
Em 2009 os participantes responderam a um questionário sobre condições de saúde e foram realizadas medidas como peso, altura, perímetro da cintura e pressão arterial. Foto: Projeto Epifloripa
Inicia em março a segunda fase do projeto Epifloripa – Condições de Saúde de Adultos e Idosos de Florianópolis. A expectativa da equipe, coordenada por professores dos departamentos de Saúde Pública e Nutrição da UFSC, é concluir a fase de entrevistas no mês de julho. A meta é levantar dados sobre saúde bucal, qualidade de vida, discriminação e alimentação, além de acompanhar a evolução de outras questões que podem interferir na saúde, como a gordura abdominal, o peso e a pressão arterial. O trabalho tem apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O Projeto Epifloripa começou em 2009, quando 1.720 adultos, entre 20 e 59 anos, e 1.705 idosos, com 60 anos ou mais, de todas as regiões da cidade, foram visitados em suas casas. Nesta primeira etapa, os participantes responderam a um questionário sobre condições de saúde e foram realizadas medidas como peso, altura, perímetro da cintura e pressão arterial.
“Novamente, precisamos muito da colaboração das pessoas”, solicita o professor do Departamento de Saúde Pública da UFSC, Marco Aurélio Peres, principal coordenador da pesquisa. Segundo ele, a proposta neste ano é entrevistar os mesmos 1.720 adultos de 2009. As pessoas serão visitadas em seus domicílios para avaliação odontológica, responderão a um questionário sobre condições de vida e saúde, trajetória econômica, qualidade de vida, saúde bucal, nutrição, dieta e experiências de discriminação, além passarem por medidas da cintura, peso e pressão arterial.
O levantamento de dados será realizado por cirurgiões dentistas formados pela UFSC, sendo alguns deles alunos de pós-graduação. “Esperamos continuar investigando estas mesmas pessoas ao longo de muitos anos. Este tipo de estudo possibilita conhecer fatores de risco à saúde e denunciar as diferenças nos padrões de saúde segundo grupos sociais, subsidiando políticas públicas direcionadas a melhorar as condições de vida e de saúde da população adulta de Florianópolis. Pretendemos divulgar os resultados para a população, dirigentes e profissionais da saúde”, explica o professor.
Pressão elevada e sobrepeso
De acordo com Peres, alguns aspectos obtidos na primeira etapa da pesquisa preocupam. Os dados mostram que quase 1/3 da população vive com algum tipo de dor crônica; 40% estão com níveis de pressão elevados e quase a metade dos participantes estão acima do peso, sendo 15% destes obesos. Além disso, a pesquisa revelou que o consumo de medicamentos é excessivo (quase 80% da amostra revelou consumo regular), cerca de 20% dos entrevistados relataram episódios de depressão e a maior parte dos adultos não pratica atividade física regularmente.
A pesquisa em 2009 mostrou também que a população utiliza serviços de saúde, boa parte por meio de convênios (aproximadamente 50%) e a cobertura da Estratégia de Saúde da Família é menor do que se imaginava (perto de 30%). “Este é um quadro geral, que varia segundo os grupos sociais; os mais pobres e menos escolarizados apresentam, em geral, as piores condições de vida e saúde”, destaca o professor.
O pesquisador ressalta também que esse tipo de estudo é inédito em Florianópolis e pode contribuir para a melhoria das condições de saúde da população. “As visitas serão agendadas pelo telefone e a equipe que visitará os domicílios é extremamente preparada”, complementa.
Termo de consentimento
A participação acontece após a leitura e assinatura de um documento chamado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, utilizado em todas as investigações que envolvem seres humanos. No documento são fornecidas informações detalhadas sobre o estudo, direitos dos participantes e tudo o que será realizado durante a pesquisa.
O EpiFloripa respeita critérios éticos indispensáveis a uma pesquisa realizada com seres humanos, como a confidencialidade de informações, o anonimato e a participação voluntária. Os nomes dos participantes e as informações sobre seu estado de saúde não são divulgados. O sigilo é garantido pelo uso de códigos numéricos em todos os registros e pelo arquivamento seguro e com acesso restrito das informações.
Mais informações sobre a pesquisa no site www.epifloripa.ufsc.br
Para a imprensa, com o professor Marco Aurélio Peres / Fone 3721-9046 / e-mail: mperes@ccs.ufsc.br
Por Arley Reis / Jornalista da Agecom