Ativistas protestam contra o uso de animais em pesquisas na UFSC
“Animais: por que maltratá-los se podemos amá-los?” Esta pergunta ilustrava um dos cartazes dos ativistas, entre eles protetores independentes e ONG’s, que se reuniram nesta quarta-feira, dia 13, às 11h, na frente do Restaurante Universitário da UFSC, e fizeram uma manifestação contra o uso de animais em experimentos científicos, prática conhecida como vivissecção.
Com panfletos que explicavam por que a vivissecção é desnecessária e pouco didática, o grupo buscou o apoio de toda a comunidade através de um abaixo-assinado que será encaminhado ao Ministério Público Estadual de Santa Catarina, pedindo o fim do uso de animais em instituições de ensino do Estado.
“Fomos muito bem recebidos. Estudantes de Farmácia, Medicina, Odontologia e Biologia pediram o nosso contato porque apóiam o fim da vivissecção”, conta Giovanna Chinellato, organizadora da manifestação. Mostrar aos estudantes que existe uma lei que ampara quem não quiser participar de aulas práticas com animais era mais um objetivo dos ativistas. A Objeção de Consciência é o direito de recusa a uma situação que contraria princípios éticos ou morais do cidadão, garantido pelo Artigo 5º, do Capítulo I dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos, da Constituição Brasileira. Para obter o direito, o estudante deve encaminhar uma carta com o pedido diretamente ao professor, e cabe a ele oferecer alternativas de igual eficácia ao aluno.
A vivissecção é uma prática tão antiga quanto a medicina, mas há alguns anos tem gerado controvérsias. De um lado, cientistas e médicos alegam que os animais são necessários para estudar problemas de saúde que envolvem processos existentes apenas em organismos vivos. De outro, ativistas e até mesmo médicos defendem que a fisiologia dos animais é diferente da dos humanos, e que métodos mais avançados já podem substituir essa técnica. Hoje, universidades renomadas como Harvard e Yale aboliram o uso de animais em práticas laboratoriais. No Brasil, a Faculdade de Medicina do ABC, Santo André – SP, foi a primeira a aderir à causa, e na Itália 70% das instituições não realizam a vivissecção.
“Muitas pessoas se espantaram em saber que ainda existem animais sendo usados em pesquisas aqui”, diz Giovanna. O Biotério Central da UFSC cria e reproduz espécies de ratos, camundongos, cobaias, cães e ovelhas para o uso em aulas práticas. Em 2008, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade promoveu um debate sobre o tema, que foi publicado pelo Jornal Universitário e pode ser lido no endereço http://www.agecom.ufsc.br/files/2010/09/Jornal_Universitario_UFSC_n393_082008.pdf.
No próximo sábado, 16 de abril, é o Dia Internacional de Protesto contra a Experimentação Animal e Vivissecção, e várias manifestações vão acontecer nas principais capitais brasileiras.
Outras informações: libertandoalfredo@gmail.com ou www.1rnet.org.
Fotos: Paulo Noronha/Agecom
Por Marília Marasciulo/Bolsista de Jornalismo da Agecom