Exposição traz raridades e territórios Guarani, Kaingang e Laklãnõ-Xokleng para a UFSC

27/05/2025 08:53

Entrada da exposição conta com vídeos produzidos nos três territórios (Fotos: Gustavo Diehl)

Uma casa de reza. Uma nascente de água. Uma barragem. Os símbolos de território para os povos Guarani, Kaingang e Laklãnõ-Xokleng em Santa Catarina contam a história do passado e do presente a partir de uma firme convicção de respeito à ancestralidade daqueles que ocupam o Estado há milênios. Esses três povos atuam como autores e também são parte da própria obra na exposição “TERRAS e ÁGUAS. História dos Territórios Guarani, Kaingang e Laklãnõ-Xokleng. Ontem, Hoje, Sempre”, recém aberta ao público no Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral – MArquE/UFSC.

A exposição é uma porta para a história, as tradições, as manifestações culturais e até mesmo as dores dos povos indígenas que têm territórios em Santa Catarina. Sua montagem começou há dois anos e envolveu o curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica e a ação Saberes Indígenas na Escola, com coordenação do professor do Departamento de História Lucas de Melo Reis Bueno, todos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

“São 11 curadores indígenas destes três povos contando sobre o território. Cada um tem suas especificidades, mas a ideia é reforçar a ancestralidade dos territórios indígenas”, explica Bueno. Por isso, sob essa lógica, o território não é só uma demarcação, mas um olhar para o mundo, que começa logo nas escadas do MArquE, com sons de cânticos e da natureza dando as boas-vindas aos visitantes.

Peças de artesanato foram selecionadas pelos povos indígenas, curadores da exposição instalada no museu

Na entrada, um mapa do tamanho da parede dá a ideia da dimensão da região Sul a partir da distribuição das Terras Indígenas e sítios arqueológicos associados aos três povos, marcados por características e tradições bastante diferentes.

A semelhança, segundo explica o professor, estaria no chamado tronco Jê, origem das línguas dos Kaingang e Laklãnõ-Xokleng. As diferenças e particularidades dos povos, no entanto, começam a aparecer já no primeiro ambiente, com a exibição de depoimentos e imagens dos territórios – tudo captado exclusivamente para a exposição.

Com tomadas de imagens aéreas captadas com o uso de drones é possível visualizar ambientes preservados, com mínimas intervenções e a presença das florestas. Homens e mulheres dos três povos também compartilham suas histórias e dão vida à experiência.
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MArquE pesquisa esqueleto encontrado em sambaqui no Rio Tavares

18/12/2018 11:11

Esqueleto no Laboratório do MArquE. Foto: Pipo Quint/Agecom

Ele tinha baixa estatura, possivelmente circulava na região do Rio Tavares e áreas adjacentes, comia bastante peixe e suas atividades diárias deveriam estar voltadas muito mais para o mar. É possível que não sentisse dor ou incômodo por conta de dois de seus caninos permanentes que permaneceram inclusos. Quando morreu, ao que tudo indica, com mais de 25 anos, teve o corpo pintado com pigmento vermelho, o ocre, e enterrado estendido de barriga para baixo e com a face voltada para o chão, presumivelmente antes de Cristo, e talvez um dos primeiros a ser sepultado no sítio arqueológico chamado Sambaqui do Rio Tavares III.

Estas são algumas informações das análises preliminares do esqueleto encontrado em agosto, durante as obras para construção do elevado do Rio Tavares, no entroncamento das rodovias SC-405 e SC-406. O relatório final, com todos os dados de análises sobre este esqueleto e outros dois encontrados na primeira etapa das escavações, será enviado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2019, explica a arqueóloga da UFSC Luciane Zanenga Scherer.

