‘Xilogravura submarina: uma viagem ao universo das tainhas’ é tema de exposição na Biblioteca Central

01/08/2023 15:12

“Xilogravura submarina: uma viagem ao universo das tainhas” é o título da exposição do artista Fernando Andrada que pode ser visitada no hall do auditório a Biblioteca Central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A mostra vai até o dia 30 de agosto.

Fernando Andrada apresenta uma série de xilogravuras que exploram a pesca artesanal da tainha e a vida marinha na Ilha do Arvoredo. Com sua técnica meticulosa, o artista captura a beleza e a complexidade desse universo fascinante. O artista é manezinho de coração, concebido, criado e residente da Ilha de Santa Catarina. Desde a infância demonstrou seu potencial artístico através de
desenhos a lápis com luz e sombra.

Mais informação no Instagram do artista: @fernandojcandrada ou pelo e-mail fernandojcandrada@gmail.com

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Rara interação entre botos e pescadores é documentada de forma inédita pela ciência

03/02/2023 12:45

Uma dança sincronizada. Uma colaboração cheia de instantes decisivos. Uma interação que resulta em benefícios para o boto e para o pescador. Tradicional e reconhecida no Sul do Brasil e no mundo, a parceria entre botos pescadores e homens na pesca da tainha foi documentada de forma inédita pela ciência, em uma trabalho que envolveu a Universidade Federal de Santa Catarina, a Oregon State University (OSU), nos Estados Unidos, e o Max Planck Institute, na Alemanha (MPI). A sincronia perfeita necessária entre o sinal emitido pelo animal e a soltura da rede e os riscos que uma possível escassez de tainha podem trazer à prática estão entre os principais resultados do estudo.

Munidos de drones, imagens subaquáticas e tecnologia de captação de sons marinhos, a equipe, na UFSC liderada pelo professor Fábio Daura-Jorge, do Departamento de Ecologia e Zoologia, registrou detalhes em frações de segundos do comportamento dos botos e dos pescadores, além de ter se alimentado de um banco de dados de mais de 15 anos de monitoramento da cooperação – uma das poucas registradas na biologia.

“Sabíamos que os pescadores estavam observando o comportamento dos botos para determinar quando lançar suas redes, mas não sabíamos se os botos estavam coordenando ativamente seu comportamento com os pescadores”, disse Maurício Cantor, professor da OSU, colaborador da UFSC e líder do estudo.

“Usando drones e imagens subaquáticas, pudemos observar os comportamentos de pescadores e botos com detalhes sem precedentes e descobrimos que eles capturam mais peixes trabalhando em sincronia”, disse Cantor. “Isso reforça que esta é uma interação mutuamente benéfica entre os humanos e os botos.”

Essa sincronia é determinante para o sucesso do pescador e para a manutenção da pesca tradicional, explica Daura-Jorge, que coordena, na UFSC, um Programa Ecológico de Longa Duração do Sistema Estuarino de Laguna e adjacências, financiado pelo CNPq. “Temos um longo histórico de estudos da UFSC sobre essa interação, que é muito valorizada localmente”, comenta o professor. “Desde a década de 1980, importantes descrições de como funciona essa interação vêm sendo feitas, mas desta vez, com ajuda de tecnologia apropriada, pudemos testar algumas hipóteses e confirmar que se trata de uma interação com benefícios mútuos”, explica.
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Tainha de laboratório: UFSC é pioneira na reprodução de espécie em cativeiro

24/05/2022 10:20

Para ler a reportagem especial em formato multimídia, clique aqui.

Coleta de sêmen para fecundação em cativeiro. Crédito: Acervo Lapmar

Quando o mês de maio chega e o frio se intensifica, uma visitante assídua aparece nas águas do litoral catarinense: a tainha. Com a pesca artesanal, o peixe se mantém símbolo da tradição, mas ainda é subexplorado comercialmente. Pesquisas desenvolvidas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no entanto, podem contribuir para o nascimento de alternativas economicamente viáveis, capazes de garantir a oferta da tainha durante o ano inteiro e agregar valor à sua produção.

O Laboratório de Piscicultura Marinha (Lapmar) foi o primeiro do mundo a conseguir reproduzir todo o ciclo de vida da espécie Mugil liza em cativeiro. O projeto teve início em 2014, quando 14 exemplares adultos selvagens (quatro fêmeas e dez machos) foram capturados em Laguna, no Sul do estado, e transportados para a unidade de pesquisa da UFSC, instalada em Florianópolis.

Esse primeiro lote de reprodutores foi mantido em um tanque de 12 m3, onde as fêmeas receberam indução hormonal para liberação dos ovos; enquanto os machos liberaram sêmen quando submetidos a massagens abdominais. A fecundação dessa espécie ocorre na água e, no estudo pioneiro, a eclosão das primeiras larvas foi registrada 48 horas após a desova. Por cinco anos, todas as desovas realizadas no Lapmar utilizaram os exemplares selvagens. Somente no fim de 2019, alguns meses antes da pandemia, a experiência foi consumada com exemplares da primeira geração nascida em cativeiro, chamada F1.

A principal contribuição do trabalho concebido na UFSC foi o domínio do ciclo de vida da espécie. Com o desenvolvimento integral dessa geração no laboratório, os pesquisadores conseguiram acompanhar o processo de maturação sexual e constataram que os machos apresentavam espermatozoides viáveis por volta dos 11 meses de idade, quando atingiam em torno de 24 a 25 cm de comprimento. As fêmeas, por sua vez, estavam aptas à reprodução somente aos três anos, com cerca de 40 cm.

