Tese da Antropologia da UFSC enfoca linguagem criada por surdos no interior do Piauí

03/07/2013 16:26

Várzea Queimada, comunidade rural do interior do Piauí, onde surdos e ouvintes comunicam-se por meio de uma linguagem gesto-visual denominada cena. Tema foi estudado pelo doutorando Éverton Luís Pereira. Foto: Éverton Luís Pereira.

O doutorando em Antropologia Social da UFSC Éverton Luís Pereira defende na próxima segunda-feira, 8 de julho, a tese “Fazendo cena na cidade dos mudos: surdez, práticas sociais e uso da língua em uma localidade no Sertão do Piauí”. Orientado pela professora Esther Jean Langdon, sua pesquisa enfoca uma linguagem gesto-visual nomeada localmente como cena, que é utilizada para a comunicação entre surdos e entre surdos e ouvintes de uma comunidade rural do município de Jaicós (PI). A defesa será às 14h na sala 110 do Departamento de Antropologia do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da UFSC. Haverá intérprete de Libras.

O trabalho de Éverton dá visibilidade a um tema pouco explorado: a existência de línguas de sinais não oficiais. É o caso da língua denominada cena. Para realizar sua pesquisa, o estudante passou um ano na comunidade de Várzea Queimada, formada por aproximadamente 900 habitantes, dos quais em torno de 40 são surdos. “Foi um contato intenso. Todos ali sabiam que eu tinha ido com o objetivo de aprender a cena. Então, os surdos me visitavam e eu cheguei a morar com famílias de surdos. E vi que todos ali conseguem se comunicar, ou seja, tanto os surdos quanto os ouvintes sabem ‘fazer a cena’”, explica. “É uma comunidade bilíngue”.

Sua tese chama atenção para a necessidade de documentar essa língua, que tem uma estrutura lexical muito diferente da Língua Brasileira de Sinais (Libras), esta reconhecida como uma das línguas oficiais do país. Outro alerta é para a necessidade de políticas públicas que respeitem a diversidade linguística. “Existem no Brasil outras línguas de sinais que não podem ser ignoradas”, explica Éverton. “Quantas já não foram extintas?”, questiona.

A tese mostra também o contexto onde esta língua de sinais surgiu, a comunidade de Várzea Queimada. Éverton relata como a comunidade vem lidando com a chegada da Libras, as dificuldades e barreiras entre as duas línguas bem como as políticas públicas voltadas para pessoas com deficiência neste local que possui um dos mais baixos IDHs (índice de desenvolvimento humano) do Brasil.

Além da orientadora Esther Jean Langdon, participam da banca examinadora os professores Emilia Pietrafesa de Godoi (UNICAMP/SP), Leland McCleary (USP/SP), Oscar Calávia Saez (PPGAS/UFSC), Vânia Zikán Cardoso (PPGAS/UFSC), Evelyn Martina Schuler Zea (PPGAS/UFSC) e os suplentes Márcia Grissoti (PPGSP/UFSC) e Tarcisio Leite (Departamento de Artes e Libras/UFSC). Para realizar sua pós-graduação, Éverton recebeu uma bolsa de doutorado da Capes, entidade que também financiou seu doutorado sanduíche na Universidade do Texas (EUA). A pesquisa teve apoio do INCT Brasil Plural.

Mais informações:
Éverton Luís Pereira – everton.epereira@gmail.com


Laura Tuyama / Jornalista da Agecom / UFSC

laura.tuyama@ufsc.br

Foto: Éverton Luís Pereira

 

 

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Antropólogo Mario Bick ministra palestra na UFSC

02/07/2013 13:17

O Ciclo de Palestras do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da UFSC recebe o professor doutor Mario Bick, no dia 3 de julho, quarta-feira, às 17h, na Sala 110 (Multimeios), do Departamento de Antropologia, Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH). Bick ministrará a palestra “Quem somos nós? Antropólogos na história, histórias de Antropologia”. O evento é gratuito e aberto à comunidade.

