Projeto da UFSC utiliza câmeras de monitoramento para inventário da fauna da Ilha de Santa Catarina
O projeto Fauna Floripa realizou a instalação de câmeras de monitoramento em diversas áreas de Florianópolis para o desenvolvimento de um inventário da fauna local. Implementada pelos departamentos de Geociências e Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a atividade pretende concluir a instalação de 21 equipamentos até o fim deste mês em várias áreas da Ilha.
A iniciativa tem como objetivo principal promover o levantamento de aves e mamíferos, avaliando o potencial de reintrodução de espécies consideradas extintas ou sem registros locais recentes. “Queremos avaliar, do ponto de vista funcional, como estão os ecossistemas da Ilha. Descobrir o que se tinha, o que se perdeu, para propormos a reintrodução de espécies”, afirma o coordenador geral do projeto, professor José Salatiel Pires.
Cerca de 15 estudantes da graduação e da pós-graduação estão envolvidos no projeto, que faz parte do Programa Parques & Fauna e conta com a coordenação técnica do professor Maurício Eduardo Graipel. O trabalho tem ainda o apoio do Observatório de Áreas Protegidas, também da UFSC, e está associado a um projeto de extensão coordenado pelo professor Orlando Ferreti. Completam a equipe Mauro Manuel da Costa e Aracídio de Freitas Barbosa Neto, do Departamento de Unidades de Conservação da Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram).
A pesquisa é a primeira deste porte realizada na Ilha de Santa Catarina. As instalações começaram no sul da Ilha e durante este mês de novembro novas câmeras serão colocadas na parte central da cidade e também no norte. Ao todo, o projeto prevê três anos de monitoramento. No primeiro ano, seriam monitoradas as espécies de áreas com melhor qualidade ambiental; no segundo ano, locais com qualidade média; e, no último, aquelas que apresentam os piores índices. As ‘armadilhas fotográficas’ que farão o monitorando terão coletas mensais das imagens.
“Pretendemos investigar a diferença entre as espécies que habitam estes ambientes, bem como as características da diversidade da fauna nestas localidades. Esses dados são bons indicadores do funcionamento do ecossistema. Além de fazermos uso dessas informações para a Educação Ambiental em escolas, queremos mudar a cultura responsável pelo desaparecimento de algumas destas espécies”, relatou Pires, que classificou a caça indiscriminada como o maior obstáculo a ser enfrentado na busca pelo equilíbrio ambiental.
Maykon Oliveira/Jornalista Agecom/UFSC