolhidos por juri de especialistas e juri popular. O primeiro lugar receberá R$3.000,00, o segundo lugar, R$ 1.500,00 e o terceiro lugar levará R$ 500,00. O AnimaCatarina é uma realização dos laboratórios da UFSC HiperLab eDesignLab, em parceria com o curso de pós-graduação em DesignCiaNet Networking e o apoio do G2E-UFSC – Grupo de Educação e Entretenimento UFSC.


Serviço:

O quê: 2º AnimaCatarina

Quando: 15 e 16 de março, a partir das 9h

Onde: Auditório da Reitoria, Campus Trindade da UFSC

Organização: professora Alice Cybis

Contatos: (48) 3721-7048

Site do evento: http://animacatarina.ufsc.br/

 

Canal do AnimaCatarina no YouTubehttp://www.youtube.com/playlist?list=PL3DF25045ADB5DAD9

 


 

Tags: animaçãoAnimaCatarinadesignUFSC

Jornalista destaca as mudanças na mídia com as novas tecnologias

14/03/2012 15:54
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Como as novas tecnologias influenciaram e modificaram a comunicação pelo mundo? Este foi o tema principal da aula magna que o professor visitante da UFSC Bernardo Kucinski ministrou na terça, 13/03, ao Mestrado em Jornalismo (PosJor) da Universidade.

 

Com o título “A nova era da comunicação – reflexões sobre a atual revolução tecnológica e seus impactos no jornalismo”, Kucinski levantou pontos de reflexão a pós-graduandos, graduandos, professores e profissionais da área em mesa presidida pelo coordenador do PosJor Rogerio Christofoletti no auditório Henrique da Silva Fontes, no Centro de Comunicação e Expressão (CCE).

 

“A era digital transformou as formas de interação do ser humano – trata-se da maior revolução dos meios de produção, maior até que a escrita, que se deu com o passar dos séculos”, defendeu. O professor destacou que a comunicação virtual tomou para si o locus formativo do ser humano, deixando em segundo e terceiro lugares a família e a escola. “Há a abolição quase completa da vida privada – e a perturbadora constatação é que [esse tipo de comunicação] parece ser mais natural que as anteriores”.

 

O professor traçou panorama desse período de transição: “A comunicação virtual não precisa de florestas, filmes fotográficos nem malotes por avião para envio de material – tudo é produzido, processado, desenvolvido e distribuído virtualmente. A atual revolução tecnológica é oposta à revolução industrial: já foram desmontadas, por exemplo, a indústria fonográfica e a fotográfica”. Em meio a essas transformações, Kucinski aponta o que, para o estudioso, é o ponto de maior destaque. “O importante é que os jornais nunca mais voltarão a ser detentores do monopólio das massas. O jornalismo já não detém sozinho a fala – mesmo os [veículos] digitais são coadjuvantes do processo, e não mais seus protagonistas. As matérias deixaram de ser a palavra final sobre o assunto – agora são o início do debate”.

 

Do sindicato para o twitter – Por esse caminho ganha força o chamado jornalismo-cidadão – feito por quem não sobrevive de atividades relacionadas à comunicação, mas que, por ter acesso a ferramentas como celulares com câmeras fotográficas e de vídeo, além das mídias sociais como blogs e microblogs, dissemina seus próprios conteúdos na rede. “Hoje qualquer pessoa minimamente capacitada pode falar por si sem precisar de jornalista. Condutores de lutas locais são todos e ninguém. Povo organizado não é mais o do sindicato, e sim o do twitter; as palavras de ordem não são mais digitadas e impressas em panfletos, mas enviadas em mensagens por celular”. Alteram-se os processos de produção, modificam-se os de consumo: “ao ser acessada, a informação não é consumida, pelo contrário: se dissemina como a multiplicação dos pães – o leitor passa para sua rede de contatos”, completa.

 

Kucinski permaneceu pessimista quanto ao futuro das mídias tradicionais, comparando-as aos animais em extinção, subsidiadas pelo Estado para que continuem sobrevivendo. “As redações estão se acabando; já se fala que muitos jornais vão circular apenas duas vezes por semana, ou então só no sábado e domingo”. Quanto ao jornalismo em si, no entanto, o professor vê luz no fim do túnel. “A especialização é a que mais resiste ao tsunami, como o jornalismo econômico e científico. Depois que a poeira baixar, a narrativa de interesse público, o confrontamento de fontes, a ética jornalística e as informações apuradas não vão deixar o jornalismo morrer”. Questionado sobre utilização da criatividade como ferramenta de trabalho, Kucinski foi enfático. “Eu não tenho interesse no jornalismo sem criatividade. Como professor, debruçado sobre as questões humanas, me chama a atenção o jornalismo grande, com J maiúsculo”.

