O curta-metragem de animação Tamu e seus amigos: navegue nesta aventura, feito em 2014 pelos alunos do 1º ano A do ensino fundamental do Colégio de Aplicação (CA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi um dos 39 filmes selecionados, dentre 385 trabalhos inscritos, para participar do 19º Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM). O curta será exibido nos dias 23 de junho, às 9h; 24, às 14h30; e 25, às 9 horas.
Sob a direção do cineasta uruguaio Diego de los Campos e da professora Mariza Konradt de Campos, o filme conta a história de Tamu, uma tartaruga-verde que sobrevive graças à ajuda de pessoas preocupadas em cuidar da natureza e preservar os animais, e ao trabalho de instituições como o projeto Tamar.
A ideia para a realização do projeto surgiu da chegada de uma tartaruga de pelúcia, trazida do Tamar de Aracaju (SE), utilizada para o ensino de leitura e escrita aos alunos. Como para cuidar do boneco era preciso conhecer as tartarugas marinhas, os estudantes começaram a pesquisar por meio de documentários, textos, palestras, registros, saídas de campo e questionamentos em sala.
Tartaruga do projeto Tamar foi inspiração do curta.
A presença da tartaruga de pelúcia em sala permitiu, além do incentivo às produções oral e escrita, o estímulo para a turma explorar a biodiversidade marinha e questões como aquecimento global, poluição, extinção de espécies e o respeito às diferenças. Em seu projeto no quintal da escola, os alunos trabalharam o conceito de agrofloresta, plantando hortaliças e árvores frutíferas.
Rudolf II of Habsburg, de Giuseppe Arcimboldo.
Surgiu, então, a ideia de fazer um filme usando a técnica do stopmotion e esculturas feitas de elementos do quintal, como frutas, legumes e vegetais, para representar a história. Para introduzir essa temática, foi estudado o pintor italiano Giuseppe Arcimboldo, o primeiro de que se tem conhecimento a utilizar em suas pinturas frutas, legumes e vegetais. Na literatura atual, trabalhou-se com o livro Tem planta que virou bicho, um projeto que une o trabalho da publicitária Alda de Miranda com o olhar do fotógrafo Cacio Murilo.
Os alunos também receberam o artista plástico Diego de los Campos, que explicou o que é stopmotion e deu orientações de como fazer um filme com essa técnica, estudando a vida de um dos grandes cineastas tchecos, Jan Svankmajer, considerado o “rei do stopmotion” e o primeiro a buscar inspiração para seu trabalho nas obras de Arcimboldo.
No final da preparação, os alunos criaram o enredo do filme, que deveria ter uma mensagem de cuidado para com a natureza. Escolheram como trilha sonora a música Deixa a tartaruga nadar, de Guy Marcovaldi e Moriel Costa, tocada pela banda Dazaranha.
A produção mostra que ser uma tartaruga marinha nos dias de hoje não é fácil: além de fugir dos predadores naturais, elas precisam, desde cedo, para sobreviver, superar diversos problemas causados pela ação humana, como a poluição dos mares, a pesca acidental e o aquecimento global. O filme acaba com um arco-íris cobrindo o Tamar, mostrando que existem pessoas e entidades que se preocupam em cuidar da natureza.
O artista Diego de los Campos auxiliou a gravação e fez a edição do filme. Os alunos contaram também com a colaboração das bolsistas Beatrice Noleto, Natália Oliveira e Michele Freitas.
O FAM será realizado de 19 e 26 de junho, no Centro de Eventos da UFSC, e exibe produções de vários países, entre eles Argentina, Chile, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Equador, Uruguai e Brasil. Para saber mais, acesse o site do evento.
Mais informações: mostra@panvision.com.br
Texto: professora Mariza Konradt de Campos/Colégio de Aplicação/UFSC