Estudo internacional com participação da UFSC mostra o impacto das secas em árvores tropicais

21/08/2025 07:48

Professor Marcelo Callegari Scipioni analisa a amostra de um disco. Foto: Divulgação/UFSC Curitibanos

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) faz parte do grupo de instituições que contribuíram para um estudo internacional sobre os impactos das secas no crescimento de árvores tropicais publicado na revista Science. O trabalho analisou mais de 20 mil séries de anéis de crescimento de árvores, abrangendo 483 localidades em 36 países tropicais.

Os resultados indicam que, ao longo do último século, as secas reduziram o crescimento dos troncos em média em 2,5%, com recuperação significativa no ano seguinte. Contudo, os autores do artigo alertam que os efeitos das secas vêm se intensificando e podem comprometer, no futuro, a capacidade das florestas tropicais de sequestrar carbono, agravando questões climáticas.

A UFSC contribuiu com dados inéditos gerados no Campus Curitibanos, a partir da análise de anéis de crescimento da espécie Araucaria angustifolia, obtidos em remanescente florestal nativo localizado na Área Experimental da Universidade. Esses dados foram produzidos no contexto de projetos de pesquisa sobre árvores gigantes, com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). A participação foi coordenada pelo professor Marcelo Callegari Scipioni, do Departamento de Agricultura, Biodiversidade e Florestas, vinculado ao Laboratório de Recursos Florestais do Centro de Ciências Rurais da UFSC.

A pesquisa utilizou métodos da dendrocronologia, ciência que estuda os anéis de crescimento anual das árvores como indicadores do ambiente e do clima do passado. Esses anéis funcionam como registros naturais de eventos climáticos e ecológicos, conforme o professor Marcelo. “A araucária é a espécie com maior número de estudos Dendrocronológicos no Sul do Brasil. A base de dados gerada por diversos pesquisadores sobre essa espécie foi fundamental para preencher lacunas geográficas de informação no estudo global publicado na Science. Ela funciona como uma espécie-chave, tanto ecologicamente quanto cientificamente, permitindo entender as respostas das florestas subtropicais às mudanças climáticas”, explica o pesquisador.

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UFSC na mídia: projeto cataloga imbuias gigantes, árvore símbolo de SC em risco de extinção

22/09/2021 10:54

Imbuia em risco de extinção foi catalogada em Curitibanos, no Oeste catarinense. Foto: Marcelo C. Scipioni/arquivo pessoal

Neste 21 de setembro, Dia da Árvore no Brasil, o portal G1 SC reuniu uma lista com cinco imbuias gigantes identificadas na região Sul do país e mostra a importância da preservação dessas árvores. A matéria se baseia em uma iniciativa coordenada por Marcelo Callegari Scipioni, professor do Campus de Curitibanos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O projeto busca catalogar as imbuias e outras árvores gigantes de diferentes espécies.

Árvore símbolo de Santa Catarina, a Imbuia está em risco de extinção. Encontrada em maior concentração no Norte catarinense, a espécie de valor histórico concentra aspectos importantes para a fauna e a flora. Além de incríveis ao olhar, as árvores gigantes possuem aspectos ecológicos importantes, como a possibilidade de promover abrigo para outros animais e dar pistas sobre o ambiente em que estão localizadas há centenas de anos. 

“Como elas têm uma longevidade muito maior, então outras formas de vida acabam se estabelecendo nessas grandes árvores. Tem o aspecto também da biomassa, pois elas têm uma função de sequestro de carbono gigantesco. E tem uma questão do ciclo de nutrientes do solo, que são muito interessantes para a gente pesquisar”, explicou Scipioni.

Para ampliar seu projeto, o docente propôs, com ajuda de servidores da Assembleia Legislativa (Alesc), a criação de uma lei com ações permanentes com foco na sustentabilidade e na preservação do meio ambiente.

Leia a matéria completa no G1 SC.

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Evento on-line aborda árvores gigantes no Brasil

02/07/2020 17:11

A derrubada de uma imbuia gigante na cidade de Vargem Bonita (SC), com idade calculada em pelo menos 535 anos, causou grande repercussão no final de 2019. O crime ambiental chamou  a atenção para um problema cultural no Brasil, onde as pessoas não sabem valorizar as árvores. Esse e outros assuntos serão debatidos no webinar “Árvores gigantes no Brasil”, dentro do Ciclo de Conversas Florestais. O evento virtual terá a participação dos professores Marcelo Scipioni, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Mário Tomazello Filho, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), Eric Gorgens, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e do arborista Flávio Mendes, da empresa Jardim Arte. A apresentação será nesta sexta-feira, 3 de julho, às 10 horas, e terá transmissão pelo canal do Youtube do Centro Acadêmico de Engenharia Florestal Araucária.

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UFSC na mídia: Árvore gigante rara de 535 anos foi derrubada em Santa Catarina para virar cerca

29/11/2019 12:49

Era alta como um prédio de dez andares, larga a ponto de só poder ser abraçada por seis pessoas juntas e mais antiga que a chegada do navegador Pedro Álvares Cabral ao Brasil.

Essa gigante imbuia, árvore símbolo de Santa Catarina, foi derrubada para virar cerca, segundo o cenário encontrado por policiais militares ambientais.

O crime ambiental foi cometido em um terreno na via Linha Coração, em Vargem Bonita (SC), em fevereiro de 2018, mas só agora uma análise ainda inédita apontou a idade da imbuia gigante: ao menos 535 anos.

“É um problema cultural do nosso país, onde as pessoas não sabem o valor de uma árvore. Aquelas que caem por ação da natureza deveriam ser exploradas de forma mais nobre, virar peça de museu. Mas fazer uma derrubada de uma árvore rara saudável para fazer palanque de cerca é duplamente criminoso”, afirmou o professor Marcelo Scipioni, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), especialista em árvores gigantes.

Marcelo com parte da árvore, exposta no campus da UFSC em Curitibanos

Confira reportagem na íntegre publicada na BBC Brasil.

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