 

Assessoria como caminho – Se a especialização e a criatividade podem manter o jornalismo vivo, um outro campo de atuação traz alento, de acordo com o professor, ao aluno do curso. “Hoje, mais da metade, talvez 2/3 dos jovens que se formam em jornalismo vão trabalhar em comunicação pública”. Esses números, para Kucinski, refletem a necessidade crescente que a sociedade tem demandado pelo trabalho dos assessores de imprensa. Tendo trabalhado de 2003 a 2006 junto à assessoria de comunicação do presidente Lula, Kucinski passou então a refletir sobre o papel da comunicação pública e acabou visitando alguns países para analisar como os governos se comunicavam com a população. Sobre sua vinda para a UFSC, o professor prevê que será um período fértil. “Pratiquei o jornalismo por 25 anos, e só depois entrei na academia. Achava que era a mãe de todas as profissões. Saí da universidade antes do tempo, por causa da aposentadoria compulsória. Como professor visitante, tenho a oportunidade de retomar durante um ano aquilo que ficou suspenso – e o contexto humano também faz muita falta. E nas tardes de sábado, posso continuar a escrever minhas ficções”.

 

Por Cláudia Schaun Reis / Jornalista na Agecom
Fotos: Wagner Behr/ Agecom

 

Lançamento: “K.” e “Jornalismo Investigativo e Pesquisa Científica: Fronteiras”

No mesmo dia, às 17h, na Livraria Livros & Livros do Centro de Cultura e Eventos da UFSC, o PosJor promoveu o lançamento do mais novo livro de Kucinski, o romance “K.” (Editora Expressão Popular) e de “Jornalismo Investigativo e Pesquisa Científica: Fronteiras”, organizado pelos professores do Mestrado, Rogério Christofoletti e Francisco José Karam (Editora Insular), com capítulos também, entre outros, de professores do curso e da Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC, como Gislene Silva, Mauro César Silveira e Samuel Lima. O livro traz capítulos de profissionais e pesquisadores brasileiros e argentinos sobre a temática e é resultado do Seminário Brasil-Argentina de Pesquisa e Investigação em Jornalismo, promovido pelo Mestrado e pelo Grupo de Pesquisa Observatório da Ética Jornalística da UFSC.

O jornalista, o professor, o escritor

Um dos nomes mais respeitados da pesquisa em Jornalismo no país, Kucinski foi docente na Universidade de São Paulo por mais de 20 anos, aposentando-se como professor titular. Entre 2003 e 2006, foi assessor especial da Secretaria de Comunicação Social (Secom), da Presidência da República. Físico de formação, com doutorado em Comunicação e pós-doutorado na University of London, Kucinski acumula vasta experiência jornalística no Brasil e na Inglaterra, onde viveu nos anos 1970. É autor de 25 livros que tratam de política, economia e jornalismo. Bernardo Kucinski é o primeiro professor visitante do PosJor, e é nesta condição que ele vai ministrar disciplinas e atuar em projetos de pesquisa.

 

Mais informações:  (48) 3721-6610 e posjor@cce.ufsc.br

Tags: jornalismomídias sociaisPOSJOR

Furb mostra sua estrutura aos membros do Conselho Universitário

14/03/2012 14:38

Reitor da Furb, João Natel, apresenta a instituição ao Conselho Universitário da UFSC

Uma comitiva da Fundação Universidade Regional de Blumenau (Furb) visitou a UFSC na manhã de terça-feira, dia 13, para apresentar a instituição aos membros do Conselho Universitário. O reitor João Natel esteve acompanhado de pró-reitores, diretores de centro, do procurador jurídico e de outros profissionais, e falou da proposta de implantação de uma universidade federal no Vale do Itajaí, utilizando a estrutura da Furb e tendo a UFSC como tutora.

“Fomos a primeira instituição de ensino superior criada no interior de Santa Catarina, mas não temos na região uma universidade federal”, ressaltou o reitor. “Esta parceria com a UFSC, que começou em agosto do ano passado com a autorização do governo para a criação da terceira universidade federal em nosso estado, é um momento muito significativo para a Furb. Este fato terá grande impacto social e econômico no Médio Vale”.