O antropólogo Mario Bick recebeu seu PhD pela Universidade de Columbia. Atualmente é professor de Antropologia da Bard College, em Annandale-on-Hudson, New York, onde leciona desde 1970. Professor Bick conduziu a pesquisa na Libéria e no Brasil, principalmente em questões de etnia e classe.
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Pesquisa de doutorado na UFSC dá visibilidade às mulheres pescadoras

04/06/2013 11:43

Pesca realizada por mulheres no litoral catarinense foi tema de pesquisa de doutorado na Antropologia da UFSC. Foto: Rose Mary Gerber

Uma pesquisa recente no doutorado em Antropologia da Universidade Federal de Santa Catarina teve como objetivo estudar uma profissão invisível: a das mulheres que trabalham na pesca artesanal no litoral catarinense. Desenvolvida pela antropóloga Rose Mary Gerber, a tese chama-se “Mulheres e o Mar: Uma etnografia sobre pescadoras embarcadas na pesca artesanal no Litoral de Santa Catarina, Brasil”. Foram 13 meses de pesquisa de campo em oito cidades.
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Pós em Antropologia promove palestra sobre cinema e políticas de representação

03/06/2013 08:54

No dia 5 de junho, às 16 horas, na sala Multimeios (110) do Departamento de Antropologia (CFH), será realizado mais um encontro do Ciclo de Palestras do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Desta vez o convidado será o pós-doutorando Marcos Aurélio da Silva que profere a palestra “Festivais, cinema e políticas de representação”.

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Encontro com antropólogo sobre formação e transformação de coletivos indígenas do noroeste amazônico

28/05/2013 15:44

Nesta quarta-feira, dia 29, às 14h, o antropólogo João Rivelino Rezende, mestre pelo PPGAS/UFAM, vai falar sobre sua dissertação “Formação e Transformação de coletivos indígenas do noroeste amazônico: do mito à sociologia das comunidades”. O evento ocorre na Sala 03, do Departamento de Antropologia, Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH).
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Antropologia promove nesta quarta-feira aula inaugural com Diana Brown

17/04/2013 13:57

O Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da UFSC promove na quarta-feira, 17 de abril, às 16h, aula inaugural com a professora Diana Brown, do Bard College, em Nova York (EUA). O tema da aula será “O Corpo em Jogo: Juventude, Beleza e Envelhecimento”.

A aula é aberta e será na sala 110 do Departamento de Antropologia, Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), campus Trindade.

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Seminário “Mapeando Controvérsias Contemporâneas: humanos e não-humanos na antropologia”

15/04/2013 15:34

O Seminário “Mapeando Controvérsias Contemporâneas: humanos e não-humanos na antropologia” será realizado no dia 13 de maio, das 18h às 22h, no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), organizado por Theophilos Rifiotis (Departamento de Antropologia da UFSC) e Jean Segata (bolsista de pós-doutorado do CNPq no PPGAS/UFSC).
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Café Antropológico “Um encontro com Lacan”

03/04/2013 18:37

Na segunda-feira, 8 de abril, será realizada mais uma edição do Café Antropológico, que irá debater “Um encontro com Lacan”. Os debatedores são o professor Claude Mercier, da Escola Lacaniana de Psicoanálise, França, e a pesquisadora Caterina Rea, pós-doc do Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS/UFSC), doutora em Filosofia pela Université de Louvaim, Bélgica.

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Curso Antropologia e Psicanálise abordará pensamento de Félix Guattari

06/03/2013 14:27

O Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFSC promove nos dias 7 e 8 de março de 2013 o curso “Antropologia e Psicanálise – contribuição do pensamento de Guattari”.

O curso será ministrado concentradamente em quatro turnos pela professora Barbara Glowczewski, da École des hautes études en sciences sociales (EHESS) e que foi colaboradora de Félix Guattari nos anos 1970/1980, Claude Mercie, da Escola Lacaniana de Psicanálise da França, e pelo filósofo Peter Pal Pelbart, da PUC-SP, também especialista em Guattari.

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Pós em Antropologia Social promove ciclo de palestras

12/12/2012 08:54

No próximo dia 12 de dezembro, às 16h, na sala 111 do Departamento de Antropologia (CFH), o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFSC promove o último encontro do ano do Ciclo de Palestras do PPGAS, que vem acontecendo desde outubro. Desta vez os convidados serão:

Jeana Santos – pós-doutoranda PPGAS
“Benjamin e o flâneur: a crônica como uma narrativa urbana”

Cristiano Mello de Oliveira – doutorando Programa de Pós Graduação em Literatura (PPGL)
“Mário de Andrade e José Maria Arguedas: Etnografia e Literatura na América Latina”

Raquel Mombelli – pós-doutoranda PPGAS
“Interculturalidade, Patrimônio Cultural e Comunidades Tradicionais”

Caterina Rea – pós-doutoranda PPGAS
“Ciência e Gênero”

O Ciclo de Palestras do PPGAS é uma iniciativa da professora Alicia Castells, coordenadora do Programa, e conta com a organização das pós-doutorandas Jeana Santos e Raquel Mombelli.

