Professor Walter Celso de Lima foi um dos fundadores do Instituto de Engenharia Biomédica (IEB). Foto: Jair Quint/Agecom/DGC/UFSC
O professor Walter Celso de Lima, um dos fundadores do Instituto de Engenharia Biomédica (IEB) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), abriu e encerrou sua fala na tarde de sexta-feira, 19 de setembro, citando Fernando Pessoa. “O homem é do tamanho de seus sonhos”, disse, no começo. Ao final, lembrou que saber trabalhar é tão importante quanto o trabalho em si. Essa ambição e método deram frutos, tanto que a ocasião era a comemoração dos 40 anos do IEB, criado como o Grupo de Pesquisas em Engenharia Biomédica.
O Grupo foi fundado em 1974, quando os professores Lima e Carlos Inácio Zanchin, do Departamento de Engenharia Elétrica, se juntaram ao professor Danilo Freire Duarte, do Departamento de Clínica Cirúrgica. O propósito inicial, lembrou Lima, era pesquisar a utilização de instrumentos eletrônicos na anesteseologia. Lima falou também da convivência com Duarte, que foi representado na ocasião por sua viúva, Dona Laura: “Aderi ao hábito dele, de caminhadas diárias pela Beira-Mar, não só para deixar de lado meu sedentarismo, mas por causa das conversas que tínhamos, que eram aulas para mim; sobre medicina, filosofia, ética, bioética e tantos outros temas; debatíamos tudo”.
O Grupo passou a ser chamado de Instituto de Engenharia Biomédica em 2002. Hoje é reconhecido em toda a América Latina como referência no desenvolvimento tecnológico aplicado à área da Saúde; atua no desenolvimento de protótipos de sistemas em hardware e softwatre e contribui todo ano para a formação de dezenas de pesquisadores e profissionais. As quatro áareas prioritárias para pesquisa, ensino e extensão são Instrumentação Biomédica, Informática em Saúde, Engenharia Clínica e Bioengenharia.
A cerimônia de comemoração do 40º aniversário foi no auditório do IEB, próximo do Grêmio do Hospital Universitário. Após as palavras de gratidão do atual coordenador do Instituto, professor Renato Garcia Ojeda, foi exibido o vídeo comemorativo, lembrando a história do Instituto. O professor Edison da Rosa, pró-reitor de Extensão, falou em nome da Reitoria. O diretor do Centro Tecnológico, professor Sebastião Roberto Soares, lembrou a importância da Extensão para manter a qualidade dos cursos e para continuar atraindo alunos e professores que colaborem e cobrem pelo permanente aumento dessa qualidade. O chefe do Departamento de Engenharia Elétrica, professor Fernando Mendes de Azevedo, também é ex-coordenador do Instituto. Além de suas memórias, apontou o pioneirismo dos fundadores no conceito de multidisciplinaridade. Ojeda recordou depois que decidiu vir para Florianópolis após ver no Chile, onde nasceu e morava, uma palestra de Lima.
Renato Zaniboni, funcionário do IEB, aproveitou para contar sua experiência ali e mostrar rapidamente no telão, como homenagem, os nomes de 280 ex-funcionários que passaram pelo Instituto e ajudaram a construir sua história. Citou ainda a importância dos 44 do atual quadro, a ser aumentado com a contração de outros quatro. O ex-aluno Pedro Bertemes contou que chegou ao IEB em 1996, com um projeto de coração digital que acreditava ser quase impossível. Acabou instigado a fazer o doutorado – o que, na época, nem imaginava.
O reconhecimento da importância do Instituto e dos profissionais foi destacado ainda com placas de homenagem e comemorativas à data festiva.
Fabio Bianchini/Jornalista da Agecom/DGC/UFSC
fabio.bianchini@ufsc.br
Foto da capa: Jair Quint/Agecom/DGC/UFSC