Transformada em universidade em1986, a Furb tem hoje sete centros de ensino e seu principal foco é a graduação, área em que oferece 44 cursos onde estudam cerca de 10 mil alunos, nos campi de Blumenau, Gaspar e Timbó. Entre os professores, 193 são doutores (22,8%), 373 fizeram mestrado (44%) e 281 (32,2%) têm especialização. É uma das duas únicas universidades municipais do país – a outra funciona em Taubaté, interior de São Paulo.

A área onde atua cobre 53 municípios, englobando quatro mesorregiões, e tem 25% da população de Santa Catarina. No último vestibular da UFSC, 2.213 candidatos eram do Médio Vale do Itajaí, mas apenas 16% foram aprovados.

A proposta que está sendo analisada pelo Ministério da Educação prevê a implantação progressiva de cursos da UFSC, num cronograma a ser desenvolvido em três etapas, até o ano de 2020, com a criação de 6.300 vagas de graduação. No início, estão previstos pelo menos sete cursos e a utilização da atual estrutura da Furb, no centro de Blumenau. A gratuidade será exclusiva para os alunos aprovados nos vestibulares da UFSC, enquanto os acadêmicos da Furb continuam pagando as mensalidades.

A expansão implicará no aumento do número de professores, servidores, alunos e instalações físicas. Enquanto isso, docentes, servidores e estudantes das duas instituições vão coexistir, até que a UFSC aumente sua presença e a da Furb diminua gradativamente de tamanho. Em oito anos, a previsão é de que sejam criadas 395 vagas para docentes.
Por Paulo Clóvis Schmitz, jornalista da Agecom.
Fotos: Wagner Behr

Tags: CUnFURBUFSC

UFSC não admite a culpa pelo caos do trânsito na Capital

14/03/2012 13:44

Membros do Conselho Universitário da UFSC (CUn) reagiram com indignação à cobertura dada por parte da imprensa à decisão da instituição de postergar a votação da cessão de 18 mil metros quadrados de área do campus da Trindade ao município para a duplicação da rua Deputado Antônio Edu Vieira, no bairro Pantanal.

Eles alegam que a Universidade não é responsável pelo caos do trânsito na cidade e que não tem, como afirmam alguns colunistas, a obrigação de ceder o terreno. No entanto, a instituição está disposta a fazer isso, desde que a prefeitura apresente um projeto que contemple os interesses dos moradores do entorno e seja respaldado por estudos de impacto ambiental e de vizinhança.

Outra observação dos conselheiros é que, ao contrário do que se diz, a UFSC não é a grande geradora do tráfego na região citada. Esta área da cidade cresceu muito de 2003 (quando começaram os estudos para a duplicação) para cá, com a implantação de um grande shopping center e a autorização para a construção de inúmeros prédios e empreendimentos comerciais, o que multiplicou o número de veículos em circulação ao redor da Universidade e nos bairros próximos.

Além disso, a prefeitura não melhorou a qualidade do transporte público e, em relação à duplicação da via citada, também não apresentou um projeto específico, atendendo à demanda crescente pelo uso do transporte coletivo. A única proposta diz respeito à implantação do sistema BRT (sigla para Bus Rapid Transit, trânsito rápido de ônibus), que ainda se encontra no nível de projeto.

Outro argumento é de que não há recursos assegurados para a execução da obra, o que leva a suspeitar que ela pode ser iniciada, mas dificilmente será concluída dentro do prazo previsto de 12 meses, causando transtornos ainda maiores que os atuais nas vias do entorno da Universidade.

Também é temerário acreditar que apenas a duplicação do trecho de um quilômetro entre o restaurante Dona Benta e a Eletrosul eliminará os engarrafamentos, porque há outros gargalos, como o da entrada no bairro Pantanal, na altura do Armazém Vieira, não contemplado no projeto da prefeitura.

Ao evitar que o tema fosse votado diante de tantos temores e incertezas, o reitor Alvaro Toubes Prata abriu a possibilidade de novas negociações com a prefeitura, removendo arestas e detalhando melhor o projetoem questão. A UFSC está disposta a ceder a área, a partir de elaboração de um novo parecer, no momento em que o projeto de duplicação contar com o aval técnico do Conselho Universitário e o apoio das comunidades vizinhas, em vista do impacto social e ambiental da obra.

O que a Universidade Federal de Santa Catarina deseja, sublinha a Administração Central, é de mais tempo para estudar o assunto e tomar uma decisão baseada no equilíbrio e no bom senso.

