A energia positiva lotou o auditório da Pós-graduação no Centro de Ciências da Saúde (CCS) na manhã de quinta-feira, 2 de agosto. Os olhos e ouvidos atentos captavam expressões e sons vindos de um público repleto de histórias de orgulho e conquistas vivenciadas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
A aula inaugural construída para receber os estudantes recém-chegados nos cursos da área de saúde, por meio do processo de ingresso 2018, trouxe possibilidades de eles viverem a universidade para além da sala de aula, mas também abordou dois assuntos importantes em duas palestras: gênero e assédio.
O objetivo das palestras foi conscientizar sobre situações em que os estudantes poderão passar com seus corpos enquanto estiveram na UFSC e, depois, em suas vidas. Rodrigo Moretti, professor no Departamento de Saúde Pública, tratou sobre “Respeito e dignidade: discutindo sobre gênero”. Discorreu, em uma conversa descontraída e franca com os alunos, sobre se assumir enquanto pessoa, falar sobre seus sentimentos e angústias, além de buscarem a união e o respeito para criarmos ambientes seguros dentro e fora da universidade.
Marcela Veiros, chefe do Departamento de Nutrição, falou em seguida sobre “Respeito e dignidade: discutindo sobre assédio”. De maneira simples e informativa abordou a diferença entre assédio moral e sexual, citou exemplos de situações em que esses assédios podem ocorrer, infelizmente dentro e fora da universidade, como também falou da diferença entre machismo e feminismo, mulheres no mercado de trabalho, na política, na economia, salários mais baixos, sororidade e empoderamento. “A mudança da realidade depende de nós”, disse Marcela, que disponibilizou a sugestão do documentário The mask of you live in e apresentou o significado dos termos: manterrupting, bropriating, mansplaining, gaslighting (Think Olga).
Para o estudante Matheus Mendes, 20 anos, estudante de Medicina e natural de Curitiba (PR), foi importante terem construído um espaço dentro da universidade para abordar temas relacionados à diversidade. “Mesmo que as pessoas possam divergir em suas opiniões, é importante confrontar e trazer informações às pessoas. Também, como futuros profissionais de saúde, é fundamental entendermos mais sobre situações que envolvem a sociedade. Sou totalmente a favor de inclusão, precisamos estar abertos a entender que exitem as dificuldades para melhor atender as pessoas”, reflete ele, que afirma ter se sentido bem e acolhido pela recepção de boas-vindas. “Nós, que viemos de fora, ouvimos falar que o campus universitário é muito diverso. Isso é muito bom, mas infelizmente, ao mesmo tempo, ocorrem problemas”.
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