Reitores: na pauta, criação de novas vagas
Os reitores presentes no encontro da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) tentaram, na manhã desta quarta-feira, dia 18, demover a Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) da disposição de deflagrar uma greve nacional a partir do dia 6 de junho. Três coordenadores da federação expuseram aos quase 60 reitores e seus representantes reunidos num hotel do balneário de Jurerê os pedidos da categoria, entre elas o resgate dos cargos extintos, a criação de novas vagas, a reaglutinação e o reposicionamento de funções e o rompimento do processo de terceirização nas universidades federais (IFES).
De acordo com um dos coordenadores da Fasubra, Paulo Henrique dos Santos, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPO) jogou para os reitores a responsabilidade de negociar com a Fasubra os itens da pauta de reivindicações. Estes dizem que a instância de discussão é o Ministério da Educação, e têm a esperança de que uma solução seja encontrada no âmbito do governo federal. Embora seja apenas um dos itens da pauta, o debate sobre a greve pode dominar boa parte da programação do encontro, que se encerra até o meio-dia desta quinta-feira.
Segundo outra coordenadora da Fasubra, Leia de Souza Oliveira, a luta da entidade é pela modernização da forma de gestão nas universidades, mas os pedidos esbarram na falta de disposição do MPO para conversar. “Não temos outra alternativa a não ser a greve, em vista da morosidade do governo em propor soluções”, diz ela. Leia garantiu que a paralisação é sempre “um instrumento de última instância”, e que a prioridade é “construir alternativas em conjunto com as instituições federais de ensino superior”. No entanto, ressalva, “o Ministério do Planejamento tem outra visão do modelo de Estado”.
Em síntese, o que os trabalhadores técnico-administrativos pleiteiam é um processo de racionalização que é fundamental em função da expansão das instituições e da criação de novas universidades. Isso implica em mudanças no nível de classificação e na criação de cargos que substituam aqueles que foram extintos automaticamente, pela aposentadoria dos seus ocupantes e pela ausência de concursos de admissão de novos servidores. “Ainda hoje não temos diretrizes gerais para as carreiras no serviço público”, afirma Paulo Henrique dos Santos, da Fasubra. Assim, a descrição dos cargos, que é de 1987, ainda contempla funções como as de datilógrafo e operador de telex.
O presidente da Andifes é o reitor da Universidade Federal de Goiás, Edward Madureira Brasil, que com o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Alvaro Toubes Prata, recepciona os demais colegas no encontro em Jurerê. Eles pregam que “se encontre um caminho para a greve não acontecer”.
Entre os demais temas do evento estão o orçamento das universidades para 2012, o novo Plano Nacional de Educação, as fundações de apoio às IFES e a MP 520, que cria uma empresa para administrar os hospitais universitários do país.
Mais informações com José Carlos da Cunha Petrus pelo fone 3721-6042.
Por Paulo Clóvis Schmitz/jornalista na Agecom
Foto: Paulo Roberto Noronha/Agecom