Tags: conselho universitáriorua deputado antônio edu vieiraUFSC

Na Mídia: Obra organizada por professores da UFSC ganha repercussão nacional

14/03/2012 11:10

O caderno Sabático, do Estado de S. Paulo, publicou neste final de semana resenha sobre De Santos e Sábios, obra inédita que reúne os ensaios do escritor irlandês James Joyce. Recém lançado pela Iluminuras, o livro foi organizado pelos professores de Literatura Sérgio Medeiros (diretor da Editora da UFSC), Dirce Waltrick do Amarante, do Curso de Artes Cênicas.

Além deles, participaram da tradução André Cechinel, doutor em Literatura pela UFSC e Caetano Galindo, professor de Literatura da UFPR, que também assinam artigos analisando a obra ensaística de James Joyce, que tem um enfoque estético e surpreendentemente político.

Acompanhe o material:

O outro lado de James Joyce De Santos e Sábios, livro de ensaios do escritor irlandês, surpreende pela diversidade de temas e por sua politização
Sábado, 10 de Março de 2012, 03h10

Antonio Gonçalves Filho

A reunião dos textos estéticos e políticos do irlandês James Joyce (1882 -1941) no livro De Santos e Sábios revela mais sobre o escritor do que talvez gostasse o autor de Ulysses. Há nesses ensaios tanto um homem generoso, capaz de fazer justiça ao visionário poeta e pintor William Blake, como um iconoclasta disposto a arrasar a reputação de contemporâneos como o dramaturgo irlandês Arnold F. Graves. Quatro tradutores se debruçaram sobre o livro The Critical Writings (1959), editado por Ellsworth Mason e Richard Ellman, buscando ainda apoio em outro livro, Occasional, Critical an Political Writing, para discutir as relações entre os ensaios de Joyce e sua obra ficcional, escrevendo cada um deles uma pequena introdução crítica a meia centena de textos produzidos entre 1896, quando o escritor tinha apenas 14 anos, e 1937.

A ordem cronológica, nesse caso, comprova a evolução tanto da sintaxe como do pensamento de Joyce. No primeiro texto que se conhece do irlandês, o futuro escritor refere-se ao olho como capaz de definir o caráter de um homem, ao revelar culpa e inocência, vício e virtude. Seria, segundo Joyce, a única exceção ao provérbio “não se deve confiar nas aparências”, parodiado por Oscar Wilde no seu mais célebre aforismo (“só os tolos não julgam pela aparência”). Sobre o compatriota, Joyce escreve um comovente ensaio no livro (relatando o fim do poeta e dramaturgo). Já no último texto, de 1937, Joyce não precisa olhar nos olhos do pirata Samuel Roth, primeiro editor americano de Ulysses, para acusá-lo de inescrupuloso – ele lançou uma edição truncada e, claro, o autor não recebeu seus direitos.

Como se sabe, o épico modernista foi banido nos EUA, em 1922, mesmo ano de sua publicação, na França.  Acusado de blasfêmia e obscenidade, só foi liberado em 1933.

Boa parte da literatura ocidental, observa um dos tradutores do livro, Caetano Galindo, continua a ignorar esse “vulcão” literário, passando ao largo de Ulysses, traduzido também por Galindo – a nova versão será lançada pela Companhia das Letras em abril. Já os que reconhecem o papel revolucionário de Joyce como ficcionista podem se surpreender com esses ensaios – alguns bem convencionais e escritos para jornais.

Surpreendentemente, Joyce se considerava um jornalista nato, apesar da constrangedora entrevista que fez, em 1903, com o piloto de corridas Henri Fournier. É certo que precisava de dinheiro para viver em Paris, mas a conversa com o francês, publicada no Irish Times, nada acrescenta à trajetória de Joyce.

Nesse mesmo ano, ele tentou começar uma carreira de crítico, ajudado por Lady Gregory, que o recomendou ao editor do Daily Express, segundo o tradutor André Cechinel. Provavelmente para impressionar o editor Longworth e afirmar sua autonomia, Joyce foi bastante cruel com a autora do livro Poets and Dreamers (ele classifica de “pitoresca” a obra de Lady Gregory, que não gostou da resenha). Talvez por precaução, no ano seguinte, 1904, Joyce assinou seu primeiro conto publicado, As Irmãs (incluído depois em Os Dublinenses), com o pseudônimo de Stephen Dedalus, nome que figuraria como um dos personagens de Ulysses. Detalhe: Joyce condena o uso de pseudônimos no texto Um Inútil (1903), publicado no mesmo Daily Express, sobre um livro de Valentine Caryl (aliás, Valentine Hawtrey, escritora de romances protofeministas como Suzanne, de 1906).