O documento incluirá todas as metodologias utilizadas para estimativa de sexo, idade, e estatura, bem como a descrição de patologias ósseas e dentárias, caso constatadas, e análises de marcadores de estresse ocupacional. Além disso, os materiais associados ao sepultamento, incluindo os artefatos e ecofatos evidenciados e coletados durante a escavação, serão analisados pela empresa Geoarqueologia Pesquisa Científica, responsável pela pesquisa arqueológica. Uma amostra de osso será separada para a realização de datação por radiocarbono.
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MArquE abre edital para ocupação do ‘Espaço Aberto’

20/06/2017 14:30

O Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral (MArquE) da UFSC torna pública, por meio de edital, seleção de projetos de mostras e exposições de curta duração para ocupação do “Espaço Aberto”, localizado no térreo do Pavilhão de Exposições Silvio Coelho dos Santos, entre os meses de agosto de 2017 e abril de 2018. As inscrições estão abertas até 5 de julho de 2017.

Mais informações pelos telefones (48) 3721-7356 e 3721-9325.

Tags: editalEspaço AbertoMArquEMuseu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues CabralUFSC

Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC divulga edital de seleção de projetos

05/06/2017 17:08

O Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral (MArquE) divulga o edital de seleção de projetos de mostras e exposições de curta duração para ocupação do “Espaço Aberto”, localizado no térreo do Pavilhão de Exposições Silvio Coelho dos Santos, entre os meses de agosto de 2017 e abril de 2018. As inscrições estão abertas até 5 de julho.

Para inscrever projetos, é preciso estar vinculado à UFSC, seja como docente, discente ou técnico-administrativo. Todas as informações e regras estão no Edital Espaço Aberto MArquE 2017.

Mais informações na página do MArquE.

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Palestra debate arqueologia brasileira no século XXI

28/10/2015 07:37

Nesta quarta, 28 de outubro, às 14h, no auditório do Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC (MArquE) o professor Jorge Eremites de Oliveira da  (UFPel)ministra a palestra: “Arqueologia brasileira no século XXI: atuação política, interdisciplinaridade e institucionalização”. O evento é organizado pelo Laboratório de Estudos Interdisciplinares em Arqueologia (www.leia.ufsc.br) e conta com apoio do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC.

 Jorge Eremites de Oliveira é licenciado em História pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (1991), mestre e doutor em História/Arqueologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1995, 2002) e concluiu estágio de pós-doutoramento em Antropologia Social pelo Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2011). Atualmente é professor associado na Universidade Federal de Pelotas, onde atua como docente do curso de bacharelado em Antropologia e dos programas de pós-graduação em Antropologia e em Memória Social e Patrimônio Cultural. Também é bolsista de produtividade em pesquisa, nível 1D, do CNPq e responde pela coordenação adjunta da área de Antropologia/Arqueologia da CAPES. Tem experiências nas áreas de Arqueologia, Antropologia Social e História, com ênfase em Etnoarqueologia, Etnologia Indígena e Etno-história, bem como na produção de laudos administrativos e judiciais sobre terras indígenas.

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Vídeos do evento ‘110 anos de Oswaldo R. Cabral’ disponíveis em versão integral

05/01/2015 17:08

Todos os vídeos do evento “110 anos de Oswaldo Rodrigues Cabral: memória e notícia”, realizado em outubro de 2013 no MArquE, estão disponíveis nos links abaixo:

Mesa Memória 1 – Parte 1 – Sara Regina Poyares dos Reis, Ana Maria Beck, Maria José Reis, Teresa Fossari.

Mesa Memória 1 – Parte 2 – Sara Regina Poyares dos Reis, Ana Maria Beck, Maria José Reis, Teresa Fossari.

Mesa Memória 2 – Gerusa Maria Duarte, Rogério Ferreira Guerra.

Mesa Notícia 1 – Parte 1 – Janice Gonçalves, Patricia Freitas.

Mesa Notícia 1 – Parte 2 – Janice Gonçalves, Patricia Freitas.

Mesa Notícia 1 – Parte 3 – Janice Gonçalves, Patricia de Freitas.

Mesa Notícia 2 – Parte 1 – Alexandre de Oliveira Karsburg, Paulo Pinheiro Machado.

Mesa Notícia 2 – Parte 2 – Alexandre de Oliveira Karsburg, Paulo Pinheiro Machado.