Mais informações pelos e-mails:
jeanasantos@terra.com.br
raquelmombelli@yahoo.com.br

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Dissertação de mestrado analisa mulheres que praticam futebol

11/12/2012 15:34

Será realizada nesta sexta-feira, 14 de dezembro, às 17h, a defesa de mestrado de Mariane da Silva Pisani, que tem como projeto “Poderosas do Foz: Trajetórias, Migrações e Profissionalização de Mulheres que Praticam Futebol”.

Com orientação da professora Carmen Rial, o mestrado de Mariane foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da UFSC.

A defesa será na Sala Carolina Bori, do Departamento de Psicologia da UFSC.

Fazem parte da banca o pesquisador Alex Vailati (Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas – PPGICH), os professores Mario Bick (Bard College/NY), Alicia Norma Gonzales de Castells (PPGAS/UFSC), Fernando Gonçalves Bitencourt (Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC – suplente) e Miriam Pillar Grossi (PPPGAS/UFSC – suplente).

Mais informações:
carmenrial2@gmail.com

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Ciclo de Palestras da pós em Antropologia Social nesta quarta

05/11/2012 10:47

Dando continuidade ao Ciclo de Palestras do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFSC, que vem acontecendo desde outubro na sala 111 do Departamento de Antropologia (CFH), o PPGAS convida para o próximo encontro no dia 7 de novembro, às 16h30.

Desta vez os convidados serão a pós-doutoranda Arianna Sala, com a palestra “Lesbo-homo-tranfobia nas escolas de Santa Catarina: evolução e acompanhamento do projeto Papo-Sério”, e o professor visitante mexicano Nicanor Ribolledo, que ministrará a palestra “Os profissionais indígenas: reflexões antropológicas sobre os programas de educação superior indígena”.

O Ciclo de Palestras do PPGAS tem por objetivo divulgar a ampla variedade de pesquisas, já concluídas ou em andamento, que muitas vezes ficam invisíveis ou restritas aos núcleos, e que poderiam ser compartilhadas e debatidas tanto com os integrantes do Programa quanto pela comunidade acadêmica em geral. A iniciativa é da professora Alicia Castells, coordenadora do Programa, e conta com a organização das pós-doutorandas Jeana Santos e Raquel Mombelli.

Confira a programação completa:

 

Data e horário Palestrantes Temática
07 de novembro de 2012 (quarta)
Hora: 16h30
Nicanor Ribolledo (Professor Visitante NEPI/PPGAS/ Programa de PVE/CAPES) (2011)

Arianna Sala (NIGS)

“Os profissionais indígenas: reflexões antropológicas sobre os programas de educação superior indígena”

“Lesbo-homo-tranfobia nas escolas de Santa Catarina: evolução e acompanhamento do projeto Papo-Sério”

14 de novembro de 2012(quarta)
Hora: 16h30
José Nilton de Almeida (NEPI)

Ricardo Cid (NUER)

“Cartografia das ações afirmativas na UFSC”

“Comunidade indígena e remanescente de quilombo em face aos projetos de                            desenvolvimento no sul do Brasil”

05 de Dezembro de 2012(quarta)
Hora: 16h30
Jeana Santos (NAUI)

Cristiano Mello de Oliveira(pós-doc Literatura)

“Benjamin e o flâneur: a crônica como uma narrativa urbana”

“Mário de Andrade e José Maria Arguedas: Etnografia e Literatura na América Latina”

12 de Dezembro de 2012(quarta)
Hora: 16h30
Caterina Rea (NIGS)

Raquel Mombelli (NUER)

“Ciência e Gênero”

“Interculturalidade, Patrimônio Cultural e Comunidades Tradicionais”

 

 

Mais informações:
jeanasantos@terra.com.br

Tags: Antropologia SocialPPGASUFSC

Pós-graduação em Antropologia promove ciclo de palestras

25/10/2012 12:57

O Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFSC vem realizando desde outubro o Ciclo de Palestras do PPGAS. O evento, organizado pela Profa. Dra. Alicia Castells, coordenadora do Programa, e pelas pós-doutorandas Jeana Santos e Raquel Mombelli, é realizado sempre às 16h30min das quartas-feiras, na sala 111 do Departamento de Antropologia, no Centro de Filosofia e Humanas (CFH).