São sobre política (principalmente o eterno conflito entre ingleses e irlandeses) e o dramaturgo norueguês Henrik Ibsen (1828-1906) os melhores ensaios do livro De Santos e Sábios, organizado por Sérgio Medeiros e sua mulher Dirce Waltrick do Amarante, ambos tradutores de Joyce. Sobre artes visuais, Joyce parece um neófito perdido ao descrever o realismo do pintor húngaro Michael Munkácsy. Sobre filosofia, chega a canonizar Giordano Bruno como o pai da filosofia moderna, rebaixando Bacon e Descartes. Finalmente, sobre literatura, ele parece um tanto desconfiado dela na virada do século (ver o ensaio Drama e Vida, de 1900), a ponto de não poupar nem mesmo a tragédia grega – Joyce dizia que ela já cumprira seu papel. Mais tarde, ele mudaria de opinião, ao definir a literatura como “a arte mais elevada e espiritual”.

A defesa que faz da literatura como forma de combate à opressão – ele escreve sobre a censura às peças de Bernard Shaw, Ibsen e Oscar Wilde – comprova a observação da tradutora Dirce Waltrick do Amarante sobre a posição política de Joyce, visível, segundo ela, tanto na sua ficção como nos ensaios críticos. A “Grande Fome” (1845-8) que matou mais de metade dos irlandeses, fez com que os sobreviventes se voltassem contra o governo britânico, sempre acusado de uma política assassina por Joyce. Embora raramente mencione o fato histórico em suas obras de ficção, é o tema do ensaio Irlanda, Ilha de Santos e Sábios (1907), petardo contra o colonialismo inglês. Uma separação moral, escreve Joyce, existe entre os dois países: os ingleses desprezam os irlandeses por serem pobres, católicos – e, portanto, reacionários, acrescenta o escritor. Mas foram as leis inglesas que arruinaram as indústrias do país e o levaram à bancarrota, conclui.

“O Estado de São Paulo”, caderno Sabático

Tags: EdUFSCliteraturaUFSC

Reunião para estudantes sobre Projeto Rondon será realizada nesta sexta-feira

14/03/2012 10:59

Estudantes da UFSC interessados em participar das operações do Projeto Rondon em julho de 2012 devem comparecer  à reunião que será realizada nesta sexta-feira, 16 de março, a partir de  16h, na Sala dos Conselhos (Prédio da Reitoria, térreo).

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão sugere que os interessados leiam material nos sites
http://prpe.ufsc.br/extensao/projeto-rondon-2/ e http://projetorondon.pagina-oficial.com/portal/operacao/andamento

Além disso, o estudante deve trazer na reunião uma proposta de trabalho impressa na sua área de atuação, incluindo uma revisão bibliográfica sobre a região que pretende atuar (Pará ou Tocantins). Esta revisão deve constar aspectos geográficos e os problemas sociais e econômicos do estado e região escolhidos.

Esta proposta de trabalho deve atender, no mínimo, uma ação das áreas listadas no “Convite às Instituições de Ensino Superior”, do link 2 acima. A UFSC concorrerá, no disputado processo, com duas equipes, uma para o estado do Pará e outra para o estado do Tocantins. Serão apenas 16 vagas para estudantes no total. Somente participarão da etapa dois da seleção os estudantes que trouxerem o material impresso na reunião e que estiverem da metade para o final de seus respectivos cursos.

Fonte: Professor Alexandre Verzani Nogueira / Coordenador do Projeto Rondon na UFSC / alexandre@ccb.ufsc.br

Tags: Projeto RondonUFSC

Parada no Datacenter da UFSC

14/03/2012 10:51

A Superintendência de Governança Eletrônica e Tecnologia da Informação e Comunicação (SeTIC) da UFSC informa que haverá uma parada programada em seus servidores a partir de 23h desta quinta-feira, 15 de março, e 2h de sexta, 16 de março. A ação é necessária devido à instalação do novo quadro elétrico do Datacenter, o ambiente que abriga servidores e outros componentes de sistemas de armazenamento de dados da UFSC. Neste período alguns serviços podem ficar indisponíveis. Para todos os efeitos, a comunidade deve considerar a rede energizada. Informações: arthur@setic.ufsc.br

Tags: SeTICUFSC

Prêmio de Jornalismo Unimed SC

14/03/2012 10:29

A Unimed Santa Catarina lançou a 11ª edição do Prêmio de Jornalismo Unimed SC. A premiação será de kits com Ipad + Iphone, Ipod Touch, viagens a  lazer, netbook e câmeras fotográficas. Concorrem as reportagens catarinenses que melhor  tratarem sobre saúde.