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Agenda Cultural: Museu da UFSC realiza atividades para crianças e familiares

24/09/2014 09:21

museuO Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral (MArquE/UFSC) apresenta nesta semana o “Primavera no MArquE”, com diversas atividades para crianças e seus familiares. A programação é integrante da 8ª Primavera dos Museus, evento nacional promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus.

A programação começou na terça-feira, 23 de setembro, com visita mediada à exposição, seguida de roda de história e músicas para bebês de colo e seus familiares e cuidadores.
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Tags: Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues CabralPrimavera dos MuseusUFSC

Exposição de Museu da UFSC é contemplada em edital de estímulo à cultura

10/09/2013 10:28

O projeto de exposição “Terras e Águas: trajetórias e memórias Guarani, Kaingang, Xokleng/Laklãnõ na América do Sul”, do Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC (MArquE), foi um dos quatro vencedores do Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura deste ano, do Governo do Estado de Santa Catarina. Foram inscritos ao todo 965 projetos, sendo 47 na categoria Patrimônio Cultural – área que contempla a exposição do MArquE.

Proposta pela coordenadora da Divisão de Pesquisa do MArquE, Maria Dorothea Post Darella, em conjunto com integrantes das áreas de Antropologia, Arqueologia, Museologia, Pedagogia e Restauração, a exposição tem como objetivo  apresentar a história, a ocupação de terras e os sítios arqueológicos dos povos indígenas na América do Sul.
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Exposição no Museu da UFSC traz personagens do folclore catarinense

20/12/2012 12:25

A exposição Arréda nos Passos do Boi, idealizada e executada pela Associação Cultural Arréda Boi da Barra da Lagoa, permanece até final de fevereiro de 2013 no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal de Santa Catarina Oswaldo Rodrigues Cabral (MArque/UFSC). A abertura foi no dia 13 de dezembro com apresentação do boi-de-mamão.

Os principais personagens da brincadeira (Boi, Maricota, Bernunça, Cabra, Cavalo e Urubu) estão expostos em tamanho real, inspirados nos modelos em miniatura reproduzidos em argila pelo pesquisador e artista catarinense, Franklin Joaquim Cascaes.
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Tags: Exposição Arreda nos Passos do BoiMuseu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues CabralUFSC

Museu Universitário reabre nesta terça como espaço de padrão internacional

24/04/2012 17:03
O prédio novo e o antigo; acervos não precisarão circular pelo ambiente externo graças à integração arquitetônica. Fotos: Wagner Behr/Agecom

O prédio novo e o antigo; acervos não precisarão circular pelo ambiente externo graças à integração arquitetônica. Fotos: Wagner Behr/Agecom

Nesta terça-feira, 24 de abril, às 19h, o reitor Alvaro Prata inaugura o Pavilhão de Exposições Antropólogo Sílvio Coelho dos Santos, um prédio de quatro andares, sendo dois mezaninos, com 1.900 m2 de área, no qual a UFSC investiu R$ 5 milhões em recursos próprios para que o Estado esteja apto a abrigar diferentes exposições tanto do acervo institucional quanto de mostras itinerantes.

Trata-se de um novo espaço museológico de qualidade e dimensões inigualáveis no Sul do Brasil. Depois de 10 anos de lutas por recursos para finalizar a construção do prédio com um padrão internacional de conservação e segurança, a Secretaria de Cultura e Arte da Universidade Federal de Santa Catarina reabre ao público as portas do museu com uma nova e potente estrutura.

Com o novo prédio, o Museu Universitário, fundado em 1968 pelo professor Oswaldo Cabral, ganha identidade própria e passa agora a se chamar Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral (MArquE). Em uma construção datada dos anos 40, uma das primeiras da antiga Fazenda Assis Brasil, onde a UFSC se instalou na década de 60, os pioneiros historiadores Cabral, Sílvio Coelho dos Santos e Walter Piazza iniciaram os trabalhos do museu. Agora, a antiga sede acomodará apenas a administração.

O acervo, composto por objetos etnográficos produzidos por grupos indígenas e descendentes de migrantes, além da obra de Cascaes, que não podia ser exposta ao público por falta de espaços com condições de conservação, migrará para o novo prédio. A moderna construção está equipada com três grandes salas de exposições em condições ideais de climatização e um eficiente sistema de segurança com o monitoramente de seus espaços.