O objetivo é divulgar a ampla variedade de pesquisas, já concluídas ou em andamento, que muitas vezes ficam invisíveis ou restritas aos núcleos, e que poderiam ser compartilhadas e debatidas tanto com os integrantes do Programa quanto pela comunidade acadêmica em geral

Inicialmente, os palestrantes serão os atuais pós-doutorandos, alguns deles já em fase final de pesquisa. A próxima etapa do Ciclo de Palestras prevê a participação dos professores-visitantes, doutorandos e recém-doutores do PPGAS.

Confira a programação completa: 

Data e horário Palestrantes Temática
17 de outubro de 2012 (quarta)
Hora: 16h30
Jean Segata (LEVIS)Rita de Cácia Oenning (MUSA) “O duplo-cego da Antropologia”“Entre Jaguares e Avatares: performances de crianças indígenas na cidade de São Gabriel da Cachoeira – Rio Negro”
31 de outubro de 2012 (quarta)
Hora: 16h30
Mareli Grupe (NIGS)Pilar Miguez (NIGS) “Contribuição do curso de formação à distância: gênero e diversidade na escola e o projeto Papo Sérionas discussões sobre gênero e sexualidade nas escolas”“Gênero na Educação Indígena”
07 de novembro de 2012 (quarta)
Hora: 16h30
Nicanor Ribolledo (Professor Visitante NEPI/PPGAS/ Programa de PVE/CAPES) (2011)Ariana Sala (NIGS) “Os profissionais indígenas: reflexões antropológicas sobre os programas de educação superior indígena”“Lesbo-homo-tranfobia nas escolas de Santa Catarina: evolução e acompanhamento do projeto Papo-Sério”
14 de novembro de 2012(quarta)
Hora: 16h30
José Nilton de Almeida (NEPI)Ricardo Cid (NUER) “Cartografia das ações afirmativas na UFSC”“Comunidade indígena e remanescente de quilombo em face aos projetos de                            desenvolvimento no sul do Brasil”
05 de Dezembro de 2012(quarta)
Hora: 16h30
Jeana Santos (NAUI)Cristiano Mello de Oliveira(pós-doc Literatura) “Benjamin e o flâneur: a crônica como uma narrativa urbana”“Mário de Andrade e José Maria Arguedas: Etnografia e Literatura na América Latina”
12 de Dezembro de 2012(quarta)
Hora: 16h30
Caterina Rea (NIGS)Raquel Mombelli (NUER) “Ciência e Gênero”“Interculturalidade, Patrimônio Cultural e Comunidades Tradicionais”

Mais informações:
jeanasantos@terra.com.br

Tags: antropologiaPPGASUFSC

UFSC promove mesa-redonda sobre cinema contemporâneo

03/07/2012 12:17

Livro será lançado dia 13 na UFSC

O Programa de Pós-graduação em Antropologia Social e o TRANSES (Núcleo de Antropologia do Contemporâneo) promovem a mesa-redonda Cinema Contemporâneo: Paisagens Transculturais e Subversões Cronotópicas, no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), sexta-feira, 13 de julho, às 14h30min, com os professores Denilson Lopes/ UFRJ e José Gatti/UFSC e Universidade Tuiuti. Debatedor: professor Luiz Felipe Soares/ Curso de Cinema/UFSC

Após o debate haverá o lançamento dos livros:

“No Coração do Mundo: Paisagens Transculturais”, de Denilson Lopes, Ed. Rocco, 2012 e
” Masculinidades: Teoria, Crítica e Artes”, José Gatti e Fernando Marques Penteado (orgs.), Estação das Letras e Cores, 2011

Informações: 3712-9714

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Pesquisadores fazem palestras sobre gênero, parentesco e patrimônio na França

12/06/2012 10:34

Os programas de pós-graduação em Antropologia Social (PPGAS) e Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH) organizam um ciclo de palestras com os pesquisadores franceses Nicolas Adell e Agnès Martial, de 15 a 27 de junho, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Nicolas Adell é professor de antropologia na Universidade de Toulouse II e Agnès Martial é membra do Centro de Norbert Elias (École des Hautes Études em Sciences Sociales, em Marselha). Os pesquisadores têm estudos sobre masculinidade, paternidade, novas configurações familiares e patrimônio imaterial.