Em 2012, o Prêmio irá manter a categoria Novo Repórter, destinada a estudantes dos ensinos fundamental de Santa Catarina e que possui participação popular na votação. Essa categoria foi promovida em 2011 para comemorar os 10 anos de evento. Os outros trabalhos podem concorrer nas categorias Profissional, subdividida em TV, Rádio e Jornal/Revista, e Destaque Acadêmico, voltada a estudantes de jornalismo.

Mais informações e inscrições: http://www.premiodejornalismo.com.br,  até o dia 2 de julho

Tags: Prêmio Unimed de Jornalismo

Avanços e complexidade da prevenção ganham espaço em simpósio sobre a Aids

14/03/2012 10:01

O infectologista Gustavo Araújo Pinto: “Se temos mais pessoas com carga viral menor, são menos pessoas capazes de transmitir o vírus". Fotos: Wagner Behr/Agecom

Medicamentos antirretrovirais têm papel importante tanto em termos de tratamento quanto de prevenção. O diagnóstico precoce e a adoção da terapia antirretroviral no início da detecção do vírus são ações que têm impacto na saúde coletiva, ressaltou o médico infectologista Gustavo Araújo Pinto, palestrante do segundo dia do 2º Simpósio Nacional sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. O evento foi realizado segunda e terça-feira no Centro de Cultura e Eventos da UFSC.

Gustavo lembrou que há 30 anos a Aids era uma epidemia monstruosa, estigmatizada. Atualmente, ainda que a cura não seja possível, há recursos de tratamento que proporcionam ao portador do HIV uma expectativa de vida semelhante a de outras pessoas. “Infelizmente, ainda muitos são infectados diariamente. São mais de 7.400 pessoas todos os dias”, informou o médico, também professor da Unisul e colaborador do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

 

Em sua opinião, o diagnóstico precoce deveria ser prioridade nacional, pois assim como acontece na Europa, o Brasil tem ainda taxa superior a 30% de descobertas tardias (quando se dá por meio de outras doenças, e o quadro avançado em geral leva à morte do paciente).

Em sua palestra foram abordadas as possibilidades de prevenção com uso de antirretrovirais antes da infecção (com resultados altamente positivos para conter a transmissão materno-fetal). O infectologista falou também do potencial de controle dos medicamentos pós-exposição (quando a pessoa teve o contato com o vírus). Segundo ele, há uma “janela” de oportunidade para prevenção, já explorada com resultados positivos, por exemplo, entre profissionais de saúde – mas que ainda é assunto polêmico em outros momentos e grupos.

A terapia antirretroviral traz benefícios também no controle da transmissão sexual, pois há uma relação direta entre o uso dos medicamentos e a redução da carga viral no sangue, no sêmem e na secreção vaginal – reduzindo o risco de infecção do parceiro. “Se temos mais pessoas com carga viral menor, são menos pessoas capazes de transmitir o vírus. A partir dos estudos, a OMS publicou normativa reconhecendo importância do tratamento precoce com antirretrovirais”, informou Gustavo.

Esse avanço, porém, traz também novos desafios e enfoques para reflexões. A preocupação está relacionada ao fato de que o uso dos antirretrovirais pode gerar uma falsa sensação de proteção e comprometer o uso de preservativos.

Educação e politização

Fernando Seffner (de preto): “Certo grupos defendem a economia de informação. É melhor não falar, pois o conhecimento pode jogar o individuo em outros horizontes de escolhas"

“Vivemos um impasse ao apostar na medicação excessiva ao invéz de privilegiar a politização, a discussão de questões de gênero, sexuais, o sexo livre, o acesso aos medicamentos”, provocou um dos palestrantes seguintes, o professor Fernando Seffner, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Como sou das Ciências Humanas, vou privilegiar em minha fala aspectos sociais e culturais”, disse logo no início de sua fala.

Fernando chamou atenção também para a complexidade das campanhas. Em sua opinião, segmentar as ações e trabalhar públicos específicos, além do geral, é uma visão estratégica, mas questionou: “Como fazer campanhas sem reforçar o preconceito?” Ele lembrou que as campanhas especializadas provocam a visibilidade de grupos, novos valores sexuais e de gênero, inaceitáveis para certos setores. “Elas provocam a constante visibilidade de grupos que para algumas pessoas deveriam ser escondidos embaixo do tapete”, complementou.