Na área construída, erguem-se quatro pisos, incluindo dois grandes andares, dois mezaninos e um amplo terraço com vista panorâmica na cobertura. A obra se diferencia pelas dimensões e também pelas condições de acessibilidade e deslocamento de acervos previstas na estrutura: há elevadores para todos os andares, áreas de circulação climatizadas, com amplos corredores e escadarias, rampas, estacionamento, facilidades de acesso aos espaços expositivos para cadeirantes, cegos e surdos.

A acessibilidade beneficia pessoas com diversos tipos de necessidades especiais e também o deslocamento dos acervos, que não precisarão circular pelo ambiente externo graças à integração arquitetônica entre a reserva técnica e os espaços de exibição e, ainda, entre o antigo prédio do museu e o atual. Destaca-se ainda uma estrutura diferenciada de apoio e incremento às atividades do museu, como o laboratório de restauração e salas para o desenvolvimento de programas educativos e culturais, como visitas mediadas, contação de histórias, oficinas de arte-educação e palestras, entre outras atividades. Na entrada do prédio, está previsto o funcionamento de um café e, no segundo andar, uma sala de estar para os visitantes. “Em termos comparativos, não existe no sul do Brasil uma estrutura museológica dessa magnitude. Santa Catarina contará com espaço ímpar”, diz orgulhoso o reitor Alvaro Prata.

Três grandes salas de exposição
Assinado pela equipe do Departamento de Projetos de Arquitetura e Engenharia da UFSC, o projeto arquitetônico visou uma construção elegante e neutra, em forma de paralelepípedo. Predominam o branco e a claridade nos amplos espaços de circulação e corredores, a fim de concentrar o olhar do visitante nas exposições e na experiência sensorial da visita. Os salões de exposição totalizam 800 m2 divididos em três espaços distintos, dotados, como todos os espaços do museu, de condições de temperatura e umidade adaptadas ao tipo de objeto a ser exposto. Todos os espaços expositivos receberam um sistema de iluminação adequado, piso em relevo para o uso de luminárias móveis e paredes internas em vidro jateado.

O primeiro deles, no térreo, com 206 m2 possibilita a montagem de mostras de curta duração. No dia 9 de maio o novo pavilhão já dirá a que veio com a abertura da exposição “Ticuna em dois tempos”, que até novembro vai expor duas coleções de artefatos indígenas dos Ticuna, do norte do País. Uma delas, sob a guarda do MArquE, foi recolhida na década de 1960 por Sílvio Coelho dos Santos na região dos Ticuna, no alto Solimões, Amazonas. A outra coleção foi reunida na década de 1970 por Jair Jacmont, na cidade de Manaus e hoje se encontra no Museu Amazônico, da UFAM. Destacam-se a presença de objetos ligados ao “ritual da moça nova”, além de registros feitos pelo antropólogo Sílvio Coelho dos Santos, que incluem diapositivos e diários de campo. A exposição é um projeto desenvolvido a partir da Rede de Museus do Instituto Brasil Plural – IBP.

No segundo andar localiza-se um dos maiores espaços museológicos do País: uma sala de 472 m2, destinada a exposições de longa duração. Foi projetado para as exposições de acervo sob a guarda da instituição, no que se incluem os objetos arqueológicos, as coleções indígenas e das populações migradas para Santa Catarina a partir do período colonial, conforme explica a museóloga Viviane Wermelinger. “Com essa obra o museu Marque será uma referência na América do Sul porque poderá dar visibilidade ao seu importante acervo relativo às populações indígenas Caingang, Xocleng e Guarani”, acentua a secretária de Cultura e Arte, Maria de Lourdes Borges.

Há, ainda, uma terceira e elegante sala de exposição com 104 m2 no segundo mezanino, denominada Gabinete de Papel, que abrigará em breve a coleção de desenhos de Franklin Cascaes. O terraço é um capítulo à parte, pela vista da bela paisagem e pelas possibilidades que oferece de exploração para eventos culturais. Foi planejado para realizar exposições de materiais que podem ser submetidos a intempéries, como esculturas e grandes objetos não perecíveis e, ainda, para realizar concertos, apresentações de dança, lançamentos de livro, entre outros eventos.