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Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social comemora 25 anos

28/06/2011 07:55

As atividades do Programa de Pós Graduação em Antropologia Social iniciaram em 1986, quando o mestrado em Antropologia foi criado. Mas os estudos antropológicos no estado de Santa Catarina começaram anos antes, em 1955, com a fundação da Faculdade de Catarinense de Filosofia. Na época, os estudantes dos cursos de História e Geografia frequentavam as disciplinas Antropologia Cultural, Etnografia Geral e do Brasil, Antropologia Cultural e Física.

Com a criação da Universidade Federal de Santa Catarina, em 1960, a Faculdade Catarinense de Filosofia passou a fazer parte da UFSC. Nesta época a biblioteca da faculdade contava com cerca de 15 livros relacionados à Antropologia Social. Em uma das palestras realizadas em comemoração ao aniversário do programa, a professora da USP Lux Vidal, docente convidada no início de instalação da Antropologia, relembrou que o acervo da universidade era pequeno e que trazia de ônibus, de São Paulo, o xerox das obras. Hoje a universidade tem mais de três mil livros e 6.591 exemplares específicos na área.

Como os estudos antropológicos sempre foram marcantes no estado catarinense com os trabalhos de pesquisadores como Franklin Cascaes, Jules Henry e Francisco Schaden, foi inaugurado em 1967 o Instituto de Antropologia. Seu idealizador, fundador e primeiro diretor, Osvaldo Rodrigues Cabral, proferiu um discurso em que ressaltou a importância da nova instituição. Era estratégico para assegurar a preservação do patrimônio arqueológico, garantir da defesa dos povos indígenas, além de formar recursos humanos.

Reabertura da Associação Brasileira de Antropologia

Em 1974, uma reunião histórica aconteceu em Florianópolis por iniciativa de jovens antropólogos da universidade. Este encontro, que reuniu cerca de 200 pessoas, contribuiu para a reabertura da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), fechada pelos militares durante a ditadura.

“A antropologia, nesse momento, era um espaço mais que estratégico para pensar o Brasil e seus contrastes”, relata o segundo diretor do instituto, Sílvio Coelho dos Santos, no livro História da Antropologia no Sul do Brasil. “Naquele momento, em plena ditadura militar, Florianópolis não chamava tanta atenção como São Paulo e Rio de Janeiro”, lembra a professora do Departamento de Antropologia Miriam Pillar Grossi, presidente da ABA até 2006.

Início da Pós-Graduação em Antropologia

Também em 1974 tentou-se criar na UFSC um curso de especialização em antropologia. A iniciativa foi concretizada dois anos depois. O mestrado em Ciências Sociais foi implantado em 1978, com as opções Sociologia e Antropologia. No entanto, apenas em 1985 a Pós-Graduação em Antropologia se desvinculou da Sociologia, com processo de seleção específico para cada um dos cursos. Dez anos depois foi criado o Departamento de Antropologia e em 1989 implantado o doutorado. Desde 1978 foram formados 247 mestres e 54 doutores em Antropologia, que atuam em instituições de ensino e pesquisa em todas as regiões do Brasil e em países da América do Sul.

Pesquisas teóricas e aplicadas

O Departamento de Antropologia faz parte do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, assim como o Laboratório de Antropologia, que desde 1993 congrega 11 núcleos de pesquisa da pós-graduação. “Este é o espaço onde as pesquisas se desenvolvem, onde acontece o fazer da antropologia. Enquanto na sala de aula o aprendizado é mais teórico, no laboratório a formação se completa”, considera a coordenadora do programa Antonella Tassinari.

Entre os núcleos estão o Laboratório de Estudos das Violências (LEVIS), o Núcleo de Antropologia Audiovisual e Estudos da Imagem (NAVI) e o Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades, que desenvolve pesquisas relacionadas aos estudos de gênero, a violência e a sexualidade.