“A prevenção passa pelo que espero da vida, para mim e para o outro. Tem uma articulação com a noção de projeto de vida, de futuro”, considerou o professor. Em sua opinião, em uma sociedade em que os indivíduos que são corajosos e se arriscam é que vão bem, a questão da prevenção se torna ainda mais difícil.

“Vivemos entre o romantismo e o sexo livre adoidado”, refletiu o professor. “Nos filmes românticos não se vê o kit de prevenção. Todos buscam gozos maiores. A pessoa deve ser sexy, transar bastante, sexo é vida, sexo bom é o imprevisível, sem roupa, sem proteção. Fazer sexo sem barreiras é fazer sexo de verdade. Esses são valores que dificultam a ideia de prevenção”.

Fernando salientou também o perfil da sociedade brasileira na abordagem das questões sexuais, em que até mesmo crimes e corrupção podem em algumas famílias não causar tanto contragosto quanto uma escolha sexual não convencional. Em sua visão,  no caso da Aids educação é fundamental, pois o conhecimento gera mais possibilidades de ação. Mas é uma questão que enfrenta muitas barreiras. “Certo grupos defendem a economia de informação. É melhor não falar, pois o conhecimento pode jogar o individuo em outros horizontes de escolhas. Pode afrontar princípios”.

“A Aids é um fenômeno de ordem política e cultural e é importante lembrar que as doenças sempre representaram oportunidades de retirada do direito de alguns grupos”, alertou o professor que participa do projeto Respostas Religiosas ao HIV/Aids no Brasil. “É um enfrentamento que toca em questões muito além da Aids”, frisou.

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom

Tags: AidsUFSC

Vestibular 2012: 4ª chamada de Engenharia de Materiais

14/03/2012 09:48

O Departamento de Administração Escolar (DAE) da UFSC divulgou o edital n° 10, referente à quarta chamada de calouros do curso de Engenharia de Materiais.

Os aprovados devem comparecer à Secretaria do curso com os documentos exigidos nesta sexta, 16 de março, das 8h às 12h, e das 14h às 18h.

Mais informações pelos telefones do DAE: (48) 3721-9331 e 3721-6553 ou pelo site www.dae.ufsc.br.

Inscrições para pós-graduação na UFSC

14/03/2012 09:27

Acompanhe os períodos para inscrições nos programas de pós-graduação da UFSC:

Mestrado em Educação: 19 a 23 de março

Doutorado em Educação: 19 a 23 de março

Mestrado e Doutorado em Saúde Coletiva: até 14 de abril

Mestrado em Nutrição: abril

Doutorado Biotecnologia e Biociências: até  14 de maio

Mestrado em Educação Científica e Tecnológica: maio (ingresso em 2013)

Doutorado em Farmacologia: “janelas” de entrada em  junho, setembro e dezembro

Mestrado em Engenharia Civil: 15 de junho a 31 de julho (ingresso no 3º trimestre de 2012)

Mestrado e Doutorado em Engenharia Civil: 17 de setembro a 1º de novembro (ingresso março/2013)

Mestrado e Doutorado em Engenharia de Produção: 1º a 27 de setembro

Mestrado em Agroecossistemas: 3 a 28 de setembro

Mestrado em Engenharia Elétrica: 15 de setembro a 30 de novembro

Mestrado em Engenharia Mecânica: 1º de outubro a 30 de novembro

Mestrado e Doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais: 8 de outubro a 12 de novembro

Mestrado e de Doutorado em Farmácia: até 31 de outubro (fluxo contínuo)

Doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais: fluxo contínuo (ingresso no início de cada trimestre letivo)

Doutorado em Engenharia de Automação e Sistemas: fluxo contínuo

Doutorado em Engenharia Civil: fluxo contínuo (avaliação feita 15 dias antes do início de cada trimestre)

Doutorado em Engenharia Mecânica: fluxo contínuo

Doutorado em Engenharia Elétrica: fluxo contínuo

Mestrado e Doutorado em Enfermagem (CANDIDATOS ESTRANGEIROS): fluxo contínuo

Tags: inscriçõespós-graduaçãoUFSC

Inscrição do concurso para técnico-administrativo termina no próximo dia 20

14/03/2012 09:06
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está com inscrições abertas para concurso público, regido pelo Edital nº 35/DDPP/2012, destinado a servidores técnico-administrativos nos campi de Florianópolis (146 vagas), Araranguá (2 vagas) e Joinville (6 vagas), totalizando 154 vagas distribuídas em cargos de nível superior (E), de nível médio (D) e nível de apoio (C). O prazo de inscrição vai até as 20 horas do dia 20 de março de 2012, exclusivamente via internet, pelo site www.prdhs.ufsc.br, link “Concursos Públicos”. A taxa de inscrição é de R$ 100 para os cargos do nível E, de R$ 70 para os cargos do nível D, e de R$ 50 para os de nível C.