A equipe do Museu, dirigida por Teresa Fossari, está criando um plano para o uso dos espaços museológicos temporários. Está previsto o lançamento, ainda em 2012, de um edital para exposições de curta duração. A Divisão de Museologia também elaborou e aprovou projetos para editais de fomento à área museológica, além de desenvolver ações como ciclos de palestras, pesquisas, oficinas, cursos. “Essa obra vai permitir que o museu cumpra, em sua plenitude, seu papel social e cultural, realizando ações voltadas à comunidade, à representação de sua identidade e à documentação da sua memória”, explica a diretora da Divisão de Museologia Cristina Castellano.

Sem financiamento extra ou recursos externos, contando apenas com o orçamento da UFSC junto ao MEC, a obra levou uma década para ser concluída, tempo em que o Museu ficou sem espaço expositivo, voltando-se para o desenvolvimento de pesquisas, qualificação dos espaços de reserva técnica e atendimento de pesquisadores externos. O projeto inicial, assinado pelo arquiteto Antônio Carlos Silva, foi sendo modificado e adaptado às transformações no próprio conceito de museu pelo arquiteto Roberto Tonera, também da UFSC. A diretora Fossari está convidando para a solenidade de inauguração instituições de fomento à cultura e empresários que poderão vislumbrar o potencial da instituição e constituir parcerias com a universidade buscando equipá-la e permitir seu pleno funcionamento.

História começou em uma fazenda
O marco inicial do Museu da UFSC se confunde com a prática pedagógica da antropologia em Santa Catarina. Foi a partir da criação da Faculdade de Filosofia, em 1951, que a Antropologia começou a ser ensinada no estado. Mais tarde, em 1964, os professores Oswaldo Rodrigues Cabral, Silvio Coelho dos Santos e Walter Piazza propuseram a criação de um Instituto de Antropologia, que viria a ser inaugurado em 29 de maio de 1968, com sede no campus da UFSC. Além do diretor Oswaldo Cabral, a instituição contava inicialmente com os professores Silvio Coelho dos Santos, Anamaria Beck e Edson Araújo. Motivados pela diversidade étnica de Santa Catarina, os primeiros projetos de pesquisa da equipe focaram as populações indígenas e pré-coloniais do sul do Brasil.

Por Raquel Wandelli (jornalista, SeCArte) / (48) 99110524 / 37219459 / raquelwandelli@yahoo.com.br / raquelwandelli@reitoria.ufsc.br / www.secarte.ufsc.br

SERVIÇO:
Reabertura do Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral e inauguração do Pavilhão Sílvio Coelho dos Santos
Data: 24 de abril, às 19h
Local: Campus Universitário, próximo ao Colégio de Aplicação

Tags: MArquEMuseu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues CabralMuseu Universitário Pavilhão Sílvio Coelho dos SantosSeCArte/UFSCUFSC

Museu Universitário reabre como espaço de padrão internacional

17/04/2012 17:23
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O prédio novo e o antigo; acervos não precisarão circular pelo ambiente externo graças à integração arquitetônica - Fotos: Wagner Behr

Três grandes salas de exposição com controle de temperatura e umidade, acessibilidade, terraço, laboratório, café, salas para atividades educativas e conferências. O novo prédio do Museu da UFSC será inaugurado no próximo dia 24.

Santa Catarina ganha neste mês um novo espaço museológico de qualidade e dimensões inigualáveis no Sul do Brasil. Depois de 10 anos de lutas por recursos para finalizar a construção do prédio com um padrão internacional de conservação e segurança, a Secretaria de Cultura e Arte da Universidade Federal de Santa Catarina reabre ao público as portas do museu com uma nova e potente estrutura. No dia 24 de abril, às 19h, o reitor Alvaro Prata inaugura o Pavilhão de Exposições Antropólogo Sílvio Coelho dos Santos, um prédio de quatro andares, sendo dois mezaninos, com 1.900 m2 de área, no qual a UFSC investiu R$ 5 milhões em recursos próprios para que o Estado esteja apto a abrigar diferentes exposições tanto do acervo institucional quanto de mostras itinerantes.