Criado em 1996, o LEVIS atua em convênio com a Secretaria de Estado de Segurança Pública desde 2002. Desenvolveu também o projeto de criação do Instituto de Pesquisa e Estudos em Segurança Pública (IPESP), além de ser responsável pela produção de indicadores sociais na área e atuar ativamente no debate sobre Direitos Humanos em Santa Catarina. O NAVI representa um aprofundamento dos estudos “de” e “com” imagens. O núcleo foi criado em 1998, apesar de articular suas pesquisas na universidade desde 1994. Além de receber em 2002 o prêmio Verger da ABA de Contribuição à História da Antropologia e manter entre 2000 e 2008 o projeto Cinema BR em Movimento, que levou filmes e promoveu debates em comunidades carentes e universidades com o patrocínio da Petrobrás, o NAVI participa atualmente da Oficina de Imagem, no Morro da Serrinha.

“Todos os núcleos são importantes para o PPGAS e suas áreas de pesquisa geram impacto positivo na sociedade”, comemora a coordenadora da Pós-Graduação em Antropologia, programa membro da Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS). Seus professores mantêm intercâmbio com universidades no Canadá, França, Angola, Argentina e Portugal. A Pós-Graduação da UFSC neste campo está entre as sete melhores do Brasil, com conceito 5 na Capes, e chegou a ser indicada ao conceito 6 até a penúltima fase de avaliação no triênio repassado.

Outra conquista do programa é a criação do Instituto Nacional de pesquisa Brasil Plural, estruturado a partir de uma rede de pesquisadores da UFSC e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), com apoio do CNPq e Fapesc. Para a coordenadora do PPGAS, os avanços são resultado do trabalho conjunto. “Tanto o programa de pós-graduação quanto o Laboratório de Antropologia Social possuem o mesmo objetivo: colocar os nossos estudos a serviço da comunidade”.

Saiba Mais:

Núcleos de Pesquisa:

· A-funda- Núcleo de Pesquisa em Fundamentos da Antropologia
·  Grupo de Estudos em Oralidade e Performance (GESTO)
· Laboratório (Núcleo) de estudos das Violências (LEVIS)
· Núcleo de Arte, Cultura e Sociedade na América Latina e caribe (MUSA)
· Núcleo de Antropologia Audiovisual e Estudos da Imagem (NAUI)
·  Núcleo de Estudos de Populações Indígenas (NEPI)
· Núcleo de Estudos de Saberes e Saúde Indígena (NESSI)
·  Núcleo de Identidade de Gênero e Subjetividades (NIGS)
· Núcleo de Estudos sobre Identidade e Relações Interétnicas (NUER)
· Núcleo de Antropologia do Contemporâneo (TRANSES)

Mais informações: www.antropologia.ufsc.br/ppgas / (48) 3721- 9714

Por Ana Luísa Funchal / Bolsista de Jornalismo na Agecom

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Caso inédito de processamento penal do aborto é estudado na UFSC

31/05/2011 07:49

O caso da clínica da ex-médica Neide Mota Machado, acusada de fazer abortos clandestinos no Mato Grosso do Sul, é tema de uma dissertação que está sendo desenvolvida junto ao Programa de Pós Graduação em Antropologia Social da UFSC. O trabalho executado pela antropóloga Emília Juliana Ferreira  recebeu o título provisório de ´Um Grande Júri: análise do processamento penal do aborto` e está sendo orientado pela professora Miriam Pillar Grossi, fazendo parte ainda das pesquisas desenvolvidas junto ao Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS).

Em 2007 Neide Mota foi denunciada pela rede de televisão local, TV Morena, afiliada local da Rede Globo, por realizar abortos desde o final dos anos 90 em Campo Grande. A reportagem teve transmissão em rede nacional e estadual. Levado à justiça, o caso se tornou inédito no Brasil, pois até então nunca após o fechamento de uma clínica de aborto houve o processamento judicial das pacientes baseado em prontuários médicos. A divulgação nacional acirrou o debate de grupos pró e contra o aborto.