A pesquisa demonstrou regularidade nos índices de desova e na qualidade dos ovos, permitindo um grande avanço no controle da reprodução da tainha fora do seu habitat natural. O domínio desta técnica torna possível produzir o peixe todos os meses do ano e escalonar sua produção. Neste mês de maio, a equipe do Lapmar iniciou o trabalho de preparação para a desova da segunda geração (F2).

Larva 7 dias após a eclosão do ovo. Crédito: Acervo Lapmar

O engenheiro de aquicultura Caio França Magnotti, supervisor do Laboratório de Piscicultura Marinha, começou a trabalhar na UFSC em 2013 e acompanhou todas as pesquisas desenvolvidas na instituição sobre a espécie desde então. Para ele, ainda que seja complexo garantir que os peixes fiquem aptos à desova no ambiente do laboratório, a parte mais crítica do processo são os primeiros 15 dias após a eclosão do ovo. “É uma fase praticamente microscópica. Você quase não vê a larva. Você não pode encostar nela, que ela morre. Então, qualquer deslize, uma temperatura diferente, um choque mecânico ou um choque de luz, como acender e apagar a luz, pode causar a morte. É muito delicado”, pondera.

A origem do laboratório

O Lapmar foi criado em setembro de 1990 para atender uma demanda de produção de tecnologias e de difusão de conhecimentos sobre peixes marinhos em cativeiro, especialmente de espécies presentes no litoral catarinense. É hoje o mais antigo laboratório do gênero no país dedicado à pesquisa, ao ensino e à extensão. Instalado na Barra da Lagoa, leste da Ilha de Santa Catarina, ele faz parte da Estação de Maricultura Professor Elpídio Beltrame (EMEB) – unidade externa do Departamento de Aquicultura do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFSC.

Professor Vinícius foi por mais de três décadas supervisor do Lapmar. Crédito: Acervo pessoal

O surgimento e a história do laboratório estão intimamente ligados à trajetória de um profissional: o professor Vinícius Ronzani Cerqueira. O docente se aposentou no último mês de abril, após dedicar mais de três décadas à UFSC e à supervisão do Lapmar. Ao cursar o doutorado na França, terra natal de seu ídolo, o oceanógrafo Jacques Cousteau, Vinícius já planejava que, quando retornasse ao Brasil, abriria uma linha de pesquisa nova, para estudar nossos peixes. O foco desde o princípio foi desbravar a piscicultura marinha brasileira.

“Quando a gente começou não havia nenhum grupo de pesquisa com esse objetivo: estudar as espécies marinhas nativas. Foi difícil começar algo inovador. Já havia publicações sobre peixes marinhos, mas eram poucas. Por isso, insisti nessa área e peguei essa oportunidade para trabalhar”, revela o professor. No início o serviço foi árduo e era executado por Vinícius com a colaboração do seu primeiro orientando, o estudante Aliro Bórquez Ramirez, engenheiro formado no Chile e hoje reitor da Universidad Católica de Temuco, cuja dissertação foi a primeira defendida no curso de Aquicultura da UFSC, em 1991.

Ao longo da carreira, o professor Vinícius se dividia entre as atividades no Lapmar e os compromissos como docente no CCA, onde chegou a ocupar as funções de chefe de Departamento e coordenador da graduação e pós-graduação. Em muitas oportunidades, levou a família ao local de trabalho nos fins de semana. “Era um trabalho que não podia parar. Além do meu ofício como professor de segunda a sexta-feira, aos sábados e domingos muitas vezes precisava visitar o laboratório. Dependendo da fase de desenvolvimento em que os peixes estavam, ficar dois dias sem ninguém verificá-los era muito arriscado”, recorda.

O projeto começou com o estudo da reprodução do robalo-peva (Centropomus parallelus), por meio da investigação acerca da criação de larvas e juvenis – esta última é uma fase da vida do peixe que se inicia a partir de 30 a 40 dias depois do nascimento, quando possui entre 2 e 3 cm, e termina com a maturação sexual). A experiência serviu de base para o trabalho com o robalo-flecha (Centropomus undecimalis) pouco tempo depois.
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Tainha: documentário argentino retrata vida dos pescadores do Pântano do Sul

14/05/2018 17:40

A percepção de estarem rodeados por uma forma de vida simples, cheia de valores humanos, e que é regida por um cultura sob risco de extinção, promoveu em três amigos argentinos o desejo de retratar o cotidiano dos pescadores artesanais de tainha do Pântano do Sul, em Florianópolis. A comunidade, de cerca de 500 pessoas, recebeu Sergio, Alberto e Guillermo no verão de 2010, como turistas. Naquele verão na praia do sul da Ilha de Santa Catarina, Sergio Stocchero, premiado cineasta argentino, saiu instigado pela peculiaridade e valores do modo de vida dos pescadores de tainha.

Assim nascia a proposta do documentário “Tainha”. Dirigido por Sergio Stocchero, produzido por Alberto Bonafé e com assistência de produção de Guillermo Alonso, a película retrata a vida desta comunidade, composta, em sua maioria, por pessoas mais velhas, algumas com mais de 80 anos e até por uma pessoa com mais de um século de vida nesta lida.

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‘UFSC Cidade Revista’ traz reportagem especial sobre criação da tainha em cativeiro

10/07/2015 21:10

O UFSC Cidade Revista traz, na edição desta semana, uma reportagem feita por alunos de Telejornalismo para TV Pública sobre a criação de tainha em cativeiro – um projeto entre a UFSC e a Epagri. Apresenta ainda a Casa do Oleiro, uma entidade que presta apoio gratuito a pacientes em tratamento de dependência química em Florianópolis.

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