Jean Segata, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e doutorando pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ministrará, no dia 12 de agosto, às 14 horas, na sala 110 do Departamento de Antropologia, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), a palestra gratuita “A Produção da Semelhança: Humanidade, Animalidade e Outras Contigências”, baseada na sua tese de doutorado “Nós e os Outros Humanos, os Animais de Estimação”. O evento é uma parceria com o Grupo de Pesquisas em Ciberantropologia (GrupCiber) do curso de Antropologia da UFSC.
O objetivo da palestra é mostrar a humanização dos animais – não pelos cuidados, convivência, roupas ou nomes humanos; mas a partir das semelhanças nas suas doenças, tratamentos e preocupação dos donos com a estética. Casos de gatos com cálculo renal, animais com aparelho ortodôntico e cães depressivos tratados com medicamentos para humanos serão apresentados, e a importância dos donos para auxiliar a recuperação da saúde de seus bichos também será abordada. Jean também falará dos tratamentos de beleza oferecidos em pet shops, como tosas, banhos, manicures e os diversos perfumes para animais.
Outros trabalhos relacionados ao tema da palestra já foram apresentados em eventos e publicações de outras universidades brasileiras, chilenas, argentinas e francesas.
Resumo da palestra:
A humanização de certos animais, especialmente aqueles de estimação, tem sido um tema em voga nos últimos anos. Mas como é produzida a humanidade desses animais ou quando e até onde eles são humanos? O objetivo desse trabalho é fazer aparecerem negociações e limites no que diz respeito à produção da semelhança entre humanos e animais, a partir de dados etnográficos a respeito da elaboração de diagnósticos e tratamentos médico-veterinários em favor da saúde e da estética de animais de estimação. O que se sustenta aqui é que o que é tratado como humanização dos animais não se nutre simplesmente da equivalência de elementos culturais – como os nomes humanos, as roupas, os cuidados, a convivência nos mesmos lares ou a motivação de discussões sobre alguns direitos e modalidades, de humanos e animais. No debate, cabe, igualmente, a consideração de elementos imputados ao domínio da natureza, como alguns instintos que precisam ser modulados ou uma biologia equivalente que permite o diagnóstico de problemas orgânicos e a sua medicalização.
Mais informações:
Jean Segata – jeansegata@gmail.com
Felipe Freitas/ Estagiário de Jornalismo da Agecom/ UFSC
felipemedeirosfreitas94@gmail.com
Claudio Borrelli / Revisor de Textos da Agecom / Diretoria-Geral de Comunicação/ UFSC