Apesar da grande repercussão do caso junto à opinião pública, o objetivo da mestranda Emília Ferreira não é debater a legalidade do método. “Quero discutir como o sistema de justiça criminal brasileiro está tratando do assunto, ou seja, o que acontece quando um caso de aborto adentra neste sistema, como ele é processado”, explica Emília, que desenvolve seu trabalho na área da chamada antropologia jurídica.

A mestranda fundamenta sua dissertação em entrevistas realizadas com diversas pessoas ligadas ao sistema judiciário (juízes, delegados, promotores, defensores e advogados), além das pacientes indiciadas, feministas que trabalham no caso e da jornalista responsável pela matéria que gerou a denúncia. Emília Ferreira ainda assistiu ao principal júri do caso e as suas sessões recursais, além da sessão de suspensão do processo de uma das mulheres envolvidas.

“Quero, por meio de minha pesquisa, trazer contribuições analíticas para entender como funciona o sistema de justiça brasileiro acerca da questão do aborto. Escolhi estudar o caso desta clínica devido a sua importância para o tema”, completa a antropóloga.

Emília lembra que a prática do aborto é considerada crime contra a vida e por isso vai a júri popular. Apesar de a lei ser rígida, a transgressão prescreve em oito anos. No caso da clínica sul matogrosense, mulheres foram atendidas, mas os prontuários médicos anteriores ao ano 2000 não foram sequer analisados, pois mesmo havendo indícios de crime, estes já estariam prescritos. Após uma seleção de casos feitos pela polícia e pelo judiciário, aproximadamente mil e duzentas mulheres foram indiciadas.

As penas aplicadas variaram de acordo com seus antecedentes criminais e o número de abortos realizados pela paciente. As sentenças que teriam menor tempo de pena se levadas a julgamento puderam receber um benefício processual chamado suspensão condicional do processo e foram substituídas por penas alternativas.

Saiba Mais:

Conseqüências do caso
Em abril do ano passado as funcionárias da clínica foram condenadas a penas que variaram de sete anos em regime semi-aberto a um ano e três meses em regime aberto. Já a ex-anestesiologista Neide Motta foi encontrada morta em novembro de 2009, três meses antes de ser levada a júri popular, dentro de seu veículo na entrada de uma chácara na capital do Mato Grosso do Sul. Em seu carro havia uma seringa e dois frascos de lindocaína, substância anestésica que é letal em altas doses. O inquérito policial concluiu que a ex-médica se suicidou, apesar de não ter sido feito exame toxicológico em seu sangue para detectar a substância.

Cytotec
Foram encontradas na clínica de Neide Motta caixas do medicamento Cytotec, lançado no Brasil em 1984 para o tratamento de úlceras gástricas e duodenais. O Laboratório Pfizer é o responsável pela distribuição do medicamento. O Cytotec tem como princípio ativo o misoprostol, que induz contrações uterinas, por isso ele é o medicamento mais utilizado para procedimentos abortivos. Em 1998, a Portaria nº 344 do Ministério da Saúde/Secretaria de Vigilância Sanitária restringiu a venda a hospitais credenciados. A sua comercialização é considerado crime hediondo, ou crime de “gravidade acentuada”.

Ainda que a partir de 98 a venda do Cytotec seja proibida, a droga é facilmente encontrada na internet em sites de classificados, junto a informações de procedimento. Quatro comprimidos podem custar até duzentos reais. Em mulheres gestantes o abortivo pode causar hemorragias e ruptura do útero. Caso o aborto não tenha êxito, o medicamento pode causar má formação congênita do feto, como a Síndrome de Moebius, caracterizada pela paralisia facial.

Mais informações: emiliajferreira@gmail.com

Por Ana Luísa Funchal / Bolsista de Jornalismo na Agecom

Tags: abortoPPGAS

Palestra sobre enobrecimento urbano com Rogério Proença Leite nesta 5ª na UFSC

25/04/2011 14:46

A palestra Enobrecimento Urbano: balanços e perspectivas, será ministrada pelo professor Rogério Proença Leite, da Universidade Federal de Sergipe, nesta quinta-feira, dia 28 de abril, no miniauditório do CFH ( 3º piso), às 18h30min. Promoção conjunta do PGAU-Cidade/CTC (Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade) e o PPGAS/ CFH ( Antropologia Social)