Com o novo prédio, o Museu Universitário, fundado em 1968 pelo professor Oswaldo Cabral, ganha identidade própria e passa agora a se chamar Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral (MArquE). Em uma construção datada dos anos 40, uma das primeiras da antiga Fazenda Assis Brasil, onde a UFSC se instalou na década de 60, os pioneiros historiadores Cabral, Sílvio Coelho dos Santos e Walter Piazza iniciaram os trabalhos do museu. Agora, a antiga sede acomodará apenas a administração. O acervo, composto por objetos etnográficos produzidos por grupos indígenas e descendentes de migrantes, além da obra de Cascaes, que não podia ser exposta ao público por falta de espaços com condições de conservação, migrará para o novo prédio. A moderna construção está equipada com três grandes salas de exposições em condições ideais de climatização e um eficiente sistema de segurança com o monitoramente de seus espaços.

Na área construída, erguem-se quatro pisos, incluindo dois grandes andares, dois mezaninos e um amplo terraço com vista panorâmica na cobertura. A obra se diferencia pelas dimensões e também pelas condições de acessibilidade e deslocamento de acervos previstas na estrutura: há elevadores para todos os andares, áreas de circulação climatizadas, com amplos corredores e escadarias, rampas, estacionamento, facilidades de acesso aos espaços expositivos para cadeirantes, cegos e surdos.

A acessibilidade beneficia pessoas com diversos tipos de necessidades especiais e também o deslocamento dos acervos, que não precisarão circular pelo ambiente externo graças à integração arquitetônica entre a reserva técnica e os espaços de exibição e, ainda, entre o antigo prédio do museu e o atual. Destaca-se ainda uma estrutura diferenciada de apoio e incremento às atividades do museu, como o laboratório de restauração e salas para o desenvolvimento de programas educativos e culturais, como visitas mediadas, contação de histórias, oficinas de arte-educação e palestras, entre outras atividades. Na entrada do prédio, está previsto o funcionamento de um café e, no segundo andar, uma sala de estar para os visitantes. “Em termos comparativos, não existe no sul do Brasil uma estrutura museológica dessa magnitude. Santa Catarina contará com espaço ímpar”, diz orgulhoso o reitor Álvaro Prata.

Três grandes salas de exposição

Assinado pela equipe do Departamento de Projetos de Arquitetura e Engenharia da UFSC, o projeto arquitetônico visou uma construção elegante e neutra, em forma de paralelepípedo. Predominam o branco e a claridade nos amplos espaços de circulação e corredores, a fim de concentrar o olhar do visitante nas exposições e na experiência sensorial da visita. Os salões de exposição totalizam 800 m2 divididos em três espaços distintos, dotados, como todos os espaços do museu, de condições de temperatura e umidade adaptadas ao tipo de objeto a ser exposto. Todos os espaços expositivos receberam um sistema de iluminação adequado, piso em relevo para o uso de luminárias móveis e paredes internas em vidro jateado.

O primeiro deles, no térreo, com 206 m2 possibilita a montagem de mostras de curta duração. No dia 9 de maio o novo pavilhão já dirá a que veio com a abertura da exposição “Ticuna em dois tempos”, que até novembro vai expor duas coleções de artefatos indígenas dos Ticuna, do norte do País. Uma delas, sob a guarda do MArquE, foi recolhida na década de 1960 por Sílvio Coelho dos Santos na região dos Ticuna, no alto Solimões, Amazonas. A outra coleção foi reunida na década de 1970 por Jair Jacmont, na cidade de Manaus e hoje se encontra no Museu Amazônico, da UFAM. Destacam-se a presença de objetos ligados ao “ritual da moça nova”, além de registros feitos pelo antropólogo Sílvio Coelho dos Santos, que incluem diapositivos e diários de campo. A exposição é um projeto desenvolvido a partir da Rede de Museus do Instituto Brasil Plural – IBP.