A validade do concurso será de um ano, contado a partir da data de publicação do edital de homologação do concurso no Diário Oficial da União, podendo ser prorrogado por igual período.

As provas serão realizadas no dia 15 de abril de 2012, com início às 15h e término às 18h, nas cidades de Florianópolis, Araranguá, Curitibanos e Joinville. A prova será objetiva, de caráter eliminatório e classificatório para todos os cargos.

O Edital completo, quadro de vagas, descrição dos cargos, programa de provas e calendário do concurso podem ser acessados aqui.

Outras informações pelos telefones (48) 3721-9913, 3721-9497, 3721-8201 e 3721-8317 ou pelo email dcaddpp@reitoria.ufsc.br.

Por Margareth Rossi/Jornalista da Agecom

Tags: concurso públicotécnico-administrativoUFSC

Inscrições para Programa Jovens Talentos podem ser feitas até 23 de março

14/03/2012 09:04

As inscrições para o Programa Jovens Talentos para a Ciência podem ser feitas até 23 de março por meio de formulário  que está disponível nas coordenadorias dos cursos de graduação da UFSC. A Universidade aderiu ao programa, que é uma nova iniciativa do Ministério da Educação e tem como objetivo principal inserir precocemente os jovens alunos no meio científico.

Parceria da CAPES com o CNPq, o programa pretende oferecer 6 mil bolsas de estudos, as quais serão distribuídas às Universidades Federais e aos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, proporcionalmente ao número de inscritos em cada instituição.

As bolsas de estudos serão concedidas a estudantes que ingressaram este ano (no 1º semestre) nas universidades federais e institutos federais de educação, ciência e tecnologia, que serão selecionados por aprovação em prova específica elaborada pela CAPES e o CNPq.

Requisitos para candidatura dos alunos:

 Ser estudante de graduação, de qualquer área do conhecimento, que tenha ingressado este ano em Universidades Federais ou em Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia.

Etapas do processo:

 12 a 23 de março de 2012 – Inscrição dos estudantes por meio de formulário eletrônico que estará disponível na página da CAPES. Os formulários devem ser enviados PRPE –      Responsável: Professor Jorge Mário CampagnoloDiretor de Projetos de Pesquisa    –  E-mail:campagnolo@reitoria.ufsc.br.   –
Fone: 37219437

29 de abril de 2012 – Realização da Prova na UFSC em horário e local a ser divulgado. A seleção será feita por meio de prova de conhecimentos gerais, composta por questões de múltipla escolha.

A partir de agosto de 2012 – Início da implementação das bolsas

Bolsas:

  As bolsas terão duração de 12 meses, no valor de R$ 360,00.

A expectativa é de que os bolsistas desse Programa estejam aptos após um ano a passarem para as bolsas de Iniciação Científica, PIBID ou Programa Ciência sem Fronteiras.

Solicitamos ampla divulgação dos coordenadores de curso junto aos calouros que ingressaram no primeiro semestre de 2012. Sugerimos a ida do Coordenador de curso na sala onde os calouros estejam em aula para divulgação do Programa.

Maiores informações em www.mec.gov.br e www.capes.gov.br.

Contatos pelo fone (48) 3721-9891.

Tags: bolsascapesinscrições

UFSC tem cinco vagas para professores substitutos

14/03/2012 08:54

A Pró-Reitoria de Desenvolvimento Humano e Social (PRDHS) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) informa:

Estão abertas, até 14 de março, as inscrições no processo seletivo simplificado para professor substituto no Departamento de Matemática da UFSC (duas vagas). Informações no Edital 047/DDPP/2012 (http://www.prdhs.ufsc.br/arquivos/Edital_047DDPP2012.pdf).

Estão abertas, até 16 de março, as inscrições no processo seletivo simplificado para professor substituto em vários Departamentosde Ensino da UFSC (três vagas). Informações no Edital 049/DDPP/2012(http://www.prdhs.ufsc.br/arquivos/Edital_049DDPP2012.pdf).

Tags: professor substitutoUFSC