Informações: Maria Inês Sugai : misugai2@gmail.com / lenardi@terra.com.br

Tags: Empobrecimento urbanoPPGASPPGAU- CidadeRogério Proença Leite

Pós-Graduação em Antropologia Social comemora 25 anos

11/04/2011 15:31

Com convidados especiais, palestras, conferências e cursos, o Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFSC comemora, a partir desta segunda-feira, 11 de abril, seus 25 anos. Confira a programação:

Dia 11 de abril – segunda-feira

18h30 às 20h – Auditório do CFH

Conferência “Uma perspectiva sociológica sobre violência sexual”, com Michel Bozon (INED) – conferência em português

Dia 12 de abril – terça-feira

14h às 18h – Miniauditório do CFH

Aula 2 – Curso Michel Bozon – Sexualidade, gênero, gerações – O que os inquéritos sobre comportamentos sexuais na França dizem sobre o gênero: aproximações entre mulheres e homens o reformulação da assimetria? (curso em português)

Dia 13 de abril – quarta-feira

10h30 às 12h – Sala 310 CFH

Palestra “Gênero, Adoção e Pluriparentalidades contemporâneas”, com Agnès Fine (EHESS) – palestra em francês com tradução consecutiva feita por Miriam Grossi

Dia 14 de abril – quinta-feira

18h30 às 22h – Miniauditório do CFH

Aula 3 – Curso Michel Bozon – Sexualidade, gênero, gerações – Socialização em sexualidade e gerações: processos universais e particularidades latinoamericanas (curso em português)

Dia 15 de abril – sexta-feira

18h30 às 22h – Miniauditório do CFH

Aula 4 – Curso Michel Bozon – Sexualidade, gênero, gerações – Saúde, saúde sexual, sexualidade: uma abordagem sociológica (curso em português)

Dia 19 de abril – terça-feira

16h30 às 18h – Sala 10 da História – CFH

Palestra “Da família ao individuo, os usos da escrita ordinária nos livres de raison franceses (séculos XV-XIX), com Sylvie Mouysset (Université de Toulouse Le Mirail) – palestra em francês com tradução consecutiva feita por Joana Pedro

18h30 – Sala 111 – CFH

4º Depoimento – O papel do PPGAS/UFSC na formação acadêmica dos seus egressos: Antropologia no Rio Grande do Norte, com Elisete Schwade (UFRN)

Dia 20 de abril – quarta-feira

10h30 às 12h – Sala 310 – CFH

Palestra “A construção social da feminilidade na França: das sociedades rurais à sociedade contemporânea”, com Agnès Fine (EHESS) – palestra em francês com tradução consecutiva feita por Miriam Grossi

16h – Sala 111 – CFH

5º Depoimento – O papel do PPGAS/UFSC na formação acadêmica dos seus egressos: Antropologia no Oeste do Paraná, com Allan de Paula Oliveira (UNIOESTE)

Dia 26 de abril – terça-feira

16h30 às 18h – Miniauditório do CFH

Oficina 4 – “Ética e Pesquisa: a legislação e o Conselho de Ética da UFSC”, com Washington Portela de Souza (coordenador do Conselho de Ética em Pesquisa da UFSC e professor do Departamento de Ciências Fisiológicas – CCB)

Dia 27 de abril – quarta-feira

8h30 às 10h – Local: Sala 308 – CFH

Palestra “Dissimulado, vivido, cuidado: o corpo disciplinado das mulheres religiosas”, com Danielle Rives (França) – palestra em francês com tradução consecutiva feita por Miriam Grossi

10h30 às 12h30 – Sala 308 – CFH

Palestra “Sofrer, curar, amar. Escrita e consciência de si no feminino na Europa do século XV ao século XX”, com Sylvie Mouysset (Université de Toulouse Le Mirail -palestra em francês com tradução consecutiva feita por Joana Pedro

18h30 às 20h – Auditório do CFH

Conferência “Parentesco espiritual, apadrinhamento e relações familiares na França Contemporânea”, com de Agnès Fine – a tradução da conferência será feita por Carmen Rial, sendo disponibilizada por escrito e apresentada em PP durante a sua realização

Dia 28 de abril – quinta-feira

18h30 – Miniauditório do CFH

Palestra “Enobrecimento urbano: balanço e perspectivas”, com o professor Rogério Proença Leite (UFS/SE)

Informações: (48) 3721-9714, ramal 4 ou antropos@cfh.ufsc.br

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