No segundo andar localiza-se um dos maiores espaços museológicos do País: uma sala de 472 m2, destinada a exposições de longa duração. Foi projetado para as exposições de acervo sob a guarda da instituição, no que se incluem os objetos arqueológicos, as coleções indígenas e das populações migradas para Santa Catarina a partir do período colonial, conforme explica a museóloga Viviane Wermelinger. “Com essa obra o museu Marque será uma referência na América do Sul porque poderá dar visibilidade ao seu importante acervo relativo às populações indígenas Caingang, Xocleng e Guarani”, acentua a secretária de Cultura e Arte, Maria de Lourdes Borges.

Há, ainda, uma terceira e elegante sala de exposição com 104 m2 no segundo mezanino, denominada Gabinete de Papel, que abrigará em breve a coleção de desenhos de Franklin Cascaes. O terraço é um capítulo à parte, pela vista da bela paisagem e pelas possibilidades que oferece de exploração para eventos culturais. Foi planejado para realizar exposições de materiais que podem ser submetidos a intempéries, como esculturas e grandes objetos não perecíveis e, ainda, para realizar concertos, apresentações de dança, lançamentos de livro, entre outros eventos.

A equipe do Museu, dirigida por Teresa Fossari, está criando um plano para o uso dos espaços museológicos temporários. Está previsto o lançamento, ainda em 2012, de um edital para exposições de curta duração. A Divisão de Museologia também elaborou e aprovou projetos para editais de fomento à área museológica, além de desenvolver ações como ciclos de palestras, pesquisas, oficinas, cursos. “Essa obra vai permitir que o museu cumpra, em sua plenitude, seu papel social e cultural, realizando ações voltadas à comunidade, à representação de sua identidade e à documentação da sua memória”, explica a diretora da Divisão de Museologia Cristina Castellano.

Sem financiamento extra ou recursos externos, contando apenas com o orçamento da UFSC junto ao MEC, a obra levou uma década para ser concluída, tempo em que o Museu ficou sem espaço expositivo, voltando-se para o desenvolvimento de pesquisas, qualificação dos espaços de reserva técnica e atendimento de pesquisadores externos. O projeto inicial, assinado pelo arquiteto Antônio Carlos Silva, foi sendo modificado e adaptado às transformações no próprio conceito de museu pelo arquiteto Roberto Tonera, também da UFSC. A diretora Fossari está convidando para a solenidade de inauguração instituições de fomento à cultura e empresários que poderão vislumbrar o potencial da instituição e constituir parcerias com a universidade buscando equipá-la e permitir seu pleno funcionamento.

História começou em uma fazenda

O marco inicial do Museu da UFSC se confunde com a prática pedagógica da antropologia em Santa Catarina. Foi a partir da criação da Faculdade de Filosofia, em 1951, que a Antropologia começou a ser ensinada no estado. Mais tarde, em 1964, os professores Oswaldo Rodrigues Cabral, Silvio Coelho dos Santos e Walter Piazza propuseram a criação de um Instituto de Antropologia, que viria a ser inaugurado em 29 de maio de 1968, com sede no campus da UFSC. Além do diretor Oswaldo Cabral, a instituição contava inicialmente com os professores Silvio Coelho dos Santos, Anamaria Beck e Edson Araújo. Motivados pela diversidade étnica de Santa Catarina, os primeiros projetos de pesquisa da equipe focaram as populações indígenas e pré-coloniais do sul do Brasil.

Texto: Raquel Wandelli (jornalista, SeCarte)
Contatos: (48) 99110524 – 37219459
raquelwandelli@yahoo.com.br
raquelwandelli@reitoria.ufsc.br
www.secarte.ufsc.br

SERVIÇO:
Reabertura do Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo
Rodrigues Cabral e inauguração do Pavilhão Sílvio Coelho dos Santos
Data: 24 de abril, às 19 horas
Local: Campus Universitário, próximo ao Colégio de Aplicação

Tags: Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues CabralMuseu Universitário Pavilhão Sílvio Coelho dos SantosUFSC